DIP - Artigos de Periódicos
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Item Maternal and congenital syphilis in Indigenous Peoples: a scoping review of the worldwide literature(Springer [Commercial Publisher], 2023) Cardoso, Andrey Moreira; Caldas, Aline Diniz Rodrigues; Oliveira, Evelin Santos; Paixão, Enny Santos; Soares, Maria Auxiliadora Santos; Santos, Idália Oliveira dos; Barreto, Maurício Lima; Ichihara, Maria Yury TravassosContexto: A sífilis está entre as infecções sexualmente transmissíveis mais comuns em todo o mundo. Quando ocorre durante a gravidez, pode afetar seriamente a saúde do feto e do recém-nascido. A escassez de estudos sobre sífilis materna e congênita em povos indígenas continua sendo um obstáculo para seu controle nessas populações. Este estudo teve como objetivo explorar a amplitude da literatura, mapear evidências atualizadas e identificar lacunas de conhecimento sobre sífilis materna e congênita em povos indígenas em todo o mundo. Métodos Conduzimos uma revisão de escopo seguindo os Itens de Relato Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Metaanálises - Extensão para Revisões de Escopo. Em março de 2021, coletamos dados por meio de uma busca prioritária no PubMed, Web of Science, Embase e SciELO. Resultados A estratégia resultou em 24 estudos para análise. Os dados dos artigos foram coletados de 1989 a 2020, metade a partir de 2015. Os estudos foram na Oceania e nas Américas, principalmente na América do Sul (66,7%), particularmente no Brasil (50,0%). Os tópicos avaliados foram Qualidade de dados relacionados à sífilis materna e congênita (20,8%); Diagnóstico, provisão, acesso e uso de serviços de saúde (62,5%); Frequência de doenças e iniquidades em saúde (54,2%); Determinantes da sífilis materna e congênita (20,8%); e Desfechos da sífilis materna e congênita no feto (20,8%). Os resultados mostram que a literatura disponível sobre sífilis materna e congênita é escassa e concentrada em algumas áreas geográficas; a frequência dessas doenças em povos indígenas varia, mas geralmente é maior do que em contrapartes não indígenas; a qualidade dos dados de vigilância e dos sistemas de informação em saúde é ruim; existem múltiplas barreiras à saúde; e a diversidade de termos para identificar povos indígenas é um desafio para mapear a produção científica sobre a saúde dos povos indígenas. Conclusões: A sífilis materna e congênita em povos indígenas é uma condição duplamente negligenciada, e a pesquisa nessa área deve receber a prioridade e o incentivo que merece globalmente. Dados confiáveis e a melhoria do acesso à saúde são necessários para reduzir a carga da sífilis e subsidiar corretamente as políticas e a resposta dos serviços de saúde para mitigar as desigualdades étnico-raciais na sífilis materna e congênitaItem Epidemiology of COVID-19 Among Indigenous Populations in Brazil(Springer International Publishing, 2022) Silva, Marina Goulart da; Pereira, Pablo Michel Barcelos; Portela, Williams Ferreira; Daros, Guilherme Cabreira; Barbosa, Caio Roberto de Almeida; Vanassi, Bruna Muraro; Parma, Gabriel Oscar Cremona; Bitencourt, Rafael Mariano de; Iser, Betine Pinto MoehleckeContexto: Devido ao isolamento social e geográfico, os povos indígenas são mais vulneráveis a condições adversas; no entanto, há escassez de dados sobre o impacto da epidemia nessas populações. Assim, o objetivo deste artigo foi descrever a situação epidemiológica da COVID-19 em comunidades indígenas no Brasil. Métodos: Estudo observacional descritivo realizado em comunidades indígenas do município de Amaturá (Amazonas, Brasil). Foram incluídos indivíduos do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Solimões que atenderam às definições de caso de infecção por Sars-Cov-2 no período de janeiro a agosto de 2020. Para a notificação dos casos, foram consideradas as definições adotadas pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela Secretaria Especial de Saúde Indígena.Resultados: Da população total atendida pelo DSEI Alto Rio Solimões (n = 2.890), 109 indígenas apresentaram suspeita de infecção pelo Sars-Cov-R no período estudado; um total de 89 casos foram confirmados (taxa: 3,08 casos/100.000 habitantes). A maioria dos pacientes diagnosticados com COVID-19 era do sexo feminino (56,2%), com média de idade de 32,4 (± 23,6) anos. Os sintomas predominantes foram febre (76,4%), tosse seca (64%) e cefaleia (60,7%). Complicações ocorreram em 7,9% dos pacientes; nenhum óbito foi relatado. Conclusão: Esses resultados reforçam a observação de que populações indígenas, mesmo relativamente isoladas, estão expostas à COVID-19. Os casos da doença avaliados apresentaram evolução favorável, o que não significa redução da necessidade de atendimento dessa populaçãoItem Malaria in indigenous and non-indigenous patients aged under 15 years between 2007–2018, Amazonas state, Brazil(Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2022) Aguiar, Mateus Ferreira de; Meireles, Bruna Martins; Monteiro, Wuelton Marcelo; Gonçalves, Maria Jacirema FerreiraItem Pandemia covid-19 e motivações para procura pelo Sistema Único de Saúde em aldeias indígenas(REBEn, 2020) Ribeiro, Ariadne Alves; Rossi, Lídia AparecidaObjetivo: Discutir aspectos fundamentais no estabelecimento de medidas preventivas no enfrentamento da covid-19 entre indígenas frente às motivações para busca dos serviços de saúde nas aldeias da Terra Indígena Buriti, Mato Grosso do Sul, Brasil. Métodos: Estudo teórico-reflexivo fundamentado nos pressupostos do Sistema Único de Saúde e em pesquisa etnográfica prévia, que possibilitou identificar as motivações para a procura do serviço de saúde nas aldeias Buriti. Resultados: Os indígenas buscam unidades de saúde para atendimento de programas de atenção à saúde, tratamento para casos que não conseguem resolver e para conversar. Tais motivações fundamentaram a discussão do processo de indigenização do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus em terras indígenas. Considerações finais: As motivações para procura do serviço de saúde mostram a vulnerabilidade física e social da etnia Terena. A efetividade da medida de isolamento social nas aldeias depende do diálogo com lideranças indígenas, engajamento dos profissionais e ações intersetoriaisItem O olhar de mulheres índias e não índias sobre a aids: convergências e singularidades(USP, 2020) Silva, Joseane Barbosa Freire da; Nóbrega, Rafaela Gerbasi; Almeida, Sandra Aparecida de; Lima, Édija Anália Rodrigues de; Silva, Ana Cristina de Oliveira e; Nogueira, Jordana de AlmeidaObjetivo: Analisar o modo como a aids se configura sob o olhar de mulheres índias e não índias. Método: Estudo descritivo, com abordagem mista, realizado em três aldeias indígenas e em município circunvizinho às aldeias. Utilizou-se de um roteiro de entrevista semiestruturado, constando dados de identificação e perguntas relacionadas à percepção da doença, modo de ver e sentir a aids. O corpus foi processado pelo software IRaMuTeQ e analisado pela Classificação Hierárquica Descendente, Análise de Conteúdo e Nuvem de Palavras. Resultados: Participaram 164 mulheres da etnia potiguara e 386 mulheres não índias. Foram conformadas três classes: “aids e suas repercussões”, “aspectos sociais, espiritualidade e sentimentos atribuídos” e “modos de transmissão”. Entre as mulheres não índias, há uma melhor compreensão quanto à etiologia, tratamento e modos de transmissão da aids. Entre as mulheres índias, os conteúdos circundam principalmente em elementos negativos, tais como: morte, medo, tristeza e preconceito. Conclusão: Presume-se que os conhecimentos produzidos nas interações se moldem de acordo com o contexto social e ganhem significação própria. Tais considerações podem contribuir para o direcionamento de políticas estratégicas de controle do HIV/Aids com foco nas especificidades étnicas/culturaisItem e-COVID Xingu: Mídias Sociais e Informação no Combate à Covid-19 em Altamira, Pará(Associação Brasileira de Educação Médica, 2020) Carvalho, Lucas Mendes; Nascimento, Felipe Azevedo Alberto; Granato, Renan Rocha; Damasceno, Osvaldo Correia; Teixeira, Francisco Bruno; Sato, Diana AlbuquerqueIntrodução: A necessidade de levar informação visando combater a Covid-19 é ainda mais urgente nas regiões em desenvolvimento, uma vez que nesses locais há carência de recursos, supervisão governamental limitada, consideráveis índices de pobreza e dificuldade de acesso à informação. Com base na realidade da Transamazônica e do Xingu e na urgente necessidade da diminuição do número de casos da Covid-19 na região, a qual depende da adesão da população às medidas preventivas, surgiu o projeto de extensão “e-COVID Xingu: Mídias Sociais e Informação no Combate à COVID-19 em Altamira, Pará”. Este trabalho tem como objetivo descrever as experiências dos integrantes desse projeto durante a pandemia na região. Relato de Experiência: O projeto adotou como público-alvo a população do Xingu, em especial as comunidades indígenas e rurais. Publicações nas redes sociais levaram informações sobre medidas de prevenção, grupos de risco e isolamento social. Para alcançar as populações mais vulneráveis e que não possuem acesso à internet, uma parceria com a rádio local levou material informativo para a zona rural e comunidades indígenas afastadas. O projeto também lançou uma cartilha, em português e kayapó, com orientações de prevenção da Covid-19 para os indígenas do Médio Xingu. Discussão: Os informativos conseguiram bom alcance pelas redes sociais. Ademais, os meios de comunicação em massa, como o rádio, ainda se mostram eficazes na disseminação de informações. Com multiplataformas pode-se fazer educação em saúde inclusiva a diversos grupos sociais, seja pela internet, pelo rádio ou por materiais físicos. Conclusão: Utilizando múltiplas ferramentas de comunicação e respeitando o distanciamento social, a universidade, por meio de ação extensionista, pôde contribuir no combate à Covid-19, ao levar informações e conhecimento ao público, e atentar à necessidade de também incluir e informar populações histórica, social e economicamente vulneráveis, como indígenas e comunidade rurais do XinguItem Desigualdades raciais e a morte como horizonte: considerações sobre a COVID-19 e o racismo estrutural(ENSP/Fiocruz, 2020) Oliveira, Roberta Gondim de; Cunha, Ana Paula da; Gadelha, Ana Giselle dos Santos; Carpio, Christiane Goulart; Oliveira, Rachel Barros de; Corrêa, Roseane MariaA incidência e mortalidade por COVID-19 em países com fortes desigualdades sociais se diferenciam em termos populacionais. Em países com histórico e tradição colonial como o Brasil, os marcadores sociais das diferenças têm profunda ancoragem na demarcação racial, sobre a qual agem as dinâmicas e os processos político-sociais fundados no racismo estrutural. Contrapõe-se a narrativas que propõem uma leitura sobre ser esta uma pandemia democrática, cujo argumento se alinha à retórica da democracia racial que corresponde a uma potente estratégia de manutenção do lugar de populações racializadas, como indígenas e negros, uma produção da colonialidade moderna. Este ensaio debruça sobre o comportamento da pandemia em relação à população negra no Brasil, em diálogo com aportes decoloniais e de leituras críticas sobre o racismo. Discutem-se respostas governamentais e indicadores da doença, segundo o quesito raça/cor, demonstrando a manutenção de tramas e enredos históricos que seguem vulnerabilizando e inviabilizando vidas negras. Aponta-se também para a importância de movimentos de resistência locais, operados a partir do lugar que esses sujeitos ocupam, os espaços urbanos precarizados por ação/omissão do Estado - as favelasItem Pandemia covid-19 e motivações para procura pelo Sistema Único de Saúde em aldeias indígenas(REBEn, 2020) Ribeiro, Aridiane Alves; Rossi, Lídia AparecidaObjetivo: Discutir aspectos fundamentais no estabelecimento de medidas preventivas no enfrentamento da covid-19 entre indígenas frente às motivações para busca dos serviços de saúde nas aldeias da Terra Indígena Buriti, Mato Grosso do Sul, Brasil. Métodos: Estudo teórico-reflexivo fundamentado nos pressupostos do Sistema Único de Saúde e em pesquisa etnográfica prévia, que possibilitou identificar as motivações para a procura do serviço de saúde nas aldeias Buriti. Resultados: Os indígenas buscam unidades de saúde para atendimento de programas de atenção à saúde, tratamento para casos que não conseguem resolver e para conversar. Tais motivações fundamentaram a discussão do processo de indigenização do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus em terras indígenas. Considerações finais: As motivações para procura do serviço de saúde mostram a vulnerabilidade física e social da etnia Terena. A efetividade da medida de isolamento social nas aldeias depende do diálogo com lideranças indígenas, engajamento dos profissionais e ações intersetoriaisItem Um “fato social total”: COVID-19 e povos indígenas no Brasil(ENSP/Fiocruz, 2020) Santos, Ricardo Ventura; Pontes, Ana Lucia; Coimbra Jr., Carlos E. A.Item Antes sós do que mal acompanhados: contato e contágio com povos indígenas isolados e de recente contato no Brasil e desafios para sua proteção e assistência à saúde(FSP/USP, 2020) Rodrigues, Douglas; Albertoni, Lucas; Mendonça, Sofia Beatriz Machado deO objetivo deste artigo é apresentar e discutir a vulnerabilidade de povos indígenas em isolamento voluntário a epidemias decorrentes do contato com representantes de nossa sociedade e apontar os desafios para a assistência à saúde nas situações de contato iminente. A partir da experiência dos autores na atenção à saúde de comunidades indígenas isoladas e de contato recente e de informações existentes na literatura indigenista, são apresentados exemplos da alta mortalidade que incidiu sobre alguns povos indígenas em períodos posteriores à quebra de seu estado de isolamento. O artigo atualiza as informações existentes sobre povos indígenas isolados no Brasil, discute a política indigenista e as ameaças a que estão submetidos esses povos pelo avanço da invasão ilegal de seus territórios e alerta para a possibilidade de novos contatos entre esses grupos e a sociedade circundante no contexto atual de ataque aos direitos indígenas agravados pela epidemia de covid-19. Contextualizam-se a suscetibilidade dos povos indígenas isolados, a necessidade de preparação para futuras situações de contato e medidas para evitar o contágio quando ocorrer a quebra do estado de isolamento desses povosItem Incidência de malária entre indígenas associada à presença de garimpos(Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem, 2023) Caldas, Rosinelle Janayna Coêlho; Nogueira, Laura Maria Vidal; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataíde; Andrade, Erlon Gabriel Rego de; Costa, Carla Monique Lavareda; Trindade, Lidiane de Nazaré MotaObjetivo: Analisar a incidência da malária entre indígenas associada à presença de garimpos no estado do Pará. Método: Estudo analítico, transversal, realizado com 20.774 casos de malária em indígenas do estado do Pará (2011 a 2020). Os dados foram oriundos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária, obtidos na Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará. Na análise, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman, com significância de 5% (p < 0,05). Resultados: As taxas de incidência se mostraram elevadas, com destaque ao Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Tapajós (372,2/1.000 habitantes). Houve associação entre incidência da malária e a presença dos indígenas nos garimpos no Rio Tapajós (p=0,0008). Conclusão: A ocorrência da malária é desigual entre Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sendo mais incidente naqueles de maior atividade garimpeira, configurando exposição à doença. Faz-se necessária a adoção de medidas intersetoriais, sobretudo em áreas de vulnerabilidade ao adoecimentoItem Evolução espaço-temporal da incidência de tuberculose em indígenas e não indígenas no Brasil, no período de 2011 a 2022(ABRASCO, 2023) Vaz, Isabela Freitas; Paiva, Natália Santana; Viana, Paulo Victor de SousaObjetivo: Descrever a evolução espaço-temporal das taxas de incidência (TIs) de tuberculose (TB) em indígenas e não indígenas, segundo as unidades federativas do Brasil, no período de 2011 a 2022. Métodos: Estudo ecológico, temporal e espacial sobre os casos novos de tuberculose no Brasil em indígenas e não indígenas. Dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) foram coletados de 2011 a 2022 e estratificados por UF, analisados exploratória e estatisticamente por meio do software R 4.2.3. Resultados: A TI média entre indígenas no Brasil foi 71,7 casos novos para cada 100 mil habitantes, enquanto para não indígenas foi de 28,6/100 mil habitantes. As regiões do país que apresentaram as maiores incidências (médias) para indígenas foram: Centro-Oeste (102,8/100 mil hab.), Sudeste (99,6/100 mil hab.) e Norte (79,9/100 mil hab.), e para não indígenas foram: Norte (36,5/100 mil hab.), Sudeste (31,3/100 mil hab.) e Nordeste (27,4/100 mil hab.). A análise mostrou que a maior incidência de casos de TB nas populações indígenas ocorreu nos estados de São Paulo, Rondônia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará. Conclusão: Altas incidências da doença em comparação com a população não indígena mostraram a necessidade de abordagem específica para atender às necessidades de saúde dessas populações. As disparidades regionais nas incidências indicaram a necessidade de abordar questões socioeconômicas e de infraestrutura que afetam a saúde desses povosItem Geoespacialização da tuberculose e os programas de transferência de renda entre indígenas em território endêmico(ABEn, 2023) Lima, Ingrid Bentes; Nogueira, Laura Maria Vidal; Trindade, Lidiane de Nazaré Mota; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataide; André, Suzana Rosa; Sousa, Ana InêsObjetivo: Analisar o padrão espacial de tuberculose em indígenas do Pará e sua correlação com transferência de renda. Métodos: Estudo ecológico, com 340 casos notificados em indígenas no Pará/Brasil, no período 2016-2020. Realizou-se análise descritiva e cálculo das taxas de incidência com suavização pelo método bayesiano empírico local. Fez-se autocorrelação das taxas com dados de transferência de renda pelo Moran Global, p<0,05. Resultados: As mesorregiões Marajó e Metropolitana de Belém apresentaram as taxas de tuberculose mais elevadas e reduzido número de pessoas beneficiadas com transferência de renda (correlação alto-baixo). No Sudoeste, identificaram se taxas elevadas e número significativo de pessoas beneficiadas com os auxílios financeiros (correlação alto alto), I=0,399, p=0,027. Conclusões: A autocorrelação espacial entre tuberculose e acesso a programas de transferência de renda constitui importante subsídio para formulação de políticas de proteção social, podendo impactar as ações de controle da doença nos territórios indígenas, valorizando a heterogeneidade epidemiológica identificada nas mesorregiõesItem Enfermedad y políticas de atención sanitaria: búsqueda del reconocimiento de la cosmovisión indígena durante la COVID-19(Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, 2022) Zamudio, Jorge Valtierra; Loza, Leonardo JiménezNo México os povos indígenas constituem o setor social mais desfavorecido, o que se tornou mais notório durante a pandemia de COVID-19. Apesar dos esforços governamentais para fornecer atenção médica, incluindo vacinação, tem prevalecido a desinformação e o desconhecimento do contexto, das problemáticas e da visão de mundo dos povos originários. Neste artigo, baseado em uma análise da informação bibliográfica e estatística, além de uma pesquisa de campo em 2021, contrastada com as informações estatísticas apresentadas por órgãos governamentais, como o Ministério da Saúde; apresentamos os problemas relacionados com o escasso entendimento da cosmovisão e o modus vivendi indígenas, bem como a sua perspectiva da doença. Em particular, nos concentramos no estado de Chiapas, no sudeste mexicano, com base em exemplos dos povos Chujes, Q'anjob'ales e Tojolab'ales. São feitas propostas gerais para enfrentar essas mudanças, incluindo a necessidade de realizar pesquisas e atividades in situ para contrapor a tendência de reinterpretar, representar e generalizar as características culturais indígenas, que influenciam o desenho de políticas de saúdeItem Metodologias de vida, pesquisa e luta: a experiência panhῖ(FSP/USP, 2022) Apinaje, Sheila Baxy P. Castro; Apinaje, Júlio Kamêr Ribeiro; Horta, Amanda; Rocha, Welitânia de Oliveira; Morais Neto, Odilon Rodrigues deEste ensaio apresenta as reflexões de Sheila Baxy P. Castro Apinaje e Júlio Kamêr Ribeiro Apinaje sobre sua atuação como pesquisadores da Plataforma de Antropologia e Respostas Indígenas à covid-19 (PARI-c), na Terra Indígena Apinaje, no contexto da crise sanitária mundial provocada pelo novo coronavírus. Através da descrição dos procedimentos de pesquisa adotados, os autores se apropriam do conceito de metodologia de forma particular e criativa, refletindo não apenas sobre as estratégias de produção de conhecimento acadêmico, mas também sobre como, para eles, cada uma destas estratégias deve estar alinhada às lutas panhĩ pela proteção de sua autonomia sobre seus modos de vida e seu territórioItem Tecer outro Cesto de Conhecimentos? Pesquisa colaborativa e remota na pandemia de covid-19(FSP/USP, 2022) Olivar, José Miguel Nieto; Costa, Elizângela; Morais, Dulce Meire; Fontes, Francienia Bitencourt; Marques, BrunoA partir da experiência do projeto Respostas Indígenas à COVID-19 no Brasil: arranjos sociais e saúde global (PARI-c), na região do Alto Rio Negro (AM), buscamos refletir neste artigo sobre as possibilidades e implicações da produção colaborativa de conhecimento com pesquisadoras indígenas, levando em consideração a emergência sanitária, as imobilidades territoriais, as desigualdades sociais e as diferenças epistemológicas e de políticas ontológicas. A partir da ideia de Cestos de conhecimento, pensamos as formas e possibilidades dessa colaboração, à luz de discussões contemporâneas sobre processos de “descolonização” da saúde pública (global, planetária) e do conhecimento em saúde. A base empírica para este artigo é uma descrição da experiência metodológica, de produção de conhecimento, focada em duas faces: o campo e a escrita. Esse material nos permite tecer algumas considerações em torno da relevância e do sentido de formas de geração de “saberes híbridos”, para lidar com contextos de crises globais ou sindemias. Estas formas, como veremos, atravessam o realinhamento das alianças e têm na escrita de mulheres um lugar especial de atençãoItem Entrevista com Sonia Guajajara: o movimento indígena frente à pandemia da COVID-19(ABRASCO, 2022) Guajajara, Sonia Bone; Alarcon, Daniela Fernandes; Pontes, Ana Lucia de MouraNesta entrevista, Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), aborda as análises e estratégias desenvolvidas pelo movimento indígena para o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Entre os pontos destacados, estão as estratégias de comunicação, vigilância e monitoramento da COVID-19, o apoio aos territórios indígenas, as iniciativas no Legislativo e no Judiciário, a incidência internacional e a articulação com a academia. Torna-se evidente o importante protagonismo do movimento indígena nas ações de contenção da emergência sanitária e na defesa dos direitos dos povos indígenas, em uma conjuntura de embate com o governo federal e de retrocessos nas políticas públicasItem The first year of the COVID-19 pandemic in an indigenous population in Brazil: an epidemiological study(Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 2022) Croda, Mariana Garcia; Barbosa, Marcelo dos Santos; Marchioro, Silvana Beutinger; Nascimento, Débora Dupas Gonçalves do; Melo, Enirtes Caetano Prates; Cruz, Oswaldo Gonçalves; Torres, Alex José Leite; Oliveira, Laís Albuquerque de; Ganem, Fabiana; Simionatto, SimoneItem Do monitoramento autônomo à pesquisa colaborativa virtual: parceria com o movimento indígena do Nordeste durante a pandemia da covid-19 como apoio ao controle social(FSP/USP, 2022) Pimentel, Spensy Kmitta; Gomes, Alexandre Oliveira; Pavelic, Nathalie Le Bouler; Andrade, Lara Erendira Almeida de; Julião, Cristiane Gomes; Lima, Paulidayane Cavalcanti de; Santos, Rutian do Rosário; Gomes, Thayná DonatoNos primeiros meses da pandemia de covid-19, em 2020, os movimentos e organizações indígenas da região Nordeste do Brasil estabeleceram uma extensa rede de apoio e parcerias com grupos de pesquisadores e entidades da sociedade civil para a organização de campanhas de solidariedade aos povos indígenas. A produção de informações gerais e dados empíricos sobre como a doença atingiu os territórios e populações indígenas constituiu uma das principais estratégias de ação. Essa mobilização foi a base para a constituição de redes colaborativas que investigaram como ocorreu o enfrentamento dos povos diante da pandemia, por meio de um viés antropológico e aplicando métodos que poderíamos definir como uma pesquisa colaborativa virtual. Este artigo, portanto, discute o potencial desse tipo de parceria para a reflexão sobre o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, argumentando que esse modelo pode constituir uma forma de apoio ao controle social exercido por parte das comunidadesItem Vacinação para influenza em idosos na pandemia COVID-19: estudo de base populacional em 133 cidades brasileiras(ABRASCO, 2021) Menezes, Ana Maria Baptista; Hallal, Pedro Curi; Silveira, Mariângela Freitas; Wehrmeister, Fernando César; Horta, Bernardo Lessa; Barros, Aluísio Jardim Dornellas de; Hartwig, Fernando Pires; Oliveira, Paula Duarte; Vidaletti, Luís Paulo; Mesenburg, Marilia Arndt; Jacques, Nadege; Barros, Fernando C; Victora, Cesar GomesImunizações de rotina durante pandemias podem ser prejudicadas. Este estudo estimou a cobertura vacinal para influenza em idosos durante a COVID-19 através do EPICOVID-19, inquérito populacional realizado em 133 cidades sentinelas dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal. Selecionou-se 25 setores censitários por cidade, amostragem proporcional ao tamanho, dez domicílios por setor e uma pessoa por domicílio, aleatoriamente. O quantitativo de 8.265 idosos (≥ 60 anos) foram entrevistados e responderam se haviam sido vacinados contra gripe em 2020. A cobertura foi 82,3% (IC95% 80,1; 84,2), sem diferenças por sexo, idade ou região. Maiores coberturas ocorreram nos mais ricos (84,7% versus 80,1% nos mais pobres) e nos mais escolarizados (87,3% versus 83,2% nos menos escolarizados). Menor cobertura nos indígenas (56,9% versus coberturas superiores a 80% nos demais grupos étnicos). Houve associação positiva com número de comorbidades entre homens, mas não entre mulheres. A maioria vacinou-se na rede pública (97,5%), sendo a rede privada mais utilizada na região Sul, pelos mais escolarizados e mais ricos. Conclui-se que a cobertura vacinal ficou sete pontos percentuais abaixo da meta governamental (90%), e que desigualdades devem ser revertidas em futuras campanhas