EPI - Dissertações de Mestrado
Permanent URI for this collection
Browse
Recent Submissions
Item Alguns aspectos das condiçöes de saúde bucal de uma populaçäo indígena Guarani Mbyá no Município de Säo Paulo(2000) Fratucci, Maristela Vilas Boas; Fernandez, Roberto Augusto CastellanosObjetivo: Realizar diagnóstico de saúde bucal da comunidade indígena Guarani, Mbyá da Aldeia Morro da Saudade, Distrito de Parelheiros, Município de Säo Paulo, por meio de levantamento epidemiológico em saúde bucal. Métodos: Os índices foram utilizados segundo os códigos e critérios recomendados pela Organizaçäo Mundial da Saúde (OMS), na 4ª ediçäo do manual "Oral health surveys - basic methods" (1997). O estudo foi realizado sem amostra pré-estabelecida, sendo apuradas todas as idades examinadas. Conclusöes: Considerando-se os indivíduos examinados, pode-se observar que o perfil epidemiológico das doenças bucais tem um comportamento diferenciado da sociedade nacional, embora näo exista acesso a programas preventivos e assistenciais. No levantamento em questäo, a cárie, a doença periodontal, a fluorose e as oclusopatias têm uma severidade menor que a observada em estudos realizados no Município e Estado de Säo Paulo. Porém, as necessidades de tratamento acumuladas e as condiçöes de vida dessas populaçöes, demonstram que será necessária a implantaçäo de propostas de atençäo à saúde bucal para que esses índices näo continuem evoluindo de maneira drástica.Item O caso Yanomami do Brasil: uma proposta estratégica de vigilância epidemiológica(1996) Lobo, Maria Stella de Castro; Confalonieri, Ulisses E. C.Considera-se a necessidade premente de se desenvolver um modelo de atençäo à saúde indígena que contemple as especificidades culturais, que integre a informaçäo às práticas de serviço e que empregue o método epidemiológico em sua elaboraçäo técnica e monitorizaçäo. Dentro desta perspectiva, o objetivo do trabalho consiste na contruçäo de um modelo teórico de vigilância epidemiológica que possa servir de referência para aplicaçäo junto a populaçöes indígenas. Como ponto de partida, realiza um estudo de caso baseado na experiência do Distrito Sanitário Yanomami (DSY), criado em 1991,a qual representa uma tentativa pioneira de padronizaçäo da coleta de dados de acordo com as especificidades e prioridades de saúde locais. A metodologia consiste no levantamento e revisäo da literatura referente ao histórico do contato e da saúde Yanomami, na análise crítica dos dados quantitativos gerados pelo DSY desde a sua criaçäo e na revisäo da literatura sobre o estado de arte da vigilância epidemiológica, com ênfase na busca de indicadores que possam ser aplicáveis neste modelo alternativo, quais sejam, condiçöes marcadoras e eventos-sentinela. A partir do caso Yanomami, uma vez analisados criticamente os indicadores quantitativos, confrontando-os com o contexto histórico, säo sistematizados e discutidos os aspectos conceituais e operacionais para a vigilância epidemiológica junto a esta etnia. Um esquema geral, complexo e estratégico, de operacionalizaçäo para o modelo elaborado é apresentado tendo como base o desenvolvimento de critérios de escolha, investigaçäo ampla dos fatores determinantes e açäo oportuna para as condiçöes mórbidas relevantes, aqui concebidas enquanto eventos-sentinelas.Item Ecologia de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae, Phlebotominae) em área de ocorrência de leishmaniose na Terra Indígena Xakriabá, Minas Gerais, Brasil(2017) Costa, André Tetzl; Coelho, George Luiz Lins Machado; Dias, Edelberto DiasAs leishmanioses são um complexo de doenças infecciosas causadas por protozoários do gênero Leishmania, que possuem como vetores dípteros hematófagos denominados flebotomíneos, cujos hospedeiros são compostos por diferentes espécies de animais vertebrados. A Terra Indígena de Xakriabá (TIX), localizada na região norte do estado de Minas Gerais, tem registrado casos autóctones de leishmanioses e existem poucas informações sobre os elos da cadeia de transmissão. O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos entomológicos relacionados à epidemiologia das leishmanioses nas aldeias de Brejo do Mata Fome, Riacho do Brejo, Riachinho e Prata, da Terra Indígena Xakriabá, Município de São João das Missões. As capturas entomológicas foram realizadas durante três noites consecutivas, sempre na última semana de cada mês, por um período de doze meses, de junho de 2015 a maio de 2016, em quatro residências situadas em quatro aldeias da TIX, uma por aldeia. Foram dispostas duas armadilhas por residência, sendo uma no ambiente de intradomicílio e a outra no peridomicílio. O critério de seleção das aldeias e dos domicílios foi apresentar registros anteriores de casos autóctones de leishmaniose visceral canina e possuir características ambientais propícias à presença do vetor. Foram analisadas as diferenças no padrão de distribuição de espécies, a diversidade da fauna e densidade populacional em diferentes ecótopos, e nas diferentes aldeias. Foram estimadas as correlações entre a densidade populacional flebotomínica com as médias das variáveis climáticas temperatura, umidade relativa e precipitação. Um total de 2.012 espécimes de flebotomíneos, distribuídos em 23 espécies pertencentes a dez gêneros foram capturados e identificados. As espécies Lutzomyia longipalpis (80,27%) e Nyssomyia intermedia (7,31%), importantes vetores de leishmaniose visceral e tegumentar respectivamente, foram as espécies com maior densidade populacional, tanto no intradomicílio como no peridomicílio, o que sugere que estas sejam as principais espécies responsáveis pela transmissão das leishmanioses nesta terra indígena. Entre as quatro aldeias estudadas, a de maior densidade e diversidade da fauna flebotomínica foi a aldeia Riacho do Brejo. Nenhum fator climático analisado apresentou correlação positiva com a densidade de flebotomíneos capturados. Os resultados apresentados no estudo podem contribuir para um melhor entendimento e direcionamento das medidas de prevenção e controle realizados pelos órgãos competentes ligados à saúde.Item Perfil epidemiológico dos indígenas internados em um hospital universitário(2013) Hattori, Thalise Yuri; Souza, Maria Cristina Corrêa deO conhecimento do perfil de morbidade hospitalar é importante para estabelecer as necessidades específicas de saúde de uma população. O objetivo do estudo foi caracterizar o perfil epidemiológico dos indígenas internados em um hospital universitário. Foi realizado um estudo epidemiológico, transversal do tipo descritivo, retrospectivo. Foram utilizados dados dos prontuários médicos dos indígenas internados no ano de 2008 a 2010. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS versão 22.0. O teste qui-quadrado e distribuição de frequências foram utilizados para as variáveis categóricas e ajustado pela correção de Yates quando n menor que 40 e/ou valor esperado menor que 5. Para as variáveis quantitativas foi utilizada a média e o desvio padrão. A significância estatística foi determinada por valores de p <0,05. Os resultados apresentaram as doenças do aparelho respiratório (36,6%), as doenças infecto parasitárias (21,3%), as doenças do aparelho digestivo (8,8%) e as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (7,8%) como as mais frequentes. Os menores de 5 anos (73,3%) foram os mais acometidos quanto aos aspectos de morbidade e mortalidade (70,4%). Assim, o perfil de morbidade dos indígenas internados, foi caracterizado por doenças potencialmente evitáveis que acometem principalmente as crianças menores de 5 anos, reflexo das precárias condições socioeconômicas e sanitárias em que vivem.Item Estudo epidemiológico em saúde bucal em uma comunidade Yanomami do Amazonas(2007) Pereira, Sandro Magno Costa; Mainbourg, Evelyne Marie ThereseO presente trabalho diz respeito a um inquérito epidemiológico em saúde bucal e um estudo sobre determinantes da cárie dental em uma comunidade indígena do norte do Brasil, no estado do Amazonas. O objetivo da pesquisa foi avaliar a saúde bucal dos Yanomami da comunidade do Maiá através de um levantamento da prevalência de cárie dentária e sua relação com a higiene oral e o consumo de alimentos industrializados. Os índices ceod e CPOD foram usados para determinar a prevalência da doença. A higiene oral foi avaliada a partir do Índice de Higiene Oral Simplificado (OHIS). E o consumo de alimentos industrializados obtidos através da observação dos produtos consumidos pelos Yanomami em quatro domicílios durante um período de três dias não consecutivos. O teste estatístico de Pearson foi usado para verificar a correlação entre a prevalência de cárie dental e os determinantes investigados. Os dados referentes ao inquérito epidemiológico revelaram que a saúde bucal no Maiá é precária, apresentando altos índices de cárie para maioria das faixas etárias investigadas. Os resultados referentes ao consumo alimentar mostram que o alimento industrializado faz parte da dieta dos Yanomami do Maiá. A partir dos dados do levantamento do Índice de Higiene Oral Simplificado verificouse que a higiene oral destes índios é adequada. Não houve correlação significativa entre os índices de cárie e o consumo de alimentos industrializados, e a correlação entre os índices de cárie e Índice de Higiene Oral Simplificado foi alta e significativa.Item Perfil epidemiológico e clínico de índias Terena climatéricas(2004) Pontes, Maria Auxiliadora Budib Dorsa; Baracat, Edmund ChadaONJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico e dados clínicos de índias Terena climatéricas, comparando os com os e índias no período reprodutivo. MÉTODOS: A amostra de estudo constituiu-se de 52 índias Terena com idade variável entre 35 e 75 anos. Foram realizados, em todas, mensuração da relação cintura/quadril; Índice de Massa Corpórea; glicemia de jejum; determinação sérica de FSH, estradiol, colesterol total e grações, triglicérides. Registrou-se também a idade da menarca e da menopausa, início da atividade sexual, hábito de tabagismo, atividade física, número de gestações, partos e abortos. Avaliou-se ainda o índice menopausal de Blatt. RESULTADOS: Observou-se aumento estatisticamente significante nos níveis de colesterol total, glicemia, FSH e estradiol nas índias pós-menopausicas. Quanto ao perfil epidemiológico, a idade média da menarca foi de 12,9 anos; a da coitarca foi de 17,6 anos e a da menopausa de 44 anos. Observou-se ainda que as índias Terena tiveram um número elevado de partos, sendo a média de 7,5 gestações. A grande maioria das mulheres eram sedentárias (82,7%), apresentavam sobrepeso ou obesidade (70%), com média da relação cintura/quadril de 0,9; sendo 23,1% tabagistas. CONCLUSÃO: Os resultados mostram que as índias climatéricas apresentam diversos fatores de risco cardiovascular, que justificam a necessidade de mudança de estilo de vida, bem como de melhor assistência médica, com implantação de ações preventivas em saúdeItem A saúde bucal dos povos Kaingang e Guarani da Terra Indígena Guarita: perspectivas nativas e epidemiológicas(2017) Soares, Gustavo Hermes; Crosato, Edgard MichelA população indígena brasileira compreende mais de 900 mil indivíduos distribuídos por todos os estados da Federação. Diversos estudos têm apontado para a deterioração da saúde bucal dos povos indígenas ao longo das últimas décadas, embora dados epidemiológicos ainda sejam escassos. A transição para um modelo alimentar baseado em uma dieta rica em gorduras, açúcares e alimentos refinados tem sido indicada como um fator contribuinte para o desenvolvimento de doenças como a obesidade e a cárie dentária em diferentes populações. O objetivo deste estudo é analisar o perfil epidemiológico de saúde bucal da população indígena adulta residente na Terra Indígena Guarita, bem como investigar aspectos subjetivos e determinantes sociais relacionados. Buscou-se, ainda, analisar a experiência de cárie dentária nos povos indígenas da América do Sul. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura e meta-análise referente à severidade de cárie dentária em povos indígenas que habitam países sul-americanos. Além disso, foram conduzidos grupos focais com as etnias Kaingang e Guarani da Terra Indígena Guarita. Os dados produzidos foram analisados por meio da metodologia Grounded-Theory e interpretados a partir da teoria do sociólogo Pierre Bourdieu. Adultos com idade entre 35 e 44 anos de ambas as etnias foram examinados em relação à experiência de cárie, necessidade de tratamento, e uso e necessidade de prótese dentária. Participantes responderam a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, a versão curta do questionário Oral Health Impact Profile, e a uma entrevista estruturada sobre dados sociodemográficos e uso de serviços odontológicos. Foram observadas altas experiências de cárie entre povos indígenas da América do Sul, contrastantes com a redução da prevalência da doença na população não indígena. Interferências nos sistemas alimentares indígenas afetam aspectos da identidade cultural, da organização social e da saúde das comunidades indígenas Este fenômeno implica em percepções de vulnerabilidades de saúde bucal e tensões entre o modelo biomédico e as práticas tradicionais de cura. Participantes (n = 109) apresentaram média de dentes cariados, perdidos e obturados de 14,45 (± 5,80). Cerca de dois terços do valor do índice foi composto por dentes perdidos. Necessidade de tratamento foi observada em 93% da população. Foram observadas altas frequências de necessidade de prótese e de experiência de perda dentária. Diferenças significativas na prevalência de dentição funcional foram observadas em relação a sexo e tempo da última consulta odontológica. Cerca de 94% dos participantes vivem em domicílios em situação de insegurança alimentar. Maiores pontuações de insegurança alimentar apresentaram associação com o recebimento do benefício Bolsa Família, maior densidade domiciliar e maior percepção dos impactos da saúde bucal na qualidade de vida. A presença de insegurança alimentar severa foi mais prevalente entre indivíduos que vivem em domicílios com mais de 5 moradores e aqueles com maior pontuação no instrumento OHIP-14. Este estudo apresenta dados epidemiológicos importantes para a compreensão das condições de saúde bucal dos povos Kaingang e Guarani, assim como para o planejamento de serviços de saúde culturamente apropriados para as necessidades desta população.Item Acompanhamento clínico e terapêutico de pacientes com leishmaniose tegumentar americana na terra indígena Xakriabá, São João das Missões, Minas Gerais/Brasil, 2008 – 2010.(2011) Freire, Janaina de Moura; Gontijo, Célia Maria FerreiraA comunidade indígena Xakriabá, localizada no município de São João das Missões, norte de Minas Gerais/Brasil, tem registrado casos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) desde 2001. O presente estudo teve como objetivo descrever os casos identificados desde Junho de 2008 a setembro de 2010 , bem como acompanhar a evolução a evolução clínica dos casos até 12 meses após o fim do tratamento. Os casos suspeitos foram identificados em um levantamento da população e pelos agentes de saúde indígenas. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os pacientes foram entrevistados e avaliados clinicamente, e as informações foram registradas em questionários estruturados e pré-codificados. O diagnóstico foi confirmado por testes intradérmicos de reação (IDR), exames parasitológicos ( exame direto, fragmento de biópsia ou aspirado cultura e técnicas moleculares ( PCR- RFLP). Os diagnósticos confirmados foram aqueles que testou positivo para pelo menos um dos testes. Hematológica , testes bioquímicos e eletrocardiograma (ECG) foram realizados antes, durante e no final do tratamento com antimónio pentavalente meglumina. Doses de 15 mg/kg/dia durante 20 dias (leishmaniose cutânea) e 20 mg/kg/dia durante 30 dias ( leishmaniose mucosa) foram utilizados . Entre os 94 pacientes com lesões cutâneas avaliadas, 89 foram confirmados como LTA e 60 tratados e monitorados. os casos vieram de cinco áreas existentes, com maior ocorrência nas áreas conhecidas como "Brejo Mata Fome" (47,5% casos) e "Itapicuru" ( 43,8% dos casos). A distribuição dos casos foi semelhante entre os homens (51,7%) e mulheres (48,3%) . Idade dos pacientes variou de 1 a 72 anos, com a mediana de 18 anos. Os casos ocorreram predominantemente entre os trabalhadores rurais que ganham menos de um salário mínimo. Maioria dos pacientes apresentava lesões atípicas (70,1%) e uma única lesão (60,7%). O tempo entre o início da lesão eo diagnóstico variou de menos de um mês até 72 meses. Não houve contra-indicações para o uso de antimônio pentavalente. Sessenta pacientes foram tratados e, após o 20 º dia, 24 (40,0%) apresentavam lesões que foram completamente epitelizadas enquanto outros apresentaram os parcialmente cicatrizadas. Esses dois grupos foram comparados por características demográficas, co-infecções, número, tamanho, aparência e localização das lesões, tempo de início dos sintomas, infecções bacterianas, uso de medicamentos caseiros ou comerciais, tamanho de endurecimento, a descontinuidade do tratamento , resultados de testes de diagnóstico e genótipos de Leishmania braziliensis. Após 20 dias de tratamento, epitelização completa esteve associada a lesões parcialmente epitelizadas no primeiro exame clínico (OR = 6,5, IC 95 % = 2,0-21,7) e infecção bacteriana (OR = 0,1, IC 95 % = 0,0-0,7) . Uma avaliação realizada 90 dias após o final do tratamento indicou que 44 pacientes (73,3%) apresentaram lesões completamente epitelizadas. Quando estes pacientes foram comparados aos com lesões não-cicatrizadas houve uma associação entre a falha do tratamento e LTA anterior no passado (OR = 8,2, IC 95% = 1,5-46,3), uso de medicação caseira (OR = 7,10 , IC 95 % = 1,6-71,9) e tempo de início dos sintomas superior a 8 meses (OR = 6,3, IC95% = 1,1-36,7). Seis ( 10%) recidivas foram observados casos. Entre os 60 pacientes tratados, 35 não havia completado um ano de monitoramento, no momento da análise de dados. Esperamos que com este estudo possa ampliar o conhecimento a respeito de LTA e contribuir para a melhoria do diagnóstico e tratamento da a doença na comunidade indígena Xakriabá.Item Avaliação do estado nutricional da população Xavánte de São José, terra indígena Sangradouro - Volta Grande, Mato Grosso(1998) Leite, Maurício Soares; Santos, Ricardo VenturaItem Perfil de morbidade da população indígena infantil referenciada para a Casa de Saúde Indìgena (CASAI) de Rio Branco(2010) Dantas, Fernanda Laje Lima; Gallo, Paulo Rogério; Muniz, Pascoal TorresItem Prevalência estimada e fatores associados à hipertensão arterial em indígenas Krenak do estado de Minas Gerais(2018) Chagas, Cristiane Alvarenga; Pimenta, Adriano MarçalIntrodução: Um complexo quadro de adoecimento tem sido observado nas últimas décadas entre os povos indígenas brasileiros. As doenças crônicas não transmissíveis, responsáveis pela maior carga de doença no mundo, têm afetado também estes povos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) antes não observada entre os indígenas, hoje já se faz prevalente, sendo considerado um problema de saúde nos povos indígenas brasileiros. Objetivo: Analisar os fatores associados à hipertensão arterial em indígenas das aldeias Krenak do Estado de Minas Gerais. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento transversal realizado com indígenas com idade > 18 anos de ambos os sexos da terra indígena Krenak, Minas Gerais. Os dados relativos às variáveis sociodemográficas, estilo de vida e hábitos alimentares foram coletados por meio de questionário estruturado. Foram aferidos peso e estatura para posterior cálculo do índice de massa corporal, perímetro da cintura, glicemia capilar e pressão arterial (PA). Os participantes que apresentaram PA sistólica > 140 mmHg e/ou PAS > 90 mmHg e/ou sob utilização de medicamentos anti-hipertensivos, foram considerados com HAS. A análise dos dados foi efetuada no programa Stata, versão 14. Uma análise bivariada foi realizada entre as variáveis independentes e a variável dependente, estas foram estimadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson. A força de associação foi medida através da razão de prevalência por meio da regressão de Poisson. Foi construído um modelo estatístico multivariado com a técnica de regressão de Poisson e modelo teórico adaptado. Todas as variáveis que apresentaram p < 0,20 na análise bivariada foram inseridas na elaboração do modelo multivariado final. Resultados: Participaram do estudo 183 indígenas. A maioria dos participantes era do sexo feminino (52,8%). A prevalência de HAS foi 31,1% (IC95% 24,37 37,92). Após ajuste das variáveis os fatores associados a HAS entre os indígenas foram: aqueles nas faixas etárias mais avançadas, 30-39 anos (RP=3,99 IC95% 1,49-10,69)/ 40-49 anos (RP=5,11 IC95% 1,85-14,08)/ 50-59 anos (RP=6,23 IC95% 2,05-18,90)/ 60 anos ou mais (RP=7,45 IC95% 2,64-20,97) e obesidade abdominal com risco muito elevado para doenças cardiovasculares (RP=2,83 IC95% 2,54-9,40). Conclusão: A prevalência de HAS nos indígenas Krenak foi alta, isso aponta a necessidade de se pensar em intervenções para prevenção e controle da HAS, visto que essa pode trazer consequências irreversíveis. Tais ações devem ser sustentáveis e adequadas aos recursos disponíveis no território devido a uma enorme sociodiversidade existente entre os indígenas.Item A saúde bucal do povo indígena Xukuru do Ororubá na faixa etária de 10 a 14 anos(2012) Mauricio, Herika de Arruda; Moreira, Rafael da SilveiraItem Atenção à saúde bucal de povos do Parque Indígena do Xingu, Brasil, no período de 2004 a 2013(2016) Lemos, Pablo Natanael; Narvai, Paulo CapelIntrodução - Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), muitas mudanças ocorreram nas políticas públicas voltadas aos povos indígenas. A intensa luta dos movimentos indígenas subsidiou a proposta da criação e organização do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena em 1999, sendo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) designada como gestora e executora das ações de saúde indígena no país, no período de 1999 a 2010. Após 2010, a responsabilidade pela saúde indígena foi atribuída a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Em 2011, a Política Nacional de Saúde Bucal definiu a reorganização do modelo de atenção em saúde bucal para os povos indígenas, propondo-se que seja planejada a partir de um diagnóstico das condições de saúde-doença e subsidiada pela epidemiologia e informações sobre o território indígena, além de acompanhar o impacto das ações por meio de indicadores adequados. Objetivo - Analisar componentes de saúde bucal da Política Nacional de Saúde Indígena com foco na atenção à saúde bucal das comunidades do Xingu, considerando as tendências da cárie dentária entre crianças e jovens e as ações implementadas no período de 2004 a 2013. Método - Pesquisa com abordagem qualiquantitativa, do tipo estudo de caso, com o uso de dados secundários do Distrito Sanitário Especial Indígena Xingu e do Projeto Xingu, da Universidade Federal de São Paulo, a partir dos quais foram gerados indicadores de avaliação. Foi analisada a evolução, nesse período, dos indicadores de cobertura de primeira consulta odontológica programática, tratamento odontológico básico concluído, proporção de exodontia em relação aos procedimentos, média da ação coletiva de escovação dental supervisionada do Baixo, Médio e Leste Xingu. Foram utilizados os índices de experiência de cárie dentária (CPO-D e ceo-d) para as idades de 5 e 12 anos e no grupo etário de 15 a 19 anos, a partir de inquéritos epidemiológicos, realizados em 2007 e 2013, utilizando a padronização preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para contextualizar os indicadores, foi realizada uma revisão da produção científica sobre saúde bucal dos povos indígenas no Brasil no período de 1999 a 2014, bem como a análise de propostas relacionadas à saúde bucal dos povos indígenas nas cinco Conferências Nacionais de Saúde Indígena (1986 a 2013), na 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal (2004) e nas 13ª e 14ª Conferências Nacionais de Saúde (2007 e 2011). Resultados - Observou-se uma cobertura de primeira consulta odontológica programática maior que 60 por cento em todos os anos analisados, exceto nos anos de 2009 e 2010 com uma cobertura de 44,68 por cento e 53,41 por cento , respectivamente. O indicador de tratamento odontológico básico concluído apresentou um aumento significativo entre os anos 2006 e 2008, de 44,89 para 79,93. A proporção de exodontia em relação aos procedimentos apontou queda de 24,26 em 2004 para 3,84 em 2011. A média da ação coletiva de escovação dental supervisionada foi o indicador com maior variabilidade (de 1,25 a 23,27) entre os anos. Os valores de ceo-d e CPO-D indicaram padrões diferentes de cárie dentária entre os grupos. Foram examinados 368 pacientes em 2007 e 423 em 2013. Aos 5 anos, apresentou-se uma média de ceo-d de 6,43 em 2007 e 5,85 em 2013. Aos 12 anos de idade, média de CPO-D de 2,54 em 2007 e 2,78 em 2013. No grupo etário de 15 a 19 anos, verificou-se uma média de 6,89 em 2007 e 4,65 em 2013, sendo o único grupo com diferença estatisticamente significante (pItem Hanseníase em indígenas no Brasil no período de 2001 a 2011(2014) Teófilo, Jullyana da Silva; Santos, Marina Atanaka dos; Santos, Emerson Soares dosA hanseníase é uma doença que acomete cerca de 0,4 milhões de pessoas no mundo, esta tem sido frequente na população indígena em geral (sobre a qual há poucos estudos). O maior contato interétnico gerou a proliferação de endemias de doenças transmissíveis entre os indígenas, dentre elas a hanseníase. Objetivo geral: Analisar a ocorrência de hanseníase em indígenas no Brasil entre os anos de 2001 e 2011. Métodos: Estudo ecológico baseado em um banco de dados secundários de casos novos de hanseníase declarados indígenas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período entre 2001 e 2011 no Brasil. Estimou-se a população indígena através do método de Progressão Geométrica, a partir de dados do Censo 2000 e 2010 por microrregiões, mesorregiões e municípios. Estes foram divididos em três períodos (2001-2004, 2005-2008 e 2009- 2011) na elaboração dos mapas. Calculou-se a taxa de detecção da hanseníase e para todas as taxas anuais que são mostradas por região e estado foram calculadas por médias móveis de três anos. Os parâmetros de classificação das taxas de detecção, avaliação e Grau II de incapacidade, foram baseados aos preconizados pela Organização Pan-Americana da Saúde e pela Portaria nº 3.125, de 7 de outubro de 2010. A análise da distribuição espacial do agravo foi feita pela distribuição de casos por município, utilizando o Teste de Moran. A visualização das áreas foram realizadas através de mapas do coeficiente de detecção da hanseníase, Box Map e Moran Map entre os anos de 2001 e 2011. Resultados: As regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentam as maiores taxas de detecção de hanseníase em indígenas, principalmente no período entre 2005-2008 com 4,41 e 2,61 casos/10.000 habitantes, respectivamente. Dos 1.476 casos, 841 ocorreram no sexo masculino (56,98%) e 518 foram multibacilares. Houve maior frequência em maiores de 15 anos e residentes em área urbana. O Box Map da mesorregião indicou um aumento das áreas de maior prioridade de controle Q(+/+) nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Quatro mesorregiões dos estados de Pernambuco e Sergipe eram da área Q(+/+) entre 2001 e 2004 e se tornaram Q(-/-) nos demais períodos. O Box Map da microrregião aponta uma tendência diminuição das áreas de maior Q(+/+) e menor prioridade Q(-/-). Quatro microrregiões que eram de classificação baixa e da área de menor prioridade Q(-/-) entre 2001 e 2004 passaram para a classificação hiperendêmica e para a área de maior prioridade Q(+/+) nos dois últimos períodos. Dezessete microrregiões hiperendêmicas permaneceram nesta classificação nos três períodos e três destas migraram para área de maior prioridade Q(+/+), uma no Maranhão entre 2005 e 2008 e duas no Maranhão e Pará, entre 2009 e 2011. Conclusões: Os resultados encontrados nesse estudo mostram a relevância da hanseníase na população indígena, evidenciam uma situação endêmica e remetem a um problema de saúde pública. A distribuição espaço-temporal da hanseníase na população indígena é de tamanha importância para tomada de decisões, pois permite uma melhor visualização etnoepidemiológica da doença.Item Gestão de resíduos sólidos em aldeias indígenas: estudo de caso do distrito sanitário especial indígena Ceará(2015) Lima, Renato De Oliveira; Stefanutti, RonaldoA gestão de resíduos sólidos em aldeias indígenas é um tema pouco estudado, porém de grande relevância para a sociedade, tanto no que diz respeito a essas populações repletas de especificidades, como no que diz respeito ao meio ambiente, pois, apesar de serem sociedades difusas, cada vez mais sua contribuição na geração de resíduos vem aumentando. Este trabalho tem como objetivo principal diagnosticar a situação existente dos resíduos sólidos domiciliares e de serviços de saúde nas aldeias Central, Nova e Santo Antônio, em Maracanaú, Lagoa Encantada, em Aquiraz, e Varjota, Tapera, Batedeira e Batedeira II, na Itarema, no estado do Ceará, propondo técnicas viáveis de redução da geração dos resíduos e de disposição final ambientalmente adequada. Para caracterizar o ambiente da saúde indígena em estudo, foi apresentado um histórico desde as primeiras ações de proteção à saúde do índio até os dias de hoje, com a Secretaria Especial de Saúde Indígena - SESAI. Como metodologia de trabalho, foram realizadas visitas às aldeias, aplicação de questionários, estudos de composição dos resíduos, entrevista com os responsáveis pelo gerenciamento nas prefeituras e análises estatísticas dos dados obtidos. Como resultados, foi observado que não existe coleta para os resíduos domiciliares na maioria das aldeias, porém os resíduos de serviços de saúde são coletados corretamente. Aquiraz e Maracanaú possuem aterro sanitário e Itarema, lixão. A principal forma de destinação dos resíduos nas aldeias é a queimada e existe a presença de vetores de doenças na maioria das residências. Os resíduos passíveis de logística reversa não são destinados de forma correta. As aldeias possuem números elevados de residências com criação de animais e cultivo de plantações. Quanto à educação ambiental, o conceito de reciclagem é mais conhecido que o conceito de compostagem. A prática da segregação dos resíduos não é comum nas aldeias. A geração per capita de resíduos domiciliares está entre 0,60 e 0,80 kg/hab./dia. Como conclusões, os municípios de Maracanaú e Aquiraz possuem estrutura suficiente para atender as aldeias quanto ao gerenciamento dos resíduos, porém Itarema deve ser melhor analisada. Nas aldeias devem ser realizadas ações de educação ambiental, visando à preparação da população para implantação de programas de coleta seletiva e compostagem. O Agente Indígena de Saneamento - AISAN é um profissional que, corretamente capacitado, pode ser de grande apoio à gestão de resíduos sólidos nas aldeias indígenas. Por fim, como recomendação, devem ser realizados mais trabalhos com essa mesma metodologia, pois são poucos e esses trabalhos devem ser ampliados para mais aldeias do Ceará, como para aldeias de outros Distritos Sanitários Especiais Indígenas - DSEI. A parceria entre DSEI e prefeituras é de grande valia, pois só assim, todas as etapas do gerenciamento poderão ser executadas, garantindo um ambiente saudável e qualidade de vida às populações indígenas.Item Avaliação dos serviços de saúde indígenas e não indígenas no controle da tuberculose(2014) Lemos, Everton Ferreira; Croda, Julio Henrique RosaItem Efetividade de vacinas contra a hospitalização por doença respiratória aguda baixa em crianças indígenas guarani menores de cinco anos no Sul e Sudeste do Brasil(2014) Santos, Lalita Paiva; Cardoso, Andrey MoreiraItem A enfermagem e as práticas de atenção à saúde do indígena idoso Vitória(2016) Coelho, Liliana Pereira; Maciel, Paulete Maria AmbrósioO Brasil apresenta uma pluralidade étnica, abrigando em seu território um grande contingente de cidadãos com histórias sócios culturais peculiares, provenientes de outras partes do continente, exterior a este ou nativos desta região. A população indígena está distribuída nesta enorme extensão territorial, trazendo questões interculturais bastante desafiadoras. Demograficamente, a população indígena brasileira é estimada em 896.917 pessoas, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país, pertencentes a 305 etnias que falam mais de 274 línguas identificadas. No Espírito Santo, nas terras indígenas de Aracruz, existem 3654 indivíduos, distribuídos em duas etnias: o Guarani Mbyá com 248 pessoas e o Tupiniquim com aproximadamente 3406 pessoas. Neste contexto, estão registradas aproximadamente 178 pessoas com sessenta anos ou mais, o que corresponde a 5% da população indígena total das duas etnias. Assim, são objetivos dessa pesquisa, compreender as práticas de cuidado a saúde realizadas pelos enfermeiros voltadas à saúde do indígena idoso e identificar os desafios para implementar as ações de atenção à saúde do indígena idoso. É um estudo de abordagem qualitativa, exploratória com características descritivas, onde a coleta de dados foi realizada através de entrevista semi estruturada, com os cinco enfermeiros da saúde indígena como participantes. Todo o material produzido foi submetido à análise de temática, conforme proposto por Minayo (2013) que permitiu a construção de quatro categorias temáticas: a formação profissional; a atuação profissional em terras indígenas; a abordagem transcultural e o olhar gerontológico. Os resultados apontaram que a formação acadêmica do enfermeiro está alicerçada por uma matriz curricular que enfatiza a abordagem de procedimentos técnicos, em detrimento de abordagens contextuais referentes aos povos indígenas e à população idosa no contexto da saúde. Que o grande desafio dos profissionais de saúde esta na assistência à saúde dos indígenas idosos, transitando no espaço da diversidade cultural, expressa nas diversidades de idiomas, crenças e costumes. Na convivência diária desses atores com a comunicação intercultural, a história, a visão de mundo e outros fatores. Que o respeito à premissa do cuidado cultural constituído por valores, crenças que auxiliam o individuo ou grupo a manter o bem-estar deve constituir uma importante base para enfermagem desenvolver o cuidado gerontológico, favorecendo o planejamento das ações nas experiências do individuo e também do profissional. Concluímos que o enfermeiro na atenção básica, em sua atuação nas Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) ainda possui conhecimento impreciso sobre a necessidade do indígena idoso, pois as ações se restringem às atividades previstas nos programas do Ministério da Saúde (MS), como por exemplo, os grupos de hipertensos e diabéticos dentre outros. Tais programas não respondem à complexidade dos determinantes do processo saúde-doença do indígena idoso, uma vez que ainda são realizados de forma padronizada, vertical e prescritiva, moldados por fatores de ordem biológica, psicológica, econômica e política, sem atender às especificidades da cultura indígena. É essencial que o enfermeiro compreenda a realidade onde atua e reflita sobre sua pratica, para que possa atender de forma integral o indígena idoso, planejando e programando as ações para lidar com as questões do processo de envelhecimento, buscando sempre o máximo de autonomia dos usuários, conhecendo os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos dos idosos, de suas famílias e da comunidadeItem Aspectos epidemiológicos da malária por Plasmodium vivax no Brasil(2013) Viana, Dione Viero; Santos, Marina Atanaka dosItem Prevalência de anemia por deficiência de ferro em crianças indígenas Teréna(2011) Pereira, Alini de Olveira; Macedo, Maria Lígia Rodrigues; Ribaz, Dulce Lopes Barbosa