DCS - Dissertações de Mestrado

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    Mobilidade Humana e Epidemiologia de Mansonelose no Município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil
    (2017) Penha, Luiz Carlos Ferreira; Luz, Sérgio Luiz Bessa; Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares
    A mansonelose é uma doença cuja patogenicidade ainda é alvo de discussões. Tem como agentes etiológicos a M. ozzardi e M. pertans. Estudos tem demonstrados que essa patologia apresenta prevalências que aumentam com a idade, acometendo preferencialmente, indivíduos do sexo masculino e com maior exposição ao vetor. Na Amazônia, diversas pesquisas foram realizadas ao longo dos anos, e tiveram como principais alvos os ribeirinhos e indígenas dos países da Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru e Brasil. Essas populações possuem uma dinâmica cultural ampla, ao qual a mobilidade entre área rural e urbana tem se intensificado cada vez mais, com isso contribuindo para a dispersão de parasitos em novas localidades. Com intuito de descrever a distribuição de mansonelose em área urbana e rural do município de São Gabriel da Cachoeira (AM), foi realizado um levantamento de registros de mansonelose nos laboratórios da Rede de Atenção a Malária do município, no período de janeiro a dezembro de 2016. A análise dos dados, foi realizada a partir da organização geopolítica municipal baseada em bairros (área urbana), comunidades, estradas e calhas de rios (área indígena). Constatou-se 514 registros positivos para mansonelose, apontando uma frequência de 1,84%, sendo 0,68 em área urbana e 1,17% em área rural. O estudo revelou que as principais Calhas de Rios com registros de mansonelose são Tiquié, Içana e Negro. Verificou-se ainda que algumas populações indígenas das etnias Hupda e Yuhupdeh possuem características epidemiológicas diferentes podendo estar relacionados aos seus processos históricos ao longo dos anos.
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    A eterna volta: migração indígena e Pankararu no Brasil
    (2014) Estanislau, Bárbara Roberto; Azevedo, Marta Maria do Amaral
    A migração indígena é um fenômeno pouco estudado no âmbito demográfico, até pela dificuldade de se obter dados, visto que os indígenas só começaram a ser contabilizados a partir de 1991. Este trabalho utiliza os Censos Demográficos brasileiros de 2000 e 2010 para traçar um panorama da migração dos autodeclarados indígenas no Brasil, por grande região - Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Percebe-se que há um grande fluxo migratório dentro das próprias grandes regiões e também em direção ao Sudeste, em especial, proveniente do Nordeste. Assim, em seguida, utiliza-se o fluxo migratório Pankararu entre Pernambuco e São Paulo como estudo de caso, a fim de descobrir as nuances deste fenômeno migratório. Dentre as conclusões obtidas, percebe-se que esse deslocamento espacial é feito de maneira a ser uma eterna volta ao outro lugar, Nordeste ou Sudeste, como uma eterna migração
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    Perfil Sanitário, indicadores demográfico de saúde ambiental após a implantação do Distrito Sanitário Especial Indígena: O caso dos Xakriabá em Minas Gerais.
    (Universidade Federal de Minas Gerais, 2004) Pena, João Luiz; Heller, Léo
    Este estudo visa avaliar o impacto sobre a saúde da população Xakriabá, resultante de suas atuais condições de saneamento, determinadas por intervenções realizadas pelas instituições responsáveis pela saúde indígena no Brasil, e de suas práticas higiênicas. Conceito importante explorado no estudo é o da resistência ou não às soluções tecnológicas pela sociedade Xakriabá, considerando a reconhecida dificuldade de sintonização entre as intervenções aplicadas e a sua apropriação cultural, problema que, se é freqüente em populações não indígenas, muito possivelmente é mais importante ainda nessas populações. Pela natureza do problema, além de técnicas quantitativas, foi empregado método qualitativo para apreensão da relação entre saneamento e higiene, de um lado, e a saúde da população, de outro. Verificouse que no período analisado pelo estudo, anos de 2000 a 2002, apesar da FUNASA, por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI-MG/ES), estar atuando na Terra Indígena Xakriabá, as condições sanitárias desta sociedade indígena não são satisfatórias, principalmente de suas crianças. Elevada prevalência de doenças endêmicas como a verminose, altas taxas de incidência de diarréia e doenças infecciosas de pele, acentuadas taxas de mortalidade infantil e más condições de saneamento e de habitação fazem parte do cotidiano deste povo. O fracasso em atender as necessidades de saúde, tanto pelo setor biomédico quanto pelo setor de saneamento, resulta de uma estrutura burocrática/administrativa confusa e fragmentada e pela ausência de definição de competências e responsabilidades no planejamento, execução, fiscalização e avaliação dos serviços de saúde, além do reduzido quadro de recursos humanos sem qualquer experiência, qualificação técnica ou interesse anterior em relação à questão indígena. Além disso, as intervenções na área de saúde estão sendo realizadas sem o conhecimento da cultura dos Xakriabá e os profissionais acabam realizando suas práticas sem reconhecer como a especificidade cultural do grupo influencia o êxito de seu trabalho. Mesmo constatando a atuação limitada e, por vezes, deficiente do setor de saneamento na terra indígena, a associação entre a percepção indígena sobre o processo saúde-doença e seus hábitos de higiene com os resultados das análises da água de beber oriundas de poços profundos, parece corroborar o estudo de Briscoe (1987) que indica serem os serviços de saneamento condições necessárias, porém não suficientes para promover a melhoria da saúde.
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    Cachaça, concreto e sangue: saúde, alcoolismo e violência: povos indígenas no contexto da hidrelétrica de Belo Monte
    (2017) Domingues, William César Lopes; Beltrão, Jane Felipe
    O objetivo da dissertação é discorrer desde a perspectiva dos povos indígenas – sociedades indígenas do Médio Xingu – acerca da construção da Hidrelétrica de Belo Monte analisando os efeitos sociais que implicaram em agravos à saúde das pessoas indígenas, pelo barramento do rio sagrado da cosmologia xinguense, dado o uso abusivo de álcool e de um “renovado” processo de múltiplas violências contra os povos indígenas inaugurado pelo depósito do concreto que encerra o sangue dos parentes gerado pelas violações, suicídio e intensificação do racismo capturados nas malhas da hidrelétrica que desrespeitou os direitos étnicos resguardados pela legislação nacional e internacional.
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    Serviços de saúde e saúde reprodutiva no Alto Rio Negro: da produção de dados à produção do perfil da fecundidade
    (2012) Malvezzi, Cecilia; Azevedo, Marta Maria do Amaral
    Resumo: A produção de informações demográficas a respeito das populações indígenas é substrato para fundamentar as intervenções e políticas públicas direcionadas a esses povos. A irregularidade e qualidade precária das informações ocultam discrepâncias na situação de saúde. Estudos de populações indígenas mostram uma tendência da população indígena de crescimento populacional. Alguns estudos apresentam uma desaceleração no crescimento a partir da década de 1990, associada à queda na fecundidade. Tal queda, ainda que discreta, pode ser atribuída à urbanização, ou mesmo à maior proximidade com os centros urbanos, assim como, constrangimentos oferecidos pelo contado com serviço de saúde, escolas, ONGs, grupos religiosos, mercado de trabalho. Assim, a fim de avaliar se a atuação do serviço de saúde tem impacto na fecundidade indígena, buscou-se analisar a fecundidade das mulheres indígenas da região do Rio Tiquié, no Alto Rio Negro- AM, tomando-se como base inicial os dados produzidos pelo SIASI- Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena no ano de 2005. Para tanto, usamos para fins comparativos o Censo Indígena Autônomo do Rio Negro (CIARN), realizado em 1992, num contexto no qual não havia a presença de um serviço de saúde regular. Apesar de os resultados não serem conclusivos devido a qualidade ruim dos dados empíricos, eles indicam uma queda discreta na fecundidade das mulheres indígenas da região do Rio Tiquié e isso poderia estar relacionado a presença de um serviço de saúde