AS - Artigos de Periódicos

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    Princípio bioético da autonomia na atenção à saúde indígena
    (Conselho Federal de Medicina, 2022) Honorato, Marcos Manoel; Oliveira, Norimar Pinto de; Domingues, Robson José de Souza; Cremaschi, Renata Maria de Carvalho; Coelho, Fernando Morgadinho Santos; Silva, José António Cordero da
    Neste artigo busca-se caracterizar o respeito ao princípio da autonomia no atendimento a populações indígenas em território brasileiro, tendo por base relatos de experiência e uma revisão bibliográfica. Concluiu-se que esse princípio deve ser especialmente consolidado nas ações práticas de cuidado à saúde desenvolvidas com as populações de culturas diferenciadas, como é o caso das comunidades indígenas.
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    Ações de saúde da mulher em comunidades indígenas Kaingáng: vivências e expectativas
    (Universidade Estadual do Centro-Oeste, 2010) Honaiser, Adriana; Lealdino, Corinne Guntzel; Bresan, Deise; Bonan, Luiz Antonio; Ladika, Maria Bernadete; Kühl, Adriana Masiero; Silva, Thaise Liara da
    O presente artigo tem por objetivo divulgar as vivências e expectativas dos integrantes do Projeto de Extensão Atenção à Saúde de Mulheres das Terras Indígenas Kaingáng de Mangueirinha e Rio das Cobras, Paraná, realizado de dezembro de 2009 a dezembro de 2010, vinculado ao programa de extensão Universidade Sem Fronteiras, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná. Para realização das atividades, formou-se uma equipe multiprofissional a qual estudou, planejou e implementou ações conjuntas e individualizadas à comunidade indígena, contando com a colaboração das equipes de saúde local, respeitando assim os costumes e a cultura da população atendida. Enquanto estratégia metodológica, aconteceram encontros; palestras e dinâmicas; visitas domiciliares; avaliação antropométrica, postural e funcional; criação de grupos de atividades; orientações; atendimentos individuais de enfermagem, nutrição e fisioterapia; consultas de pré-natal ilustradas; prática de atividade física e oficinas. Um conjunto de ações que desencadearam orientações nutricionais, fisioterapêuticas e de enfermagem, oficinas de aproveitamento de alimentos, palestras sobre atenção à saúde da mulher e visitas domiciliares. Do ponto de vista acadêmico, percebeu-se um enriquecimento na formação profissional, dada a possibilidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade, bem como desenvolver habilidades e valores. Além disso, também houve mudanças e principalmente interesse das mulheres por questões relacionadas à saúde.
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    Gender and its role in the resilience of local medical systems of the Fulni-ô people in NE Brazil: effects on structure and functionality
    (Hindawi, 2019) Torres-Avilez, Wendy; Nascimento, André Luiz Borba do; Santoro, Flavia Rosa; Medeiros, Patricia Muniz; Albuquerque, Ulysses Paulino
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    Hospitalização de crianças indígenas de etnia Guarani, Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul, Rio Grande do Sul
    (Brasília DF: Universidade de Brasília Departamento de Saúde Coletiva Núcleo de Estudos de Saúde Pública, 2013) Patzer, Juliana Dourado; Menegolla, Ivone Andreatta
    O perfil da morbidade de crianças menores de cinco anos é considerado um parâmetro para o estabelecimento das necessidades de saúde da população e as taxas e causas de internação são importantes indicadores da qualidade da assistência oferecida. Neste trabalho são apresentadas algumas características das hospitalizações de crianças menores de cinco anos de etnia Guarani residentes no Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul, Rio Grande do Sul (DSEI_Litoral Sul/RS) nos anos 2003 a 2007. Foram detectados problemas de registro e de continuidade da assistência. Houve maior número de internações nos meses de verão e inverno nos anos 2004 a 2006, anos que tiveram melhor qualidade de registro. As crianças Guarani internaram até cinco vezes mais que as crianças residentes dos municípios onde estão localizadas as aldeias, evidenciando a desigualdade em saúde que ainda atinge as populações indígenas. Há necessidade de construir rotinas para qualificação das causas de internação e criar mecanismos de manutenção de equipes de saúde atuando de forma continua. Além disso, para promoção da saúde da criança indígena, e a redução no número de internações hospitalares, há necessidade de intervenções coletivas culturalmente traduzidas e pactuadas com a comunidade.
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    Mortes maternas e de mulheres em idade reprodutiva na população indígena, Pernambuco, 2006-2012
    (Secretaria de Vigilância em Saúde - Ministério da Saúde do Brasil, 2019) Estima, Nathalie Mendes; Alves, Sandra Valongueiro
    Objetivo: descrever as mortes de mulheres em idade reprodutiva e materna entre indígenas do estado de Pernambuco, Brasil, no período de 2006 a 2012. Métodos: trata-se de um estudo descritivo, realizado a partir de linkage entre o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e seu módulo de investigação (SIM-Web); as causas de morte foram consideradas de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10a Revisão (CID-10). Resultados: obteve-se um banco de dados composto por 115 registros, dos quais apenas 58,3% foram informados no SIM como indígenas; as principais causas de óbito foram doenças do aparelho circulatório (27,0%), causas externas (14,8%), neoplasias (13,0%) e causas maternas (8,7%). Conclusão: houve sub-registro das mortes de mulheres indígenas em idade reprodutiva; as doenças do aparelho circulatório foram as principais causas desses óbitos, embora as mortes maternas ainda representem importante causa de óbito na população estudada.
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    Social representations of the health care of the Mbyá-Guarani indigenous population by health workers
    (2017) Falkenberg, Mirian Benites; Shimizu, Helena Eri; Bermudez, Ximena Pamela Díaz
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    The face-to-face encounter in indigenous health care: a perspective in Lévinas
    (Associação Brasileira de Enfermagem, 2018) Teixeira, Diomedia Zacarias; Nunes, Nelson dos Santos; Silva, Rose Mary Costa Rosa Andrade; Pereira, Eliane Ramos; Handan, Vilza
    Objetivo: Refl etir sobre os comportamentos sensíveis dos profi ssionais em saúde indígena a partir da fi losofi a de Emmanuel Lévinas, para ratifi car a integralidade, a equidade e a humanidade. Método: estudo refl exivo. Refl exão: Estudos têm identifi cado inadequações no atendimento às singularidades indígenas. Nos cenários hospitalar e ambulatorial, elas se diluem na busca por cuidados. A difi culdade dos profi ssionais em admiti-las gera confl itos e não adesão dos indígenas a tratamentos que desconsideram suas práticas de cuidado. Em Lévinas, a consciência requer,“a priori,” sensibilidade para acessar o Infi nito no Rosto do Outro, que nos encontros face a face se apresenta ao Eu como Alteridade radical, propondo uma relação Ética pela transcendência. A liberdade do Eu quanto ao Outro é fi nita, porque dele não pode se apossar, e infi nita pela sua responsabilidade pelo Outro. Considerações fi nais: O Eu constrói essência e existência na responsabilidade. Na Ética da Alteridade, em Lévinas, propõem-se refl exões que infl uenciem comportamentos sensíveis
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    Intestinal parasitoses among indigenous people of Xerente ethnic of the Salto Village, Tocantínia City, Province of Tocantins, Brazil
    (Lakhani World journal of pharmaceutical and medical research, 2019) Rocha, Josefa Moreira do Nascimento; Odorizzi, Valdir Francisco; Norberg, Paulo Roberto Blanco Moreira; Oiveira, Guilherme Goulart; Araújo, Rayza Karlla Sales; Norberg, Antonio Neres
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    Human ecological and social determinants of dental caries among the Xavante Indigenous people in Central Brazil
    (Public Library of Science, 2018) Arantes, Rui; Welch, James R.; Tavares, Felipe Guimarães; Ferreira, Aline Alves; Vettore, Mario Vianna; Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares
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    Coronary atherosclerosis in indigenous South American Tsimane: a cross-sectional cohort study
    (Elsevier, 2017) Kaplan, Hillard; Thompson, Randall C.; Trumble, Benjamin C.; Wann, L. Samuel; Allam, Adel H.; Beheim, Bret; Frohlich, Bruno; Sutherland, M. Linda; Sutherland, James D.; Stieglitz, Jonathan; Rodriguez, Daniel Eid; Michalik, David E.; Rowan, Chris J.; Lombardi, Guido P.; Bedi, Ram; Garcia, Angela R.; Min, James K.; Narula, Jagat; Finch, Caleb E.; Gurven, Michael; Thomas, Gregory S.
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    Intestinal protozoa and helminths among Terena Indians in the State of Mato Grosso do Sul: high prevalence of Blastocystis hominis
    (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical - SBMT, 2007) Aguiar, José Ivan Albuquerque; Gonçalves, Alessandra Queiroga; Sodré, Fernando Campos; Pereira, Severino dos Ramos; Bóia, Márcio Neves; Lemos, Elba Regina Sampaio de; Daher, Roberto Ruhman
    Um inquérito parasitológico foi realizado em índios Terena da aldeia Tereré, do município de Sidrolândia, Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Amostras únicas de fezes de 313 índios foram processadas pelo método de sedimentação espontânea. Na população estudada, 73.5% estavam infectados por pelo menos um parasita ou comensal intestinal. Os protozoários predominaram. Blastocystis hominis (40.9%), Entamoeba coli (33.2%) e Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar (31.6%) foram os mais comuns. A análise bivariada demonstrou que as mulheres estavam mais infectadas no geral e apresentavam maior taxa de infecção para Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar e Entamoeba coli. Os homens estavam mais infectados por ancilostomídeos e Strongyloides stercoralis que as mulheres. As precárias condições sanitárias da aldeia Tereré são provavelmente um fator contribuinte para a alta prevalência de protozoários.
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    Controle da malária em um município amazônico
    (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo, 2011) Rodrigues, Eliane da Costa; Lopes Neto, David
    Este estudo objetiva avaliar a organização das ações de controle da malária em populações indígenas do município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, AM, Brasil, no período de 2003 a 2007. Trata-se de estudo ecológico, de avaliação do impacto de medidas de controle. A análise estatística dos indicadores revelou o número de casos, mostrando tendência crescente, os maiores números ocorrendo na área rural. Mesma tendência observada pela incidência parasitária anual (IPA); entretanto, as maiores IPA verificaram-se na área urbana. A proporção de casos por Plasmodium falciparum mostrou redução. Taxas de internação e mortalidade apresentaram oscilações e a taxa de letalidade, decréscimo. Os achados indicam que as ações de controle mostraram-se parcialmente efetivas, assim como proporcionaram capacidade de detecção mais ampla de casos e tratamento imediato. Apesar de o município ainda apresentar alto risco para transmissão, o plano plurianual em andamento parece ter bom prognóstico quanto ao controle da doença, se mantido de forma sustentável e permanente.
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    Intestinal parasites prevalence among indigenous people of Potiguar ethnic group in the city of Baía da Traição, Province of Paraíba, Brazil
    (IJSRP INC, 2019) Silva, Simone Inácio; Pessanha, Andréa Santos da Silva; Santa Helena, Aluízio Antonio de; Oliveira, José Tadeu Madeira de; Martins, Jaqueline Santos Andrade; Norberg, Paulo Roberto Blanco Moreira; Norberg, Antonio Neres
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    Clonal dissemination of methicillin sensitive and resistant Staphylococcus aureus among indigenous populations of the amazon and the southeast region in Brazil
    (BMC, 2015) Abraão, Lígia Maria; Fortaleza, Carlos Magno Castelo Branco; Barbosa, T. A.; Franchi, Eliane Patricia Lino Pereira Franchi; Riboli, Danilo Flávio Moraes; Camargo, C. H.; Souza, Rodrigo Medeiros de; Cunha, Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da
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    Intestinal parasites in two indigenous ethnic groups in northwestern Amazonia
    (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 2016) Oliveira, Raylene Andrade; Gurgel-Gonçalves, Rodrigo; Machado, Eleuza Rodrigues
    Aproximadamente 90% da população no noroeste da Amazônia é composta de grupos indígenas e o acesso deles aos serviços de saúde ainda é um desafio. O objetivo deste estudo foi determinar a frequência de parasitos em dois grupos indígenas (Baré e Baniwa) no noroeste da Amazônia. Amostras de fezes de 270 indivíduos (199 Baniwa e 71 Baré) foram analisadas pelos métodos de Richie e sedimentação espontânea. Foram determinadas diferenças estatísticas entre as proporções de indivíduos infectados com base no sexo, idade e etnia. Todos os indivíduos estavam infectados por protozoários ou helmintos. Os parasitos mais frequentes nos índios foram Ascaris lumbricoides (73%), Entamoeba spp. (53%), e Giardia intestinalis (48%). Protozoários parasitos foram mais comuns entre as crianças com idade entre 0-12 anos; no entanto, a frequência de ancilostomídeos e A. lumbricoides foi maior em adultos. Não houve diferenças significativas nas frequências de parasitos entre os diferentes sexos ou grupos étnicos. Infecções mistas por duas ou mais espécies de protozoários e/ou helmintos foram detectadas em 96% dos indivíduos. Um indivíduo estava infectado por 14 espécies. Uma alta frequência de parasitos intestinais foi encontrada em indígenas dos grupos Baré e Baniwa. Melhorias dos programas de infra-estrutura e educação em saúde são necessárias para reduzir o risco de infecção por parasitos intestinais.
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    Implicações do uso do álcool na comunidade indígena Potiguara
    (IMS-UERJ, 2011) Melo, Juliana Rízia Félix de; Maciel, Silvana Carneiro; Oliveira, Rita de Cassia Cordeiro de; Silva, Antonia Oliveira
    Em função do crescimento do uso e do abuso do álcool nas populações indígenas do Brasil, esta pesquisa se propôs a investigar o consumo do álcool na comunidade Potiguara do Estado da Paraíba, devido à especificidade cultural e regional desta etnia. Trata-se de um estudo de campo exploratório. A amostra foi composta por 55 índios, maiores de 18 anos e de ambos os sexos. O instrumento utilizado foi uma entrevista semiestruturada aplicada individualmente. Para a análise dos dados, foi utilizado o software SPSS e Análise de Conteúdo Temática. Os resultados revelaram que 41,8% da amostra estudada têm, pelo menos, um membro da família que faz uso de bebida alcoólica, em sua maioria destiladas, e que o uso ocorre em idade precoce, estando desvinculado da cultura e de rituais. Dos entrevistados 27,3% afirmaram que a bebida traz diversos problemas para toda a família, inclusive com a morte. Pode-se concluir que, na população indígena estudada, o consumo de bebidas alcoólicas já ocorre de forma abusiva e precoce, necessitando-se de um trabalho mais efetivo de prevenção e de resgate da cultura desta comunidade.
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    Processo de gestar e parir entre as mulheres Kaingang
    (Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós Graduação em Enfermagem, 2013) Moliterno, Aline Cardoso Machado; Borghi, Ana Carla; Orlandi, Larissa Helena de Souza Freire; Faustino, Rosângela Célia; Serafim, Deise; Carreira, Lígia
    Este estudo teve por objetivo identificar o processo de gestação e nascimento entre as mulheres Kaingang. Pesquisa qualitativa de abordagem etnográfica, realizada com 30 mulheres Kaingang, na Terra Indígena de Faxinal de Catanduvas-PR. A coleta de dados ocorreu por meio de observação participante, entrevistas e grupo focal, no período de janeiro a abril de 2011 e foram analisados à luz da Teoria Transcultural do Cuidado. A população estudada tinha entre 14 e 100 anos. A concepção de parto tem mudado com o passar das gerações, sendo que as mais velhas acreditam ser melhor parir acocorada em casa, já as mulheres mais novas demonstram insegurança de ter os filhos fora do hospital. Foi identificada insatisfação na assistência durante o parto. É necessária a adequação das práticas de forma a preservar a cultura da etnia sem a exposição de mulheres e recém-nascidos ao risco de complicações ou mortalidade.
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    As representações sociais dos trabalhadores sobre o cuidado à saúde da população indígena Mbyá-Guarani
    (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo, 2017) Falkenberg, Mirian Benites; Shimizu, Helena Eri; Díaz Bermudez, Ximena Pamela
    Objetivo: analisar as representações sociais do cuidado em saúde entre trabalhadores que atuam em equipes multidisciplinares no Distrito Sanitário Especial Indígena Litoral Sul do Rio Grande do Sul, junto à etnia Mbyá-Guarani. Método: utilizou-se método qualitativo, fundamentado na teoria das Representações Sociais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com 20 trabalhadores e da observação participante. As entrevistas analisadas com o software ALCESTE, o qual realiza a análise lexical de conteúdo por meio de técnicas quantitativas de tratamento de dados textuais. Resultados: verificou-se que existe tensão entre as concepções e práticas de cuidado da medicina tradicional e da biomedicina, mas observam-se alguns avanços na perspectiva da intermedicalidade. Fronteiras étnicas estabelecidas entre os trabalhadores e os indígenas, baseadas em suas representações de cultura e família, da mesma maneira que a falta de infraestrutura e os modos de organização do trabalho em saúde são percebidos como fatores que dificultam o cuidado em contextos de interculturalidade. Conclusão: é preciso estabelecer novas bases para o processo de cuidar em saúde indígena, a partir da compreensão das necessidades representadas, negociadas entre sujeitos individuais e coletivos e os profissionais nas instituições de saúde em um diálogo intercultural de múltiplas vozes.
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    Atenção primária à saúde de indígenas sul-americanos: revisão integrativa da literatura
    (Organização Pan-Americana da Saúde, 2018) Sandes, Luiza Fernandes Fonseca; Freitas, Daniel Antunes; Souza, Maria Fernanda Neves Silveira de; Leite, Kellen Bruna de Sousa
    Objetivo Revisar a literatura acerca do acesso à atenção primária à saúde (APS) por comunidades indígenas da América do Sul, identificando os principais obstáculos a esse acesso. Métodos Revisão integrativa de artigos publicados de 2007 a 2017 nas bases de dados LILACS, PubMed e SciELO. Para a busca, foram utilizados os descritores “indígenas AND saúde AND Brasil” e “indígenas AND saúde NOT Brasil” nos idiomas português e inglês. Foram incluídos artigos publicados em inglês, português ou espanhol e que abordassem estritamente a APS em indígenas sul-americanos. Resultados Foram incluídos 40 artigos que descreveram aspectos da APS de indígenas em oito países: Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Argentina, Chile, Paraguai e Equador. Os principais obstáculos de acesso à APS detectados foram a dificuldade de acesso aos serviços de saúde mais próximos das aldeias; linguagem e ilustrações das cartilhas de educação em saúde inapropriadas ao contexto indígena; dificuldade de comunicação com os profissionais de saúde; carência de meios de transporte adequados até as unidades de saúde; escassez de dados epidemiológicos das aldeias indígenas; ausência de informação sobre as culturas indígenas locais; e medo de discriminação ou humilhação por parte do paciente indígena. Conclusões Ainda são escassos os estudos sobre saúde indígena na América do Sul. Também é evidente que os sistemas de saúde nacionais ainda precisam avançar na direção de uma medicina intercultural, de respeito às realidades sociais, culturais e econômicas de todas as comunidades assistidas, com conhecimento e consideração pelas diferentes formas de cuidado.