A Morte de Crianças Xavante no Período da Desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé
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Dissertation
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2017
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Os Xavante, povo indígena do Brasil, se tornaram conhecidos pela resistência à invasão de suas terras no leste mato-grossense e por sofrerem constantemente com a degradação ambiental e com as fragilidades dos serviços de saúde que lhe são oferecidos, o que acaba trazendo consequências para o estado de saúde das crianças. Este estudo foi realizado na Terra Indígena (TI) Marãiwatsédé e se propôs a analisar as mortes de crianças Xavante menores de cinco anos e natimortos no período da desintrusão, que corresponde aos anos de 2012 e 2013. Nesse período a TI Marãiwatsédé foi palco de intenso conflito político e disputa territorial que culminou em uma ação policial de desintrusão de posseiros e fazendeiros que residiam ilegalmente na TI. O estudo fez uso da pesquisa qualitativa em saúde na medida em que analisou os sentidos atribuídos pelos indígenas às mortes das crianças e o contexto socioambiental e de assistência à saúde em que ocorreram os óbitos. Para tanto foram utilizadas as técnicas de observação e entrevista semiestruturada com familiares das crianças, tendo sido também aplicada a Ficha de Investigação de Óbito Infantil - Entrevista Domiciliar do Ministério da Saúde. A análise dos dados se deu à luz da interpretação de sentidos e o diálogo entre hermenêutica e dialética, proposto por Minayo. Os resultados apontam que o contexto socioambiental em que ocorreram os óbitos era de degradação ambiental, escassez de alimentos, excesso populacional e baixa qualidade da água, associado a um clima de intensa hostilidade e relações fragilizadas entre os indígenas e os moradores das cidades circunvizinhas o que potencializou o impacto social das mortes na comunidade. Na ocasião dos óbitos as famílias evidenciaram o uso de um sistema de saúde eclético que combinava atividades de cura relacionadas ao setor informal e ao setor profissional de saúde, mais especificamente ao modelo biomédico. Além disso, os indígenas utilizaram um modelo explicativo sincrético nas definições de causalidade das mortes, na medida em que conciliaram elementos originários de diferentes modelos para atribuir sentido a elas. Os principais sentidos atribuídos às mortes ocorridas no período da desintrusão estiveram relacionadas ao 1) conflito territorial e o ambiente; 2) espiritualidade e inevitabilidade da morte; e 3) procedimentos médicos. Diante disso, evidencia-se a importância de analisar as mortes infantis para além dos sentidos numéricos, a fim de tornar compreensível o sentido do adoecimento e da morte daqueles que vivenciaram os óbitos em seu cotidiano e, por meio de um diálogo intercultural, produzir respostas para o planejamento de ações mais adequadas ao contexto indígena, seja de acompanhamento de crianças e famílias ou de humanização da assistência em saúde indígena.
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Brasil, Índios Sul-Americanos, Saúde de Populações Indígenas, Mato Grosso, Região Amazônica, Epidemiologia, Região Centro-Oeste, Xavante, Medicina Tradicional, Estudos Epidemiológicos, Mortalidade Infantil, Pesquisa Qualitativa, Antropologia da Saúde
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Saúde de Populações Indígenas, Região Amazônica, Epidemiologia, Medicina Tradicional, Antropologia da Saúde, Mortalidade Infantil
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CAMPBELL PENA, Angela. A Morte de Crianças Xavante no Período da Desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé. 2017. 133 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2017
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Universidade Federal de Mato Grosso
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Cuiabá