DCS - Dissertações de Mestrado
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Item Humanização no atendimento às usuárias indígenas na perspectiva do parto e do nascimento em um hospital referência de Mato Grosso do Sul(Universidade Federal da Grande Dourados, 2021) Fonsêca, Wanaline; Luz, Verônica Gronau; Martins, Catia Paranhos; Dias-Scopel, Raquel Paiva; Rezende, Ceny LonghiA pluralidade cultural dos povos indígenas, juntamente às condições de vulnerabilidades sociais em que estão inseridos, é um desafio para os profissionais de saúde, pois, iniciativas como a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e a Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS não garantem efetivamente uma assistência digna e integral a esses povos. O Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) é um dos hospitais de referência do Mato Grosso do Sul, tanto na atenção à saúde da mulher, quanto na saúde dos povos indígenas. Uma das áreas mais impactadas pelo choque transcultural é a esfera que engloba a saúde da mulher indígena. Os profissionais que prestam assistência a essas mulheres são carentes de educação em saúde e, consequentemente, de aprimoramento de suas práticas rotineiras. Diante disso, o objetivo deste trabalho é compreender quais as percepções dos trabalhadores de saúde sobre a humanização do parto e nascimento e quais os principais desafios encontrados na assistência às mulheres indígenas. Foi aplicado um questionário online com todos os 324 profissionais da linha materno infantil do HU-UFGD, com perguntas sociodemográficas, sobre o atendimento às mulheres indígenas, dificuldades no atendimento, conhecimento sobre a Política HumanizaSUS e aspectos ligados ao parto e nascimento das indígenas. Entre os resultados encontrados na pesquisa, constatou-se diferença estatística significativa quanto à discussão de caso das usuárias indígenas entre os profissionais, tendo o médico uma visão diferente das demais categorias. Quanto ao conhecimento sobre a Política Nacional de Humanização, 60% dos profissionais alegam conhecê-la, pouco mais de 10% dos trabalhadores sabiam o número de etnias indígenas e quais existem na macrorregião de Dourados-MS. Sobre questões referentes ao parto, 31,3% dos profissionais relatam que ele ocorre diante da livre escolha da mulher e, quanto a participação do pai no método canguru, a maioria dos profissionais entrevistados considera importante. Embora a maioria dos trabalhadores tenha manifestado reações condizentes com a Política Nacional de Humanização e as políticas nacionais de atenção à saúde da mulher no campo da saúde indígena, ainda há muitos avanços a serem feitos, pois, é fundamental que haja por parte dos trabalhadores reflexão no intuito de garantir direitos individuais e direitos reprodutivos, zelando pelos valores, crenças e tradições das mulheres indígenas. É preciso considerar que a instituição em questão é um centro de referência a estes povos e que a realidade encontrada na jornada do processo saúde-doença nem sempre condiz com o preconizado nas políticas públicas de saúde, em especial, no parto e nascimento. Por isso, é indiscutível a necessidade de mudança na organização do trabalho e na postura profissional frente às singularidades das mulheres indígenas, sobretudo no fomento às ações de educação permanente.Item Aspectos demográficos e mortalidade de populações indígenas do estado do Mato Grosso do Sul(Universidade Estadual de Londrina, 2010) Ferreira, Maria Evanir; Matsuo, Tiemi; Souza, Regina Kazue Tanno de; Mota, Lucio Tadeu; Carvalho, Wladithe Organ deAtualmente as condições precárias de saúde das populações indígenas no Brasil são evidenciadas pela desigualdade nas taxas de mortalidade entre estespovos e a população brasileira em geral. Partindo da hipótese que as condições de saúde da população indígena são piores que da população total do mesmo Estado ,este estudo teve como objetivo analisar os aspectos demográficos e o padrão de mortalidade da população indígena aldeada do Estado do Mato Grosso do Sul,comparativamente ao da população total do mesmo Estado. O campo de estudo foi a área de abrangência do Distrito Sanitário Especial Indígena, cuja sede se situa no município de Campo Grande. Os dados, referentes ao período de 21 a 27, foram obtidos dos registros efetuados pela Fundação Nacional da Saúde no Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena e do consolidado mensa lpreenchido pelas equipes multidisciplinares de saúde. As informações referentes à população total do Estado foram obtidas do módulo demográfico e do Sistema deInformação de Mortalidade do Departamento de Informática do SUS A estrutura etária das populações foi analisada a partir da construção de pirâmides etárias.Também foram construídos os seguintes indicadores de saúde: coeficiente de mortalidade infantil e seus componentes, coeficiente de mortalidade geral e mortalidade proporcional por faixa etária e coeficiente de mortalidade por causas básicas segundo capítulos e agrupamentos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Décima Revisão. Para efeito de comparação entre as duas populações, foram padronizadas as taxasde mortalidade por faixa etária, considerando como população padrão a população total do Estado. Entre os principais resultados, observou-se, na população indígena ,que é alta a proporção de indivíduos menores de 15 anos e reduzido o número de idosos. Na comparação da mortalidade proporcional entre as populações de estudo, foram verificadas taxas mais elevadas de mortalidade em idades precoces na população indígena, comparativamente à população total do Estado. Em relação à mortalidade por causas, verificou-se diferença na importância das causas de morte entre as populações, caracterizada pela maior importância das doenças infecciosase parasitárias na estrutura de óbitos da população indígena Na comparação dos coeficientes, os homens indígenas apresentaram taxas mais elevadas para ascausas externas, doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas eparasitárias. Porém, entre as mulheres, as taxas só foram significativamente maiselevadas para as causas externas e doenças infecciosas e parasitárias. A população indígena também apresentou especificidade na mortalidade por causas externas, representado pela grande importância de lesões autoprovocadas intencionalmente (suicídios) na juventude. Os resultados obtidos permitem evidenciar que as condições de saúde da população indígena são piores que a da população total do Estado. Tais constatações sugerem desigualdade nas condiçõesde vida entre as populações estudadasItem Mobilidade Humana e Epidemiologia de Mansonelose no Município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil(2017) Penha, Luiz Carlos Ferreira; Luz, Sérgio Luiz Bessa; Coimbra Junior, Carlos Everaldo AlvaresA mansonelose é uma doença cuja patogenicidade ainda é alvo de discussões. Tem como agentes etiológicos a M. ozzardi e M. pertans. Estudos tem demonstrados que essa patologia apresenta prevalências que aumentam com a idade, acometendo preferencialmente, indivíduos do sexo masculino e com maior exposição ao vetor. Na Amazônia, diversas pesquisas foram realizadas ao longo dos anos, e tiveram como principais alvos os ribeirinhos e indígenas dos países da Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru e Brasil. Essas populações possuem uma dinâmica cultural ampla, ao qual a mobilidade entre área rural e urbana tem se intensificado cada vez mais, com isso contribuindo para a dispersão de parasitos em novas localidades. Com intuito de descrever a distribuição de mansonelose em área urbana e rural do município de São Gabriel da Cachoeira (AM), foi realizado um levantamento de registros de mansonelose nos laboratórios da Rede de Atenção a Malária do município, no período de janeiro a dezembro de 2016. A análise dos dados, foi realizada a partir da organização geopolítica municipal baseada em bairros (área urbana), comunidades, estradas e calhas de rios (área indígena). Constatou-se 514 registros positivos para mansonelose, apontando uma frequência de 1,84%, sendo 0,68 em área urbana e 1,17% em área rural. O estudo revelou que as principais Calhas de Rios com registros de mansonelose são Tiquié, Içana e Negro. Verificou-se ainda que algumas populações indígenas das etnias Hupda e Yuhupdeh possuem características epidemiológicas diferentes podendo estar relacionados aos seus processos históricos ao longo dos anos.Item A eterna volta: migração indígena e Pankararu no Brasil(2014) Estanislau, Bárbara Roberto; Azevedo, Marta Maria do AmaralA migração indígena é um fenômeno pouco estudado no âmbito demográfico, até pela dificuldade de se obter dados, visto que os indígenas só começaram a ser contabilizados a partir de 1991. Este trabalho utiliza os Censos Demográficos brasileiros de 2000 e 2010 para traçar um panorama da migração dos autodeclarados indígenas no Brasil, por grande região - Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Percebe-se que há um grande fluxo migratório dentro das próprias grandes regiões e também em direção ao Sudeste, em especial, proveniente do Nordeste. Assim, em seguida, utiliza-se o fluxo migratório Pankararu entre Pernambuco e São Paulo como estudo de caso, a fim de descobrir as nuances deste fenômeno migratório. Dentre as conclusões obtidas, percebe-se que esse deslocamento espacial é feito de maneira a ser uma eterna volta ao outro lugar, Nordeste ou Sudeste, como uma eterna migraçãoItem Perfil Sanitário, indicadores demográfico de saúde ambiental após a implantação do Distrito Sanitário Especial Indígena: O caso dos Xakriabá em Minas Gerais.(Universidade Federal de Minas Gerais, 2004) Pena, João Luiz; Heller, LéoEste estudo visa avaliar o impacto sobre a saúde da população Xakriabá, resultante de suas atuais condições de saneamento, determinadas por intervenções realizadas pelas instituições responsáveis pela saúde indígena no Brasil, e de suas práticas higiênicas. Conceito importante explorado no estudo é o da resistência ou não às soluções tecnológicas pela sociedade Xakriabá, considerando a reconhecida dificuldade de sintonização entre as intervenções aplicadas e a sua apropriação cultural, problema que, se é freqüente em populações não indígenas, muito possivelmente é mais importante ainda nessas populações. Pela natureza do problema, além de técnicas quantitativas, foi empregado método qualitativo para apreensão da relação entre saneamento e higiene, de um lado, e a saúde da população, de outro. Verificouse que no período analisado pelo estudo, anos de 2000 a 2002, apesar da FUNASA, por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI-MG/ES), estar atuando na Terra Indígena Xakriabá, as condições sanitárias desta sociedade indígena não são satisfatórias, principalmente de suas crianças. Elevada prevalência de doenças endêmicas como a verminose, altas taxas de incidência de diarréia e doenças infecciosas de pele, acentuadas taxas de mortalidade infantil e más condições de saneamento e de habitação fazem parte do cotidiano deste povo. O fracasso em atender as necessidades de saúde, tanto pelo setor biomédico quanto pelo setor de saneamento, resulta de uma estrutura burocrática/administrativa confusa e fragmentada e pela ausência de definição de competências e responsabilidades no planejamento, execução, fiscalização e avaliação dos serviços de saúde, além do reduzido quadro de recursos humanos sem qualquer experiência, qualificação técnica ou interesse anterior em relação à questão indígena. Além disso, as intervenções na área de saúde estão sendo realizadas sem o conhecimento da cultura dos Xakriabá e os profissionais acabam realizando suas práticas sem reconhecer como a especificidade cultural do grupo influencia o êxito de seu trabalho. Mesmo constatando a atuação limitada e, por vezes, deficiente do setor de saneamento na terra indígena, a associação entre a percepção indígena sobre o processo saúde-doença e seus hábitos de higiene com os resultados das análises da água de beber oriundas de poços profundos, parece corroborar o estudo de Briscoe (1987) que indica serem os serviços de saneamento condições necessárias, porém não suficientes para promover a melhoria da saúde.Item Cachaça, concreto e sangue: saúde, alcoolismo e violência: povos indígenas no contexto da hidrelétrica de Belo Monte(2017) Domingues, William César Lopes; Beltrão, Jane FelipeO objetivo da dissertação é discorrer desde a perspectiva dos povos indígenas – sociedades indígenas do Médio Xingu – acerca da construção da Hidrelétrica de Belo Monte analisando os efeitos sociais que implicaram em agravos à saúde das pessoas indígenas, pelo barramento do rio sagrado da cosmologia xinguense, dado o uso abusivo de álcool e de um “renovado” processo de múltiplas violências contra os povos indígenas inaugurado pelo depósito do concreto que encerra o sangue dos parentes gerado pelas violações, suicídio e intensificação do racismo capturados nas malhas da hidrelétrica que desrespeitou os direitos étnicos resguardados pela legislação nacional e internacional.Item Serviços de saúde e saúde reprodutiva no Alto Rio Negro: da produção de dados à produção do perfil da fecundidade(2012) Malvezzi, Cecilia; Azevedo, Marta Maria do AmaralResumo: A produção de informações demográficas a respeito das populações indígenas é substrato para fundamentar as intervenções e políticas públicas direcionadas a esses povos. A irregularidade e qualidade precária das informações ocultam discrepâncias na situação de saúde. Estudos de populações indígenas mostram uma tendência da população indígena de crescimento populacional. Alguns estudos apresentam uma desaceleração no crescimento a partir da década de 1990, associada à queda na fecundidade. Tal queda, ainda que discreta, pode ser atribuída à urbanização, ou mesmo à maior proximidade com os centros urbanos, assim como, constrangimentos oferecidos pelo contado com serviço de saúde, escolas, ONGs, grupos religiosos, mercado de trabalho. Assim, a fim de avaliar se a atuação do serviço de saúde tem impacto na fecundidade indígena, buscou-se analisar a fecundidade das mulheres indígenas da região do Rio Tiquié, no Alto Rio Negro- AM, tomando-se como base inicial os dados produzidos pelo SIASI- Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena no ano de 2005. Para tanto, usamos para fins comparativos o Censo Indígena Autônomo do Rio Negro (CIARN), realizado em 1992, num contexto no qual não havia a presença de um serviço de saúde regular. Apesar de os resultados não serem conclusivos devido a qualidade ruim dos dados empíricos, eles indicam uma queda discreta na fecundidade das mulheres indígenas da região do Rio Tiquié e isso poderia estar relacionado a presença de um serviço de saúde