DANT - Artigos de Periódicos
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Item Perfil de utilização de medicamentos antineoplásicos entre indígenas atendidos pelo Sistema Único de Saúde(ENSP/Fiocruz, 2020) Matos, Camila Alves; Osorio-de-Castro, Claudia Garcia Serpa; Coimbra Jr., Carlos E. A.; Silva, Mario Jorge Sobreira daEstima-se que no Brasil existam cerca de 900 mil indígenas (0,4% da população do país) pertencentes a mais de 300 etnias diferentes. Porém, informações sobre a epidemiologia do câncer e sobre os medicamentos antineoplásicos utilizados no tratamento desses indivíduos são escassas. Os objetivos do presente estudo são identificar os medicamentos antineoplásicos utilizados e descrever o perfil de utilização deles na população indígena tratada no Brasil, além de descrever o perfil epidemiológico dos usuários. Foi realizado um estudo do tipo ecológico que envolveu os atendimentos ambulatoriais de quimioterapia, realizados no período de janeiro de 2014 e dezembro de 2018, em todo o Brasil. A fonte de coleta dos dados utilizada foi o Sistema de Informação Ambulatorial, do Departamento de Informática do SUS, considerando apenas as Autorizações de Procedimentos de Alta Complexidade para Quimioterapia. Foram identificadas 2.425 autorizações para procedimentos de quimioterapia destinadas ao tratamento de pacientes indígenas. Um total de 2.292 autorizações, para um total de 210 indivíduos, foram analisadas. Observou-se um aumento do número de autorizações e de indígenas em uso de quimioterapia ao longo do período, maior concentração de indivíduos residentes e em tratamento na Região Sul do país, diversidade de tipos de tumores diagnosticados (n = 63) e de esquemas terapêuticos utilizados durante o tratamento (n = 107). O presente estudo trouxe um novo panorama sobre o perfil epidemiológico dos usuários indígenas sob tratamento quimioterápico no Sistema Único de Saúde. Os achados contribuem para o preenchimento da atual lacuna de conhecimento a respeito da saúde indígena no BrasilItem Malária entre povos indígenas na fronteira Brasil-Guiana Francesa, entre 2007 e 2016: um estudo descritivo(Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente - Ministério da Saúde do Brasil, 2020) Mendes, Anapaula Martins; Lima, Marilene da Silva; Maciel, Anaytatyana Góes Peixoto; Menezes, Rubens Alex de Oliveira; Eugênio, Nádia Cristine CoelhoObjetivo: descrever o perfil e a incidência dos casos de malária entre indígenas e não indígenas na fronteira franco-brasileira, no período de 2007 a 2016. Métodos: estudo descritivo, realizado a partir de casos notificados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-Malária), organizados pelo software Tableau 10.3. Resultados: de um total de 21.729 casos no período, o ano de 2009 apresentou o maior registro, 3.637 (16,7%) notificações, das quais 1.956 (53,8%) entre indígenas com incidência parasitária anual (IPA) de 261 por 1 mil habitantes; os polos-base de Kumenê (IPA entre 13 e 534/1 mil hab.) e Manga (IPA entre 55 e 448/1 mil hab.) apresentaram maior risco de infecção; crianças representaram 20,0 a 40,0% dos casos notificados, e gestantes cerca de 2,0% dos casos entre não indígenas e 1,0% entre indígenas. Conclusão: a malária se apresentou de maneira desigual entre indígenas e não indígenas, com maior ocorrência entre povos indígenasItem Prevalência estimada e fatores associados à hipertensão arterial em indígenas adultos Krenak do Estado de Minas Gerais, Brasil(ENSP/Fiocruz, 2020) Chagas, Cristiane Alvarenga; Castro, Teresa Gontijo de; Leite, Maurício Soares; Viana, Maria Augusta Corrêa Barroso Magno; Beinner, Mark Anthony; Pimenta, Adriano MarçalEstudo transversal realizado em 2016, cujo objetivo foi descrever a prevalência estimada e os fatores associados à hipertensão arterial sistêmica entre adultos e idosos Krenak, em Terra Indígena localizada na beira do rio Doce, na região leste de Minas Gerais, Brasil. Foram aferidos peso, estatura, perímetro da cintura, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e glicemia capilar. Informações sociodemográficas e de estilo de vida foram obtidas via aplicação de questionário face a face. Modelos de regressão de Poisson foram construídos para estimar a associação independente entre as variáveis de interesse e a hipertensão arterial sistêmica. A prevalência da hipertensão arterial sistêmica foi de 31,2% (IC95%: 24,4-37,9) entre os indígenas Krenak. Houve associação independente no modelo final para o aumento da idade, obesidade abdominal e hiperglicemia. Destaca-se a necessidade de ações eficazes de prevenção, de diagnóstico e acompanhamento frente aos fatores modificáveis da hipertensão arterial sistêmica, uma vez que foi observada elevada prevalência dessa condição na comunidade indígena KrenakItem Fatores de risco cardiovascular: diferenças entre grupos étnicos(REBEn, 2020) Toledo, Noeli das Neves; Almeida, Gilsirene Scantelbury de; Matos, Miharu Maguinoria Matsuura; Balieiro, Antonio Alcirley da Silva; Martin, Luís Cuadrado; Franco, Roberto Jorge da Silva; Mainbourg, Evelyne Marie ThereseObjetivos: comparar os indicadores metabólicos, antropométricos, de consumo de tabaco e álcool, considerados como fatores de risco para doenças cardiovasculares, assim como as características demográficas e socioeconômicas entre indígenas do Rio Negro, Sateré-Mawé, Pardos/Negros e Brancos que residem na cidade de Manaus. Métodos: estudo observacional transversal, norteado pela ferramenta STROBE. Amostra de 191 adultos de ambos os sexos. Realizadas medidas antropométricas, pressão arterial e análises bioquímicas. Aplicado teste estatístico no cruzamento da variável cor/raça/etnia com as variáveis investigadas. Resultados: os indígenas apresentaram melhores indicadores metabólicos e antropométricos relacionados às doenças cardiovasculares que os pardos/negros e brancos, assim como os Sateré-Mawé em relação aos rionegrinos. Conclusões: as principais diferenças foram: obesidade, dislipidemia, pré-hipertensão arterial sistêmica/hipertensão arterial sistêmica e circunferências aumentadas, com destaque de pior situação para os pardos/negros. Os achados indicam haver diferenças nos fatores de risco entre os grupos de raça/cor e etnia avaliadosItem “Com dor de dente, tudo é ruim nesta vida!”: saúde bucal na comunidade indígena de Tremembé, Ceará, Brasil(UNESP, 2022) Maciel, Jacques Antonio Cavalcante; Monteiro, Ana Kamila Araújo; Pará, Jefferson Willyan de Sousa; Sousa, Joelton Rosendo; Castro-Silva, Igor IucoEste estudo teve por objetivo analisar a importância do cuidado em saúde bucal de informantes da comunidade indígena Tremembé, em Itarema, Ceará, Brasil. Neste estudo exploratório de caráter qualitativo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com seis adultos considerados informantes-chave da comunidade. As percepções mais presentes nos discursos indicaram o reconhecimento da importância no cuidado em saúde bucal, com foco na higiene dentária, necessária para a socialização. As falas relacionaram a valorização da alimentação saudável, associada à boa qualidade da saúde bucal, com a valorização do conhecimento tradicional como prática de cuidado. No entanto, os discursos apresentaram uma focalização na assistência clínica para adultos, em detrimento de aspectos educativos. As percepções revelaram potencial para integração de cuidados dos profissionais de saúde e dos atores sociais que possuem papel de liderança na comunidade indígenaItem Prevalence of cognitive impairment in Brazilian indigenous community from Amazonas(Academia Brasileira de Neurologia, 2022) Carvalho, Anna Paula de; Brucki, Sonia Maria Dozzi; Nitrini, Ricardo; Bezerra, Camila Carlos; Silva, Fernanda Carini da; Souza-Talarico, Juliana Nery deNo mundo, estudos sobre a prevalência de demência em idosos indígenas são insuficientes, porém nas evidências disponíveis, a prevalência varia de baixa a muito alta, com início precoce da doença e elevada taxa de mortalidade após o diagnóstico inicial. As evidências em países de baixa e média renda são escassas, e neles a prevalência de demência aumentará significativamente nas próximas décadas. Objetivo: Determinar a prevalência de déficit cognitivo e fatores associados em indígenas brasileiros da etnia Mura no Amazonas, Brasil. Métodos: Duzentos e dezessete indígenas com 50 anos ou mais do Amazonas, Brasil, foram submetidos a avaliação cognitiva. Atenção, memória, fluência verbal, desempenho visuoespacial e estado de humor compuseram o diagnóstico de déficit cognitivo. Resultados: A prevalência de déficit cognitivo foi de 43,3% (intervalo de confiança - IC95% 36,6-49,7) e variou de acordo com a idade [odds ratio - OR=1,03 (IC95% 1,00-1,06)], educação [OR=0,74 (IC95% 0,62-0,87)], índice de massa corporal [OR=0,91 (IC95% 0,83-0,98)] e renda [OR=0,52 (IC95% 0,27-0,99)]. Conclusões: O comprometimento cognitivo teve início precoce na comunidade indígena, sendo sua prevalência maior em idosos com baixa escolaridade e baixa renda familiar. Esses achados destacam a importância da implementação de políticas públicas de saúde indígena, com foco na formação de profissionais de saúde, para a detecção precoce do déficit cognitivoItem Suicide rates between men and women in Brazil, 2000-2017(ENSP/Fiocruz, 2021) Palma, Danielly Cristina de Andrade; Oliveira, Beatriz Fátima Alves de; Ignotti, ElianeO estudo buscou analisar a tendência nas taxas de suicídio padronizadas por gênero de acordo com as macrorregiões brasileiras entre 2000 e 2017. Os dados de mortalidade foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram utilizados modelos de regressão linear, e testes de Durbin-Watson foram aplicados para verificar a independência dos resíduos, assim como testes de Prais-Winsten para controlar a autocorrelação seriada. As tendências foram classificadas como crescentes, decrescentes e estáveis, com nível de significância de 5%. A taxa de suicídio padronizada para o sexo masculino aumentou em 75%, de 6,5 para 11,3 óbitos por 100.000 habitantes. Para o sexo feminino, o aumento foi de 85%, de 1,6 para 3,0 óbitos por 100.000 habitantes. Foi observado um aumento gradual nas taxas de suicídio padronizadas em todas as macrorregiões e em ambos os sexos. O crescimento nas taxas de suicídio no Sul é o dobro para as mulheres, enquanto no Nordeste é maior para os homens. As regiões Sul e Centro-oeste apresentaram as maiores taxas, e a Região Norte apresentou a menor. A tendência das taxas de suicídio padronizadas é linear e cresce significativamente no Brasil e em todas as macrorregiões e em ambos os sexos. As taxas de suicídio em homens e mulheres evidenciam diferenças de risco de acordo com gêneroItem Prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus entre Indígenas(Universidade Federal do Paraná, 2021) Corrêa, Perla Katheleen Valente; Trindade, Fernanda Araújo; Nascimento, Camilla Cristina Lisboa do; Araújo, Aliny Cristiany Costa; Souza, Igor Kenji Yamamoto; Nogueira, Laura Maria VidalObjetivo: analisar prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes mellitus nos indígenas aldeados associadas à etnia e descrever a frequência de atendimento/diagnóstico segundo categoria profissional. Método: estudo epidemiológico, descritivo, realizado com dados de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes mellitus produzidos nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, do Pará, entre 2013-2017, obtidos do Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena. Para análise, agrupou-se as morbidades e utilizou-se o Qui-quadrado de Pearson, p≤0,05. Resultados: foram estudados 624 casos de Hipertensão Arterial Sistêmica e 108 casos de Diabetes mellitus, identificando-se maior acometimento de mulheres. A etnia Munduruku apresentou maior prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica (35,0%; n=219) e Diabetes mellitus (23,1%; n=25). Observou-se participação expressiva da equipe de enfermagem no atendimento aos indígenas. Conclusão: A prevalência identificada pode ser atribuída à acelerada transição nutricional e mudanças nos hábitos de vida. Tais achados são importantes para assistência de enfermagem qualificada e culturalmente significadaItem Níveis pressóricos elevados e risco cardiovascular entre indígenas Munduruku(Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 2021) Sombra, Neuliane Melo; Gomes, Hanna Lorena Moraes; Sousa, António Manuel; Almeida, Gilsirene Scantelbury de; Souza Filho, Zilmar Augusto de; Toledo, Noeli das NevesObjetivo: identificar os fatores de risco associados à préhipertensão e hipertensão arterial entre indígenas Munduruku da Amazônia brasileira. Método: estudo transversal realizado com 459 indígenas Munduruku selecionados por meio de amostragem aleatória estratificada. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas, hábitos e estilos de vida, dados antropométricos, glicemia de jejum e perfis lipídicos. Utilizou-se aparelho automático calibrado e validado para medir a pressão arterial. As análises dos dados coletados foram realizadas pelo software R versão 3.5.1. Para as variáveis contínuas, utilizou-se o teste Kruskall-Wallis; para as categóricas, o Exato de Fischer. Considerou-se nível de significância de 5% e valor p≤0,05. Resultados: a prevalência de níveis pressóricos alterados foi de 10,2% para valores sugestivos de hipertensão e de 4,1% para pré-hipertensão. O risco de pré-hipertensão entre indígenas associou-se a ser do sexo masculino (OR=1,65; IC95% 0,65-4,21) e ter circunferência da cintura aumentada substancialmente (OR=7,82; IC95% 1,80-34,04). Quanto ao risco para hipertensão arterial, associou-se à idade (OR=1,09 IC95% 1,06-1,12), à circunferência da cintura aumentada (OR=3,89; IC95% 1,43-10,54) e à circunferência da cintura aumentada substancialmente (OR=5,46; IC95% 1,78-16,75). Conclusão: entre indígenas Munduruku, os homens estavam mais vulneráveis para desenvolver hipertensão; a idade e a circunferência da cintura aumentada mostraram-se como fortes fatores de risco cardiovascularItem Uso do cachimbo tradicional (xanduca) e função respiratória no povo indígena Fulni-ô, Brasil: estudo no âmbito do Projeto de Aterosclerose nas Populações Indígenas (PAI)(Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2022) Pereira, Vanessa Cardoso; Coelho, David Lopes Lima Cavalcanti; Santos, Juracy Marques dos; Armstrong, Dinani Matoso Fialho de Oliveira; Patriota, Pedro Vinícius Amorim de Medeiros; Lima, João Augusto Costa; Cruz, Álvaro Augusto; Carmo, Rodrigo Feliciano do; Souza, Carlos Dornels Freire de; Armstrong, Anderson da CostaItem The challenges to control epilepsy in an isolated indigenous tribe in Brazil’s Amazon: 15 years of follow-up(ABN, 2023) Honorato, Marcos Manoel; Cremaschi, Renata Carvalho; Coelho, Fernando Morgadinho SantosAntecedentes A epilepsia é uma doença neurológica que afeta povos do mundo todo, mas raramente é descrita em povos indígenas. Objetivos: Estudar as características da epilepsia e os fatores de risco para o controle das crises em pessoas de uma população indígena isolada. Métodos: Este é um estudo de coorte retrospectivo e histórico, conduzido de 2003 a 2018 (15 anos) no ambulatório de neurologia, de 25 indígenas Waiwai com epilepsia, habitantes de uma reserva florestal na Amazônia. Aspectos clínicos, antecedentes, comorbidades, exames, tratamento e resposta foram estudados. Identificou-se os fatores que afetaram o controle das crises ao longo de 24 meses usando curvas de Kaplan-Meier e modelos de regressão de Cox e Weibull. Resultados: A maioria dos casos teve início na infância, sem diferença quanto ao gênero. Predominavam as epilepsias focais. A maioria dos pacientes apresentava crises tônico-clônicas. Um quarto deles tinha história familiar e 20% referiram convulsões febris. Vinte por cento dos pacientes apresentava deficiência intelectual. Um terço tinha exame neurológico e desenvolvimento psicomotor alterados. O tratamento controlou 72% dos pacientes (monoterapia em 64%). Fenobarbital foi o medicamento mais prescrito, seguido por carbamazepina e valproate, e os fatores que mais impactaram o controle das crises ao longo do tempo foram exame neurológico anormal e história familiar. Conclusão: História familiar e exame neurológico anormal foram fatores de risco preditores para epilepsia refratária. Mesmo em uma tribo indígena isolada, a parceria entre os indígenas e a equipe multidisciplinar garantiu a adesão ao tratamento. O sistema público de saúde deve garantir medicamentos modernos anticrise, principalmente para essa população vulnerável, que não tem outra fonte de tratamentoItem Condições de Vida e Saúde de Indígenas Kaingang com Diabetes(Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná, 2024) Benedito, Júnior Cesar de Souza; Marcon, Sonia Silva; Medeiros, Arthur de Almeida; Batiston, Adriane Pires; Haddad, Maria do Carmo Lourenço; Teston, Elen FerrazObjetivo: analisar as condições de vida e saúde de indígenas Kaingang com Diabetes Mellitus tipo 2. Método: estudo transversal, realizado por meio de entrevista e consulta aos prontuários com indígenas da etnia Kaingang, residentes em uma terra indígena localizada na região norte do Paraná-Brasil. Para análise dos dados, utilizaram-se os testes t de Student e do qui-quadrado. Resultados: a idade média dos 45 participantes foi de 56,3 ± 12,4 anos. A maioria apresentou excesso de peso e a medida da circunferência da cintura das mulheres foi superior ao indicativo de risco. A média de hemoglobina glicada foi de 9,6 ± 2,7%; e de glicemia venosa foi de 189,1 ± 95,3 mg/dL. Conclusão: analisar as condições de vida e saúde de indígenas Kaingang gera subsídios para o planejamento de ações de rastreamento precoce, prevenção e acompanhamento das condições crônicas na população indígenaItem Um breve panorama sobre a Agenda 2030, as doenças crônicas não transmissíveis e os desafios de não deixar ninguém para trás(ENSP/Fiocruz, 2024) Pires, Laurenice de Jesus Alves; Ribeiro, José Mendes; Cruz, Marly Marques da CuzEste ensaio traz uma reflexão teórica sobre os desafios para alcançar as metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, considerando seu lema de “não deixar ninguém para trás”. Para exemplificar esses desafios, apresenta-se como pano de fundo as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), um dos principais temas da agenda da saúde global antes da pandemia de COVID-19, discutindo as dimensões políticas e econômicas que determinam sua presença e avanço global. Após um breve panorama sobre as DCNT, busca-se responder a três perguntas: em “Sem deixar ninguém para trás?”, elencamos alguns temas para refletir sobre como e quem tem ficado historicamente para trás, aprofundando um pouco mais os exemplos ao adentrar em “Quem tem ficado para trás no mundo?” e “Quem tem ficado para trás no Brasil?”. A partir de dados da literatura mais relevante e recente sobre o tema, apresentamos os desafios e alguns caminhos para não deixar ninguém para trás em um mundo em que o modo de produção tem historicamente vulnerabilizado alguns grupos sociais, com destaque para a população negra e a população indígena. Trazemos nas considerações finais a inspiração do ideograma Sankofa para lembrar que as respostas para o desenvolvimento sustentável que buscamos podem estar em algum lugar de nosso passado mais originário e tradicional, e que é preciso apostar na construção de novos caminhos a partir de outras epistemologias e cosmovisões presentes do outro lado da linha abissalItem Overweight in Sateré-Mawé indigenous residents of an urban area in Parintins, Amazonas(Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2023) Radicchi, Marcelo RochaObjetivo: Verificar a prevalência de sobrepeso em indígenas Sateré-Mawé maiores de 18 anos de idade, residentes na cidade de Parintins (AM), Brasil, identificando as variáveis associadas. Métodos: Um inquérito domiciliar foi realizado em 2017 na cidade de Parintins e identificou novos domicílios em cada entrevista, alcançando o universo censitário. Foram elegíveis os autodeclarados Sateré-Mawé maiores de 18 anos e residentes há mais de um ano na cidade. O sobrepeso foi considerado para valores de índice de massa corporal ≥25 kg/m2 ou ≥27 kg/m2 para os maiores de 60 anos de idade. Coletou-se informações domiciliares sobre bolsa família, bem como individuais como falar a língua indígena, anos morando na cidade e na terra indígena, renda, trabalho, escolaridade, estado civil, nível de atividade física no lazer e no deslocamento e tempo assistindo televisão na semana. Foi utilizado o modelo logístico hierarquizado, calculando a razão de chances e intervalo de confiança (95%). Resultados: Participaram do estudo 174 pessoas no total, sendo que 42% deles estavam com sobrepeso. Falar a língua Sateré-Mawé, a quantidade de anos residindo na cidade, trabalhar fora de casa e ser casado tiveram efeito positivo no desfecho, porém perderam significância no modelo final. Somente atividade física insuficiente no deslocamento (OR=2,24 IC 95%=1,01-4,98) e a faixa etária dos 30 a 59 anos (OR=8,79 IC 95%=3,41-22,64) mantiveram-se significativas. Conclusão: Esforços para dar visibilidade à situação de saúde das populações indígenas urbanas no Brasil são necessários. A fraca infraestrutura de transporte na cidade parece favorecer a atividade física no deslocamento como necessidade, além da idade, já comumente associada ao sobrepesoItem A incidência do bócio endêmico sobre os índios brasileiros(Ministério da Saúde, 1957) Silva, WalterO autor, estudando os dados de algumas áreas bocígenas do Planalto Central do Brasil habitadas simultaneamente por índios e brancos, encontrou índices de incidência da doença três vezes mais elevados nestes do que naqueles. A dados colhidos em relatórios e informações do Serviço de Protecão aos Índios, e a de que os índios que ainda se mantêm afastados dos hábitos de nossa civilização, não têm bócio endêmico. O autor julga que o fato é devido principalmente ao regime alimentar que os selvícolas conseguem manter equilibrado com os elementos do meio. Algumas tribos fazem uma lixivia impura com determinados vegetais e que, a guisa de sal, e outros misturam os alimentos com as cinzas resultantes do fogo de que se servem para cozinha-los. Amostra de uma lixivia examinada mostrou-se rica em iodo, cálcio e ferro e, alguns alimentos locais examinados, revelaram elevadas taxas de elementos nutritivos. Conclui então que os indígenas só apresentam bócio depois de integrados com a nossa cultura. O assunto merece e comporta estudo de maior profundidade para o esclarecimento de pontos obscuros da etiopatogenia do bócio endêmico.Item The prevalence of antibodies against Desmoglein 1 in endemic Pemphigus Foliaceus in Brazil(Massachusetts Medical Society, 2000) Warren, Simon J. P.; Lin, Mong-Shang; Giudice, George J.; Hoffmann, Raymond G.; Hans-Filho, Gunter; Aoki, Valeria; Rivitti, Evandro A.; Santos, Vandir dos; Diaz, Luis A.Item Promoção da saúde em aldeia Karajá: um relato de experiência(Associação Brasileira de Odontologia (Seção Rio de Janeiro), 2018) Martins, Fernanda Ximenes Amado; Mendes, Leandro Reboredo; Scarparo, AngelaObjetivo: relatar a experiência extensionistas de acadêmicos do INSF/UFF promovida pelo PET em parceria com a ONG Amazonas Visão. Relato de Experiência: a atividade foi realizada na aldeia Karajá, na Ilha do Bananal em São Félix do Araguaia/MT, com foco em atividades educativa-preventiva em saúde bucal e de assistência básica. Etapa 1: reconhecimento territorial da aldeia com agentes de saúde indígenas. Etapa 2 - procedimentos de TRA, raspagens, exodontias simples, oficinas de instrução de higiene bucal, conscientização da dieta e doença cárie e aplicações tópicas de flúor. O atendimento clínico odontológico foi realizado na escola da aldeia em sala equipada, e as oficinas interativas de instrução de higiene bucal e aplicação tópica de flúor realizadas no espaço externo da escola. Durante a expedição, observou-se a falta de conhecimento básico sobre saúde geral e bucal, a comunidade indígena possui assistência odontológica mínima, necessitando deslocar-se a cidade mais próxima, via fluvial (5 Km). Durante a territorialização, foi constatada falta de saneamento básico e tratamento de água, causando grande impacto na saúde da comunidade. A barreira cultural é um empecilho dificultador na transmissão de informações sobre a saúde. Conclusão: Vivenciar uma cultura diferente, em contato com indígenas e o meio que estão inseridos, com saúde precária e de difícil acesso, trouxe reflexões sobre o papel do cirurgião-dentista na promoção da saúde. A experiência do trabalho voluntário e extensão universitária são fundamentais para o crescimento profissional, proporcionando uma vivência integral e humanística ao acadêmico.Item Intersalt: An international study of electrolyte excretion and blood pressure: results for 24 hour urinary sodium and potassium excretion(BMJ Publishing Group, 1988) Intersalt Cooperative Research GroupItem Suggestive diagnosis of attention‑defcit/hyperactivity disorder in indigenous children and adolescents from the Brazilian Amazon(Springer, 2019) Azevêdo, Paulo Verlaine Borges e; Caixeta, Leonardo Ferreira; Taveira, Daniela Londe Rabelo; Giglio, Margareth Rocha Peixoto; Rosário, Maria Conceição; Rohde, Luis AugustoItem Visual acuity and color blindness among brazilian Cayapo indians(Karger Publishers, 1972) Salzano, Francisco M.