Situação epidemiológica da tuberculose na população indígena do Rio Grande do Sul: uma análise a partir dos dados do SINAN entre 2003 a 2012

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2014
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A tuberculose constitui um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, e é frequentemente mais grave no segmento indígena do país. O objetivo deste trabalho é de descrever a situação epidemiológica do agravo no Estado do Rio Grande do Sul segundo grupos de raça/cor a partir dos dados do SINAN, no período de 2003 a 2012; com ênfase na situação do segmento indígena. É um estudo analítico, descritivo e retrospectivo. As notificações foram analisadas segundo faixa etária, sexo, zona de residência, tipo de entrada, meios de diagnóstico, forma clínica, coinfecção por HIV, acompanhamento, tratamento supervisionado e situação de encerramento e grupos de raça/cor. Os dados de acompanhamento foram analisados em períodos (2003 a 2005, 2006 a 2008 e 2009 a 2012). Ao longo da década o número de casos novos foi de 47.644. De 2009 a 2012 as taxas médias de incidência apresentam menores oscilações, e foram de 39,8/100.000 para brancos, 61,7/100.000 em indígenas, 32,5/100.000 entre pardos, 128,9/100.000 para pretos e 38,4/100.000 hab. entre amarelos. Os casos acometem principalmente indivíduos adultos (20 a 39 anos), do sexo masculino, nas zonas urbanas. Indígenas apresentam maior percentual de notificações em menores de 10 anos (12%). A forma clínica pulmonar soma mais de 75% dos casos em todos os segmentos. A primeira baciloscopia de escarro não foi realizada em 27% dos casos entre indígenas. Na segunda baciloscopia o percentual de exames não realizados aumenta em todos os grupos de raça/cor e entre indígenas permanecem os maiores percentuais (31,3%). As maiores taxas de coinfecção por HIV foram encontradas entre pardos e pretos, 22% e 24,3%. Quanto às baciloscopias de controle, informações ignoradas ou em branco somadas aos exames não realizados somam mais de 50% em todos os períodos e grupos de raça/cor. A proporção de tratamentos diretamente observados aumentou ao longo da década, em todos os grupos. O encerramento dos casos por cura foi mais prevalente entre brancos, 66,2%. Indivíduos indígenas, pardos e pretos apresentam menores índices de cura. Pardos e pretos e apresentam maior suscetibilidade ao abandono do tratamento em relação aos brancos. O percentual de óbitos é maior entre indivíduos pardos. Há marcantes desigualdades entre os grupos de raça/cor; a situação indígena guarda semelhanças e diferenças frente a estudos realizados em outras regiões do país, mas é francamente desfavorável. Os resultados confirmam que a tuberculose é um real problema no Estado do Rio Grande do Sul e que as ações de diagnóstico, acompanhamento e tratamento dos casos não vêm acontecendo como previstas.
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Brasil, Índios Sul-Americanos, Saúde de Populações Indígenas, Epidemiologia, Região Sul, Tuberculose, Rio Grande do Sul, Estudos Epidemiológicos, Desigualdades em Saúde, Sistemas de Informação em Saúde, Doenças Infeciciosas e Parasitárias
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Epidemiologia, Tuberculose, Saúde de Populações Indígenas
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MENDES, Anapaula Martins. Situação epidemiológica da tuberculose na população indígena do Rio Grande do Sul: uma análise a partir dos dados do SINAN entre 2003 a 2012. 2014. 95 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014
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Universidade Federal de Santa Catarina
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Florianópolis/SC
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