EPI - Artigos de Periódicos

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    Perfil de utilização de medicamentos antineoplásicos entre indígenas atendidos pelo Sistema Único de Saúde
    (ENSP/Fiocruz, 2020) Matos, Camila Alves; Osorio-de-Castro, Claudia Garcia Serpa; Coimbra Jr., Carlos E. A.; Silva, Mario Jorge Sobreira da
    Estima-se que no Brasil existam cerca de 900 mil indígenas (0,4% da população do país) pertencentes a mais de 300 etnias diferentes. Porém, informações sobre a epidemiologia do câncer e sobre os medicamentos antineoplásicos utilizados no tratamento desses indivíduos são escassas. Os objetivos do presente estudo são identificar os medicamentos antineoplásicos utilizados e descrever o perfil de utilização deles na população indígena tratada no Brasil, além de descrever o perfil epidemiológico dos usuários. Foi realizado um estudo do tipo ecológico que envolveu os atendimentos ambulatoriais de quimioterapia, realizados no período de janeiro de 2014 e dezembro de 2018, em todo o Brasil. A fonte de coleta dos dados utilizada foi o Sistema de Informação Ambulatorial, do Departamento de Informática do SUS, considerando apenas as Autorizações de Procedimentos de Alta Complexidade para Quimioterapia. Foram identificadas 2.425 autorizações para procedimentos de quimioterapia destinadas ao tratamento de pacientes indígenas. Um total de 2.292 autorizações, para um total de 210 indivíduos, foram analisadas. Observou-se um aumento do número de autorizações e de indígenas em uso de quimioterapia ao longo do período, maior concentração de indivíduos residentes e em tratamento na Região Sul do país, diversidade de tipos de tumores diagnosticados (n = 63) e de esquemas terapêuticos utilizados durante o tratamento (n = 107). O presente estudo trouxe um novo panorama sobre o perfil epidemiológico dos usuários indígenas sob tratamento quimioterápico no Sistema Único de Saúde. Os achados contribuem para o preenchimento da atual lacuna de conhecimento a respeito da saúde indígena no Brasil
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    Suicídio na população indígena e não indígena: uma contribuição para a gestão em saúde
    (REBEn, 2020) Braga, Cláudia Maria Rosa; Nogueira, Laura Maria Vidal; Trindade, Lidiane de Nazaré Mota; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataíde; André, Suzana Rosa; Silva, Ingrid Fabiane Santos da; Paiva, Bárbara Lopes
    Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico e epidemiológico de suicídio na população indígena e não indígena e a espacialidade do evento. Método: Estudo epidemiológico, descritivo, realizado com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade. Foram calculadas taxas de mortalidade por suicídio para os 144 municípios do Pará e relacionadas com os valores de localização geográfica dos municípios; posteriormente, foram construídos mapas temáticos utilizando o software QGIS 3.10.3. A associação entre as variáveis foi medida pelo teste G. Resultados: Foram estudados 1.387 registros de suicídio, e a taxa de mortalidade entre indígenas mostrou-se baixa em relação aos não indígenas, alcançando 0,1/100 mil habitantes e 17,5/100 mil habitantes, respectivamente. Conclusão: O suicídio está distribuído heterogeneamente no território, com maior vulnerabilidade de indígenas, o que demanda políticas diferenciadas considerando sua diversidade cultural
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    A população indígena Xavante em Mato Grosso: características sociodemográficas relacionadas à saúde
    (UFRJ, 2022) Oliveira, Mauricio Viana Gomes de; Marinho, Gerson Luiz; Abreu, Ângela Maria Mendes
    Objetivo: Comparar indicadores sociodemográficos dos Xavante de seis terras indígenas com a população não indígena residente em áreas rurais de quatro microrregiões adjacentes. Método: Estudo seccional, do tipo ecológico, com análises comparativas entre indígenas e não indígenas residentes no estado de Mato Grosso, Brasil. Compararam-se os seguintes indicadores: estrutura etária e por sexo, taxa de alfabetização, renda, condições de saneamento dos domicílios e mortalidade. Resultados: Foram caracterizadas 14.905 pessoas Xavante e 78.106 pessoas não indígenas (brancas, pretas, amarelas e pardas) residentes em domicílios de área rural. A estrutura etária revelou padrões divergentes, 40,0% dos Xavantes tinham menos de 10 anos de idade, contra 15,0% dos não indígenas na mesma faixa etária. Em relação aos não indígenas, os Xavantes apresentaram maior taxa de analfabetismo (31,3% vs. 9,9%) e 84,1% dos domicílios não possuíam banheiro ou sanitário, 39,6% das pessoas Xavante não declararam renda, contra 6,5% para os não indígenas. Conclusão e implicação para a prática: Os dados sobre etnia, coletados pela primeira vez por um censo, são essenciais para análises demográficas de segmentos específicos da população, e, no caso dos Xavante, revelam desigualdades em relação aos não indígenas
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    Concordância entre estado nutricional e percepção da imagem corporal em indígenas khisêdjê do Parque Indígena do Xingu
    (ABRASCO, 2020) Santos, Kennedy Maia dos; Tsutsui, Mario Luiz da Silva; Mazzucchetti, Lalucha; Galvão, Patrícia Paiva de Oliveira; Granado, Fernanda Serra; Rodrigues, Douglas; Tomita, Luciana Yuki; Maia, Raquel da Rocha Paiva; Gimeno, Suely Godoy Agostinho
    Objetivos: Verificar a concordância entre autoimagem corporal (escala de silhuetas de Stunkard et al.) e estado nutricional e avaliar a satisfação corporal em indígenas khisêdjê do Parque Indígena do Xingu. Métodos: Estudo transversal que incluiu 131 indígenas khisêdjê, com 20 anos ou mais. Coletaram-se dados sobre imagem corporal, índice de massa corporal e perímetro da cintura. Foram utilizados a estatística kappa, o teste χ2 (p < 0,05), as razões de prevalências brutas e ajustadas e o teste t de Student. Resultados: As prevalências de sobrepeso e obesidade foram, respectivamente, 42 e 5,3%. A porcentagem de satisfação com o perfil corporal foi de 61,8%, sem diferença entre os sexos. Houve boa concordância entre autoimagem real e autoimagem ideal (p < 0,001), porém baixa concordância entre a autoimagem real e ideal e o estado nutricional para ambos os sexos. Maior prevalência de insatisfação corporal por excesso de peso foi detectada entre indivíduos com obesidade central e excesso de peso. Conclusão: Os resultados sugerem que a autoimagem corporal avaliada por meio da escala de silhuetas de Stunkard et al. tem pouca aplicabilidade como indicador do estado nutricional de indígenas khisêdjê do Parque Indígena do Xingu
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    Perfil nutricional de crianças indígenas menores de cinco anos de idade no Alto Rio Solimões, Amazonas, Brasil (2013)
    (Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, 2023) Medeiros, Francinara Guimarães; Mainbourg, Evelyne Marie Therese; Ferreira, Aline Alves; Balieiro, Antônio Alcirley da Silva; Welch, James R.; Coimbra Jr. , Carlos E. A.
    Objetivos: caracterizar o estado nutricional de crianças indígenas menores de cinco anos, de comunidades rurais na região do Alto Solimões, habitada por sete etnias, com base em dados de dezembro de 2013. Métodos: foram extraídos dos formulários do SISVAN Indígena dados de peso e estatura, coletados em 2013, de 7.520 crianças (86,0% das crianças estimadas nesta faixa etária). Foram calculados os índices estatura-para-idade (E/I), peso-para-idade (P/I), peso-para-estatura (P/E) e índice de massa corporal para idade (IMC/I). Curvas de referência para crescimento propostas pela Organização Mundial da Saúde foram utilizadas para calcular escores z. Resultados: o índice estatura-para-idade (E/I) apresentou os menores valores médios de escore z, chegando a −1,95 nas crianças entre 36 e 60 meses. Os valores médios do escore z do índice peso-paraidade (P/I) também permaneceram abaixo de zero. Os valores médios do escore z para os índices P/E e índice de massa corporal para idade (IMC/I) mantiveram-se ligeiramente acima de zero, atingindo valor máximo de 0,5. Do total de crianças, 45,7% apresentaram baixa E/I, 9,6%, baixo P/I, 4,5% baixo P/E e 10,7% de excesso de peso de acordo com o IMC/I Conclusão: em 2013 a desnutrição persistia como um importante agravo à saúde nessas crianças
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    Geoespacialização da tuberculose e os programas de transferência de renda entre indígenas em território endêmico
    (ABEn, 2023) Lima, Ingrid Bentes; Nogueira, Laura Maria Vidal; Trindade, Lidiane de Nazaré Mota; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataide; André, Suzana Rosa; Sousa, Ana Inês
    Objetivo: Analisar o padrão espacial de tuberculose em indígenas do Pará e sua correlação com transferência de renda. Métodos: Estudo ecológico, com 340 casos notificados em indígenas no Pará/Brasil, no período 2016-2020. Realizou-se análise descritiva e cálculo das taxas de incidência com suavização pelo método bayesiano empírico local. Fez-se autocorrelação das taxas com dados de transferência de renda pelo Moran Global, p<0,05. Resultados: As mesorregiões Marajó e Metropolitana de Belém apresentaram as taxas de tuberculose mais elevadas e reduzido número de pessoas beneficiadas com transferência de renda (correlação alto-baixo). No Sudoeste, identificaram se taxas elevadas e número significativo de pessoas beneficiadas com os auxílios financeiros (correlação alto alto), I=0,399, p=0,027. Conclusões: A autocorrelação espacial entre tuberculose e acesso a programas de transferência de renda constitui importante subsídio para formulação de políticas de proteção social, podendo impactar as ações de controle da doença nos territórios indígenas, valorizando a heterogeneidade epidemiológica identificada nas mesorregiões
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    Fatores de risco cardiovascular: diferenças entre grupos étnicos
    (REBEn, 2020) Toledo, Noeli das Neves; Almeida, Gilsirene Scantelbury de; Matos, Miharu Maguinoria Matsuura; Balieiro, Antonio Alcirley da Silva; Martin, Luís Cuadrado; Franco, Roberto Jorge da Silva; Mainbourg, Evelyne Marie Therese
    Objetivos: comparar os indicadores metabólicos, antropométricos, de consumo de tabaco e álcool, considerados como fatores de risco para doenças cardiovasculares, assim como as características demográficas e socioeconômicas entre indígenas do Rio Negro, Sateré-Mawé, Pardos/Negros e Brancos que residem na cidade de Manaus. Métodos: estudo observacional transversal, norteado pela ferramenta STROBE. Amostra de 191 adultos de ambos os sexos. Realizadas medidas antropométricas, pressão arterial e análises bioquímicas. Aplicado teste estatístico no cruzamento da variável cor/raça/etnia com as variáveis investigadas. Resultados: os indígenas apresentaram melhores indicadores metabólicos e antropométricos relacionados às doenças cardiovasculares que os pardos/negros e brancos, assim como os Sateré-Mawé em relação aos rionegrinos. Conclusões: as principais diferenças foram: obesidade, dislipidemia, pré-hipertensão arterial sistêmica/hipertensão arterial sistêmica e circunferências aumentadas, com destaque de pior situação para os pardos/negros. Os achados indicam haver diferenças nos fatores de risco entre os grupos de raça/cor e etnia avaliados
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    Histórico social, demográfico e de saúde dos povos indígenas do estado do Acre, Brasil
    (ABRASCO, 2020) Borges, Maria Fernanda de Sousa Oliveira; Silva, Ilce Ferreira da; Koifman, Rosalina
    A trajetória histórica vivenciada pelos povos indígenas no Brasil coadunou numa complexa situação social que se estende com precariedade e evidentes disparidades traduzidas em pior perfil de pobreza, escolaridade e de saúde em relação a outros segmentos da sociedade nacional. As políticas de saúde direcionadas para os povos indígenas não conseguiram até a atualidade superar as lacunas do cuidado especializado, persistindo a atenção fragmentada e emergencial, manutenção de péssimo quadro de morbimortalidade, iniquidades de acesso aos serviços de saúde, elevada descontinuidade do cuidado, barreiras administrativas e distorções no processo de controle social. O Estado do Acre, localizado na Amazônia Ocidental brasileira, reflete o quadro de maior vulnerabilidade dos povos indígenas da Região Norte, que compartilham piores resultados de saúde quando comparados com o restante do país. O objetivo do presente artigo de revisão narrativa da literatura consiste em caracterizar o histórico dos povos indígenas do Acre, segundo aspectos sociodemográficos, epidemiológicos e de políticas de saúde no contexto brasileiro
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    Tendência temporal e distribuição espacial dos casos de violência letal contra mulheres no Brasil
    (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 2022) Moroskoski, Márcia; Brito, Franciele Aline Machado de; Oliveira, Rosana Rosseto de
    Objetivo: analisar a tendência temporal e a distribuição espacial dos casos de violência letal contra mulheres no Brasil, segundo faixa etária e raça/cor. Método: estudo ecológico, de séries temporais, com distribuição espacial dos óbitos de mulheres vítimas de agressão, cadastrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, residentes no Brasil, regiões geográficas e estados brasileiros. Devido ao sub-registro de óbitos em alguns estados, empregaram-se fatores de correção das taxas de mortalidade. Para a análise de tendência, adotamos o modelo de regressão polinomial. Além disso, as taxas médias e as tendências de aumento/reduções anuais foram distribuídas considerando como unidade de análise as unidades federativas do Brasil. Resultados: a taxa média foi de 6,24 casos de violência letal por 100 mil mulheres, com variação importante entre as regiões e os estados brasileiros. As principais vítimas de morte violenta no Brasil são mulheres jovens, pretas/pardas e indígenas, com tendência de crescimento nessas populações. As Regiões Norte e Nordeste se destacaram com os aumentos anuais médios mais expressivos (0,33; r2 = 0,96 e 0,26; r2 = 0,92, respectivamente). Conclusão: evidenciou-se tendência de estabilidade da violência letal contra a mulher, com diferenças regionais significativas. Mulheres jovens, pretas/pardas e indígenas são mais vulneráveis à morte violenta no Brasil
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    Iniquidades raciais no acesso à reabilitação após acidente vascular cerebral: estudo da população brasileira
    (ABRASCO, 2022) Souto, Shayze da Rosa; Anderle, Paula; Goulart, Bárbara Niegia Garcia de
    O objetivo deste artigo é verificar a associação raça/cor e acesso a serviços de reabilitação pós-AVC. Estudo transversal de base populacional com 966 adultos (≥18 anos) pós-AVC, respondentes da Pesquisa Nacional de Saúde. Desfecho, acesso à reabilitação, e exposição (raça/cor) foram coletados de modo autorreferido. Variáveis sociodemográficas, histórico clínico, plano de saúde e limitação pós-AVC foram considerados para o ajuste. Regressão de Poisson com estimativa de variância robusta foi utilizada para estimar a associação nas análises bruta e ajustada. Da amostra total, 51,8% são autodeclarados negros ou outras raças, 61,4% demandam por reabilitação, sendo que apenas 20% têm acesso ao serviço de reabilitação. Dificuldade em acessar reabilitação foi referida por 57,5% dos autodeclarados amarelos ou indígenas, 43% dos negros, e 35,4% dos brancos. Na análise ajustada, negros têm 4% menos acesso à reabilitação se comparados com seus pares brancos (RP 1,04, IC95% 1,00-1,08). Pessoas da raça amarela ou indígena 17% menos acesso que brancos (RP 1,17, IC95% 1,13-1,20). No Brasil, autodeclarados negros, amarelos, indígenas e outros têm pior acesso à reabilitação pós-AVC quando comparados aos autodeclarados brancos, apontando iniquidades raciais na reabilitação em sobreviventes de AVC
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    Perfil dos diagnósticos de enfermagem em idosos indígenas na comunidade: estudo transversal
    (REBEn, 2022) Silva, Carlos Jordão de Assis; Neves Júnior, Tarcísio Tércio das; Carvalho, Eloisa Araújo de; Silva, Valéria Gomes Fernandes da; Almeida, Sheyla Gomes Pereira de; Menezes, Rejane Maria Paiva de
    Objetivo: descrever o perfil dos diagnósticos de enfermagem evidenciados em idosos indígenas na comunidade. Métodos: trata-se de um estudo transversal, realizado com 51 idosos indígenas de etnia Potiguara, mediante consulta de enfermagem. Os dados clínicos, obtidos a partir da consulta, foram analisados seguindo o processo de raciocínio diagnóstico de Risner e a Taxonomia da NANDA-I (2018-2020). Para maior acurácia, os diagnósticos obtidos passaram por revisão pareada por especialista. Resultados: identificaram-se 37 diagnósticos, dentre eles, Dentição prejudicada (98,0%), Risco de integridade da pele prejudicada (66,7%), Dor crônica (64,7%), Risco de volume de líquido deficiente (54,9%), Deglutição prejudicada (45,1%), Deambulação prejudicada (45,1%), Distúrbio no padrão de sono (43,1%), Incontinência urinária de esforço (41,2%), Risco de quedas (35,3%) e Disfunção sexual (33,3%). Conclusão: os diagnósticos identificados foram predominantemente do domínio Segurança/proteção e resultam de fatores que influenciam negativamente a capacidade funcional do idoso indígena
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    Tendência da tuberculose em indígenas no Brasil no período de 2011-2017
    (ABRASCO, 2020) Ferreira, Thaís Furtado; Santos, Alcione Miranda dos; Oliveira, Bruno Luciano Carneiro Alves de; Caldas, Arlene de Jesus Mendes
    O objetivo deste artigo é analisar a tendência da tuberculose (TB) em indígenas no Brasil no período de 2011-2017. Trata-se de um estudo ecológico realizado com todos os casos novos de TB em indígenas notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, durante o período 2011 a 2017. Foram confeccionados mapas temáticos para acompanhamento da evolução espaço-temporal da TB na população indígena em cada ano. Para o estudo da tendência utilizou-se o modelo de regressão linear generalizada de Prais-Winsten. No período em estudo, foram notificados 6.520 casos de TB em indígenas. A incidência geral de TB em indígenas no Brasil foi de 109/100.000 habitantes. Na análise por regiões do país, as maiores incidências ocorreram nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste. Na análise por UF, as maiores incidências foram encontradas no Mato Grosso, São Paulo, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Acre, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro. A tendência da doença nos indígenas foi estável tanto no país quanto na maioria das suas regiões e UF. A TB afeta desproporcionalmente os indígenas brasileiros e o presente estudo ao identificar regiões e UF prioritárias pode contribuir para a elaboração e fortalecimento de ações de controle mais específicas
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    Household food insecurity, dental caries and oral-health-related quality of life in Brazilian Indigenous adults
    (ABRASCO, 2021) Soares, Gustavo Hermes; Mota, Jaqueline Montoril Sampaio; Mialhe, Fabio Luiz; Biazevic, Maria Gabriela Haye; Araújo, Maria Ercília de; Michel-Crosato, Edgard
    Insegurança alimentar é um fenômeno complexo que afeta a saúde e o bem-estar de famílias vulneráveis. Este estudo objetivou investigar a relação entre insegurança alimentar domiciliar, cárie dentária, qualidade de vida relacionada à saúde bucal, e determinantes sociais de saúde entre indígenas adultos. Foi conduzido um estudo transversal com adultos Kaingang entre 35-44 anos da Terra Indígena Guarita, Brasil. Insegurança alimentar foi avaliada pela escala EBIA. Cárie dentária foi avaliada pelo índice CPOD. Participantes responderam o questionário OHIP-14 e uma entrevista estruturada. Foram realizadas análises descritivas e multivariadas usando modelos de regressão de Poisson. A amostra incluiu 107 adultos Kaingang de 97 domicílios. Aproximadamente 95% dos participantes viviam em famílias com insegurança alimentar. Insegurança alimentar grave esteve presente em 58% dos domicílios. O fenômeno foi associado ao Bolsa Família, densidade familiar e percepção dos impactos da saúde bucal na qualidade de vida. O alto número de famílias afetadas pela insegurança alimentar revela a vulnerabilidade social do povo Kaingang. Insegurança alimentar em adultos Kaingang está associada à percepção da saúde bucal e determinantes sociais da saúde
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    Autopercepção da saúde bucal por indígenas: uma análise de classes latentes
    (ABRASCO, 2020) Mauricio, Herika de Arruda; Moreira, Rafael da Silveira
    Dada a limitada compreensão do perfil de saúde bucal de indígenas, este estudo se propôs a investigar a autoavaliação da saúde bucal desse grupo populacional. Objetivou-se verificar a associação do impacto autopercebido da saúde bucal na vida diária com aspectos sociodemográficos e de caracterização da saúde bucal entre indígenas de 10 a 14 anos da etnia Xukuru do Ororubá, Pesqueira – PE, Brasil. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido no período de janeiro a março de 2010, com realização de exames bucais e aplicação de questionários a 233 indígenas pertencentes ao grupo etário. Por meio do modelo de análise de classes latentes, a variável “impacto da saúde bucal” foi criada e aplicada em modelos de regressão logística simples e múltipla. Os resultados apontaram que aldeias com maior média de domicílios e indígenas com experiência de cárie apresentaram pior autopercepção, aumentando o “impacto da saúde bucal” em 2,37 e 3,95 vezes respectivamente. A Análise de Classes Latentes mostrou-se uma excelente estratégia para compreensão da autopercepção bucal indígena e sua relação com fatores associados
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    Padrão Espacial da Malária em Populações Indígena e não Indígena no Estado do Pará
    (Universidade Federal do Paraná, 2021) Caldas, Rosinelle Janayna Coêlho; Santos, Natália Cristina Costa dos; Rodrigues, Ivaneide Leal Ataíde; Paiva, Bárbara Lopes; Trindade, Lidiane de Nazaré Mota; Nogueira, Laura Maria Vidal
    Objetivo: analisar o padrão espacial da malária nas populações indígena e não indígena no estado do Pará. Método: estudo ecológico, com análise de 379.511 casos de malária notificados ao Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica – Malária, no período 2010 a 2015, no estado do Pará. Os dados foram georreferenciados com auxílio do programa QGIS versão 3.14 e interpolados através do Estimador de Densidade Kernel, para criação de mapas digitais. Realizou-se cálculo e análise da Incidência Parasitária Anual de malária nas mesorregiões do Pará. Resultados: mostraram-se maiores Índices Parasitários Anuais em populações indígenas quando comparados aos não indígenas, com Incidência Parasitária Anual=163,05/1.000 habitantes e 165,27/1.000 habitantes entre indígenas, e 17,26/1.000 habitantes e 14,26/1.000 habitantes em não indígenas. Conclusão: a distribuição territorial da malária é desigual nas mesorregiões considerando a condição de ser ou não indígena, o que sugere necessidade de valorizar as especificidades culturais locorregionais, para direcionar ações de controle mais resolutivas
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    Prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus entre Indígenas
    (Universidade Federal do Paraná, 2021) Corrêa, Perla Katheleen Valente; Trindade, Fernanda Araújo; Nascimento, Camilla Cristina Lisboa do; Araújo, Aliny Cristiany Costa; Souza, Igor Kenji Yamamoto; Nogueira, Laura Maria Vidal
    Objetivo: analisar prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes mellitus nos indígenas aldeados associadas à etnia e descrever a frequência de atendimento/diagnóstico segundo categoria profissional. Método: estudo epidemiológico, descritivo, realizado com dados de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes mellitus produzidos nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, do Pará, entre 2013-2017, obtidos do Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena. Para análise, agrupou-se as morbidades e utilizou-se o Qui-quadrado de Pearson, p≤0,05. Resultados: foram estudados 624 casos de Hipertensão Arterial Sistêmica e 108 casos de Diabetes mellitus, identificando-se maior acometimento de mulheres. A etnia Munduruku apresentou maior prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica (35,0%; n=219) e Diabetes mellitus (23,1%; n=25). Observou-se participação expressiva da equipe de enfermagem no atendimento aos indígenas. Conclusão: A prevalência identificada pode ser atribuída à acelerada transição nutricional e mudanças nos hábitos de vida. Tais achados são importantes para assistência de enfermagem qualificada e culturalmente significada
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    Evolução da infecção pelo HIV entre os povos indígenas do Brasil Central
    (ENSP/Fiocruz, 2021) Graeff, Samara Vilas-Bôas; Pícoli, Renata Palópoli; Arantes, Rui; Cunha, Rivaldo Venâncio da
    A distribuição da epidemia de aids no Brasil está associada a uma ampla gama de fatores que definem maior ou menor vulnerabilidade de grupos populacionais. O estudo teve como objetivo analisar as características clínicas e laboratoriais dos casos de infecção pelo HIV/aids em indivíduos com 13 anos de idade ou mais, e sua evolução para o óbito na população indígena assistida pelo Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul. Realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo sobre a condição clínica e evolução da doença entre 2001 e 2014, a partir de três bases de dados secundários. Foram avaliados o tempo de evolução para a aids, o tempo de evolução ao óbito, a carga viral, a contagem de linfócitos T-CD4+ e o tempo de sobrevida. Foram identificados 103 casos de infecção pelo HIV, dos quais 48,5% evoluíram para aids, sendo 60% em menos de um ano desde o diagnóstico. Foram registrados 40 óbitos, sendo 77,5% em decorrência da infecção pelo HIV. Desses que morreram, apenas 30% tiveram sobrevida maior do que um ano. Este estudo sugere que o diagnóstico da infecção pelo HIV se deu nas fases avançadas da doença, revelando-se tardio e apontando uma cobertura diagnóstica deficiente. A rápida evolução ao óbito e curto período de sobrevida também podem indicar fragilidade no acesso aos serviços de saúde de referência, assim como desarticulação e pactuações insuficientes entre Distrito, municípios e estado
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    Níveis pressóricos elevados e risco cardiovascular entre indígenas Munduruku
    (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 2021) Sombra, Neuliane Melo; Gomes, Hanna Lorena Moraes; Sousa, António Manuel; Almeida, Gilsirene Scantelbury de; Souza Filho, Zilmar Augusto de; Toledo, Noeli das Neves
    Objetivo: identificar os fatores de risco associados à préhipertensão e hipertensão arterial entre indígenas Munduruku da Amazônia brasileira. Método: estudo transversal realizado com 459 indígenas Munduruku selecionados por meio de amostragem aleatória estratificada. Foram avaliadas variáveis sociodemográficas, hábitos e estilos de vida, dados antropométricos, glicemia de jejum e perfis lipídicos. Utilizou-se aparelho automático calibrado e validado para medir a pressão arterial. As análises dos dados coletados foram realizadas pelo software R versão 3.5.1. Para as variáveis contínuas, utilizou-se o teste Kruskall-Wallis; para as categóricas, o Exato de Fischer. Considerou-se nível de significância de 5% e valor p≤0,05. Resultados: a prevalência de níveis pressóricos alterados foi de 10,2% para valores sugestivos de hipertensão e de 4,1% para pré-hipertensão. O risco de pré-hipertensão entre indígenas associou-se a ser do sexo masculino (OR=1,65; IC95% 0,65-4,21) e ter circunferência da cintura aumentada substancialmente (OR=7,82; IC95% 1,80-34,04). Quanto ao risco para hipertensão arterial, associou-se à idade (OR=1,09 IC95% 1,06-1,12), à circunferência da cintura aumentada (OR=3,89; IC95% 1,43-10,54) e à circunferência da cintura aumentada substancialmente (OR=5,46; IC95% 1,78-16,75). Conclusão: entre indígenas Munduruku, os homens estavam mais vulneráveis para desenvolver hipertensão; a idade e a circunferência da cintura aumentada mostraram-se como fortes fatores de risco cardiovascular
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    Territórios indígenas e determinação socioambiental da saúde: discutindo exposições por agrotóxicos
    (Cebes, 2022) Lima, Francco Antonio Neri de Souza e; Corrêa, Marcia Leopoldina Montanari; Gugelmin, Silvia Angela
    As etapas que envolvem a cadeia produtiva de commodities agrícolas produzem possibilidades diferenciadas de vulnerabilidade nas populações, afetando a situação de saúde dos povos indígenas. O uso de agrotóxicos é uma atividade intrínseca aos monocultivos. A exposição a essas substâncias gera desfechos negativos agudos e crônicos na saúde humana e contaminação no ambiente. De modo a contribuir com o debate no campo da Saúde Coletiva, o texto direciona as discussões ao estado de Mato Grosso, onde estão vários povos indígenas, enfrentando a produção de commodities e desfechos em saúde relacionados com os agrotóxicos. Para isso, recorremos à determinação socioambiental do processo saúde-doença, organizando uma matriz de indicadores que enfatizam as escolhas e as omissões do Estado nas questões ambientais, incorporando historicidade nos processos de adoecimento. Os impactos da cadeia de commodities agrícolas e as exposições por agrotóxicos em territórios indígenas são um problema intersetorial que se vincula a violação de direitos humanos, direito à terra, à saúde e à segurança alimentar e nutricional. As respostas devem ser consideradas em uma perspectiva articulada entre os setores econômico, político, ambiental e da saúde, com participação e decisão da população indígena nas etapas dos processos
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    Direitos humanos, vulnerabilidade e vulneração dos povos indígenas brasileiros no enfrentamento à Covid-19
    (IMS-UERJ, 2022) Barbosa, Valquiria Farias Bezerra; Caponi, Sandra Noemi Cucurullo de
    O objetivo deste ensaio teórico é discutir as condições de produção de vulnerabilidade e vulneração dos povos indígenas no Brasil no enfrentamento da coronavirus disease (Covid-19). Iniciamos por um panorama dos processos de negação de direitos e vulnerabilização que se intensificaram no governo Bolsonaro. Por fim, destacamos os componentes da vulnerabilidade e vulneração que afetam os povos indígenas brasileiros no enfrentamento da Covid-19. Os resultados mostraram que os povos indígenas têm múltiplas vulnerabilidades relacionadas aos seus contextos sócio-históricos e culturais que, no Brasil, são agravadas por uma política neocolonialista e autoritária. Concluímos que os povos indígenas brasileiros não estão apenas expostos à condição de vulnerabilidade, mas à vulneração frente à Covid-19. O estudo contribui para a compreensão das implicações da ausência de condições equitativas de proteção contra o coronavírus em relação à alta mortalidade dos indígenas devido à Covid-19