EPI - Dissertações de Mestrado
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Item A caminho da farmácia: pluralismo médico entre os Wari' de Rondônia(1996) Novaes, Marlene Rodrigues de; Wright, Robin Michel; Buchillet, DominiqueItem A COVID–19 e os Povos Indígenas do Maranhão(Universidade Federal do Maranhão, 2022) Amaral, Célia Regina de Araújo do; Barbosa, Maria do Carmo Lacerda; Oliveira, Márcio Moysés de; Lacerda, Maria do Carmo Barbosa; Oliveira, Márcio Moysés de; Garcia, Maria Raimunda Santos; Santana, Ivone Lima; Silva, Fábio FrançaA doença coronavírus 2019 (COVID-19) desencadeada pelo novo coronavírus denominado Severe Acute Respiratory Sindrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2), foi diagnosticada pela primeira vez no início do mês de dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, província de Hubei, China. Apresentando se como um dos maiores desafios sanitários em escala global deste século. No Brasil, o primeiro caso da doença foi notificado em 25 de fevereiro de 2020. Na população indígena brasileira, o primeiro caso foi confirmado em 01 de abril de 2020. Nesse cenário inicial, surgiu a incerteza em relação ao comportamento da doença em um contexto de vulnerabilidade, desencadeada por condições sociais, econômicas e de saúde, vivenciado pelos Povos Indígenas do Brasil. Objetivo: Descrever a prevalência da COVID–19 entre os Povos Indígenas do Estado do Maranhão, no período de março de 2020 a setembro de 2021. Metodologia: Estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio de análise de dados secundários sobre a COVID–19 na população indígena do estado do Maranhão. Resultados: Do total de notificações, o estudo identificou 2.079 casos confirmados para COVID–19, sendo 55,84% do sexo feminino e 44,16% do sexo masculino. Os adultos jovens somados aos adultos representaram 66,37% dos casos confirmados. Os Guajajara foram a etnia com maior percentual de casos confirmados, 64,69%. A população aldeada correspondeu a 95% do total de casos. Dos 2.079 casos confirmados, 51 evoluíram para óbito, sendo 60,78% do sexo masculino e 39,22% do sexo feminino. A população com 60 anos ou mais representou 66,66% do total de óbitos. A Taxa de Mortalidade Geral ficou definida em 1,27 e as comorbidades foram associadas a 25,49% do total de óbitos. Conclusão: A presente pesquisa concluiu que, embora os Povos Indígenas do Estado do Maranhão vivam em um contexto de vulnerabilidade, desencadeado por condições sociais, econômicas e de saúde, que amplificam o potencial de disseminação das doenças, a COVID 19 apresentou uma trajetória semelhante entre a população geral do Estado e a população indígena do Estado, no período de março de 2020 a setembro de 2021. A Taxa de Mortalidade Geral dos Povos Indígenas do Maranhão apresentou um coeficiente menor, 1,27, se comparada à Taxa de Mortalidade Geral do Maranhão, calculada em 1,42 para o período. Considerações Finais: Em se tratando de Povos Indígenas no Brasil, o estabelecimento de um sistema de informações com estatísticas contínuas e confiáveis, que se integre com os demais sistemas nacionais de informação em saúde torna-se algo a se perseguir continuamente.Item A enfermagem e as práticas de atenção à saúde do indígena idoso Vitória(2016) Coelho, Liliana Pereira; Maciel, Paulete Maria AmbrósioO Brasil apresenta uma pluralidade étnica, abrigando em seu território um grande contingente de cidadãos com histórias sócios culturais peculiares, provenientes de outras partes do continente, exterior a este ou nativos desta região. A população indígena está distribuída nesta enorme extensão territorial, trazendo questões interculturais bastante desafiadoras. Demograficamente, a população indígena brasileira é estimada em 896.917 pessoas, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país, pertencentes a 305 etnias que falam mais de 274 línguas identificadas. No Espírito Santo, nas terras indígenas de Aracruz, existem 3654 indivíduos, distribuídos em duas etnias: o Guarani Mbyá com 248 pessoas e o Tupiniquim com aproximadamente 3406 pessoas. Neste contexto, estão registradas aproximadamente 178 pessoas com sessenta anos ou mais, o que corresponde a 5% da população indígena total das duas etnias. Assim, são objetivos dessa pesquisa, compreender as práticas de cuidado a saúde realizadas pelos enfermeiros voltadas à saúde do indígena idoso e identificar os desafios para implementar as ações de atenção à saúde do indígena idoso. É um estudo de abordagem qualitativa, exploratória com características descritivas, onde a coleta de dados foi realizada através de entrevista semi estruturada, com os cinco enfermeiros da saúde indígena como participantes. Todo o material produzido foi submetido à análise de temática, conforme proposto por Minayo (2013) que permitiu a construção de quatro categorias temáticas: a formação profissional; a atuação profissional em terras indígenas; a abordagem transcultural e o olhar gerontológico. Os resultados apontaram que a formação acadêmica do enfermeiro está alicerçada por uma matriz curricular que enfatiza a abordagem de procedimentos técnicos, em detrimento de abordagens contextuais referentes aos povos indígenas e à população idosa no contexto da saúde. Que o grande desafio dos profissionais de saúde esta na assistência à saúde dos indígenas idosos, transitando no espaço da diversidade cultural, expressa nas diversidades de idiomas, crenças e costumes. Na convivência diária desses atores com a comunicação intercultural, a história, a visão de mundo e outros fatores. Que o respeito à premissa do cuidado cultural constituído por valores, crenças que auxiliam o individuo ou grupo a manter o bem-estar deve constituir uma importante base para enfermagem desenvolver o cuidado gerontológico, favorecendo o planejamento das ações nas experiências do individuo e também do profissional. Concluímos que o enfermeiro na atenção básica, em sua atuação nas Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) ainda possui conhecimento impreciso sobre a necessidade do indígena idoso, pois as ações se restringem às atividades previstas nos programas do Ministério da Saúde (MS), como por exemplo, os grupos de hipertensos e diabéticos dentre outros. Tais programas não respondem à complexidade dos determinantes do processo saúde-doença do indígena idoso, uma vez que ainda são realizados de forma padronizada, vertical e prescritiva, moldados por fatores de ordem biológica, psicológica, econômica e política, sem atender às especificidades da cultura indígena. É essencial que o enfermeiro compreenda a realidade onde atua e reflita sobre sua pratica, para que possa atender de forma integral o indígena idoso, planejando e programando as ações para lidar com as questões do processo de envelhecimento, buscando sempre o máximo de autonomia dos usuários, conhecendo os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos dos idosos, de suas famílias e da comunidadeItem A malária no estado do Amazonas de 2003 a 2011: distribuição espaço-temporal e correlação com populações indígenas(2014) Teixeira, Livia Faraco; Costa, Filipe Aníbal CarvalhoEntre os anos de 2003 e 2007, a tendência de queda do número de casos de malária registrados na região amazônica observada até 2011 foi interrompida, tendo havido, na verdade, um aumento importante na incidência da doença, com pico em 2005, quando se verificam mais de 600.000 casos/ano. Trabalhamos com a hipótese de que a interrupção da tendência de redução do número de casos observada neste período poderia estar relacionada com a crise administrativa nos sistema de atenção à saúde indígena que ocorreu após o ano de 2003. O presente estudo tem como objetivo principal descrever a distribuição espacial e temporal da malária no estado do Amazonas no período de 2003 a 2011 Especificamente, objetivou-se classificar os municípios e microrregiões do estado do Amazonas, de acordo com índices malariométricos, identificando a proporção de casos de malária que ocorre em populações que residem em localidades definidas como aldeias no estado do Amazonas e correlacionar a carga da malária com características demográficas dos municípios, como: i) proporção de autodeclarados indígenas, ii) proporção de pessoas vivendo em localidades definidas como aldeias, e iii) número de pessoas vivendo em Terras Indígenas oficialmente demarcadas. Informações obtidas no SIVEP-Malária, no IBGE e no Instituto Socioambiental foram revistas para composição de um banco de dados com 1.267.011 casos de malária notificados entre 2003 e 2011. Os casos estão agrupados por município, a unidade ecológica de análise. Considerando-se variáveis independentes informações demográficas dos municípios e variáveis dependentes os parâmetros epidemiológicos relacionados à malária, procuramos identificar associações, buscando verificar um impacto diferenciado da malária sobre as populações indígenas Os resultados demonstram uma distribuição geográfica heterogênea, que evolui ao longo do recorte temporal estudado, em que áreas com menores valores de IPA passam a assumir um papel mais destacado na distribuição dos casos. A proporção de casos diagnosticados em aldeias progride ao longo dos anos, também de forma geograficamente heterogênea. Identifica-se uma mudança na correlação entre o IPA e a presença indígena nos diferentes municípios, que passa a ser positiva a partir de 2007. A crise administrativa da gestão da saúde indígena pode ter sido um fator determinante para o aumento da incidência da doença no estado do Amazonas, que interrompeu, entre 2005 e 2007, a tendência de redução do número de casos ocorrida entre 2003 e 2011.Item A Morte de Crianças Xavante no Período da Desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé(2017) Campbell Pena, Angela; Gugelmin, Silva AngelaOs Xavante, povo indígena do Brasil, se tornaram conhecidos pela resistência à invasão de suas terras no leste mato-grossense e por sofrerem constantemente com a degradação ambiental e com as fragilidades dos serviços de saúde que lhe são oferecidos, o que acaba trazendo consequências para o estado de saúde das crianças. Este estudo foi realizado na Terra Indígena (TI) Marãiwatsédé e se propôs a analisar as mortes de crianças Xavante menores de cinco anos e natimortos no período da desintrusão, que corresponde aos anos de 2012 e 2013. Nesse período a TI Marãiwatsédé foi palco de intenso conflito político e disputa territorial que culminou em uma ação policial de desintrusão de posseiros e fazendeiros que residiam ilegalmente na TI. O estudo fez uso da pesquisa qualitativa em saúde na medida em que analisou os sentidos atribuídos pelos indígenas às mortes das crianças e o contexto socioambiental e de assistência à saúde em que ocorreram os óbitos. Para tanto foram utilizadas as técnicas de observação e entrevista semiestruturada com familiares das crianças, tendo sido também aplicada a Ficha de Investigação de Óbito Infantil - Entrevista Domiciliar do Ministério da Saúde. A análise dos dados se deu à luz da interpretação de sentidos e o diálogo entre hermenêutica e dialética, proposto por Minayo. Os resultados apontam que o contexto socioambiental em que ocorreram os óbitos era de degradação ambiental, escassez de alimentos, excesso populacional e baixa qualidade da água, associado a um clima de intensa hostilidade e relações fragilizadas entre os indígenas e os moradores das cidades circunvizinhas o que potencializou o impacto social das mortes na comunidade. Na ocasião dos óbitos as famílias evidenciaram o uso de um sistema de saúde eclético que combinava atividades de cura relacionadas ao setor informal e ao setor profissional de saúde, mais especificamente ao modelo biomédico. Além disso, os indígenas utilizaram um modelo explicativo sincrético nas definições de causalidade das mortes, na medida em que conciliaram elementos originários de diferentes modelos para atribuir sentido a elas. Os principais sentidos atribuídos às mortes ocorridas no período da desintrusão estiveram relacionadas ao 1) conflito territorial e o ambiente; 2) espiritualidade e inevitabilidade da morte; e 3) procedimentos médicos. Diante disso, evidencia-se a importância de analisar as mortes infantis para além dos sentidos numéricos, a fim de tornar compreensível o sentido do adoecimento e da morte daqueles que vivenciaram os óbitos em seu cotidiano e, por meio de um diálogo intercultural, produzir respostas para o planejamento de ações mais adequadas ao contexto indígena, seja de acompanhamento de crianças e famílias ou de humanização da assistência em saúde indígena.Item A prática de vacinação no Distrito Sanitários Especial Indígena de Porto Velho: limites e possibilidades(2016) Pinheiro, Juliana Silva; Ott, Ari Miguel TeixeiraItem A saúde bucal do povo indígena Xukuru do Ororubá na faixa etária de 10 a 14 anos(2012) Mauricio, Herika de Arruda; Moreira, Rafael da SilveiraItem A saúde bucal do povo indígena Xukuru do Ororubá na faixa etária de 10 a 14 anos(2012) Mauricio, Herika de Arruda; Moreira, Rafael da SilveiraIntrodução: Este trabalho busca difundir conhecimento acerca das condições de saúde bucal de povos indígenas no Brasil, especialmente na região nordeste e no Estado de Pernambuco. A partir do povo Xukuru do Ororubá, que constitui o maior contingente populacional étnico indígena no Estado de Pernambuco, realizou-se um estudo epidemiológico buscando melhor compreender a configuração do padrão de saúde bucal. Objetivo: Analisar a ausência de cárie e fatores associados do povo indígena Xukuru do Ororubá na faixa etária de 10 a 14 anos. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal de base populacional, desenvolvido nos limites da Terra Indígena Xukuru no período de janeiro a março de 2010. Foram realizados exames bucais em um total de 233 indígenas da faixa etária de 10 a 14 anos. Os dados coletados foram estruturados no software Epi-Info versão 3.4 (2007), sendo utilizado o programa estatístico SPSS 13.0(R) para análise descritiva dos dados. Posteriormente, no sentido de medir o efeito dos fatores associados à ausência de cárie, foram testados modelos log-lineares de Poisson multiníveis com o auxílio do programa estatístico MLwiN 2.02(R). Resultados: Os exames bucais realizados identificaram Índice CPO-D médio de 2,38 (±2,62). Entre todos os indivíduos examinados, 26,61 por cento apresentaram-se livres de cárie. A análise múltipla revelou associação das variáveis menor média de habitantes por domicílio nas aldeias, menor número de moradores por domicílio, maior renda per capita, menor idade, sexo feminino, saber ler e escrever, maior satisfação com os dentes/boca, não deixar de dormir devido a problemas bucais, nunca ter ido ao dentista, não ocorrência de dor de dente e não necessitar de tratamento odontológico com a ausência de cárie. Conclusão: O estudo possibilitou quantificar a força de associação dos aspectos contextuais e individuais sobre a saúde bucal do povo indígena Xukuru do OrorubáItem Acompanhamento clínico e terapêutico de pacientes com leishmaniose tegumentar americana na terra indígena Xakriabá, São João das Missões, Minas Gerais/Brasil, 2008 – 2010.(2011) Freire, Janaina de Moura; Gontijo, Célia Maria FerreiraA comunidade indígena Xakriabá, localizada no município de São João das Missões, norte de Minas Gerais/Brasil, tem registrado casos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) desde 2001. O presente estudo teve como objetivo descrever os casos identificados desde Junho de 2008 a setembro de 2010 , bem como acompanhar a evolução a evolução clínica dos casos até 12 meses após o fim do tratamento. Os casos suspeitos foram identificados em um levantamento da população e pelos agentes de saúde indígenas. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os pacientes foram entrevistados e avaliados clinicamente, e as informações foram registradas em questionários estruturados e pré-codificados. O diagnóstico foi confirmado por testes intradérmicos de reação (IDR), exames parasitológicos ( exame direto, fragmento de biópsia ou aspirado cultura e técnicas moleculares ( PCR- RFLP). Os diagnósticos confirmados foram aqueles que testou positivo para pelo menos um dos testes. Hematológica , testes bioquímicos e eletrocardiograma (ECG) foram realizados antes, durante e no final do tratamento com antimónio pentavalente meglumina. Doses de 15 mg/kg/dia durante 20 dias (leishmaniose cutânea) e 20 mg/kg/dia durante 30 dias ( leishmaniose mucosa) foram utilizados . Entre os 94 pacientes com lesões cutâneas avaliadas, 89 foram confirmados como LTA e 60 tratados e monitorados. os casos vieram de cinco áreas existentes, com maior ocorrência nas áreas conhecidas como "Brejo Mata Fome" (47,5% casos) e "Itapicuru" ( 43,8% dos casos). A distribuição dos casos foi semelhante entre os homens (51,7%) e mulheres (48,3%) . Idade dos pacientes variou de 1 a 72 anos, com a mediana de 18 anos. Os casos ocorreram predominantemente entre os trabalhadores rurais que ganham menos de um salário mínimo. Maioria dos pacientes apresentava lesões atípicas (70,1%) e uma única lesão (60,7%). O tempo entre o início da lesão eo diagnóstico variou de menos de um mês até 72 meses. Não houve contra-indicações para o uso de antimônio pentavalente. Sessenta pacientes foram tratados e, após o 20 º dia, 24 (40,0%) apresentavam lesões que foram completamente epitelizadas enquanto outros apresentaram os parcialmente cicatrizadas. Esses dois grupos foram comparados por características demográficas, co-infecções, número, tamanho, aparência e localização das lesões, tempo de início dos sintomas, infecções bacterianas, uso de medicamentos caseiros ou comerciais, tamanho de endurecimento, a descontinuidade do tratamento , resultados de testes de diagnóstico e genótipos de Leishmania braziliensis. Após 20 dias de tratamento, epitelização completa esteve associada a lesões parcialmente epitelizadas no primeiro exame clínico (OR = 6,5, IC 95 % = 2,0-21,7) e infecção bacteriana (OR = 0,1, IC 95 % = 0,0-0,7) . Uma avaliação realizada 90 dias após o final do tratamento indicou que 44 pacientes (73,3%) apresentaram lesões completamente epitelizadas. Quando estes pacientes foram comparados aos com lesões não-cicatrizadas houve uma associação entre a falha do tratamento e LTA anterior no passado (OR = 8,2, IC 95% = 1,5-46,3), uso de medicação caseira (OR = 7,10 , IC 95 % = 1,6-71,9) e tempo de início dos sintomas superior a 8 meses (OR = 6,3, IC95% = 1,1-36,7). Seis ( 10%) recidivas foram observados casos. Entre os 60 pacientes tratados, 35 não havia completado um ano de monitoramento, no momento da análise de dados. Esperamos que com este estudo possa ampliar o conhecimento a respeito de LTA e contribuir para a melhoria do diagnóstico e tratamento da a doença na comunidade indígena Xakriabá.Item Alguns aspectos das condiçöes de saúde bucal de uma populaçäo indígena Guarani Mbyá no Município de Säo Paulo(2000) Fratucci, Maristela Vilas Boas; Fernandez, Roberto Augusto CastellanosObjetivo: Realizar diagnóstico de saúde bucal da comunidade indígena Guarani, Mbyá da Aldeia Morro da Saudade, Distrito de Parelheiros, Município de Säo Paulo, por meio de levantamento epidemiológico em saúde bucal. Métodos: Os índices foram utilizados segundo os códigos e critérios recomendados pela Organizaçäo Mundial da Saúde (OMS), na 4ª ediçäo do manual "Oral health surveys - basic methods" (1997). O estudo foi realizado sem amostra pré-estabelecida, sendo apuradas todas as idades examinadas. Conclusöes: Considerando-se os indivíduos examinados, pode-se observar que o perfil epidemiológico das doenças bucais tem um comportamento diferenciado da sociedade nacional, embora näo exista acesso a programas preventivos e assistenciais. No levantamento em questäo, a cárie, a doença periodontal, a fluorose e as oclusopatias têm uma severidade menor que a observada em estudos realizados no Município e Estado de Säo Paulo. Porém, as necessidades de tratamento acumuladas e as condiçöes de vida dessas populaçöes, demonstram que será necessária a implantaçäo de propostas de atençäo à saúde bucal para que esses índices näo continuem evoluindo de maneira drástica.Item Análise da soroprevalência da hepatite A em povoados de Tocantinópolis e índios Apinajé em Tocantins - Brasil(2013) Oliveira, Guilherme de Macêdo; Paula, Vanessa Salete deA hepatite A é uma doença hepática aguda, causada pelo vírus da hepatite A (HAV), um vírus de RNA da família Picornaviridae com transmissão fecal-oral. Atualmente, o Brasil apresenta um padrão de endemicidade intermediária da doença. Normalmente, a doença possui curso autolimitado e é benigna, porém existem formas graves que podem causar insuficiência hepática aguda em 0,01% dos casos. Além de medidas sanitárias, outro método importante de prevenção é a utilização de vacinas inativadas, esta porém só é utilizada na imunização de grupos de risco. É conhecido o elevado risco de infecção pelo HAV em comunidades nativas no mundo, no entanto, poucos trabalhos abordam este tema em comunidades indígenas do Brasil. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de hepatite A em aldeias e povoados pertencentes a reserva Apinajé, Tocantinópolis/TO. Foram analisadas 799 amostras sorológicas para anti-HAV total, sendo 358 indígenas e 441 dos povoados locais, em onze comunidades geograficamente separadas. Para tal, utilizou-se o Kit imunoenzimático comercial da marca Diasorin®. A prevalência total de anti-HAV na população estudada foi de 85,5 %. A localidade que apresentou maior prevalência foi a Aldeia Girassol (95,5%) Observou-se o aumento da prevalência de anti-HAV com o envelhecimento da população, sendo menor a prevalência (32,7%) observada no grupo etário mais jovem (0-2 anos) e maior prevalência (100%) acima dos 40 anos de idade. Observa-se que, entre os indígenas, 84,87% possuem anti-HAV reagente e nos povoados 85,97%, não havendo diferença ao comparar estas prevalências. Observamos que 39% das crianças até 12 anos estão sob risco de adquirir a doença, e até os 5 anos este número sobe para 59%, logo, a população média suscetível à hepatite A é baixa por situar-se entre a faixa de 5 à 14 anos. A reserva Apinajé apresenta prevalência intermediária de anti- HAV, tanto nas aldeias quanto nos povoados. Em relação a tendência de soroconversão de hepatite A, nas aldeias isto ocorre com maior frequência durante a transição da fase pré-escolar para escolar, enquanto que nos povoados este risco se dá entre a fase escolar e a adolescência. A prevalência encontrada em crianças e adolescentes reforça a possibilidade da implementação da vacina contra hepatite A no calendário infantilItem Aspectos demográficos e mortalidade de populações indígenas do estado do Mato Grosso do Sul(2010) Ferreira, Maria Evanir Vicente; Matsuo, Tiemi; Souza, Regina Kazue Tanno deResumo: Atualmente as condições precárias de saúde das populações indígenas no Brasil são evidenciadas pela desigualdade nas taxas de mortalidade entre estespovos e a população brasileira em geral. Partindo da hipótese que as condições desaúde da população indígena são piores que da população total do mesmo Estado,este estudo teve como objetivo analisar os aspectos demográficos e o padrão demortalidade da população indígena aldeada do Estado do Mato Grosso do Sul,comparativamente ao da população total do mesmo Estado. O campo de estudo foia área de abrangência do Distrito Sanitário Especial Indígena, cuja sede se situa nomunicípio de Campo Grande. Os dados, referentes ao período de 2001 a 2007,foram obtidos dos registros efetuados pela Fundação Nacional da Saúde noSistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena e do consolidado mensalpreenchido pelas equipes multidisciplinares de saúde. As informações referentes àpopulação total do Estado foram obtidas do módulo demográfico e do Sistema deInformação de Mortalidade do Departamento de Informática do SUS. A estruturaetária das populações foi analisada a partir da construção de pirâmides etárias.Também foram construídos os seguintes indicadores de saúde: coeficiente demortalidade infantil e seus componentes, coeficiente de mortalidade geral emortalidade proporcional por faixa etária e coeficiente de mortalidade por causasbásicas segundo capítulos e agrupamentos da Classificação EstatísticaInternacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Décima Revisão.Para efeito de comparação entre as duas populações, foram padronizadas as taxasde mortalidade por faixa etária, considerando como população padrão a populaçãototal do Estado. Entre os principais resultados, observou-se, na população indígena,que é alta a proporção de indivíduos menores de 15 anos e reduzido o número deidosos. Na comparação da mortalidade proporcional entre as populações de estudo,foram verificadas taxas mais elevadas de mortalidade em idades precoces napopulação indígena, comparativamente à população total do Estado. Em relação àmortalidade por causas, verificou-se diferença na importância das causas de morteentre as populações, caracterizada pela maior importância das doenças infecciosase parasitárias na estrutura de óbitos da população indígena. Na comparação doscoeficientes, os homens indígenas apresentaram taxas mais elevadas para ascausas externas, doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas eparasitárias. Porém, entre as mulheres, as taxas só foram significativamente maiselevadas para as causas externas e doenças infecciosas e parasitárias. Apopulação indígena também apresentou especificidade na mortalidade por causasexternas, representado pela grande importância de lesões autoprovocadasintencionalmente (suicídios) na juventude. Os resultados obtidos permitemevidenciar que as condições de saúde da população indígena são piores que a dapopulação total do Estado. Tais constatações sugerem desigualdade nas condiçõesde vida entre as populações estudadas.Item Aspectos epidemiológicos da malária por Plasmodium vivax no Brasil(2013) Viana, Dione Viero; Santos, Marina Atanaka dosItem Atenção à saúde bucal de povos do Parque Indígena do Xingu, Brasil, no período de 2004 a 2013(2016) Lemos, Pablo Natanael; Narvai, Paulo CapelIntrodução - Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), muitas mudanças ocorreram nas políticas públicas voltadas aos povos indígenas. A intensa luta dos movimentos indígenas subsidiou a proposta da criação e organização do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena em 1999, sendo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) designada como gestora e executora das ações de saúde indígena no país, no período de 1999 a 2010. Após 2010, a responsabilidade pela saúde indígena foi atribuída a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Em 2011, a Política Nacional de Saúde Bucal definiu a reorganização do modelo de atenção em saúde bucal para os povos indígenas, propondo-se que seja planejada a partir de um diagnóstico das condições de saúde-doença e subsidiada pela epidemiologia e informações sobre o território indígena, além de acompanhar o impacto das ações por meio de indicadores adequados. Objetivo - Analisar componentes de saúde bucal da Política Nacional de Saúde Indígena com foco na atenção à saúde bucal das comunidades do Xingu, considerando as tendências da cárie dentária entre crianças e jovens e as ações implementadas no período de 2004 a 2013. Método - Pesquisa com abordagem qualiquantitativa, do tipo estudo de caso, com o uso de dados secundários do Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu e do Projeto Xingu, da Universidade Federal de São Paulo, a partir dos quais foram gerados indicadores de avaliação. Foi analisada a evolução, nesse período, dos indicadores de cobertura de primeira consulta odontológica programática, tratamento odontológico básico concluído, proporção de exodontia em relação aos procedimentos, média da ação coletiva de escovação dental supervisionada do Baixo, Médio e Leste Xingu. Foram utilizados os índices de experiência de cárie dentária (CPO-D e ceo-d) para as idades de 5 e 12 anos e no grupo etário de 15 a 19 anos, a partir de inquéritos epidemiológicos, realizados em 2007 e 2013, utilizando a padronização preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para contextualizar os indicadores, foi realizada uma revisão da produção científica sobre saúde bucal dos povos indígenas no Brasil no período de 1999 a 2014, bem como a análise de propostas relacionadas à saúde bucal dos povos indígenas nas cinco Conferências Nacionais de Saúde Indígena (1986 a 2013), na 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (2004) e nas 13ª e 14ª Conferências Nacionais de Saúde (2007 e 2011). Resultados - Observou-se uma cobertura de primeira consulta odontológica programática maior que 60 por cento em todos os anos analisados, exceto nos anos de 2009 e 2010 com uma cobertura de 44,68 por cento e 53,41 por cento , respectivamente. O indicador de tratamento odontológico básico concluído apresentou um aumento significativo entre os anos 2006 e 2008, de 44,89 para 79,93. A proporção de exodontia em relação aos procedimentos apontou queda de 24,26 em 2004 para 3,84 em 2011. A média da ação coletiva de escovação dental supervisionada foi o indicador com maior variabilidade (de 1,25 a 23,27) entre os anos. Os valores de ceo-d e CPO-D indicaram padrões diferentes de cárie dentária entre os grupos. Foram examinados 368 pacientes em 2007 e 423 em 2013. Aos 5 anos, apresentou-se uma média de ceo-d de 6,43 em 2007 e 5,85 em 2013. Aos 12 anos de idade, média de CPO-D de 2,54 em 2007 e 2,78 em 2013. No grupo etário de 15 a 19 anos, verificou-se uma média de 6,89 em 2007 e 4,65 em 2013, sendo o único grupo com diferença estatisticamente significante (pItem Avaliação do estado nutricional da população Xavánte de São José, terra indígena Sangradouro - Volta Grande, Mato Grosso(1998) Leite, Maurício Soares; Santos, Ricardo VenturaItem Avaliação do impacto do Covid-19 na saúde indígena(Universidade Federal da Paraíba, 2023) Taurino, Emily Miriam Araíjo; Soares, Ricardo Souza; Lins, Tiago Salessi; Araújo, Juliana Susa Soares deO Covid-19 ocasionou representativos impactos nas populações, dentre elas as indígenas, as quais sofrem um marco histórico de luta contra o genocídio, sua ancestralidade, cultura, território e busca por seus direitos. Evidências apontam que pandemias se comportam de maneira severa em povos indígenas, o fator social, a diversidade das formas de organização, o processo de mudanças físicas e culturais são determinantes na apresentação de uma maior vulnerabilidade biológica. A saúde indígena ainda segue um dinâmico e complexo cenário que transforma-se ao longo dos anos, todavia requerendo-se mais atenção, o monitoramento deste processo nessas populações representam um grande desafio na execução de notificações, a falta de desagregação de dados e possíveis falhas na inclusão dos sistemas, contribuem para rupturas na detalhada dimensão ocasionada nos indígenas, onde se é possível através dos dados epidemiológicos exercer um papel de auxiliador na construção e execução de políticas públicas. Busca-se com esta pesquisa analisar o impacto e enfrentamento ao COVID-19 no contexto dos povos indígenas nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Brasil. A presente pesquisa aborda duas vertentes, o capítulo 1 refere-se a uma revisão integrativa verificando na literatura científica o impacto do covid-19 na população indígena, e o capítulo 2 trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, longitudinal, do tipo ecológico, desenvolvido com base no levantamento epidemiológico de dados, bem como o uso de referencial teórico sobre a Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19) em Povos Indígenas. Os dados foram extraídos através do banco de dados do Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena (SIASI), os quais destinaram-se a ser organizados e tabulados utilizando o MicrosoftExcel®. A revisão ainda que integrativa, utilizou como parâmetro o Preferred Reporting Items for Systematic review and Meta-Analysis (PRISMA) apontando 504 resultados encontrados nas bases, onde após revisão encontraram-se 10 duplicatas, e selecionados 27 para a leitura completa, sendo elegidos 7 após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Para a sistematização dos dados obtiveram-se taxas de casos confirmados para COVID-19, letalidade e mortalidade, através do software numbers e IBM SPSS Statistic versão 28. A construção dos gráficos foi realizada no software estatístico livre e gratuito R. A pandemia do novo coronavírus resultou até o final de 2022 em 852 mortes e 73.589 casos em todo o território coberto pelos DSEIs que, em 2020, cobria 780.425 pessoas em todas as regiões brasileiras. Os dados analisados poderão contribuir na determinação de padrões epidemiológicos fornecendo subsídios necessários para mensurar o real impacto da Covid-19 sobre povos indígenas, tal como medidas efetivas de barreiras sanitárias. O estado da arte da literatura científica sobre a pandemia do novo coronavírus nos povos indígenas, explicita a necessidade da quebra da invisibilidade dos nossos povos originários, tanto em relação aos seus direitos e políticas públicas, quanto a necessidade de uma produção científica que atenda as demandas da população indígena brasileiraItem Avaliação dos serviços de saúde indígenas e não indígenas no controle da tuberculose(2014) Lemos, Everton Ferreira; Croda, Julio Henrique RosaItem Avaliação sorológica para raiva em humanos e cães de comunidades indígenas do estado de São Paulo(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024) Ribeiro, Matheus Lopes; Megid, Jane; Appolinario, Camila MicheleDado que a interação entre humanos e animais acontece em várias situações e modos distintos, o conceito de Saúde Única (One Health) abarca uma visão holística que engloba a saúde humana, animal e do ambiente. Nesse contexto, é crucial compreender a situação das populações em condições vulneráveis para implementar medidas eficazes de saúde pública. Nesse sentido, foram executadas ações em quatro aldeias indígenas situadas no interior do estado de São Paulo. O objetivo central foi avaliar a soropositividade para raiva através do Teste de Neutralização de Anticorpos Virais Fluorescentes (FAVN), a fim de determinar o nível de exposição ao agente viral em indígenas, seus cães e profissionais de saúde indígena. Foi conduzida a colheita de amostras de sangue, seguida da análise sorológica de cada grupo populacional. Um questionário epidemiológico foi desenvolvido a fim de apontar as principais práticas cotidianas que possam estar relacionadas com o risco de exposição ao vírus rábico. Os resultados demonstraram a presença de anticorpos soroneutralizantes para raiva tanto na população humana (36/299; 12%) quanto canina (32/166; 19,2%), ambas sem vacinação prévia. Os resultados obtidos nesse estudo, podem fornecer subsídios para gestores públicos, no sentido de implementar e adequar políticas de saúde relacionadas ao combate e prevenção de enfermidades nas comunidades indígenas, tendo a Saúde Única como principal diretor.Item Cárie dentária e fatores associados em indígenas Kotiria do alto rio Uaupés, AM, Brasil(2013) Cortês, Gabriel; Rebelo, Maria Augusta Bessa; Carneiro, Flávia CohenAim: The aim of this study was to assess the prevalence of caries and investigate its association with socioeconomic, feeding and oral hygiene factors in Kotiria Indians from the Upper Uaupés River, Amazonas, Brazil. Methods: A cross sectional study was conducted with 93,5% of the indigenous population aged from 1-5 (n=54), 12 (n=11), and 15-19 (n-22) years old resident at the traditional Kotiria land. Caries and treatment needs were assessed using the World Health Organization criteria. The Simplified Debris Index (DI-S) and gingival bleeding (SG) were taken as oral hygiene status. Interview was used to record socioeconomic, feeding and oral hygiene data. Cariogenic food intakes frequency was assessed using 24 hours recall alimentary inquiry. Data analyses included exploratory statistics, Pearsons Chi-Square Test, Likehood Ratio, Fisher´s Exact Test, Pearson´s Correlation, T Test and Anova. Results: The dmft was 4,72 at 1-5 years and 8,11 at 5 years. The DMFT was 5,36 at 12 and 6,45 at 15 - 19 years. Only 21,8 % of the indigenous evaluated were caries free. The most frequent treatment need was filling followed by extraction for all ages. DI-S and SG status was considered good to 9,93% and 13,2% of all participants. Exclusive breastfeeding until the sixth months was reported to 72% of the children aged 1-5 years and 35,9% reported to use baby bottle. The average consumption of sucrose was 1,4 times a day, and 0,7 times in between meals. The average house income was 366,00 US dollars, and 6 houses (16%) had no income. Parents education was 8,7 and 5,1 years of study for fathers and mothers respectively. Higher sucrose intake between meals and interrupted toothpaste access were associated to higher caries frequency (p<0,05). DMFT/dmft was positive correlated to gingival bleeding (p=0,034). Conclusions: The Kotiria indigenous group presented high caries prevalence and treatment needs. Good oral hygiene, permanent toothpaste access, less sucrose intake between meals were associated or correlated to better oral health conditions.Item Circulação de herpesvírus na comunidade indígena Haliti-Paresí(Universidade Federal de Mato Grosso, 2022) Rossi, Elaine Menezes; Trettel, Ana Cláudia Pereira Terças; Espinosa, Mariano Martinez; Trettel, Ana Claudia Pereira TerçasAs infecções provocadas pelo herpesvírus humano são consideradas como a infecção sexualmente transmissível mais frequente no mundo, com um amplo espectro de acometimentos clínicos, infecções agudas e reativas, alta transmissibilidade e, ainda lesões orofacial e anogenital, provocadas pelo Alphaherpesvírus humano 1 (HSV-1) e 2 (HSV-2), respectivamente. Em se tratando de populações indígenas, as infecções herpéticas agravam ainda mais a situação de saúde desta população, tendo em vista que estes apresentam alguns dos piores indicadores sociais do país, somados a iniquidade no acesso aos serviços de saúde e aumento das vulnerabilidades. Objetivo - Assim, buscou-se investigar a soroprevalência da infecção por HSV-1 e HSV-2em indígenas da etnia Haliti-Paresí no Mato Grosso, Brasil. Métodos - O seu desenvolvimento se deu a partir de pesquisa de caráter transversal. A coleta de dados foi realizada no ano de 2015, em nove aldeias da etnia Haliti-Paresí, situadas no município Campo Novo do Parecis, Mato Grosso. Aplicou-se questionários para coleta dos dados sociodemográficos, com posterior coleta de sangue periférico para constituição do Biobanco. As variáveis investigadas foram reativações por herpes tipo 1 e herpes tipo 2 e variáveis sociodemográficas: sexo, faixa etária, escolaridade, renda familiar, quantidade de moradores no domicílio, realização de atividades fora da aldeia, número de parceiros sexuais, uso de preservativo e manifestações clínicas nos últimos trinta dias, como: febre, cefaleia, mialgia, tontura, dor lombar, diarreia, náuseas, lesão oral e/ou na região genital e dor abdominal. Empregou-se análise bivariada, Teste da Razão de Verossimilhança e Teste Exato de Fischer, com Qui-quadrado significativo ao nível de 5%. A análise das amostras foi realizada em maio de 2020, no laboratório de Imunologia Viral do Instituto Oswaldo Cruz, com o uso de ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) para determinação da Imunoglobulina G (IgG), de herpes tipo 1 e 2. Resultados - Participaram do estudo 100 indígenas, com prevalência do sexo feminino (60%), adultos com idade entre 18 e 59 anos (61%), baixa escolaridade (67%) e renda mensal de 1 a 2 salários mínimos (83%). A maioria dos entrevistados alegaram não realizar atividades fora da aldeia (79%), relataram possuir apenas um parceiro sexual (73%) e não possuíam o hábito de usar preservativo durante as relações sexuais (70%). Dentre os entrevistados, 97% eram soropositivos para herpes tipo 1 e 24% para o tipo 2. Na análise dos aspectos clínicos, houve associação estatisticamente significativa entre lesão auto genital autorreferida e as manifestações clínicas febre (p<0,01), mialgia (p=0,01), lesão oral (p=0,01) e reativação por herpes tipo 1 e tipo 2 (p=0,039). Conclusão - Diante disso, a alta soroprevalência de herpesvírus nesta etnia, associados a diversos sintomas, indica a urgência em ações que visem prevenir e controlar a disseminação dos herpesvírus humano, levando em consideração aspectos sócio culturais desta população