EPI - Dissertações de Mestrado
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Item Saúde indígena e os impactos provocados pela Covid-19 nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas de Mato Grosso(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021) Olveira, Julio Martinez Alves; Saliba, Tânia AdasOs povos indígenas, considerados como um grupo vulnerável, são alvo de atenção global em várias afecções, e em especial em tempos de pandemia da Covid-19, onde a situação tornou-se ainda mais preocupante. O objetivo neste estudo foi analisar os dados epidemiológicos da Covid-19 nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) do estado de Mato Grosso, e da vacinação no combate a pandemia nas comunidades indígenas do estado. Trata-se de um estudo ecológico, quantitativo e de análise documental de dados divulgados pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde do Brasil. Foram coletados dados sobre a Covid- 19 disponíveis nos sistemas públicos da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) notificados nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), bem como o número de Unidades Básicas de Saúde Indígenas localizadas nos distritos do estado. Foram analisados no período de Março de 2020 à Julho de 2021 os números de casos confirmados, descartados, e dos óbitos causados pela Covid-19 no período anterior e após o início da vacinação contra a Covid-19. A população indígena foi incluída como grupo prioritário nas campanhas de imunização contra a doença no início de 2021. No estado de Mato Grosso, de acordo com o IBGE, há 54399 indígenas. Em relação ao número de Unidades Básicas de Saúde Indígena, o estado possui 176. O número de casos de Covid-19 entre Março e Novembro de 2020 foi de 4441, e de óbitos 105. No ano de 2021, de Janeiro a Julho, o percentual de imunizados com a primeira dose da vacina nos DSEIs do estado foi alto, com 96% de imunizados no Distrito Vilhena, 90% no distrito Cuiabá, 85% no Distrito Xavante, 79% no Distrito Xingu, 71% no Distrito Kaiapó e 59% no Distrito Araguaia. No total, o número de casos confirmados da doença no período, chegou a 1502, e o número de óbitos foi de 19. Medidas de prevenção e educação em saúde e a inclusão dos indígenas como grupo prioritário foram determinantes para redução de casos e óbitos provocados pela Covid-19Item Circulação de herpesvírus na comunidade indígena Haliti-Paresí(Universidade Federal de Mato Grosso, 2022) Rossi, Elaine Menezes; Trettel, Ana Cláudia Pereira Terças; Espinosa, Mariano Martinez; Trettel, Ana Claudia Pereira TerçasAs infecções provocadas pelo herpesvírus humano são consideradas como a infecção sexualmente transmissível mais frequente no mundo, com um amplo espectro de acometimentos clínicos, infecções agudas e reativas, alta transmissibilidade e, ainda lesões orofacial e anogenital, provocadas pelo Alphaherpesvírus humano 1 (HSV-1) e 2 (HSV-2), respectivamente. Em se tratando de populações indígenas, as infecções herpéticas agravam ainda mais a situação de saúde desta população, tendo em vista que estes apresentam alguns dos piores indicadores sociais do país, somados a iniquidade no acesso aos serviços de saúde e aumento das vulnerabilidades. Objetivo - Assim, buscou-se investigar a soroprevalência da infecção por HSV-1 e HSV-2em indígenas da etnia Haliti-Paresí no Mato Grosso, Brasil. Métodos - O seu desenvolvimento se deu a partir de pesquisa de caráter transversal. A coleta de dados foi realizada no ano de 2015, em nove aldeias da etnia Haliti-Paresí, situadas no município Campo Novo do Parecis, Mato Grosso. Aplicou-se questionários para coleta dos dados sociodemográficos, com posterior coleta de sangue periférico para constituição do Biobanco. As variáveis investigadas foram reativações por herpes tipo 1 e herpes tipo 2 e variáveis sociodemográficas: sexo, faixa etária, escolaridade, renda familiar, quantidade de moradores no domicílio, realização de atividades fora da aldeia, número de parceiros sexuais, uso de preservativo e manifestações clínicas nos últimos trinta dias, como: febre, cefaleia, mialgia, tontura, dor lombar, diarreia, náuseas, lesão oral e/ou na região genital e dor abdominal. Empregou-se análise bivariada, Teste da Razão de Verossimilhança e Teste Exato de Fischer, com Qui-quadrado significativo ao nível de 5%. A análise das amostras foi realizada em maio de 2020, no laboratório de Imunologia Viral do Instituto Oswaldo Cruz, com o uso de ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA) para determinação da Imunoglobulina G (IgG), de herpes tipo 1 e 2. Resultados - Participaram do estudo 100 indígenas, com prevalência do sexo feminino (60%), adultos com idade entre 18 e 59 anos (61%), baixa escolaridade (67%) e renda mensal de 1 a 2 salários mínimos (83%). A maioria dos entrevistados alegaram não realizar atividades fora da aldeia (79%), relataram possuir apenas um parceiro sexual (73%) e não possuíam o hábito de usar preservativo durante as relações sexuais (70%). Dentre os entrevistados, 97% eram soropositivos para herpes tipo 1 e 24% para o tipo 2. Na análise dos aspectos clínicos, houve associação estatisticamente significativa entre lesão auto genital autorreferida e as manifestações clínicas febre (p<0,01), mialgia (p=0,01), lesão oral (p=0,01) e reativação por herpes tipo 1 e tipo 2 (p=0,039). Conclusão - Diante disso, a alta soroprevalência de herpesvírus nesta etnia, associados a diversos sintomas, indica a urgência em ações que visem prevenir e controlar a disseminação dos herpesvírus humano, levando em consideração aspectos sócio culturais desta populaçãoItem Mortalidade em indígenas do Distrito Sanitário Especial Indígena Ceará, no período de 2013 a 2018(Universidade Federal do Ceará, 2021-02-08) Martins, Lourdes Amélia de Oliveira; Façanha, Mônica Cardoso; Cardoso, Andrey Moreira; Façanha, Mônica Cardoso; Correia, Luciano Lima; Henriques, Eliane Mara Viana; Caldas, Aline Diniz RodriguesO estudo visa caracterizar a mortalidade indígena (geral e infantil) do Distrito Sanitário Especial Indígena Ceará (DSEI-CE) e avaliar a qualidade das variáveis no Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI). Métodos: Estudo descritivo da mortalidade geral e infantil indígena nos triênios 2013-2015 e 2016-2018, no Ceará. As fontes de dados foram os bancos do SIASI, dos Sistemas de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e Mortalidade (SIM). Avaliou-se o grau de incompletitude no SIASI e confiabilidade e cobertura dos óbitos indígenas no SIM; calculadas taxas de mortalidade (TM) geral brutas e padronizadas; mortalidade proporcional, por faixa etária, sexo e causa básica do óbito, estimando razões de taxas entre indígenas e populações gerais do estado e municípios em território do DSEI-CE e triênios. Resultados: O SIASI não registra variáveis socioeconômicas, Apgar no 1° e 5° minuto e descrição das anomalias congênitas; não possibilita a extração por meio de relatório de variáveis sobre a gestação e parto nos dados de nascimento e óbito. Houve melhora em 40% das variáveis de nascimento, 40% das de óbito infantil e 54,5% das de óbito geral. A confiabilidade nos registros dos óbitos indígenas no SIASI em comparação ao SIM foi de 45,5% (328) nos óbitos totais e 37,5% (15) nos óbitos infantis; e cobertura de 93,6% (674) para os óbitos totais e 95% (38) para os óbitos infantis indígenas. Nos indígenas, houve predomínio dos óbitos no período pós-neonatal (53%) no primeiro triênio, situação que se inverteu no segundo triênio, em que se observou concentração de óbitos no período neonatal precoce (68%), passando a assemelhar-se ao padrão do estado e municípios em território do DSEI-CE. A população indígena apresentou estrutura etária e causas básicas de óbito similares à da população geral do estado e municípios em território do DSEI-CE. Os indígenas apresentaram maior razão de TM entre os menores de cinco anos 1,48(1,1-1,9) em comparação à população dos municípios; por causa mal definida [1,36(1,3-1,4)] e doenças circulatórias e respiratório em mulheres, respectivamente 1,26(1,2-1,2) e 1,25(1,2-1,2) em comparação à população do estado. Menor razão entre as TM em homens por doenças infecto parasitárias [0,52(0,4-0,5)], doenças circulatórias [0,79(0,7-0,8)], geniturinárias [0,51(0,4- 0,5)] e causas externas [0,81(0,8-0,8)] em comparação ao estado. Houve redução de aproximadamente 83% na razão de taxas de mortalidade específicas por causas mal definida entre indígenas do DSEI-CE e as populações gerais quando se compara o primeiro e o segundo triênio. Conclusão: O SIASI apresenta limitações para análises socioeconômica e materno infantil sobre nascimentos e óbitos. O SIM apresentou fragilidade para identificar óbitos indígenas, mesmo tendo registrado os óbitos em sua quase totalidade. O perfil demográfico e a situação de saúde dos indígenas foram similares à da população geral do estudo; e apresentou melhora no segundo semestre.Item Fatores associados ao óbito em gestantes e puérperas indígenas e não indígenas por Síndrome Respiratória Aguda Grave pela COVID-19, no Brasil(Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2023) Moura, Adryelle Katheline D'Elia de; Picoli, Renata PalópoliA COVID-19 é uma doença causada pelo novo coronavírus e se tornou uma ameaça devastadora à saúde da população mundial, tendo a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG-Cov-2,) como sua forma mais grave. As gestantes e puérperas estão entre os grupos de risco, uma vez que as alterações fisiológicas da gestação e pós-parto aumentam o risco de infecções e as deixam susceptíveis à SRAG. Os povos indígenas também se enquadram como grupo de risco e são alvo de afecções graves, principalmente respiratórias, devido às situações de vulnerabilidade social e de saúde. Esta pesquisa teve por objetivo analisar a associação entre os determinantes sociodemográficos, comorbidades, sintomas e características de hospitalização com o desfecho de gestantes e puérperas indígenas e não indígenas hospitalizadas por SRAG pela COVID-19, no Brasil. O estudo é transversal, quantitativo e retrospectivo, com dados secundários, extraídos no Banco de Dados do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), de gestantes e puérperas em idade reprodutiva (entre 10 a 49 anos), internadas por SRAG pela COVID-19, classificadas em raça/cor da pele indígena e não indígena (mulheres brancas, pretas, pardas e amarelas), no período da 9ª semana epidemiológica de 2020 à 35ª semana de 2022. Foram analisadas as variáveis com o desfecho, por meio do teste do qui-quadrado e intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Realizou-se regressão logística para identificar os fatores associados ao óbito em gestantes e puérperas indígenas. Em panorama geral, apresentaram fatores associados ao óbito as gestantes do 3º trimestre, de 20 a 34 anos, residentes na zona urbana/periurbana e na região Nordeste, sem comorbidades e saturação de O2 < 95%, somado a dispneia e necessitaram de internação em UTI, com uso de suporte ventilatório invasivo. Quando comparados os casos de óbitos entre as indígenas e não indígenas, pôde ser observada diferença estatística significante com mais vulnerabilidade das indígenas nas variáveis condição(gestante/puérpera), faixa etária, escolaridade, zona de residência, região de residência e comorbidades. Destaca-se que dentre as indígenas, residir em zona rural aumenta em trinta e três vezes sua chance de evoluir à óbito quando comparado às indígenas que residem em área urbana/periurbana. Residir nas regiões Norte e Centro-Oeste, aumentam em mais de dez vezes quando comparamos ao Sul/Sudeste. Conclui-se que a pandemia agudizou e aprofundou as desigualdades sociais e étnico-raciais no Brasil, se fazendo necessário esforços específicos que garantam atenção qualificada e temporalmente oportuna a essa populaçãoItem Gravidez de alto risco em indígenas no estado do Tocantins(Universidade Federal de Tocantins, 2022) Castro, Ana Caroline Machado Costa; Evangelista, Danielle Rocha; Evangelista , Danielle Rocha; Marson , Poliana Guerino; Bezerra, Camila FonsecaA gestação é um processo fisiológico que ocorre sem complicações na maioria dos casos. No entanto, algumas mulheres apresentam comorbidades, agravos ou desenvolvem problemas relacionados à gravidez, quando identificados são encaminhados para atendimento especializado. A gestação de alto risco vem aos poucos assumindo novas vertentes e a cada dia torna-se inquietante e questionador entender essa realidade e a necessidade de conhecer sua dinâmica e especificidades instigando mais ainda quando envolve contextos culturais e indígenas. Dessa forma, motivados pela necessidade de informações do perfil dos riscos obstétricos das indígenas do estado do Tocantins objetivou-se analisar os aspectos da saúde nas gestantes indígenas classificadas com alto risco, no Sistema Nacional de Regulação do Estado do Tocantins. Trata-se de um estudo com delineamento transversal de abordagem quantitativa e documental. A Amostra contou com 451 fichas de gestantes de alto risco obstétricos extraídas do Sistema Nacional de Regulação do Estado, os dados foram coletados e tabulados, analisados em pacote estatístico e organizados nas seguintes categorias: perfil demográfico das participantes, perfil dos riscos obstétricos, cronologia dos fatores de riscos, classificação dicotômica e sugestão de intervenções. A idade média das gestantes foi de 21,8±9,49 anos, com idade mínima de 11 anos e a máxima de 48 anos. A etnia indígena Krahô 255 (56,5%) foi a mais frequente, seguida da etnia Xerente 123 (27,3%). Em relação a residência das gestantes 95% residiam na aldeia. Nota-se que a região responsável pela maior quantidade de encaminhamentos e que maior possuem gestantes de alto risco encontra-se na macro região norte (69,8%). A maioria, 141 (31,3%), eram nulíparas. Percebeu-se que houve aumento nos casos de diabetes, toxoplasmose e uso do álcool e diminuindo os padrões da multiparidade e o intervalo intergestacional bem como zerando os casos de crescimento intrauterino restrito e atenuando os casos de anemia. Quanto as classificações de alto risco em relação ao padrão de atendimento 395 (87,6%) tinha classificação azul e verde e 54 (12%) receberam a classificação de amarelo ou vermelho. Conclui-se que o perfil de gestantes indígenas do estado do Tocantins, possuem gravidez precoce devido ao início precoce da atividade reprodutiva, que implicou na multiparidade e somatizam aos demais fatores associados com maior expressividade sendo obesidade e doenças relacionadas ao aumento da pressão arterialItem Avaliação do impacto do Covid-19 na saúde indígena(Universidade Federal da Paraíba, 2023) Taurino, Emily Miriam Araíjo; Soares, Ricardo Souza; Lins, Tiago Salessi; Araújo, Juliana Susa Soares deO Covid-19 ocasionou representativos impactos nas populações, dentre elas as indígenas, as quais sofrem um marco histórico de luta contra o genocídio, sua ancestralidade, cultura, território e busca por seus direitos. Evidências apontam que pandemias se comportam de maneira severa em povos indígenas, o fator social, a diversidade das formas de organização, o processo de mudanças físicas e culturais são determinantes na apresentação de uma maior vulnerabilidade biológica. A saúde indígena ainda segue um dinâmico e complexo cenário que transforma-se ao longo dos anos, todavia requerendo-se mais atenção, o monitoramento deste processo nessas populações representam um grande desafio na execução de notificações, a falta de desagregação de dados e possíveis falhas na inclusão dos sistemas, contribuem para rupturas na detalhada dimensão ocasionada nos indígenas, onde se é possível através dos dados epidemiológicos exercer um papel de auxiliador na construção e execução de políticas públicas. Busca-se com esta pesquisa analisar o impacto e enfrentamento ao COVID-19 no contexto dos povos indígenas nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Brasil. A presente pesquisa aborda duas vertentes, o capítulo 1 refere-se a uma revisão integrativa verificando na literatura científica o impacto do covid-19 na população indígena, e o capítulo 2 trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, longitudinal, do tipo ecológico, desenvolvido com base no levantamento epidemiológico de dados, bem como o uso de referencial teórico sobre a Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19) em Povos Indígenas. Os dados foram extraídos através do banco de dados do Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena (SIASI), os quais destinaram-se a ser organizados e tabulados utilizando o MicrosoftExcel®. A revisão ainda que integrativa, utilizou como parâmetro o Preferred Reporting Items for Systematic review and Meta-Analysis (PRISMA) apontando 504 resultados encontrados nas bases, onde após revisão encontraram-se 10 duplicatas, e selecionados 27 para a leitura completa, sendo elegidos 7 após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Para a sistematização dos dados obtiveram-se taxas de casos confirmados para COVID-19, letalidade e mortalidade, através do software numbers e IBM SPSS Statistic versão 28. A construção dos gráficos foi realizada no software estatístico livre e gratuito R. A pandemia do novo coronavírus resultou até o final de 2022 em 852 mortes e 73.589 casos em todo o território coberto pelos DSEIs que, em 2020, cobria 780.425 pessoas em todas as regiões brasileiras. Os dados analisados poderão contribuir na determinação de padrões epidemiológicos fornecendo subsídios necessários para mensurar o real impacto da Covid-19 sobre povos indígenas, tal como medidas efetivas de barreiras sanitárias. O estado da arte da literatura científica sobre a pandemia do novo coronavírus nos povos indígenas, explicita a necessidade da quebra da invisibilidade dos nossos povos originários, tanto em relação aos seus direitos e políticas públicas, quanto a necessidade de uma produção científica que atenda as demandas da população indígena brasileiraItem Avaliação sorológica para raiva em humanos e cães de comunidades indígenas do estado de São Paulo(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024) Ribeiro, Matheus Lopes; Megid, Jane; Appolinario, Camila MicheleDado que a interação entre humanos e animais acontece em várias situações e modos distintos, o conceito de Saúde Única (One Health) abarca uma visão holística que engloba a saúde humana, animal e do ambiente. Nesse contexto, é crucial compreender a situação das populações em condições vulneráveis para implementar medidas eficazes de saúde pública. Nesse sentido, foram executadas ações em quatro aldeias indígenas situadas no interior do estado de São Paulo. O objetivo central foi avaliar a soropositividade para raiva através do Teste de Neutralização de Anticorpos Virais Fluorescentes (FAVN), a fim de determinar o nível de exposição ao agente viral em indígenas, seus cães e profissionais de saúde indígena. Foi conduzida a colheita de amostras de sangue, seguida da análise sorológica de cada grupo populacional. Um questionário epidemiológico foi desenvolvido a fim de apontar as principais práticas cotidianas que possam estar relacionadas com o risco de exposição ao vírus rábico. Os resultados demonstraram a presença de anticorpos soroneutralizantes para raiva tanto na população humana (36/299; 12%) quanto canina (32/166; 19,2%), ambas sem vacinação prévia. Os resultados obtidos nesse estudo, podem fornecer subsídios para gestores públicos, no sentido de implementar e adequar políticas de saúde relacionadas ao combate e prevenção de enfermidades nas comunidades indígenas, tendo a Saúde Única como principal diretor.Item A COVID–19 e os Povos Indígenas do Maranhão(Universidade Federal do Maranhão, 2022) Amaral, Célia Regina de Araújo do; Barbosa, Maria do Carmo Lacerda; Oliveira, Márcio Moysés de; Lacerda, Maria do Carmo Barbosa; Oliveira, Márcio Moysés de; Garcia, Maria Raimunda Santos; Santana, Ivone Lima; Silva, Fábio FrançaA doença coronavírus 2019 (COVID-19) desencadeada pelo novo coronavírus denominado Severe Acute Respiratory Sindrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2), foi diagnosticada pela primeira vez no início do mês de dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, província de Hubei, China. Apresentando se como um dos maiores desafios sanitários em escala global deste século. No Brasil, o primeiro caso da doença foi notificado em 25 de fevereiro de 2020. Na população indígena brasileira, o primeiro caso foi confirmado em 01 de abril de 2020. Nesse cenário inicial, surgiu a incerteza em relação ao comportamento da doença em um contexto de vulnerabilidade, desencadeada por condições sociais, econômicas e de saúde, vivenciado pelos Povos Indígenas do Brasil. Objetivo: Descrever a prevalência da COVID–19 entre os Povos Indígenas do Estado do Maranhão, no período de março de 2020 a setembro de 2021. Metodologia: Estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa, realizado por meio de análise de dados secundários sobre a COVID–19 na população indígena do estado do Maranhão. Resultados: Do total de notificações, o estudo identificou 2.079 casos confirmados para COVID–19, sendo 55,84% do sexo feminino e 44,16% do sexo masculino. Os adultos jovens somados aos adultos representaram 66,37% dos casos confirmados. Os Guajajara foram a etnia com maior percentual de casos confirmados, 64,69%. A população aldeada correspondeu a 95% do total de casos. Dos 2.079 casos confirmados, 51 evoluíram para óbito, sendo 60,78% do sexo masculino e 39,22% do sexo feminino. A população com 60 anos ou mais representou 66,66% do total de óbitos. A Taxa de Mortalidade Geral ficou definida em 1,27 e as comorbidades foram associadas a 25,49% do total de óbitos. Conclusão: A presente pesquisa concluiu que, embora os Povos Indígenas do Estado do Maranhão vivam em um contexto de vulnerabilidade, desencadeado por condições sociais, econômicas e de saúde, que amplificam o potencial de disseminação das doenças, a COVID 19 apresentou uma trajetória semelhante entre a população geral do Estado e a população indígena do Estado, no período de março de 2020 a setembro de 2021. A Taxa de Mortalidade Geral dos Povos Indígenas do Maranhão apresentou um coeficiente menor, 1,27, se comparada à Taxa de Mortalidade Geral do Maranhão, calculada em 1,42 para o período. Considerações Finais: Em se tratando de Povos Indígenas no Brasil, o estabelecimento de um sistema de informações com estatísticas contínuas e confiáveis, que se integre com os demais sistemas nacionais de informação em saúde torna-se algo a se perseguir continuamente.Item Alguns aspectos das condiçöes de saúde bucal de uma populaçäo indígena Guarani Mbyá no Município de Säo Paulo(2000) Fratucci, Maristela Vilas Boas; Fernandez, Roberto Augusto CastellanosObjetivo: Realizar diagnóstico de saúde bucal da comunidade indígena Guarani, Mbyá da Aldeia Morro da Saudade, Distrito de Parelheiros, Município de Säo Paulo, por meio de levantamento epidemiológico em saúde bucal. Métodos: Os índices foram utilizados segundo os códigos e critérios recomendados pela Organizaçäo Mundial da Saúde (OMS), na 4ª ediçäo do manual "Oral health surveys - basic methods" (1997). O estudo foi realizado sem amostra pré-estabelecida, sendo apuradas todas as idades examinadas. Conclusöes: Considerando-se os indivíduos examinados, pode-se observar que o perfil epidemiológico das doenças bucais tem um comportamento diferenciado da sociedade nacional, embora näo exista acesso a programas preventivos e assistenciais. No levantamento em questäo, a cárie, a doença periodontal, a fluorose e as oclusopatias têm uma severidade menor que a observada em estudos realizados no Município e Estado de Säo Paulo. Porém, as necessidades de tratamento acumuladas e as condiçöes de vida dessas populaçöes, demonstram que será necessária a implantaçäo de propostas de atençäo à saúde bucal para que esses índices näo continuem evoluindo de maneira drástica.Item O caso Yanomami do Brasil: uma proposta estratégica de vigilância epidemiológica(1996) Lobo, Maria Stella de Castro; Confalonieri, Ulisses E. C.Considera-se a necessidade premente de se desenvolver um modelo de atençäo à saúde indígena que contemple as especificidades culturais, que integre a informaçäo às práticas de serviço e que empregue o método epidemiológico em sua elaboraçäo técnica e monitorizaçäo. Dentro desta perspectiva, o objetivo do trabalho consiste na contruçäo de um modelo teórico de vigilância epidemiológica que possa servir de referência para aplicaçäo junto a populaçöes indígenas. Como ponto de partida, realiza um estudo de caso baseado na experiência do Distrito Sanitário Yanomami (DSY), criado em 1991,a qual representa uma tentativa pioneira de padronizaçäo da coleta de dados de acordo com as especificidades e prioridades de saúde locais. A metodologia consiste no levantamento e revisäo da literatura referente ao histórico do contato e da saúde Yanomami, na análise crítica dos dados quantitativos gerados pelo DSY desde a sua criaçäo e na revisäo da literatura sobre o estado de arte da vigilância epidemiológica, com ênfase na busca de indicadores que possam ser aplicáveis neste modelo alternativo, quais sejam, condiçöes marcadoras e eventos-sentinela. A partir do caso Yanomami, uma vez analisados criticamente os indicadores quantitativos, confrontando-os com o contexto histórico, säo sistematizados e discutidos os aspectos conceituais e operacionais para a vigilância epidemiológica junto a esta etnia. Um esquema geral, complexo e estratégico, de operacionalizaçäo para o modelo elaborado é apresentado tendo como base o desenvolvimento de critérios de escolha, investigaçäo ampla dos fatores determinantes e açäo oportuna para as condiçöes mórbidas relevantes, aqui concebidas enquanto eventos-sentinelas.Item Ecologia de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae, Phlebotominae) em área de ocorrência de leishmaniose na Terra Indígena Xakriabá, Minas Gerais, Brasil(2017) Costa, André Tetzl; Coelho, George Luiz Lins Machado; Dias, Edelberto DiasAs leishmanioses são um complexo de doenças infecciosas causadas por protozoários do gênero Leishmania, que possuem como vetores dípteros hematófagos denominados flebotomíneos, cujos hospedeiros são compostos por diferentes espécies de animais vertebrados. A Terra Indígena de Xakriabá (TIX), localizada na região norte do estado de Minas Gerais, tem registrado casos autóctones de leishmanioses e existem poucas informações sobre os elos da cadeia de transmissão. O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos entomológicos relacionados à epidemiologia das leishmanioses nas aldeias de Brejo do Mata Fome, Riacho do Brejo, Riachinho e Prata, da Terra Indígena Xakriabá, Município de São João das Missões. As capturas entomológicas foram realizadas durante três noites consecutivas, sempre na última semana de cada mês, por um período de doze meses, de junho de 2015 a maio de 2016, em quatro residências situadas em quatro aldeias da TIX, uma por aldeia. Foram dispostas duas armadilhas por residência, sendo uma no ambiente de intradomicílio e a outra no peridomicílio. O critério de seleção das aldeias e dos domicílios foi apresentar registros anteriores de casos autóctones de leishmaniose visceral canina e possuir características ambientais propícias à presença do vetor. Foram analisadas as diferenças no padrão de distribuição de espécies, a diversidade da fauna e densidade populacional em diferentes ecótopos, e nas diferentes aldeias. Foram estimadas as correlações entre a densidade populacional flebotomínica com as médias das variáveis climáticas temperatura, umidade relativa e precipitação. Um total de 2.012 espécimes de flebotomíneos, distribuídos em 23 espécies pertencentes a dez gêneros foram capturados e identificados. As espécies Lutzomyia longipalpis (80,27%) e Nyssomyia intermedia (7,31%), importantes vetores de leishmaniose visceral e tegumentar respectivamente, foram as espécies com maior densidade populacional, tanto no intradomicílio como no peridomicílio, o que sugere que estas sejam as principais espécies responsáveis pela transmissão das leishmanioses nesta terra indígena. Entre as quatro aldeias estudadas, a de maior densidade e diversidade da fauna flebotomínica foi a aldeia Riacho do Brejo. Nenhum fator climático analisado apresentou correlação positiva com a densidade de flebotomíneos capturados. Os resultados apresentados no estudo podem contribuir para um melhor entendimento e direcionamento das medidas de prevenção e controle realizados pelos órgãos competentes ligados à saúde.Item Perfil epidemiológico dos indígenas internados em um hospital universitário(2013) Hattori, Thalise Yuri; Souza, Maria Cristina Corrêa deO conhecimento do perfil de morbidade hospitalar é importante para estabelecer as necessidades específicas de saúde de uma população. O objetivo do estudo foi caracterizar o perfil epidemiológico dos indígenas internados em um hospital universitário. Foi realizado um estudo epidemiológico, transversal do tipo descritivo, retrospectivo. Foram utilizados dados dos prontuários médicos dos indígenas internados no ano de 2008 a 2010. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS versão 22.0. O teste qui-quadrado e distribuição de frequências foram utilizados para as variáveis categóricas e ajustado pela correção de Yates quando n menor que 40 e/ou valor esperado menor que 5. Para as variáveis quantitativas foi utilizada a média e o desvio padrão. A significância estatística foi determinada por valores de p <0,05. Os resultados apresentaram as doenças do aparelho respiratório (36,6%), as doenças infecto parasitárias (21,3%), as doenças do aparelho digestivo (8,8%) e as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (7,8%) como as mais frequentes. Os menores de 5 anos (73,3%) foram os mais acometidos quanto aos aspectos de morbidade e mortalidade (70,4%). Assim, o perfil de morbidade dos indígenas internados, foi caracterizado por doenças potencialmente evitáveis que acometem principalmente as crianças menores de 5 anos, reflexo das precárias condições socioeconômicas e sanitárias em que vivem.Item Estudo epidemiológico em saúde bucal em uma comunidade Yanomami do Amazonas(2007) Pereira, Sandro Magno Costa; Mainbourg, Evelyne Marie ThereseO presente trabalho diz respeito a um inquérito epidemiológico em saúde bucal e um estudo sobre determinantes da cárie dental em uma comunidade indígena do norte do Brasil, no estado do Amazonas. O objetivo da pesquisa foi avaliar a saúde bucal dos Yanomami da comunidade do Maiá através de um levantamento da prevalência de cárie dentária e sua relação com a higiene oral e o consumo de alimentos industrializados. Os índices ceod e CPOD foram usados para determinar a prevalência da doença. A higiene oral foi avaliada a partir do Índice de Higiene Oral Simplificado (OHIS). E o consumo de alimentos industrializados obtidos através da observação dos produtos consumidos pelos Yanomami em quatro domicílios durante um período de três dias não consecutivos. O teste estatístico de Pearson foi usado para verificar a correlação entre a prevalência de cárie dental e os determinantes investigados. Os dados referentes ao inquérito epidemiológico revelaram que a saúde bucal no Maiá é precária, apresentando altos índices de cárie para maioria das faixas etárias investigadas. Os resultados referentes ao consumo alimentar mostram que o alimento industrializado faz parte da dieta dos Yanomami do Maiá. A partir dos dados do levantamento do Índice de Higiene Oral Simplificado verificouse que a higiene oral destes índios é adequada. Não houve correlação significativa entre os índices de cárie e o consumo de alimentos industrializados, e a correlação entre os índices de cárie e Índice de Higiene Oral Simplificado foi alta e significativa.Item Perfil epidemiológico e clínico de índias Terena climatéricas(2004) Pontes, Maria Auxiliadora Budib Dorsa; Baracat, Edmund ChadaONJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico e dados clínicos de índias Terena climatéricas, comparando os com os e índias no período reprodutivo. MÉTODOS: A amostra de estudo constituiu-se de 52 índias Terena com idade variável entre 35 e 75 anos. Foram realizados, em todas, mensuração da relação cintura/quadril; Índice de Massa Corpórea; glicemia de jejum; determinação sérica de FSH, estradiol, colesterol total e grações, triglicérides. Registrou-se também a idade da menarca e da menopausa, início da atividade sexual, hábito de tabagismo, atividade física, número de gestações, partos e abortos. Avaliou-se ainda o índice menopausal de Blatt. RESULTADOS: Observou-se aumento estatisticamente significante nos níveis de colesterol total, glicemia, FSH e estradiol nas índias pós-menopausicas. Quanto ao perfil epidemiológico, a idade média da menarca foi de 12,9 anos; a da coitarca foi de 17,6 anos e a da menopausa de 44 anos. Observou-se ainda que as índias Terena tiveram um número elevado de partos, sendo a média de 7,5 gestações. A grande maioria das mulheres eram sedentárias (82,7%), apresentavam sobrepeso ou obesidade (70%), com média da relação cintura/quadril de 0,9; sendo 23,1% tabagistas. CONCLUSÃO: Os resultados mostram que as índias climatéricas apresentam diversos fatores de risco cardiovascular, que justificam a necessidade de mudança de estilo de vida, bem como de melhor assistência médica, com implantação de ações preventivas em saúdeItem A saúde bucal dos povos Kaingang e Guarani da Terra Indígena Guarita: perspectivas nativas e epidemiológicas(2017) Soares, Gustavo Hermes; Crosato, Edgard MichelA população indígena brasileira compreende mais de 900 mil indivíduos distribuídos por todos os estados da Federação. Diversos estudos têm apontado para a deterioração da saúde bucal dos povos indígenas ao longo das últimas décadas, embora dados epidemiológicos ainda sejam escassos. A transição para um modelo alimentar baseado em uma dieta rica em gorduras, açúcares e alimentos refinados tem sido indicada como um fator contribuinte para o desenvolvimento de doenças como a obesidade e a cárie dentária em diferentes populações. O objetivo deste estudo é analisar o perfil epidemiológico de saúde bucal da população indígena adulta residente na Terra Indígena Guarita, bem como investigar aspectos subjetivos e determinantes sociais relacionados. Buscou-se, ainda, analisar a experiência de cárie dentária nos povos indígenas da América do Sul. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura e meta-análise referente à severidade de cárie dentária em povos indígenas que habitam países sul-americanos. Além disso, foram conduzidos grupos focais com as etnias Kaingang e Guarani da Terra Indígena Guarita. Os dados produzidos foram analisados por meio da metodologia Grounded-Theory e interpretados a partir da teoria do sociólogo Pierre Bourdieu. Adultos com idade entre 35 e 44 anos de ambas as etnias foram examinados em relação à experiência de cárie, necessidade de tratamento, e uso e necessidade de prótese dentária. Participantes responderam a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, a versão curta do questionário Oral Health Impact Profile, e a uma entrevista estruturada sobre dados sociodemográficos e uso de serviços odontológicos. Foram observadas altas experiências de cárie entre povos indígenas da América do Sul, contrastantes com a redução da prevalência da doença na população não indígena. Interferências nos sistemas alimentares indígenas afetam aspectos da identidade cultural, da organização social e da saúde das comunidades indígenas Este fenômeno implica em percepções de vulnerabilidades de saúde bucal e tensões entre o modelo biomédico e as práticas tradicionais de cura. Participantes (n = 109) apresentaram média de dentes cariados, perdidos e obturados de 14,45 (± 5,80). Cerca de dois terços do valor do índice foi composto por dentes perdidos. Necessidade de tratamento foi observada em 93% da população. Foram observadas altas frequências de necessidade de prótese e de experiência de perda dentária. Diferenças significativas na prevalência de dentição funcional foram observadas em relação a sexo e tempo da última consulta odontológica. Cerca de 94% dos participantes vivem em domicílios em situação de insegurança alimentar. Maiores pontuações de insegurança alimentar apresentaram associação com o recebimento do benefício Bolsa Família, maior densidade domiciliar e maior percepção dos impactos da saúde bucal na qualidade de vida. A presença de insegurança alimentar severa foi mais prevalente entre indivíduos que vivem em domicílios com mais de 5 moradores e aqueles com maior pontuação no instrumento OHIP-14. Este estudo apresenta dados epidemiológicos importantes para a compreensão das condições de saúde bucal dos povos Kaingang e Guarani, assim como para o planejamento de serviços de saúde culturamente apropriados para as necessidades desta população.Item Acompanhamento clínico e terapêutico de pacientes com leishmaniose tegumentar americana na terra indígena Xakriabá, São João das Missões, Minas Gerais/Brasil, 2008 – 2010.(2011) Freire, Janaina de Moura; Gontijo, Célia Maria FerreiraA comunidade indígena Xakriabá, localizada no município de São João das Missões, norte de Minas Gerais/Brasil, tem registrado casos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) desde 2001. O presente estudo teve como objetivo descrever os casos identificados desde Junho de 2008 a setembro de 2010 , bem como acompanhar a evolução a evolução clínica dos casos até 12 meses após o fim do tratamento. Os casos suspeitos foram identificados em um levantamento da população e pelos agentes de saúde indígenas. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os pacientes foram entrevistados e avaliados clinicamente, e as informações foram registradas em questionários estruturados e pré-codificados. O diagnóstico foi confirmado por testes intradérmicos de reação (IDR), exames parasitológicos ( exame direto, fragmento de biópsia ou aspirado cultura e técnicas moleculares ( PCR- RFLP). Os diagnósticos confirmados foram aqueles que testou positivo para pelo menos um dos testes. Hematológica , testes bioquímicos e eletrocardiograma (ECG) foram realizados antes, durante e no final do tratamento com antimónio pentavalente meglumina. Doses de 15 mg/kg/dia durante 20 dias (leishmaniose cutânea) e 20 mg/kg/dia durante 30 dias ( leishmaniose mucosa) foram utilizados . Entre os 94 pacientes com lesões cutâneas avaliadas, 89 foram confirmados como LTA e 60 tratados e monitorados. os casos vieram de cinco áreas existentes, com maior ocorrência nas áreas conhecidas como "Brejo Mata Fome" (47,5% casos) e "Itapicuru" ( 43,8% dos casos). A distribuição dos casos foi semelhante entre os homens (51,7%) e mulheres (48,3%) . Idade dos pacientes variou de 1 a 72 anos, com a mediana de 18 anos. Os casos ocorreram predominantemente entre os trabalhadores rurais que ganham menos de um salário mínimo. Maioria dos pacientes apresentava lesões atípicas (70,1%) e uma única lesão (60,7%). O tempo entre o início da lesão eo diagnóstico variou de menos de um mês até 72 meses. Não houve contra-indicações para o uso de antimônio pentavalente. Sessenta pacientes foram tratados e, após o 20 º dia, 24 (40,0%) apresentavam lesões que foram completamente epitelizadas enquanto outros apresentaram os parcialmente cicatrizadas. Esses dois grupos foram comparados por características demográficas, co-infecções, número, tamanho, aparência e localização das lesões, tempo de início dos sintomas, infecções bacterianas, uso de medicamentos caseiros ou comerciais, tamanho de endurecimento, a descontinuidade do tratamento , resultados de testes de diagnóstico e genótipos de Leishmania braziliensis. Após 20 dias de tratamento, epitelização completa esteve associada a lesões parcialmente epitelizadas no primeiro exame clínico (OR = 6,5, IC 95 % = 2,0-21,7) e infecção bacteriana (OR = 0,1, IC 95 % = 0,0-0,7) . Uma avaliação realizada 90 dias após o final do tratamento indicou que 44 pacientes (73,3%) apresentaram lesões completamente epitelizadas. Quando estes pacientes foram comparados aos com lesões não-cicatrizadas houve uma associação entre a falha do tratamento e LTA anterior no passado (OR = 8,2, IC 95% = 1,5-46,3), uso de medicação caseira (OR = 7,10 , IC 95 % = 1,6-71,9) e tempo de início dos sintomas superior a 8 meses (OR = 6,3, IC95% = 1,1-36,7). Seis ( 10%) recidivas foram observados casos. Entre os 60 pacientes tratados, 35 não havia completado um ano de monitoramento, no momento da análise de dados. Esperamos que com este estudo possa ampliar o conhecimento a respeito de LTA e contribuir para a melhoria do diagnóstico e tratamento da a doença na comunidade indígena Xakriabá.Item Avaliação do estado nutricional da população Xavánte de São José, terra indígena Sangradouro - Volta Grande, Mato Grosso(1998) Leite, Maurício Soares; Santos, Ricardo VenturaItem Perfil de morbidade da população indígena infantil referenciada para a Casa de Saúde Indìgena (CASAI) de Rio Branco(2010) Dantas, Fernanda Laje Lima; Gallo, Paulo Rogério; Muniz, Pascoal TorresItem Prevalência estimada e fatores associados à hipertensão arterial em indígenas Krenak do estado de Minas Gerais(2018) Chagas, Cristiane Alvarenga; Pimenta, Adriano MarçalIntrodução: Um complexo quadro de adoecimento tem sido observado nas últimas décadas entre os povos indígenas brasileiros. As doenças crônicas não transmissíveis, responsáveis pela maior carga de doença no mundo, têm afetado também estes povos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) antes não observada entre os indígenas, hoje já se faz prevalente, sendo considerado um problema de saúde nos povos indígenas brasileiros. Objetivo: Analisar os fatores associados à hipertensão arterial em indígenas das aldeias Krenak do Estado de Minas Gerais. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento transversal realizado com indígenas com idade > 18 anos de ambos os sexos da terra indígena Krenak, Minas Gerais. Os dados relativos às variáveis sociodemográficas, estilo de vida e hábitos alimentares foram coletados por meio de questionário estruturado. Foram aferidos peso e estatura para posterior cálculo do índice de massa corporal, perímetro da cintura, glicemia capilar e pressão arterial (PA). Os participantes que apresentaram PA sistólica > 140 mmHg e/ou PAS > 90 mmHg e/ou sob utilização de medicamentos anti-hipertensivos, foram considerados com HAS. A análise dos dados foi efetuada no programa Stata, versão 14. Uma análise bivariada foi realizada entre as variáveis independentes e a variável dependente, estas foram estimadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson. A força de associação foi medida através da razão de prevalência por meio da regressão de Poisson. Foi construído um modelo estatístico multivariado com a técnica de regressão de Poisson e modelo teórico adaptado. Todas as variáveis que apresentaram p < 0,20 na análise bivariada foram inseridas na elaboração do modelo multivariado final. Resultados: Participaram do estudo 183 indígenas. A maioria dos participantes era do sexo feminino (52,8%). A prevalência de HAS foi 31,1% (IC95% 24,37 37,92). Após ajuste das variáveis os fatores associados a HAS entre os indígenas foram: aqueles nas faixas etárias mais avançadas, 30-39 anos (RP=3,99 IC95% 1,49-10,69)/ 40-49 anos (RP=5,11 IC95% 1,85-14,08)/ 50-59 anos (RP=6,23 IC95% 2,05-18,90)/ 60 anos ou mais (RP=7,45 IC95% 2,64-20,97) e obesidade abdominal com risco muito elevado para doenças cardiovasculares (RP=2,83 IC95% 2,54-9,40). Conclusão: A prevalência de HAS nos indígenas Krenak foi alta, isso aponta a necessidade de se pensar em intervenções para prevenção e controle da HAS, visto que essa pode trazer consequências irreversíveis. Tais ações devem ser sustentáveis e adequadas aos recursos disponíveis no território devido a uma enorme sociodiversidade existente entre os indígenas.Item A saúde bucal do povo indígena Xukuru do Ororubá na faixa etária de 10 a 14 anos(2012) Mauricio, Herika de Arruda; Moreira, Rafael da Silveira