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Browsing by Author "Gurgel, Cristina Brandt Friedrich Martin"

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    Índios, Jesuítas e Bandeirantes: Medicinas e doenças no Brasil dos séculos XVI e XVII
    (2009) Gurgel, Cristina Brandt Friedrich Martin; Almeida, Eros Antônio de; Lewinsohn, Rachel
    Isolados durante milhares de anos, os indígenas não desenvolveram imunidade diante de vírus e bactérias originários de outros continentes. Apesar de seu habitat não ser destituído de uma grande variedade de moléstias (dentre elas o pian, a leishmaniose cutânea e a doença de Chagas), no contato com o colonizador, a deficiência de resposta imune Th2 para micro-organismos autóctones causou verdadeiras tragédias entre os brasilíndios, que sucumbiam por gripes, sarampo, disenterias e principalmente varíola. Médicos formados constituíam um grupo insignificante no Brasil colonial e diante do vazio profissional, jesuítas (os primeiros que se lançaram nas práticas médicas), curiosos, curandeiros, barbeiros, benzedeiras compunham um contingente expressivo. Todos praticavam uma medicina híbrida, formada inicialmente pela medicina popular européia e indígena; ambas possuíam uma noção materializada da doença que, uma vez instituída, deveria abandonar o organismo. Diante disso, a terapêutica baseava-se em sangrias, purgas e vomitórios, além de rituais, rezas e uso de amuletos para satisfazer o sobrenatural. Estas práticas médicas concomitantemente valeram-se da variada flora medicinal nativa e foram difundidas pelos bandeirantes, que desbravavam os sertões de norte a sul – por este motivo esta terapêutica foi denominada “Remédios de Paulistas” – e foi usada para diversos males como opilação (anemia), escrófulas, “carneiradas” (malária) e “meia-cegueira” (tracoma?), comuns nas matas e vilas incipientes. Nenhuma das medicinas, erudita ou popular – que na realidade eram muito semelhantes entre si – foi eficaz diante das epidemias. A despeito de serem os indígenas suas principais vítimas, elas matavam de senhores de engenho a escravos, faziam ruir a economia e causavam fome e desalento. Falências, crescentes dívidas para importar escravos africanos (mais caros, porém mais resistentes às doenças) constituíram por muitos anos um quadro sombrio da vida no Brasil. Num círculo cruel de causa e efeito, os escravos negros substituíram gradativamente o trabalho indígena nas lavouras, mas trouxeram mais doenças, como o maculo, a febre amarela, a malária (por P. falciparum) e a própria varíola. As tentativas indígenas na defesa de seu território resultaram em fracasso; a morte, na grande maioria das vezes, foi causada direta ou indiretamente pelas doenças infecciosas de além-mar e não por canhões e arcabuzes. Assim, na falta de uma imunidade eficaz, as guerras contra os colonizadores já estavam vencidas, antes mesmo de iniciadas.
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    Índios, jesuítas e bandeirantes: Medicinas e doenças no Brasil dos séculos XVI e XVII
    (2009) Gurgel, Cristina Brandt Friedrich Martin; Almeida, Eros Antônio de; Lewinsohn, Rachel
    Isolados durante milhares de anos, os indígenas não desenvolveram imunidade diante de vírus e bactérias originários de outros continentes. Apesar de seu habitat não ser destituído de uma grande variedade de moléstias (dentre elas o pian, a leishmaniose cutânea e a doença de Chagas), no contato com o colonizador, a deficiência de resposta imune Th2 para micro-organismos autóctones causou verdadeiras tragédias entre os brasilíndios, que sucumbiam por gripes, sarampo, disenterias e principalmente varíola. Médicos formados constituíam um grupo insignificante no Brasil colonial e diante do vazio profissional, jesuítas (os primeiros que se lançaram nas práticas médicas), curiosos, curandeiros, barbeiros, benzedeiras compunham um contingente expressivo. Todos praticavam uma medicina híbrida, formada inicialmente pela medicina popular européia e indígena; ambas possuíam uma noção materializada da doença que, uma vez instituída, deveria abandonar o organismo. Diante disso, a terapêutica baseava-se em sangrias, purgas e vomitórios, além de rituais, rezas e uso de amuletos para satisfazer o sobrenatural. Estas práticas médicas concomitantemente valeram-se da variada flora medicinal nativa e foram difundidas pelos bandeirantes, que desbravavam os sertões de norte a sul - por este motivo esta terapêutica foi denominada "Remédios de Paulistas" - e foi usada para diversos males como opilação (anemia), escrófulas, "carneiradas" (malária) e "meia-cegueira" (tracoma?), comuns nas matas e vilas incipientes. Nenhuma das medicinas, erudita ou popular - que na realidade eram muito semelhantes entre si - foi eficaz diante das epidemias. A despeito de serem os indígenas suas principais vítimas, elas matavam de senhores de engenho a escravos, faziam ruir a economia e causavam fome e desalento. Falências, crescentes dívidas para importar escravos africanos (mais caros, porém mais resistentes às doenças) constituíram por muitos anos um quadro sombrio da vida no Brasil. Num círculo cruel de causa e efeito, os escravos negros substituíram gradativamente o trabalho indígena nas lavouras, mas trouxeram mais doenças, como o maculo, a febre amarela, a malária (por P. falciparum) e a própria varíola. As tentativas indígenas na defesa de seu território resultaram em fracasso; a morte, na grande maioria das vezes, foi causada direta ou indiretamente pelas doenças infecciosas de além-mar e não por canhões e arcabuzes. Assim, na falta de uma imunidade eficaz, as guerras contra os colonizadores já estavam vencidas, antes mesmo de iniciadas.
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    Índios, jesuítas e bandeirantes: medicinas e doenças no Brasil dos séculos XVI e XVII. 2009
    (2009) Gurgel, Cristina Brandt Friedrich Martin; Almeida, Eros Antônio de; Lewinsohn, Rachel
    Isolados durante milhares de anos, os indígenas não desenvolveram imunidade diante de vírus e bactérias originários de outros continentes. Apesar de seu habitat não ser destituído de uma grande variedade de moléstias (dentre elas o pian, a leishmaniose cutânea e a doença de Chagas), no contato com o colonizador, a deficiência de resposta imune Th2 para micro-organismos autóctones causou verdadeiras tragédias entre os brasilíndios, que sucumbiam por gripes, sarampo, disenterias e principalmente varíola. Médicos formados constituíam um grupo insignificante no Brasil colonial e diante do vazio profissional, jesuítas (os primeiros que se lançaram nas práticas médicas), curiosos, curandeiros, barbeiros, benzedeiras compunham um contingente expressivo. Todos praticavam uma medicina híbrida, formada inicialmente pela medicina popular européia e indígena; ambas possuíam uma noção materializada da doença que, uma vez instituída, deveria abandonar o organismo. Diante disso, a terapêutica baseava-se em sangrias, purgas e vomitórios, além de rituais, rezas e uso de amuletos para satisfazer o sobrenatural. Estas práticas médicas concomitantemente valeram-se da variada flora medicinal nativa e foram difundidas pelos bandeirantes, que desbravavam os sertões de norte a sul - por este motivo esta terapêutica foi denominada "Remédios de Paulistas" - e foi usada para diversos males como opilação (anemia), escrófulas...

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