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Item Intestinal parasitism in the Xavánte Indians, Central Brazil(Instituto de Medicina Tropical, 1995) Santos, Ricardo V.; Coimbra Jr., Carlos E. A.; Flowers, Nancy M.; Silva, Joaquim P.This paper reports the findings of a survey for intestinal parasites among the Xavánte Indians from Central Brazil. A. lumbricoides (25.0%) and hookworms (33.6%) were the two most common helminths; E. histolytica complex (7.8%) and G. lamblia (8.6%) the most common protozoans. The majority (58.5%) of positive individuals hosted only one species of helminth. Egg counts for helminths, and for A. lumbricoides in particular, were found to be not dispersed at random, with a few individuals, all of whom young children, showing very high counts. The prevalence rates of intestinal parasites for the Xavánte are below those reported for other Amerindian populations from Brazil.Item “A medida da fome”: as escalas psicométricas de insegurança alimentar e os povos indígenas no Brasil(ENSP/Fiocruz, 2020) Athila, Adriana Romano; Leite, Maurício SoaresValidada para o contexto nacional brasileiro em 2004, a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) tem desde então avaliado e mensurado a experiência de insegurança alimentar de domicílios rurais e urbanos, inicialmente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e posteriormente na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. No entanto, os povos indígenas não foram especificamente examinados nesses levantamentos, a despeito do reconhecimento das suas vulnerabilidades alimentar e nutricional. Nesse cenário, analisamos e discutimos a aplicação da EBIA entre povos indígenas do país, com base em um conjunto de questões aqui consideradas fundamentais para a compreensão e a mensuração de sua experiência de insegurança alimentar e “fome”. É realizada uma análise sociopolítica e etnográfica de um conjunto de documentos oficiais e artigos significativos sobre o uso de escalas psicométricas de insegurança alimentar entre povos indígenas brasileiros, em contraste com artigos internacionais sobre a validação e aplicação das escalas em outros contextos socioculturais. As iniciativas de adaptação e aplicação da EBIA aos contextos indígenas brasileiros indicam que compreender e mensurar a insegurança alimentar entre esses povos é um desafio de magnitude considerável. Particularmente complexa é a proposta de garantir a comparabilidade entre contextos distintos sem deixar de contemplar as plurais singularidades locais. Propomos que estudos etnográficos constituam componentes específicos de futuras iniciativas dedicadas ao tema, e que contemplem aspectos como a sazonalidade da produção de alimentos, seus processos diferenciais de monetarização e o dinamismo de seus sistemas alimentaresItem Indigenous protagonism in the context of food insecurity in times of Covid-19(PUC-Campinas, 2020) Leite, Maurício Soares; Ferreira, Aline Alves; Bresan, Deise; Araujo, Jessica Rasquim; Tavares, Inara do Nascimento; Santos, Ricardo VenturaNo Brasil, os povos indígenas apresentam uma realidade complexa e caracterizada por uma acentuada vulnerabilidade social, manifesta em indicadores de saúde e de nutrição. Neste cenário prevalecem condições sanitárias precárias, com elevada carga de doenças crônicas não transmissíveis, doenças infecto-parasitárias e agravos nutricionais diversos, incluindo desnutrição e anemia. Esse quadro se reflete em inúmeras faces da insegurança alimentar, situando-os em uma posição particularmente vulnerável à pandemia e seus efeitos. O objetivo deste trabalho é apresentar um conjunto de reflexões, em caráter preliminar, sobre a insegurança alimentar e o protagonismo indígena em tempos de Covid-19. A pandemia vem aprofundando as iniquidades que os atingem, com impactos diretos nas condições de segurança alimentar. O protagonismo indígena tem tido um papel fundamental na garantia de seus direitos e acesso à alimentação, denunciando a ausência e a lentidão das respostas oficiais como ações de violência institucional, que terão graves e duradouros efeitos nas trajetórias destes povosItem Concordância entre estado nutricional e percepção da imagem corporal em indígenas khisêdjê do Parque Indígena do Xingu(ABRASCO, 2020) Santos, Kennedy Maia dos; Tsutsui, Mario Luiz da Silva; Mazzucchetti, Lalucha; Galvão, Patrícia Paiva de Oliveira; Granado, Fernanda Serra; Rodrigues, Douglas; Tomita, Luciana Yuki; Maia, Raquel da Rocha Paiva; Gimeno, Suely Godoy AgostinhoObjetivos: Verificar a concordância entre autoimagem corporal (escala de silhuetas de Stunkard et al.) e estado nutricional e avaliar a satisfação corporal em indígenas khisêdjê do Parque Indígena do Xingu. Métodos: Estudo transversal que incluiu 131 indígenas khisêdjê, com 20 anos ou mais. Coletaram-se dados sobre imagem corporal, índice de massa corporal e perímetro da cintura. Foram utilizados a estatística kappa, o teste χ2 (p < 0,05), as razões de prevalências brutas e ajustadas e o teste t de Student. Resultados: As prevalências de sobrepeso e obesidade foram, respectivamente, 42 e 5,3%. A porcentagem de satisfação com o perfil corporal foi de 61,8%, sem diferença entre os sexos. Houve boa concordância entre autoimagem real e autoimagem ideal (p < 0,001), porém baixa concordância entre a autoimagem real e ideal e o estado nutricional para ambos os sexos. Maior prevalência de insatisfação corporal por excesso de peso foi detectada entre indivíduos com obesidade central e excesso de peso. Conclusão: Os resultados sugerem que a autoimagem corporal avaliada por meio da escala de silhuetas de Stunkard et al. tem pouca aplicabilidade como indicador do estado nutricional de indígenas khisêdjê do Parque Indígena do XinguItem Perfil nutricional de crianças indígenas menores de cinco anos de idade no Alto Rio Solimões, Amazonas, Brasil (2013)(Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, 2023) Medeiros, Francinara Guimarães; Mainbourg, Evelyne Marie Therese; Ferreira, Aline Alves; Balieiro, Antônio Alcirley da Silva; Welch, James R.; Coimbra Jr. , Carlos E. A.Objetivos: caracterizar o estado nutricional de crianças indígenas menores de cinco anos, de comunidades rurais na região do Alto Solimões, habitada por sete etnias, com base em dados de dezembro de 2013. Métodos: foram extraídos dos formulários do SISVAN Indígena dados de peso e estatura, coletados em 2013, de 7.520 crianças (86,0% das crianças estimadas nesta faixa etária). Foram calculados os índices estatura-para-idade (E/I), peso-para-idade (P/I), peso-para-estatura (P/E) e índice de massa corporal para idade (IMC/I). Curvas de referência para crescimento propostas pela Organização Mundial da Saúde foram utilizadas para calcular escores z. Resultados: o índice estatura-para-idade (E/I) apresentou os menores valores médios de escore z, chegando a −1,95 nas crianças entre 36 e 60 meses. Os valores médios do escore z do índice peso-paraidade (P/I) também permaneceram abaixo de zero. Os valores médios do escore z para os índices P/E e índice de massa corporal para idade (IMC/I) mantiveram-se ligeiramente acima de zero, atingindo valor máximo de 0,5. Do total de crianças, 45,7% apresentaram baixa E/I, 9,6%, baixo P/I, 4,5% baixo P/E e 10,7% de excesso de peso de acordo com o IMC/I Conclusão: em 2013 a desnutrição persistia como um importante agravo à saúde nessas criançasItem COVID-19: una oportunidad para revitalizar la autonomía alimentaria en comunidades indígenas(IMS-UERJ, 2023) Calderón Farfán, Juan Camilo; Rodriguez, Leisy Cruz; Medina, Diego Fernando Rosero; Chaux, Juan David Dussan; Torres, Dolly AriasA autonomia alimentar permite que as comunidades determinem suas práticas alimentares, começando pela produção agrícola em seus territórios, garantindo sua própria economia e harmonia com a Mãe Terra. Nesse contexto, a pandemia da Covid-19 gerou mudanças nas práticas sociais nas comunidades indígenas, incluindo suas práticas alimentares. Objetivo: Descrever as práticas de autonomia alimentar revitalizadas após o confinamento da COVID-19 em uma comunidade indígena Nasa no sul da Colômbia. Método: Estudo qualitativo orientado à pesquisa participativa de base comunitária (CBPR) realizada em uma comunidade indígena Nasa no sul da Colômbia. A coleta e interpretação das informações foram realizadas com técnicas de pesquisa qualitativa: codificação aberta e axial e até chegar à descrição das categorias emergentes. Resultados: As práticas ancestrais do sistema alimentar foram fortalecidas para melhorar o acesso aos alimentos saudáveis produzidos em seus territórios, entre os quais se destacam: tul (horta familiar), escambo, troca de mãos, mercado Nasa e receitas tradicionais. Conclusões: O confinamento representou uma oportunidade para retomar e revitalizar as práticas alimentares ancestrais da comunidade que respondiam às necessidades específicas de saúde e alimentação, fortalecendo o tecido social e a identidade indígena, ações que podem transcender as políticas públicas, os planos de vida e as aspirações por uma vida boaItem Diferenças no consumo alimentar da população brasileira por raça/cor da pele em 2017–2018(Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2023) Costa, Janaína Calu; Jesus, Amanda Cristina da Silva de; Jesus, Juliana Giaj Levra de; Madruga, Mariana Ferreira; Souza, Thays Nascimento; Louzada, Maria Laura da CostaOBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar no Brasil por raça/cor da pele da população. MÉTODOS: Foram analisados dados de consumo alimentar da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017–2018. Alimentos e preparações culinárias foram agrupados em 31 itens, compondo três grupos principais, definidos por características do processamento industrial: 1 – in natura/minimamente processados, 2 – processados e 3 – ultraprocessados. O percentual de calorias de cada grupo foi estimado por categorias de raça/cor da pele – branca, preta, parda, indígena e amarela –, utilizando-se regressão linear bruta e ajustada para sexo, idade, escolaridade, renda, macrorregião e área. RESULTADOS: Nas análises brutas, o consumo de alimentos in natura/minimamente processados foi menor para amarelos [66,0% (Intervalo de Confiança 95% 62,4–69,6)] e brancos [66,6% (IC95% 66,1–67,1)] que para pretos [69,8% (IC95% 68,9–70,8)] e pardos [70,2% (IC95% 69,7–70,7)]. Amarelos consumiram menos alimentos processados, com 9,2% das calorias (IC95% 7,2–11,1) enquanto os demais consumiram aproximadamente 13%. Ultraprocessados foram menos consumidos por pretos [16,6% (IC95% 15,6–17,6)] e pardos [16,6% (IC95% 16,2–17,1)], e o maior consumo ocorreu entre brancos [20,1% (IC95% 19,6–20,6)] e amarelos [24,5% (IC95% 20,0–29,1)]. O ajuste dos modelos reduziu a magnitude das diferenças entre as categorias de raça/cor da pele. A diferença entre pretos e pardos em relação aos brancos diminuiu, de 3 pontos percentuais (pp), para 1,2 pp no consumo de alimentos in natura/minimamente processados e as maiores diferenças remanescentes foram no consumo de arroz e feijão, com maior percentual na alimentação de pretos e pardos. A participação de alimentos processados permaneceu aproximadamente 4 pp menor para amarelos. O consumo de ultraprocessados diminuiu aproximadamente 2 pp para brancos e amarelos; por outro lado, aumentou 1 pp no consumo de pretos, pardos e indígenas. CONCLUSÃO: Diferenças no consumo alimentar segundo raça/cor da pele foram encontradas e são influenciadas por condições socioeconômicas e demográficasItem Birth weight of indigenous children in Brazil: results of the First National Survey of Indigenous People’s Health and Nutrition(ENSP/Fiocruz, 2021) Ferreira, Aline Alves; Souza, Mirian Carvalho de; Cardoso, Andrey Moreira; Horta, Bernardo Lessa; Santos, Ricardo Ventura; Welch, James R.; Coimbra Jr, Carlos E. A.O peso ao nascer é um importante preditor de morbimortalidade perinatal, infantil e pré-escolar. São escassas as informações sobre o peso ao nascer das crianças indígenas no Brasil. O estudo teve como objetivo analisar o peso ao nascer das crianças indígenas, com base nos dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, Brasil (2008-2009). Este é o primeiro estudo a avaliar o peso ao nascer de crianças indígenas com base em uma amostra nacional representativa. Foram calculadas as médias e desvios-padrão de acordo com macrorregião, sexo, tipo e parto e local do parto. Foram utilizados o teste de qui-quadrado para analisar as diferenças de proporções e os testes de Kruskal-Wallis e U de Mann-Whitney para diferenças nas médias, considerando o desenho amostral do estudo e a normalidade dos dados. Para 26,7% das 6.128 crianças da amostra, não foi possível localizar qualquer registro de peso ao nascer nos documentos consultados. Entre as 3.994 crianças incluídas nas análises, o peso médio ao nascer, independentemente de sexo, tipo de parto e local do parto, foi 3.201g (desvio padrão - DP ± 18,6g). A prevalência de baixo peso ao nascer foi 7,6% (n = 302), significativamente mais alta em meninas. Os meninos apresentaram peso médio ao nascer significativamente mais alto que as meninas, independentemente de região. A frequência de baixo peso ao nascer foi ligeiramente mais baixa que nas crianças brasileiras em geral. O estudo aponta para a necessidade de melhorar a assistência pré-natal e a qualidade dos registros das consultas das mulheres indígenas, como estratégia para promover a segurança na gravidez e no partoItem Diversidade alimentar de crianças indígenas de dois municípios da Amazônia Ocidental brasileira(ABRASCO, 2021) Maciel, Vanizia Barboza da Silva; Coca, Kelly Pereira; Castro, Lucíola Sant’Anna de; Abrão, Ana Cristina Freitas de VilhenaObjetivou-se explorar a prática alimentar das crianças indígenas de zero a dois anos, residentes nos municípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima no Acre. Realizou-se estudo transversal com crianças indígenas das etnias Katukina (Cruzeiro do Sul), Nukini, Nawa e Poyanawa (Mâncio Lima) em outubro de 2013. Utilizou-se um questionário estruturado sobre o consumo alimentar do dia anterior à coleta, baseado nos indicadores alimentares propostos pelo Ministério da Saúde. Estudou-se 94 crianças (50% da etnia Katukina, 27% Poyanawa, 13% Nukini e 10% da Nawa). As crianças menores de 6 meses de idade, apesar da maioria receber leite materno, 42,1% delas consumiam água, 15,8% comida de sal e 11,1% preparados típicos da região. Nas faixas de idade de 6 a 12 meses e 13 a 23 meses identificou-se um alto consumo de alimentos ultraprocessados (52,6% e 28,6% respectivamente) enquanto que o consumo de alimentos complementares relevou-se insuficiente (33% de frutas e 25% de comida de sal na faixa de 6 a 13 meses e 41,2% de frutas e 19,6% de comida de sal na faixa de 13 a 23 meses). O perfil alimentar das crianças indígenas mostrou-se inadequado para a idade, refletindo uma situação preocupante na saúde infantil desta populaçãoItem Household food insecurity, dental caries and oral-health-related quality of life in Brazilian Indigenous adults(ABRASCO, 2021) Soares, Gustavo Hermes; Mota, Jaqueline Montoril Sampaio; Mialhe, Fabio Luiz; Biazevic, Maria Gabriela Haye; Araújo, Maria Ercília de; Michel-Crosato, EdgardInsegurança alimentar é um fenômeno complexo que afeta a saúde e o bem-estar de famílias vulneráveis. Este estudo objetivou investigar a relação entre insegurança alimentar domiciliar, cárie dentária, qualidade de vida relacionada à saúde bucal, e determinantes sociais de saúde entre indígenas adultos. Foi conduzido um estudo transversal com adultos Kaingang entre 35-44 anos da Terra Indígena Guarita, Brasil. Insegurança alimentar foi avaliada pela escala EBIA. Cárie dentária foi avaliada pelo índice CPOD. Participantes responderam o questionário OHIP-14 e uma entrevista estruturada. Foram realizadas análises descritivas e multivariadas usando modelos de regressão de Poisson. A amostra incluiu 107 adultos Kaingang de 97 domicílios. Aproximadamente 95% dos participantes viviam em famílias com insegurança alimentar. Insegurança alimentar grave esteve presente em 58% dos domicílios. O fenômeno foi associado ao Bolsa Família, densidade familiar e percepção dos impactos da saúde bucal na qualidade de vida. O alto número de famílias afetadas pela insegurança alimentar revela a vulnerabilidade social do povo Kaingang. Insegurança alimentar em adultos Kaingang está associada à percepção da saúde bucal e determinantes sociais da saúdeItem Exclusive breastfeeding duration within a cohort of indigenous Terena living in the urban area of Campo Grande, Central-West Region, Brazil(Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, 2024) Bresan, Deise; Leite, Maurício Soares; Castro, Teresa Gontijo de; Ferreira, Aline Alves; Cury, Elenir Rose JardimNo Brasil, não há informações atuais sobre indicadores de aleitamento materno entre indígenas residentes em áreas urbanas. O objetivo deste estudo foi descrever a duração do aleitamento materno exclusivo e suas associações com características maternas e infantis em uma coorte de lactentes Terena. O estudo incluiu crianças nascidas de junho de 2017 a julho de 2018 (n = 42) e residentes em povoados da zona urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. As informações foram coletadas em quatro momentos. Variáveis sociodemográficas maternas e características de saúde materno-infantil foram coletadas durante o pré-natal e o primeiro mês de entrevistas, respectivamente. As variáveis sobre práticas de amamentação e uso de mamadeira foram coletadas durante as entrevistas realizadas no primeiro mês, seis meses e 12 meses. As associações foram examinadas pelos testes de Wilcoxon, Kruskal-Wallis, qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher. As prevalências de duração do aleitamento materno exclusivo até os três e seis meses de idade foram, respectivamente, de 50% e 11,9%. Em relação aos bebês que nunca foram introduzidos à mamadeira durante os três primeiros meses de vida, aqueles que usaram mamadeira tiveram menor duração média de amamentação exclusiva (15 versus 150 dias) e menor prevalência de duração de amamentação exclusiva até os três meses de idade (22,7% versus 80%). A maioria dos lactentes Terena não atingiu a duração recomendada internacionalmente para o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, sugerindo um impacto negativo do uso da mamadeira na duração do aleitamento materno exclusivoItem Prevalência do aleitamento materno entre povos Indígenas da Tríplice Fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai(Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, 2023) Pereira, Bianca da Silva Alcantara; Zilly, Adriana; Monteiro, Juliana Cristina dos Santos; Barbosa, Nayara Gonçalves; Gomes-Sponhol, Flávia AzevedoObjetivos: verificar a prevalência do aleitamento materno e estado nutricional de crianças de origem indígena até dois anos de idade na região de tríplice fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai. Métodos: foram analisados dados do Sistema de Vigilância Nutricional e Alimentar Indígena, sendo um estudo transversal e descritivo. A pesquisa foi realizada em 2018, com dados referentes à 2017. Foram incluídos registros de crianças indígenas de zero a dois anos de idade, de ambos os sexos. Os dados foram extraídos do mapa de acompanhamento de crianças indígenas. Foi avaliada a prevalência do aleitamento materno e alimentação complementar. Resultados: a prevalência de aleitamento materno exclusivo em menores de seis meses foi de 93,4% e do aleitamento materno complementado foi de 6,5%. A prevalência do aleitamento materno complementado após seis meses foi de 71,6% e do aleitamento materno exclusivo após seis meses foi de 28,3%. Com relação à classificação de peso para a idade, 80,5% dos registros mostraram crianças com peso adequado para a idade. Em relação aos benefícios sociais, 30,3% das famílias acumulavam dois tipos de benefícios sociais. Conclusões: a prevalência de aleitamento materno exclusivo foi alta e superam prevalência nacional no primeiro semestre de vida, não houve desmame precoceItem Condições de saúde e nutrição de crianças indígenas e não-indígenas que vivem às margens do rio Solimões, Estado do Amazonas, Brasil(Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, 2000) Viera, Alan Araujo; Braga, José Ueleres; Moraes, Claudia LeiteNo período de janeiro a fevereiro de 1996, um grupo de médicos da Universidade Federal Fluminense em conjunto com a Associação dos Amigos da Canoagem e Ecologia (ABRACE) participou de uma expedição ao rio Solimões, estudando as condições de vida da população ribeirinha. A expedição durou 35 dias e percorreu um trecho de 1.200 km do alto e médio Rio Solimões, visitando 11 municípios, cinco comunidades ribeirinhas e seis aldeias indígenas da etnia Tikuna. A população estimada dos locais visitados, segundo dados das prefeituras locais, é de 176.128 habitantes; a população indígena das seis comunidades visitadas é de aproximadamente 9.010 habitantes, segundo a Fundação Nacional de Saúde. A população deste estudo é formada por 1.575 crianças de 0 a 12 anos (75% das crianças atendidas pela equipe médica). Foram realizadas avaliação antropométrica, coleta de dados sobre sexo, idade, situação vacinal, período de aleitamento materno e presença de doenças no momento do atendimento. Os dados antropométricos foram comparados com a curva padrão de referência do National Center for Health Statistics (NCHS, 1977); os indicadores estatura/idade e peso/estatura foram avaliados pelos respectivos escores Z, classificando as crianças em desnutridas quando estavam inferiores a dois desvios-padrão da mediana de referência. A cronicidade do processo de desnutrição foi identificada pelo índice baixa estatura para idade e a desnutrição aguda pelo índice de baixo peso para altura.Item Avaliação da atenção pré-natal ofertada às mulheres indígenas no Brasil: achados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas(Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, 2019) Garnelo, Luiza; Horta, Bernardo L.; Escobar, Ana Lúcia; Santos, Ricardo Ventura; Cardoso, Andrey Moreira; Welch, James R.; Tavares, Felipe Guimarães; Coimbra Junior, Carlos Everaldo AlvaresEste estudo avalia a atenção pré-natal de mulheres indígenas com idades entre 14-49 anos, com filhos menores de 60 meses no Brasil. O Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas avaliou 3.967 mulheres que atendiam a tais requisitos, sendo 41,3% da Região Norte; 21,2% do Centro-oeste; 22,2% do Nordeste; e 15% do Sul/Sudeste. O pré-natal foi ofertado a 3.437 (86,6%) delas. A Região Norte registrou a maior proporção de mulheres que não fizeram pré-natal. A cobertura alcançada foi de 90,4%, mas somente cerca de 30% iniciaram o pré-natal no 1o trimestre e apenas 60% das elegíveis foram vacinadas contra difteria e tétano. Somente 16% das gestantes indígenas realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal. Ter acesso a pelo menos um cuidado clínico-obstétrico foi observado em cerca de 97% dos registros, exceto exame de mamas (63%). Foi baixa a solicitação de exames (glicemia 53,6%, urina 53%, hemograma 56,9%, citologia oncótica 12,9%, teste de sífilis 57,6%, sorologia para HIV 44,2%, hepatite B 53,6%, rubéola 21,4% e toxoplasmose 32,6%) e prescrição de sulfato ferroso (44,1%). No conjunto, a proporção de solicitações de exames laboratoriais preconizados não ultrapassou 53%. Os percentuais de realização das ações do pré-natal das indígenas são mais baixos que os encontrados para mulheres não indígenas no conjunto do território nacional, e até mesmo para as residentes em regiões de elevada vulnerabilidade social e baixa cobertura assistencial como a Amazônia Legal e o Nordeste. Os resultados reafirmam a persistência de desigualdades étnico-raciais que comprometem a saúde e o bem-estar de mães indígenas.Item Anthropometric and hematological tests to diagnose nutritional deficiencies in schoolchildren of indigenous communities living in the Andean region of Ecuador(Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2017) Robalino Flores, Ximena del Rocío; Balladares Saltos, Aida Mercedes; Guerendiain Margni, Marcela Esther; Morales Marín, FátimaObjetivo: Realizar avaliações antropométricas e biométrico-hematológicas em escolares da cordilheira dos Andes no Equador, a fim de melhorar o diagnóstico de deficiências nutricionais. Métodos: O estudo foi realizado na escola San Juan (Chimborazo, Equador), localizada a 3240 metros acima do nível do mar, a 36 crianças de 5 e 6 anos de idade. Foram analisadas as medidas antropométricas (peso, altura e índice de massa corporal) e as concentrações de hemoglobina e hematócrito. A medida da hemoglobina foi avaliada considerando os valores absolutos e os corrigidos pela altura geográfica. Resultados: A população escolar apresentou alta prevalência de altura baixa (44%). Os valores de hematócrito (p=0,001) e hemoglobina (p=0,003) foram maiores nas meninas. Deve-se destacar que usando o valor normal da hemoglobina, a anemia não foi detectada. No entanto, quase um quinto dos escolares estudados foram diagnosticados com anemia quando os fatores de correção adaptados à altitude foram aplicados. Conclusão: O uso de fatores de correção adaptados à altitude é considerado fundamental ao fazer uma biometria a os habitantes da zona para evitar um diagnóstico errôneo. Além disso, é necessário estabelecer os fatores ambientais associados ao retardo do crescimento que existe nesta região dos Andes.Item Desnutrição infantil em um dos municípios de maior risco nutricional do Brasil: estudo de base populacional na Amazônia Ocidental Brasileira(Associação Brasileira de Saúde Coletiva, 2016) Araújo, Thiago Santos de; Oliveira, Cristieli Sérgio de Menezes; Muniz, Pascoal Torres; Silva-Nunes, Mônica da; Cardoso, Marly AugustoObjetivo: Estimar a prevalência de desnutrição infantil e fatores associados em um município de elevado risco nutricional do Brasil. Métodos: Estudo transversal de base populacional com amostra de 478 crianças menores de 5 anos do município de Jordão, Acre. Foram calculados os indicadores peso para idade (P/I), altura para idade (A/I) e peso para altura (P/A) utilizando como referências as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2006, que adota ponto de corte ‑2 escores z para identificação dos desnutridos. Razões de prevalência (RP) ajustadas foram obtidas por modelos múltiplos de regressão de Poisson com estimativa de erro robusta (p < 0,05). Resultados: Observou‑se elevada prevalência de déficit de A/I (35,8%). Crianças com ascendência indígena residentes na área rural do município apresentaram as maiores prevalências de desnutrição (59,4%). Após ajuste para sexo, idade e ascendência indígena, os fatores positivamente associados ao déficit de crescimento foram: residir na área rural (RP = 1,6; IC95% 1,2 – 2,1); menor terço do índice de riqueza domiciliar (RP = 1,6; IC95% 1,1 – 2,3); morar em casa de paxiúba (RP = 1,6; IC95% 1,1 – 2,4); altura materna inferior ou igual a 146,4 cm (RP = 3,1; IC95% 1,9 – 5,0) e introdução de leite de vaca antes de 30 dias de idade (RP = 1,4; IC95% 1,0 – 1,8). Apresentar cartão de vacina em dia foi inversamente associado ao déficit de crescimento (RP = 0,7; IC95% 0,5 – 0,9). Conclusão: A desnutrição infantil permanece um grave problema de saúde pública no interior da Amazônia, indicando dificuldades adicionais para o enfrentamento do problema nessa região do país.Item Subnutrição da criança indígena(Instituto Indigenista Interamericano, 1960-04) Pourchet, Maria JúliaThe author of this work presents here her recent observations of a bio-psychological character in the Kaingang cornmunity of Palmas in the southwestern section of the Brazilian state of Puraná. The main subject of her study is the causes which explain the notable rnalnutrition of the Indian children of that group. She offers objetive data resulting from two psychological tests directed to the mental, cultural and social levei of the 22 Kaingang children, representative of the group.Item Observations of the Alto Xingu Indians (Central Brazil) with special reference to nutritional evaluation in children(Oxford University Press, 1981) Fagundes-Neto, Ulisses; Baruzzi, Roberto G.; Wehba, Jamal; Silvestrini, Wagner S.; Morais, Mauro Batista; Cainelli, MariangelaItem Níveis de lipídeos sangüíneos em diferentes populações brasileiras(Sociedade Brasileira de Cardiologia, 1979) Carneiro, OmarNíveis de lípides sangüíneos foram determinados em amostras populacionais e correla-cionados com atividade física e ingesta calórica. A atividade física era maior entre os indígenas, seguindo-se, em ordem decrescente, os citadinos pobres, os rurícolas e os citadinos ricos. A ingesta calórica era maior entre os citadinos ricos, seguindose, em ordem decrescente, rurícolas, citadinos pobres e indígenas. Os níveis mais elevados de lípides sangüíneos foram registrados entre os citadinos ricos seguidos pelos rurícolas, citadinos pobres, indígenas mais aculturados e, finalmente, indígenas menos aculturados. Os resultados obtidos sugerem a possibilidade de que a ingesta calórica elevada, a atividade física diminuída, a baixa infestação verminótica e o maior consumo de álcool e fumo tendem a associar-se a níveis mais elevados de lípides sangüíneos.Item Observations of the Alto Xingu Indians (Central Brazil) with special reference to nutritional evaluation in children(Oxford University Press, 1981) Fagundes-Neto, Ulysses; Baruzzi, R. G.; Wehba, J.; Silvestrini, W. S.; Morais, M. B.; Cainelli, M.