DIP - Artigos de Periódicos
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Item Pandemia covid-19 e motivações para procura pelo Sistema Único de Saúde em aldeias indígenas(REBEn, 2020) Ribeiro, Ariadne Alves; Rossi, Lídia AparecidaObjetivo: Discutir aspectos fundamentais no estabelecimento de medidas preventivas no enfrentamento da covid-19 entre indígenas frente às motivações para busca dos serviços de saúde nas aldeias da Terra Indígena Buriti, Mato Grosso do Sul, Brasil. Métodos: Estudo teórico-reflexivo fundamentado nos pressupostos do Sistema Único de Saúde e em pesquisa etnográfica prévia, que possibilitou identificar as motivações para a procura do serviço de saúde nas aldeias Buriti. Resultados: Os indígenas buscam unidades de saúde para atendimento de programas de atenção à saúde, tratamento para casos que não conseguem resolver e para conversar. Tais motivações fundamentaram a discussão do processo de indigenização do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus em terras indígenas. Considerações finais: As motivações para procura do serviço de saúde mostram a vulnerabilidade física e social da etnia Terena. A efetividade da medida de isolamento social nas aldeias depende do diálogo com lideranças indígenas, engajamento dos profissionais e ações intersetoriaisItem O olhar de mulheres índias e não índias sobre a aids: convergências e singularidades(USP, 2020) Silva, Joseane Barbosa Freire da; Nóbrega, Rafaela Gerbasi; Almeida, Sandra Aparecida de; Lima, Édija Anália Rodrigues de; Silva, Ana Cristina de Oliveira e; Nogueira, Jordana de AlmeidaObjetivo: Analisar o modo como a aids se configura sob o olhar de mulheres índias e não índias. Método: Estudo descritivo, com abordagem mista, realizado em três aldeias indígenas e em município circunvizinho às aldeias. Utilizou-se de um roteiro de entrevista semiestruturado, constando dados de identificação e perguntas relacionadas à percepção da doença, modo de ver e sentir a aids. O corpus foi processado pelo software IRaMuTeQ e analisado pela Classificação Hierárquica Descendente, Análise de Conteúdo e Nuvem de Palavras. Resultados: Participaram 164 mulheres da etnia potiguara e 386 mulheres não índias. Foram conformadas três classes: “aids e suas repercussões”, “aspectos sociais, espiritualidade e sentimentos atribuídos” e “modos de transmissão”. Entre as mulheres não índias, há uma melhor compreensão quanto à etiologia, tratamento e modos de transmissão da aids. Entre as mulheres índias, os conteúdos circundam principalmente em elementos negativos, tais como: morte, medo, tristeza e preconceito. Conclusão: Presume-se que os conhecimentos produzidos nas interações se moldem de acordo com o contexto social e ganhem significação própria. Tais considerações podem contribuir para o direcionamento de políticas estratégicas de controle do HIV/Aids com foco nas especificidades étnicas/culturaisItem e-COVID Xingu: Mídias Sociais e Informação no Combate à Covid-19 em Altamira, Pará(Associação Brasileira de Educação Médica, 2020) Carvalho, Lucas Mendes; Nascimento, Felipe Azevedo Alberto; Granato, Renan Rocha; Damasceno, Osvaldo Correia; Teixeira, Francisco Bruno; Sato, Diana AlbuquerqueIntrodução: A necessidade de levar informação visando combater a Covid-19 é ainda mais urgente nas regiões em desenvolvimento, uma vez que nesses locais há carência de recursos, supervisão governamental limitada, consideráveis índices de pobreza e dificuldade de acesso à informação. Com base na realidade da Transamazônica e do Xingu e na urgente necessidade da diminuição do número de casos da Covid-19 na região, a qual depende da adesão da população às medidas preventivas, surgiu o projeto de extensão “e-COVID Xingu: Mídias Sociais e Informação no Combate à COVID-19 em Altamira, Pará”. Este trabalho tem como objetivo descrever as experiências dos integrantes desse projeto durante a pandemia na região. Relato de Experiência: O projeto adotou como público-alvo a população do Xingu, em especial as comunidades indígenas e rurais. Publicações nas redes sociais levaram informações sobre medidas de prevenção, grupos de risco e isolamento social. Para alcançar as populações mais vulneráveis e que não possuem acesso à internet, uma parceria com a rádio local levou material informativo para a zona rural e comunidades indígenas afastadas. O projeto também lançou uma cartilha, em português e kayapó, com orientações de prevenção da Covid-19 para os indígenas do Médio Xingu. Discussão: Os informativos conseguiram bom alcance pelas redes sociais. Ademais, os meios de comunicação em massa, como o rádio, ainda se mostram eficazes na disseminação de informações. Com multiplataformas pode-se fazer educação em saúde inclusiva a diversos grupos sociais, seja pela internet, pelo rádio ou por materiais físicos. Conclusão: Utilizando múltiplas ferramentas de comunicação e respeitando o distanciamento social, a universidade, por meio de ação extensionista, pôde contribuir no combate à Covid-19, ao levar informações e conhecimento ao público, e atentar à necessidade de também incluir e informar populações histórica, social e economicamente vulneráveis, como indígenas e comunidade rurais do XinguItem Desigualdades raciais e a morte como horizonte: considerações sobre a COVID-19 e o racismo estrutural(ENSP/Fiocruz, 2020) Oliveira, Roberta Gondim de; Cunha, Ana Paula da; Gadelha, Ana Giselle dos Santos; Carpio, Christiane Goulart; Oliveira, Rachel Barros de; Corrêa, Roseane MariaA incidência e mortalidade por COVID-19 em países com fortes desigualdades sociais se diferenciam em termos populacionais. Em países com histórico e tradição colonial como o Brasil, os marcadores sociais das diferenças têm profunda ancoragem na demarcação racial, sobre a qual agem as dinâmicas e os processos político-sociais fundados no racismo estrutural. Contrapõe-se a narrativas que propõem uma leitura sobre ser esta uma pandemia democrática, cujo argumento se alinha à retórica da democracia racial que corresponde a uma potente estratégia de manutenção do lugar de populações racializadas, como indígenas e negros, uma produção da colonialidade moderna. Este ensaio debruça sobre o comportamento da pandemia em relação à população negra no Brasil, em diálogo com aportes decoloniais e de leituras críticas sobre o racismo. Discutem-se respostas governamentais e indicadores da doença, segundo o quesito raça/cor, demonstrando a manutenção de tramas e enredos históricos que seguem vulnerabilizando e inviabilizando vidas negras. Aponta-se também para a importância de movimentos de resistência locais, operados a partir do lugar que esses sujeitos ocupam, os espaços urbanos precarizados por ação/omissão do Estado - as favelasItem Pandemia covid-19 e motivações para procura pelo Sistema Único de Saúde em aldeias indígenas(REBEn, 2020) Ribeiro, Aridiane Alves; Rossi, Lídia AparecidaObjetivo: Discutir aspectos fundamentais no estabelecimento de medidas preventivas no enfrentamento da covid-19 entre indígenas frente às motivações para busca dos serviços de saúde nas aldeias da Terra Indígena Buriti, Mato Grosso do Sul, Brasil. Métodos: Estudo teórico-reflexivo fundamentado nos pressupostos do Sistema Único de Saúde e em pesquisa etnográfica prévia, que possibilitou identificar as motivações para a procura do serviço de saúde nas aldeias Buriti. Resultados: Os indígenas buscam unidades de saúde para atendimento de programas de atenção à saúde, tratamento para casos que não conseguem resolver e para conversar. Tais motivações fundamentaram a discussão do processo de indigenização do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus em terras indígenas. Considerações finais: As motivações para procura do serviço de saúde mostram a vulnerabilidade física e social da etnia Terena. A efetividade da medida de isolamento social nas aldeias depende do diálogo com lideranças indígenas, engajamento dos profissionais e ações intersetoriaisItem Um “fato social total”: COVID-19 e povos indígenas no Brasil(ENSP/Fiocruz, 2020) Santos, Ricardo Ventura; Pontes, Ana Lucia; Coimbra Jr., Carlos E. A.Item Antes sós do que mal acompanhados: contato e contágio com povos indígenas isolados e de recente contato no Brasil e desafios para sua proteção e assistência à saúde(FSP/USP, 2020) Rodrigues, Douglas; Albertoni, Lucas; Mendonça, Sofia Beatriz Machado deO objetivo deste artigo é apresentar e discutir a vulnerabilidade de povos indígenas em isolamento voluntário a epidemias decorrentes do contato com representantes de nossa sociedade e apontar os desafios para a assistência à saúde nas situações de contato iminente. A partir da experiência dos autores na atenção à saúde de comunidades indígenas isoladas e de contato recente e de informações existentes na literatura indigenista, são apresentados exemplos da alta mortalidade que incidiu sobre alguns povos indígenas em períodos posteriores à quebra de seu estado de isolamento. O artigo atualiza as informações existentes sobre povos indígenas isolados no Brasil, discute a política indigenista e as ameaças a que estão submetidos esses povos pelo avanço da invasão ilegal de seus territórios e alerta para a possibilidade de novos contatos entre esses grupos e a sociedade circundante no contexto atual de ataque aos direitos indígenas agravados pela epidemia de covid-19. Contextualizam-se a suscetibilidade dos povos indígenas isolados, a necessidade de preparação para futuras situações de contato e medidas para evitar o contágio quando ocorrer a quebra do estado de isolamento desses povosItem Incidência de malária entre indígenas associada à presença de garimpos(Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem, 2023) Caldas, Rosinelle Janayna Coêlho; Nogueira, Laura Maria Vidal; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataíde; Andrade, Erlon Gabriel Rego de; Costa, Carla Monique Lavareda; Trindade, Lidiane de Nazaré MotaObjetivo: Analisar a incidência da malária entre indígenas associada à presença de garimpos no estado do Pará. Método: Estudo analítico, transversal, realizado com 20.774 casos de malária em indígenas do estado do Pará (2011 a 2020). Os dados foram oriundos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária, obtidos na Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará. Na análise, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman, com significância de 5% (p < 0,05). Resultados: As taxas de incidência se mostraram elevadas, com destaque ao Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Tapajós (372,2/1.000 habitantes). Houve associação entre incidência da malária e a presença dos indígenas nos garimpos no Rio Tapajós (p=0,0008). Conclusão: A ocorrência da malária é desigual entre Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sendo mais incidente naqueles de maior atividade garimpeira, configurando exposição à doença. Faz-se necessária a adoção de medidas intersetoriais, sobretudo em áreas de vulnerabilidade ao adoecimentoItem Evolução espaço-temporal da incidência de tuberculose em indígenas e não indígenas no Brasil, no período de 2011 a 2022(ABRASCO, 2023) Vaz, Isabela Freitas; Paiva, Natália Santana; Viana, Paulo Victor de SousaObjetivo: Descrever a evolução espaço-temporal das taxas de incidência (TIs) de tuberculose (TB) em indígenas e não indígenas, segundo as unidades federativas do Brasil, no período de 2011 a 2022. Métodos: Estudo ecológico, temporal e espacial sobre os casos novos de tuberculose no Brasil em indígenas e não indígenas. Dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foram coletados de 2011 a 2022 e estratificados por UF, analisados exploratória e estatisticamente por meio do software R 4.2.3. Resultados: A TI média entre indígenas no Brasil foi 71,7 casos novos para cada 100 mil habitantes, enquanto para não indígenas foi de 28,6/100 mil habitantes. As regiões do país que apresentaram as maiores incidências (médias) para indígenas foram: Centro-Oeste (102,8/100 mil hab.), Sudeste (99,6/100 mil hab.) e Norte (79,9/100 mil hab.), e para não indígenas foram: Norte (36,5/100 mil hab.), Sudeste (31,3/100 mil hab.) e Nordeste (27,4/100 mil hab.). A análise mostrou que a maior incidência de casos de TB nas populações indígenas ocorreu nos estados de São Paulo, Rondônia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará. Conclusão: Altas incidências da doença em comparação com a população não indígena mostraram a necessidade de abordagem específica para atender às necessidades de saúde dessas populações. As disparidades regionais nas incidências indicaram a necessidade de abordar questões socioeconômicas e de infraestrutura que afetam a saúde desses povosItem Geoespacialização da tuberculose e os programas de transferência de renda entre indígenas em território endêmico(ABEn, 2023) Lima, Ingrid Bentes; Nogueira, Laura Maria Vidal; Trindade, Lidiane de Nazaré Mota; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataide; André, Suzana Rosa; Sousa, Ana InêsObjetivo: Analisar o padrão espacial de tuberculose em indígenas do Pará e sua correlação com transferência de renda. Métodos: Estudo ecológico, com 340 casos notificados em indígenas no Pará/Brasil, no período 2016-2020. Realizou-se análise descritiva e cálculo das taxas de incidência com suavização pelo método bayesiano empírico local. Fez-se autocorrelação das taxas com dados de transferência de renda pelo Moran Global, p<0,05. Resultados: As mesorregiões Marajó e Metropolitana de Belém apresentaram as taxas de tuberculose mais elevadas e reduzido número de pessoas beneficiadas com transferência de renda (correlação alto-baixo). No Sudoeste, identificaram se taxas elevadas e número significativo de pessoas beneficiadas com os auxílios financeiros (correlação alto alto), I=0,399, p=0,027. Conclusões: A autocorrelação espacial entre tuberculose e acesso a programas de transferência de renda constitui importante subsídio para formulação de políticas de proteção social, podendo impactar as ações de controle da doença nos territórios indígenas, valorizando a heterogeneidade epidemiológica identificada nas mesorregiõesItem Enfermedad y políticas de atención sanitaria: búsqueda del reconocimiento de la cosmovisión indígena durante la COVID-19(Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, 2022) Zamudio, Jorge Valtierra; Loza, Leonardo JiménezNo México os povos indígenas constituem o setor social mais desfavorecido, o que se tornou mais notório durante a pandemia de COVID-19. Apesar dos esforços governamentais para fornecer atenção médica, incluindo vacinação, tem prevalecido a desinformação e o desconhecimento do contexto, das problemáticas e da visão de mundo dos povos originários. Neste artigo, baseado em uma análise da informação bibliográfica e estatística, além de uma pesquisa de campo em 2021, contrastada com as informações estatísticas apresentadas por órgãos governamentais, como o Ministério da Saúde; apresentamos os problemas relacionados com o escasso entendimento da cosmovisão e o modus vivendi indígenas, bem como a sua perspectiva da doença. Em particular, nos concentramos no estado de Chiapas, no sudeste mexicano, com base em exemplos dos povos Chujes, Q'anjob'ales e Tojolab'ales. São feitas propostas gerais para enfrentar essas mudanças, incluindo a necessidade de realizar pesquisas e atividades in situ para contrapor a tendência de reinterpretar, representar e generalizar as características culturais indígenas, que influenciam o desenho de políticas de saúdeItem Metodologias de vida, pesquisa e luta: a experiência panhῖ(FSP/USP, 2022) Apinaje, Sheila Baxy P. Castro; Apinaje, Júlio Kamêr Ribeiro; Horta, Amanda; Rocha, Welitânia de Oliveira; Morais Neto, Odilon Rodrigues deEste ensaio apresenta as reflexões de Sheila Baxy P. Castro Apinaje e Júlio Kamêr Ribeiro Apinaje sobre sua atuação como pesquisadores da Plataforma de Antropologia e Respostas Indígenas à covid-19 (PARI-c), na Terra Indígena Apinaje, no contexto da crise sanitária mundial provocada pelo novo coronavírus. Através da descrição dos procedimentos de pesquisa adotados, os autores se apropriam do conceito de metodologia de forma particular e criativa, refletindo não apenas sobre as estratégias de produção de conhecimento acadêmico, mas também sobre como, para eles, cada uma destas estratégias deve estar alinhada às lutas panhĩ pela proteção de sua autonomia sobre seus modos de vida e seu territórioItem Tecer outro Cesto de Conhecimentos? Pesquisa colaborativa e remota na pandemia de covid-19(FSP/USP, 2022) Olivar, José Miguel Nieto; Costa, Elizângela; Morais, Dulce Meire; Fontes, Francienia Bitencourt; Marques, BrunoA partir da experiência do projeto Respostas Indígenas à COVID-19 no Brasil: arranjos sociais e saúde global (PARI-c), na região do Alto Rio Negro (AM), buscamos refletir neste artigo sobre as possibilidades e implicações da produção colaborativa de conhecimento com pesquisadoras indígenas, levando em consideração a emergência sanitária, as imobilidades territoriais, as desigualdades sociais e as diferenças epistemológicas e de políticas ontológicas. A partir da ideia de Cestos de conhecimento, pensamos as formas e possibilidades dessa colaboração, à luz de discussões contemporâneas sobre processos de “descolonização” da saúde pública (global, planetária) e do conhecimento em saúde. A base empírica para este artigo é uma descrição da experiência metodológica, de produção de conhecimento, focada em duas faces: o campo e a escrita. Esse material nos permite tecer algumas considerações em torno da relevância e do sentido de formas de geração de “saberes híbridos”, para lidar com contextos de crises globais ou sindemias. Estas formas, como veremos, atravessam o realinhamento das alianças e têm na escrita de mulheres um lugar especial de atençãoItem Entrevista com Sonia Guajajara: o movimento indígena frente à pandemia da COVID-19(ABRASCO, 2022) Guajajara, Sonia Bone; Alarcon, Daniela Fernandes; Pontes, Ana Lucia de MouraNesta entrevista, Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), aborda as análises e estratégias desenvolvidas pelo movimento indígena para o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Entre os pontos destacados, estão as estratégias de comunicação, vigilância e monitoramento da COVID-19, o apoio aos territórios indígenas, as iniciativas no Legislativo e no Judiciário, a incidência internacional e a articulação com a academia. Torna-se evidente o importante protagonismo do movimento indígena nas ações de contenção da emergência sanitária e na defesa dos direitos dos povos indígenas, em uma conjuntura de embate com o governo federal e de retrocessos nas políticas públicasItem The first year of the COVID-19 pandemic in an indigenous population in Brazil: an epidemiological study(Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 2022) Croda, Mariana Garcia; Barbosa, Marcelo dos Santos; Marchioro, Silvana Beutinger; Nascimento, Débora Dupas Gonçalves do; Melo, Enirtes Caetano Prates; Cruz, Oswaldo Gonçalves; Torres, Alex José Leite; Oliveira, Laís Albuquerque de; Ganem, Fabiana; Simionatto, SimoneItem Do monitoramento autônomo à pesquisa colaborativa virtual: parceria com o movimento indígena do Nordeste durante a pandemia da covid-19 como apoio ao controle social(FSP/USP, 2022) Pimentel, Spensy Kmitta; Gomes, Alexandre Oliveira; Pavelic, Nathalie Le Bouler; Andrade, Lara Erendira Almeida de; Julião, Cristiane Gomes; Lima, Paulidayane Cavalcanti de; Santos, Rutian do Rosário; Gomes, Thayná DonatoNos primeiros meses da pandemia de covid-19, em 2020, os movimentos e organizações indígenas da região Nordeste do Brasil estabeleceram uma extensa rede de apoio e parcerias com grupos de pesquisadores e entidades da sociedade civil para a organização de campanhas de solidariedade aos povos indígenas. A produção de informações gerais e dados empíricos sobre como a doença atingiu os territórios e populações indígenas constituiu uma das principais estratégias de ação. Essa mobilização foi a base para a constituição de redes colaborativas que investigaram como ocorreu o enfrentamento dos povos diante da pandemia, por meio de um viés antropológico e aplicando métodos que poderíamos definir como uma pesquisa colaborativa virtual. Este artigo, portanto, discute o potencial desse tipo de parceria para a reflexão sobre o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, argumentando que esse modelo pode constituir uma forma de apoio ao controle social exercido por parte das comunidadesItem Vacinação para influenza em idosos na pandemia COVID-19: estudo de base populacional em 133 cidades brasileiras(ABRASCO, 2021) Menezes, Ana Maria Baptista; Hallal, Pedro Curi; Silveira, Mariângela Freitas; Wehrmeister, Fernando César; Horta, Bernardo Lessa; Barros, Aluísio Jardim Dornellas de; Hartwig, Fernando Pires; Oliveira, Paula Duarte; Vidaletti, Luís Paulo; Mesenburg, Marilia Arndt; Jacques, Nadege; Barros, Fernando C; Victora, Cesar GomesImunizações de rotina durante pandemias podem ser prejudicadas. Este estudo estimou a cobertura vacinal para influenza em idosos durante a COVID-19 através do EPICOVID-19, inquérito populacional realizado em 133 cidades sentinelas dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal. Selecionou-se 25 setores censitários por cidade, amostragem proporcional ao tamanho, dez domicílios por setor e uma pessoa por domicílio, aleatoriamente. O quantitativo de 8.265 idosos (≥ 60 anos) foram entrevistados e responderam se haviam sido vacinados contra gripe em 2020. A cobertura foi 82,3% (IC95% 80,1; 84,2), sem diferenças por sexo, idade ou região. Maiores coberturas ocorreram nos mais ricos (84,7% versus 80,1% nos mais pobres) e nos mais escolarizados (87,3% versus 83,2% nos menos escolarizados). Menor cobertura nos indígenas (56,9% versus coberturas superiores a 80% nos demais grupos étnicos). Houve associação positiva com número de comorbidades entre homens, mas não entre mulheres. A maioria vacinou-se na rede pública (97,5%), sendo a rede privada mais utilizada na região Sul, pelos mais escolarizados e mais ricos. Conclui-se que a cobertura vacinal ficou sete pontos percentuais abaixo da meta governamental (90%), e que desigualdades devem ser revertidas em futuras campanhasItem Antropologia, covid-19 e respostas indígenas no Brasil: reflexões metodológicas e vitais(FSP/USP, 2022) Marques, Bruno; Horta, Amanda; Olivar, José MiguelItem Tendência da tuberculose em indígenas no Brasil no período de 2011-2017(ABRASCO, 2020) Ferreira, Thaís Furtado; Santos, Alcione Miranda dos; Oliveira, Bruno Luciano Carneiro Alves de; Caldas, Arlene de Jesus MendesO objetivo deste artigo é analisar a tendência da tuberculose (TB) em indígenas no Brasil no período de 2011-2017. Trata-se de um estudo ecológico realizado com todos os casos novos de TB em indígenas notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, durante o período 2011 a 2017. Foram confeccionados mapas temáticos para acompanhamento da evolução espaço-temporal da TB na população indígena em cada ano. Para o estudo da tendência utilizou-se o modelo de regressão linear generalizada de Prais-Winsten. No período em estudo, foram notificados 6.520 casos de TB em indígenas. A incidência geral de TB em indígenas no Brasil foi de 109/100.000 habitantes. Na análise por regiões do país, as maiores incidências ocorreram nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste. Na análise por UF, as maiores incidências foram encontradas no Mato Grosso, São Paulo, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Acre, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro. A tendência da doença nos indígenas foi estável tanto no país quanto na maioria das suas regiões e UF. A TB afeta desproporcionalmente os indígenas brasileiros e o presente estudo ao identificar regiões e UF prioritárias pode contribuir para a elaboração e fortalecimento de ações de controle mais específicasItem Padrão Espacial da Malária em Populações Indígena e não Indígena no Estado do Pará(Universidade Federal do Paraná, 2021) Caldas, Rosinelle Janayna Coêlho; Santos, Natália Cristina Costa dos; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataíde; Paiva, Bárbara Lopes; Trindade, Lidiane de Nazaré Mota; Nogueira, Laura Maria VidalObjetivo: analisar o padrão espacial da malária nas populações indígena e não indígena no estado do Pará. Método: estudo ecológico, com análise de 379.511 casos de malária notificados ao Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica – Malária, no período 2010 a 2015, no estado do Pará. Os dados foram georreferenciados com auxílio do programa QGIS versão 3.14 e interpolados através do Estimador de Densidade Kernel, para criação de mapas digitais. Realizou-se cálculo e análise da Incidência Parasitária Anual de malária nas mesorregiões do Pará. Resultados: mostraram-se maiores Índices Parasitários Anuais em populações indígenas quando comparados aos não indígenas, com Incidência Parasitária Anual=163,05/1.000 habitantes e 165,27/1.000 habitantes entre indígenas, e 17,26/1.000 habitantes e 14,26/1.000 habitantes em não indígenas. Conclusão: a distribuição territorial da malária é desigual nas mesorregiões considerando a condição de ser ou não indígena, o que sugere necessidade de valorizar as especificidades culturais locorregionais, para direcionar ações de controle mais resolutivas