Browsing by Author "Ferreira, Aline Alves"
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Item Anemia e níveis de hemoglobina em crianças indígenas Xavante, Brasil Central(Instituto de Nutrição Josué de Castro, 2017) Ferreira, Aline Alves; Santos, Ricardo Ventura; Souza, July Anne Mendonça de; Welch, James R.; Coimbra Junior, Carlos Everaldo AlvaresAvaliar a prevalência de anemia, os níveis médios de hemoglobina e os principais fatores nutricionais, demográficos e socioeconômicos associados em crianças Xavante, no Mato Grosso, Brasil. Métodos: Realizou-se inquérito em duas comunidades indígenas Xavante na Terra Indígena Pimentel Barbosa visando avaliar todas as crianças < 10 anos. Foram coletados dados de concentração de hemoglobina, antropometria e aspectos socioeconômicos/demográficos através de avaliação clínica e questionário estruturado. Utilizaram-se os pontos de corte recomendados pela Organização Mundial da Saúde para a classificação de anemia. Análises de regressão linear com hemoglobina como desfecho e regressão de Poisson com variância robusta com presença ou não de anemia como desfechos foram realizadas (IC = 95%). Resultados: Os menores valores médios de hemoglobina ocorreram nas crianças < 2 anos, sem diferença significativa entre os sexos. A anemia atingiu 50,8% das crianças, sendo os < 2 anos mais atingidos (77,8%). A idade associou-se inversamente à ocorrência de anemia (RP ajustada = 0,60; IC95% 0,38; 0,95) e os valores médios de hemoglobina aumentaram significativamente conforme o incremento da idade. Os maiores valores de escores z de estatura-para-idade reduziam em 1,8 vezes a chance de ter anemia (RP ajustada=0,59; IC95% 0,34;1,00). A presença de outra criança com anemia no domicílio aumentou em 52,9% a probabilidade de ocorrência de anemia (RP ajustada=1,89; IC95% 1,16;3,09). Conclusões: Elevados níveis de anemia nas crianças Xavante sinalizam a disparidade entre estes indígenas e a população brasileira geral. Os resultados sugerem que a anemia é determinada por relações complexas e variáveis entre fatores socioeconômicos, sociodemográficos e biológicos.Item Crescimento linear e ganho de peso em crianças Xavante: um estudo longitudinal.(2013) Ferreira, Aline Alves; Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares; Welch, James Robert; Cunha, Geraldo M.O crescimento infantil é considerado um processo dinâmico e apresentam estreita relação com fatores ambientais, como alimentação, ocorrência de doenças evitáveis, saneamento básico, sazonalidade, condições socioeconômicas entre outros. Entre indígenas do país, existem apenas estudos de caso e um unico inquérito nacional que permite avaliar esse processo de crescimento ponderal e estatura de forma fracionada. Assim, o objetivo dessa tese foi avaliar a dinâmica de crescimento linear e ponderal das crianças Xavante menores de 10 anos das aldeias Pimentel Barbosa e Etênhiritipá (Mato Grosso) entre 2009-2012, com foco na sazonalidade e fatores socioeconômicos. O desenho desse estudo é longitudinal, do tipo prospectivo e com uma população dinâmica. Trata-se de um conjunto de dados desbalanceados e de tempo não estruturado, realizado entre os Xavante das aldeias Pimentel Barbosa e Etênhiritipá (T. I. Pimentel Barbosa), leste do estado de Mato Grosso, na região do cerrado, local de alta sazonalidade. O trabalho de campo foi conduzido em seis momentos de coleta de dados, três na época das chuvas e três na seca: julho de 2009, janeiro de 2010, julho de 2010, janeiro 2011, julho 2011 e janeiro de 2012. Foram realizadas entrevistas domiciliares e coleta de dados antropométricos e demográficos a cada ida a campo. Os dados socioeconômicos referentes à renda per capita e escolaridade dos pais foram coletados anualmente e os valores das variáveis ausentes foram substituídos através do processo de imputação dos dados. As perdas no seguimento foram analisadas a partir do teste U de Mann-Whitney (p-valor < 0,05). A descrição estatística do peso e altura foi feita através de curvas suavizadas pela função spline em função de idade, de acordo com o sexo das crianças Xavante. Essas curvas foram comparadas às referências propostas pela OMS. Três modelos foram testados (modelo linear, modelo linear generalizado misto e modelo aditivo generalizado misto - GAMM). O modelo final utilizado foi o GAMM, apresentando menor AIC e melhor adequação ao tipo de dados correlacionados (estrtura comum entre medidas repetidas). As variáveis respostas, peso e estatura, foram testadas separadamentes com diversas variáveis socioeconômicas, demográficas, sexo e sazonalidade. Todos os aspectos legais e éticos foram cumpridos e utilizou-se os programas estatísticos SPSS (19.0) e R (2.15.0). Flutuações na evolução ponderal e estatural de crianças Xavante menores de dez anos foram evidenciadas nos resultados desta investigação. Nos primeiros 24 meses, houve uma maior flutuação no ganho de peso e a linha de crescimento ponderal fica aquém do preconizado. Além disso, constatou-se que há a influência significativa da sazonalidade (época das chuvas), do local de moradia e do sexo nesse processo. As crianças Xavante menores de 5 anos cresceram linearmente com um padrão aquém do preconizado pela população referência, ficando sempre abaixo da mediana e, em alguns momentos, em torno da linha equivalente ao -2 escores z. Diferenças significativas na altura relacionam-se a uma diferenciação socioeconômica interna. As alturas das crianças diferem em relação ao sexo, local de moradia, renda per capita e número de moradores no domicílio. O conhecimento de fatores que influenciam esse processo ao longo do tempo permitirá intervenções mais específicas para determinados grupos ou épocas do ano, possibilitando rotinas de vigilância alimentar e nutricional mais acentuadas nesses períodos.Item Estado nutricional e fatores associados ao crescimento de crianças indígenas xavante, mato grosso(2009) Ferreira, Aline Alves; Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares; Gugelmin, Silvia ÂngelaEstudos sobre o perfil nutricional dos povos indígenas no Brasil têm apontado para elevadas prevalências de desnutrição infantil, principalmente crônica, superando os valores reportados para crianças não indígenas. O processo de transição epidemiológica que esses povos vêm atravessando está vinculado a modificações significativas no padrão de alimentação e subsistência. A investigação de fatores associados à desnutrição é um importante meio para a compreensão das transformações na saúde. Os complexos e múltiplos fatores que estão atrelados ao crescimento linear de crianças não indígenas já são reconhecidos. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi descrever o estado nutricional e analisar os fatores associados ao crescimento de crianças indígenas Xavante de Pimentel Barbosa/ Etênhiritipá (MT). Considerando o contexto de vida contemporâneo da comunidade, foram selecionadas variáveis socioeconômicas, ambientais, reprodutivas e demográficas. Realizou-se uma análise descritiva a partir da construção dos índices do estado nutricional infantil (P/I, E/I e P/E) de 225 crianças menores de dez anos. Utilizou-se as curvas de referência do National Center for Health Statistics (NCHS) e Organização Mundial de Saúde (2006). A partir da estatura (E) e idade (I) de 173 crianças menores de dez anos, foram conduzidas análises univariada e multivariada (significância = 5%), tendo o E/I como variável resposta por meio dos programas SPSS 9.0 e R 2.4.1. As variáveis independentes foram: sexo, idade, idade materna, estatura materna, IMC materno, índices socioeconômicos ( renda e riqueza , analisados separadamente), proporção de adultos e de crianças no domicílio. Os pressupostos paramétricos foram testados, assim como verificados os resíduos e a colinearidade utilizando VIF (Variance Inflation Factor), do modelo final. O baixo P/I e E/I, de acordo com o NCHS, atingem 5,6 e 14,7 por cento das crianças menores de 10 anos. Já entre as crianças menores de 5 anos, esses valores, pela OMS, chegam a 4,5 e 29,9 por cento, respectivamente. A variação do estado nutricional das crianças menores de 2 anos teve a proporção do número de adultos na habitação e a idade da criança como fatores associados, nos dois modelos com os ISE diferentes. O IMC materno explicou 11,5 por cento da variabilidade do escore z nas crianças entre 2 e 5 anos. Naquelas acima de cinco anos os índices socioeconômicos renda e riqueza e a estatura da mãe mostraram-se associados ao estado nutricional. Na verificação do melhor modelo, através do teste Anova, observou-se que a contribuição de ambas as variáveis socioeconômicas foram significativas (p=0,004 e p=0,001, respectivamente) e todos os valores de VIF foram menores que 10. Também foi descartada a possibilidade de interação entre as variáveis. É possível que outros fatores, além dos analisados, estejam associados à baixa E/I de crianças Xavante. Os achados permitem uma melhor compreensão das condições devida e dos fatores que explicam, mesmo que parcialmente, o estado nutricional das crianças indígenas. As elevadas frequências de desnutrição encontradas evidenciam importantes implicações para os serviços de saúde, com necessidade de um acompanhamento contínuo a fim de minimizar os danos provocados pelos agravos nutricionais. Assim, os resultados dessa investigação podem auxiliar na implantação de propostas que visem a melhoria do quadro de saúde e nutrição e o delineamento de ações mais específicas para o tratamento e prevenção da desnutrição.Item Human ecological and social determinants of dental caries among the Xavante Indigenous people in Central Brazil(Public Library of Science, 2018) Arantes, Rui; Welch, James R.; Tavares, Felipe Guimarães; Ferreira, Aline Alves; Vettore, Mario Vianna; Coimbra Junior, Carlos Everaldo AlvaresItem Indigenous protagonism in the context of food insecurity in times of Covid-19(Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2020) Leite, Maurício Soares; Ferreira, Aline Alves; Bresan, Deise; Araujo, Jessica Rasquim; Tavares, Inara do Nascimento; Santos, Ricardo VenturaNo Brasil, os povos indígenas apresentam uma realidade complexa e caracterizada por uma acentuada vulnerabilidade social, manifesta em indicadores de saúde e de nutrição. Neste cenário prevalecem condições sanitárias precárias, com elevada carga de doenças crônicas não transmissíveis, doenças infecto-parasitárias e agravos nutricionais diversos, incluindo desnutrição e anemia. Esse quadro se reflete em inúmeras faces da insegurança alimentar, situando-os em uma posição particularmente vulnerável à pandemia e seus efeitos. O objetivo deste trabalho é apresentar um conjunto de reflexões, em caráter preliminar, sobre a insegurança alimentar e o protagonismo indígena em tempos de Covid-19. A pandemia vem aprofundando as iniquidades que os atingem, com impactos diretos nas condições de segurança alimentar. O protagonismo indígena tem tido um papel fundamental na garantia de seus direitos e acesso à alimentação, denunciando a ausência e a lentidão das respostas oficiais como ações de violência institucional, que terão graves e duradouros efeitos nas trajetórias destes povos.Item Indigenous protagonism in the context of food insecurity in times of Covid-19(Revista de Nutrição, 2020) Leite, Maurício Soares; Ferreira, Aline Alves; Bresan, Deise; Araujo, Jessica Rasquim; Tavares, Inara do Nascimento; Santos, Ricardo VenturaNo Brasil, os povos indígenas apresentam uma realidade complexa e caracterizada por uma acentuada vulnerabilidade social, manifesta em indicadores de saúde e de nutrição. Neste cenário prevalecem condições sanitárias precárias, com elevada carga de doenças crônicas não transmissíveis, doenças infecto-parasitárias e agravos nutricionais diversos, incluindo desnutrição e anemia. Esse quadro se reflete em inúmeras faces da insegurança alimentar, situando-os em uma posição particularmente vulnerável à pandemia e seus efeitos. O objetivo deste trabalho é apresentar um conjunto de reflexões, em caráter preliminar, sobre a insegurança alimentar e o protagonismo indígena em tempos de Covid-19. A pandemia vem aprofundando as iniquidades que os atingem, com impactos diretos nas condições de segurança alimentar. O protagonismo indígena tem tido um papel fundamental na garantia de seus direitos e acesso à alimentação, denunciando a ausência e a lentidão das respostas oficiais como ações de violência institucional, que terão graves e duradouros efeitos nas trajetórias destes povos