Classificação dos domicílios “indígenas” no Censo Demográfico 2000: subsídios para a análise de condições de saúde
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open access
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Article
Date
2011
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Associação Brasileira de Estudos Populacionais
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Enfermeiro–epidemiologista, professor assistente do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública, Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ)
Antropólogo, pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor associado do Departamento de Antropologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Estatística, Diretoria de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Antropólogo, pesquisador titular da Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor associado do Departamento de Antropologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Estatística, Diretoria de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Abstract
A caracterização dos domicílios nos levantamentos censitários, que inclui as
condições de habitação, saneamento básico, entre outros aspectos, juntamente
com o perfil socioeconômico dos moradores, é de grande importância em análises
sobre condições de saúde. No Brasil, acumulam-se evidências de que os povos
indígenas apresentam desigualdades importantes em relação a outros segmentos
da sociedade, com taxas de morbimortalidade em geral mais pronunciadas.
Com base nos microdados do Censo Demográfico 2000, este trabalho
analisa as frequências de domicílios cujos responsáveis se autoclassificaram
“indígenas” e que residiam em domicílio coletivo ou improvisado na área rural
dos municípios brasileiros. Para essas duas possibilidades de classificação, não
são investigadas as características dos domicílios. Na análise para os grupos
de cor/raça, os “indígenas” foram os que tiveram as maiores proporções de
domicílios coletivos, mais frequentes no Centro-Oeste, especificamente em
Mato Grosso. As frequências de domicílios “improvisados indígenas” também
foram superiores aos de não-indígenas, incluindo “brancos”, “pretos” e “pardos”.
Ao contrário dos coletivos, domicílios improvisados “indígenas” ocorreram em
diferentes regiões do Brasil, com destaque para municípios na macrorregião
Sul e em Mato Grosso do Sul. Para os municípios localizados fora da Amazônia
Legal, onde em geral as Terras Indígenas apresentam pequenas dimensões,
houve 1,5 mais domicílios “indígenas” classificados como improvisados do que
na Amazônia Legal. Argumenta-se que, em parte, as mais elevadas frequências
de domicílios coletivos “indígenas” devam-se a problemas de classificação por
parte do Censo, já que as sociedades indígenas apresentam morfologias sociais
e familiares próprias. As análises indicam a necessidade de aprimorar a forma
de captação dos dados sobre as características domiciliares dos “indígenas” no
âmbito dos levantamentos conduzidos pelo IBGE. Somente com a geração de
informações considerando a diversidade étnica existente no Brasil será possível
diminuir a “invisibilidade demográfica e epidemiológica” dos povos indígenas e,
consequentemente, enfrentar as desigualdades em saúde
Abstract
Abstract in Spanish
Abstract in French
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Keywords in Portuguese
Brasil, Índios Sul-Americanos, Região Norte, Saúde de Populações Indígenas, Região Centro-Oeste, Região Sul, Região Sudeste, Demografia, Censos, IBGE, Desigualdades em Saúde, Sistemas de Informação em Saúde
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MARINHO, Gerson Luiz; SANTOS, Ricardo Ventura; PEREIRA, Nilza de Oliveira Martins. Classificação dos domicílios “indígenas” no Censo Demográfico 2000: subsídios para a análise de condições de saúde. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 28, n. 2, p. 449-466, 2011.
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DOI
10.1590/S0102-30982011000200012