TR - Dissertações de Mestrado
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Item “A CONVERSA DE HOJE É QUE PARIR É NO HOSPITAL”: implicações e desafios à saúde indígena.(2017) Silva, Núbia Maria de Melo e; Bonan, Claudia JannottiTrata-se de um estudo qualitativo que analisa experiências e sentidos do parto da mulher Pankararu por meio de narrativas de gestores e profissionais da saúde indígena do Polo Base Pankararu (PBP) e do Polo Base Entre Serras (PBES), do Distrito Sanitário Especial Indígena de Pernambuco (DSEI-PE). As narrativas versaram sobre como a atenção diferenciada perpassa ou se oculta frente à relação dos entrevistados e das entrevistadas com o parto das mulheres indígenas. Para tanto, foi realizada uma escuta sobre a formação para atuar nesse campo; sobre as normativas da gestão que orientam a atuação das EMSI; sobre as orientações e condutas práticas mantidas durante o acompanhamento pré-natal; sobre a relação que mantêm com o parto biomédico e o parto tradicional Pankararu e, por fim, sobre a rede de referência obstétrica da região e a chegada da estratégia Rede Cegonha no estado. Com uma equipe eminentemente composta por indígenas, essencialmente da própria etnia Pankararu, os encontros e esbarrões entre os modelos indígena e biomédico têm instituído dois movimentos em terras Pankararu: um movimento de resistência, fortalecimento e crescimento do modelo tradicional de atenção ao parto, nas aldeias Brejo dos Padres, Jitó e Saco dos Barros, e nas demais, um movimento de priorização do modelo biomédico. Enquanto nas três aldeias citadas, de 2012 a 2015, prevaleceu o parto tradicional, nas demais, as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) priorizaram o encaminhamento das mulheres para parirem no hospital, mesmo quando isso significava o atendimento em uma rede desestruturada, que envolvia peregrinação, ausência de acompanhante e violências obstétricas. A supremacia do modelo médico hegemônico, tem determinado que a atenção ao parto médico-hospitalar é a única forma capaz de prover controle de riscos e segurança à saúde da mulher e do bebê, também se faz presente na postura de delegar aos exames e ao acompanhamento médico no pré-natal o poder de diagnosticar o parto que pode assistido pela parteira e acontecer sob a égide do modelo Pankararu. Tal atitude subalterniza os modelos indígenas, de paradigmas não biomédicos, e desautoriza os saberes de suas medicinas, bem como o poder e saber da parteira, de modo a banalizá-los diante da medicina científica. Nesse cenário encontram-se as implicações e os desafios da atenção diferenciada ao parto das mulheres indígenas, o que no contexto da Rede Cegonha (RC) se torna ainda mais pertinente, visto que essa estratégia tem o compromisso de contribuir para superar o modelo médico hegemônico intervencionista que tem prevalecido na cena do parto brasileiro.Item A morada dos Wapixana: Atlas toponímico da região indígena da Serra da Lua - RR(2007) Carneiro, João Paulo Jeannine Andrade; Dick, Maria Vicentina de Paula do AmaralA morada dos Wapixana (Arawak) são os campos do nordeste do estado de Roraima. Em sua porção sudeste encontramos a região indígena da Serra da Lua, composta por 17 malocas indígenas com 5.000 Wapixana. Desenvolvemos esta pesquisa por meio da análise toponímica (Dick, 1980, 1999) e etnolingüística (Potier, 1970) das malocas e das paisagens vegetais da região. Objetivamos, desta forma, detalhar a realidade toponímica em suas características denominativas, no conjunto de mapas taxionômicos, dialetológicos, além de um fitogeográfico com os termos em Wapixana. Com isso, procuramos obter a cosmovisão do grupo denominador. Para tanto, dividimos este trabalho em três partes: os fundamentos teóricos; aspectos histórico-geográficos e etnolingüísticos dos campos do Rio Branco; e por último a análise das motivações toponímicas. O resultado das análises demonstrou que os campos ora citados, são frutos da geografia mítica Wapixana, bem como as taxionomias toponímicas preponderantes são os zootopônimos e fitotopônimos. Identificamos três camadas dialetológicas na região: a mais antiga de origem Wapixana;. a segunda, também de origem ameríndia, porém exógena à área de pesquisa, são os nomes de origem Tupi, provindos da Língua Geral Amazônica; e finalmente a portuguesa.Item A temática saúde na licenciatura de docentes indígenas: um estudo da Universidade Federal do Amapá(2016) Mendes, Myriam Regina Zapaterra; Batista, Nildo AlvesItem Agrotóxicos, saúde e ambiente na etnia Xukuru do Ororubá - Pernambuco(2008) Gonçalves, Glaciene Mary da Silva; Gurgel, Idê Gomes Dantas; Costa, André MonteiroA utilização de agrotóxicos no processo produtivo agrícola é uma prática que tem causado danos sobre o ambiente e a saúde pública. A análise do processo de exposição das populações aos agrotóxicos implica em dificuldades devido aos diversos elementos envolvidos, como o elevado número de subnotificações, pouca importância acerca dos determinantes políticos, econômicos, culturais, inadequado monitoramento da exposição, além da influência do discurso industrial. Entre os povos indígenas do Nordeste a agricultura é considerada a principal atividade econômica, esta também incorporou tecnologias e acabou se modernizando. A atividade agrícola entre os índios Xukuru da Região da Ribeira, área indígena de Pernambuco, é pautada no uso intensivo de agrotóxicos. O presente estudo buscou inicialmente compreender o processo de utilização de agrotóxicos no cultivo agrícola e sua relação com o ambiente e a saúde indígena, na etnia Xukuru. O percurso metodológico usado foi pautado num estudo de caso descritivo, com a utilização de abordagens qualitativa e quantitativa. A pesquisa foi realizada na Região sócio-ambiental da Ribeira, localizada no Município de Pesqueira-Pernambuco. O ano de 2007 foi a referência para a coleta dos dados primários de observação participante, questionários e grupos focais; os dados secundários foram referentes ao período de 2006 a 2007. Entre os resultados mais significantes destaca-se o uso intensivo de agrotóxicos no cultivo agrícola. Este é feito pelos Xukuru sem nenhum equipamento de proteção individual. Os dados acerca do significado e dos riscos do uso dos produtos químicos revelaram que os agricultores indígenas reconhecem os graves riscos sobre a saúde e o ambiente decorrentes dessa prática, inclusive risco de morte. Os Xukuru estão submetidos a um conjunto de determinantes históricos, políticos, econômicos e bio-sócio-ambientais que determinam as cargas de nocividade responsáveis por danos à saúde, entre as quais, o modelo agrícola baseado no uso de agrotóxicos. As mudanças necessárias devem incorporar a participação desses sujeitos, respeitando suas tradições culturais, resgatando e fortalecendo seus anseios por um ambiente saudável. É necessária a implementação de políticas de proteção e promoção da saúde, com ações de vigilância e atenção à saúde dessa população, e que também ofereça alternativas de práticas agrícolasambientalmente sustentáveisItem Agrotóxicos, saúde e ambiente na etnia Xukuru do Ororubá- Pernambuco(2008) Gonçalves, Glaciene Mary da Silva; Gurgel, Idê Gomes DantasA utilização de agrotóxicos no processo produtivo agrícola é uma prática que tem causado danos sobre o ambiente e a saúde pública. A análise do processo de exposição das populações aos agrotóxicos implica em dificuldades devido aos diversos elementos envolvidos, como o elevado número de subnotificações, pouca importância acerca dos determinantes políticos, econômicos, culturais, inadequado monitoramento da exposição, além da influência do discurso industrial. Entre os povos indígenas do Nordeste a agricultura é considerada a principal atividade econômica, esta também incorporou tecnologias e acabou se modernizando. A atividade agrícola entre os índios Xukuru da Região da Ribeira, área indígena de Pernambuco, é pautada no uso intensivo de agrotóxicos. O presente estudo buscou inicialmente compreender o processo de utilização de agrotóxicos no cultivo agrícola e sua relação com o ambiente e a saúde indígena, na etnia Xukuru. O percurso metodológico usado foi pautado num estudo de caso descritivo, com a utilização de abordagens qualitativa e quantitativa. A pesquisa foi realizada na Região sócio-ambiental da Ribeira, localizada no Município de Pesqueira-Pernambuco. O ano de 2007 foi a referência para a coleta dos dados primários de observação participante, questionários e grupos focais; os dados secundários foram referentes ao período de 2006 a 2007. Entre os resultados mais significantes destaca-se o uso intensivo de agrotóxicos no cultivo agrícola. Este é feito pelos Xukuru sem nenhum equipamento de proteção individual. Os dados acerca do significado e dos riscos do uso dos produtos químicos revelaram que os agricultores indígenas reconhecem os graves riscos sobre a saúde e o ambiente decorrentes dessa prática, inclusive risco de morte. Os Xukuru estão submetidos a um conjunto de determinantes históricos, políticos, econômicos e bio-sócio-ambientais que determinam as cargas de nocividade responsáveis por danos à saúde, entre as quais, o modelo agrícola baseado no uso de agrotóxicos. As mudanças necessárias devem incorporar a participação desses sujeitos, respeitando suas tradições culturais, resgatando e fortalecendo seus anseios por um ambiente saudável. É necessária a implementação de políticas de proteção e promoção da saúde, com ações de vigilância e atenção à saúde dessa população, e que também ofereça alternativas de práticas agrícolasambientalmente sustentáveisItem Água e saúde dos povos indígenas Yanomami (região do Toototobi, Balawaú, Demini e Paapiú) e Wapishana (maloca da Malacacheta) - Brasil(2006) Souza, Arlene Oliveira; Vidal, Marcos José Salgado; Cirino, Carlos Alberto MarinhoItem Análise da capacitação do enfermeiros que atuam na atenção à saúde das populações indígenas(2013) Oliveira, Maria Luiza Carvalho de; Silva, Nair Chase daIntrodução: As necessidades de saúde da população, da gestão e do controle social são referências para o desenvolvimento do Programa de capacitação destinado a profissionais da saúde. Diante disso, a pesquisa propôs responder: como está estruturado o programa de capacitação para enfermeiros que atuam no Distrito Sanitário Especial Indígena Manaus – DSEI/MAO? Quais os componentes essenciais de um programa de capacitação na opinião dos enfermeiros que atuam nesse distrito? Objetivo: Analisar o programa de capacitação para enfermeiros que atuam em área indígena no DSEI/MAO. Metodologia: Pesquisa descritiva exploratória. Utilizou-se como técnicas de coleta de dados a análise documental de sete Projetos de Atividades de Capacitação realizadas no período de agosto de 2007 a agosto de 2012; questionário e entrevista semiestruturada com 12 enfermeiros e coordenadora pedagógica. A análise dos dados deu-se através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. Análise e Discussão dos Resultados: O perfil dos enfermeiros se caracterizou pela predominância do sexo feminino, com idade que varia de 28 a 40, de cor ou raça parda. A maioria tem em tempo de formado quase o mesmo de atuação em área indígena. Os enfermeiros fizeram menos de duas capacitações com enfoque em saúde indígena por ano. Os processos formativos que compõem o programa de capacitação foram organizados em diagnóstico, planejamento, execução e avaliação. O diagnóstico ocorreu através do levantamento de temas realizado pela coordenadora pedagógica, coordenadores dos programas de saúde e enfermeiros, e pelo alcance ou não das metas pactuadas. O Projeto de Atividade de Capacitação é a materialização do planejamento anual e foram elaborados pela coordenadora pedagógica tanto nos aspectos operacionais quanto pedagógicos. A participação dos enfermeiros é passiva, denotando a necessidade do planejamento participativo. Em relação à execução, as capacitações constituíram-se em atividades de atualização, de curta duração, com carga horária entre 24 a 40 horas. As capacitações tiveram, predominantemente, o objetivo de habilitar tecnicamente os enfermeiros para o desenvolvimento de programas de saúde e, secundariamente, abordar conteúdos relacionados à cultura, crença e diversidade étnica das populações indígenas. A maioria das capacitações utilizou a metodologia problematizadora. A avaliação esteve focada a verificar a opinião dos participantes referente à execução das capacitações. Em relação aos componentes essenciais da política de formação os enfermeiros referiram ser necessário: prática concomitante à teorização durante a capacitação, valorização da vivência dos profissionais em área indígena, inclusão de conteúdos de abordagem antropológica enfocando as especificidades étnicas, disponibilidade de material didático com enfoque na saúde indígena; participação de toda a equipe de enfermagem nas atividades, regularidade e maior frequência nas capacitações e comprometimento da equipe envolvida na saúde indígena. Considerações Finais: Ao trazer questões relacionadas à capacitação de profissionais, este estudo tornou possível concluir que as capacitações apresentaram fragilidades relacionadas ao enfoque indígena, pois dão pouca ênfase na diversidade étnica das populações indígenas. A descontinuidade prejudica no processo de ensino-aprendizagem e a pouca freqüência não atende as necessidades de atualização dos enfermeiros. A metodologia da problematização norteia as capacitações, direcionando as atividades para a abordagem do contexto diferenciado da saúde indígena. Na opinião dos enfermeiros, as atividades de capacitação oferecidas pelo DSEI/MAO tornaram-se fundamentais para a mudança de comportamento na prática de saúde indígena e melhoria do serviço.Item As resistências ao etnocídio na aldeia Tekoa Paranapuã(2020) Oliveira, Vinícius Duarte de; Imbrizi, Jaquelina Maria; Guimarães, Danilo SilvaEm 2004, a comunidade da Aldeia Tekoa Paranapuã, situada em São Vicente, litoral do Estado de São Paulo, realizou a retomada de seu território sagrado. A reterritorialização indígena se fundamenta nas cosmologias dos povos Guarani Mbya e Tupi Guarani, que reconhecem a ocupação tradicional do território do Tekoa Paranapuã por seus ancestrais. Por conta da situação de litígio, na qual o Estado paulista é autor de uma ação civil pública que solicita a remoção da comunidade indígena do local, e do contexto de sobreposição territorial do Parque Estadual XixováJapuí, uma Unidade de Conservação, ocorrem violações de direitos e são impostas restrições ao modo de vida tradicional dos povos originários no território. Diante desta conjuntura, a presente dissertação tem por objetivo produzir uma reflexão crítica sobre a resistência da comunidade da Aldeia Tekoa Paranapuã ao etnocídio. Esta é uma pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica. A fundamentação teórica produz o diálogo com um campo interdisciplinar, sobretudo com as áreas da psicanálise implicada, psicologia indígena, antropologia e dos estudos decoloniais. A resistência indígena possui múltiplas dimensões, sendo que a permanência no território é apontada como a principal luta da comunidade do Tekoa Paranapuã. Isto posto, produzi articulações com conceitos de racismo estrutural, etnocídio e dimensão sociopolítica do sofrimento, que são determinantes nos processos de sistemática violação de direitos, esbulho das terras indígenas e reprodução da colonialidade. As resistências da comunidade da Aldeia Tekoa Paranapuã ao etnocídio estão direcionadas a fortalecer o nhandereko, por meio do revigoramento do conhecimento ancestral e das práticas xamânicas, que sustentam a reterritorialização, permanência no tekoa e transmissão intergeracional da cosmovisão indígena. Esta pesquisa produz contribuições para a comunidade indígena e para os campos da interdisciplinaridade e psicologia, pois, aprofunda e amplia discussões no âmbito das relações interculturais e étnico-raciais sobre a resistência ao etnocídioItem Avaliação clínica e funcional do assoalho pélvico em mulheres índias que residem no parque indígena Xingu, Mato Grosso, Brasil(2008) Araujo, Maíta Poli de; Sartori, Marair Gracio F.; Girão, Manoel João Batista Castello; Takano, Claudia CristinaObjetivo: Avaliar a presença de prolapso genital (avaliação clínica), a capacidade de contração dos músculos do assoalho pélvico (avaliação funcional) e a freqüência de incontinência urinária (IU), em mulheres índias, não virgens, que residem no Parque Indfgena do Xingu (PIX), Mato Grosso, Brasil. Casuística e métodos: Estudo observacional com 377 mulheres índias, com média de idade de 31 ±15 anos, média de gestações de 5±4, paridade 4±3 filhos e índice de massa corpórea de 23,3±4 Kg/m2. A avaliação clínica foi feita pela classificação de Baden e Walker e pelo "Pelvic Organ Prolapse Quantification" (POP-Q). A avaliação funcional consistiu de medida da contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP) pela manobra digital, graduada de 0 a 4, e com perineômetro digital. A freqüência de IU foi determinada pelo questionário "International Consultation Incontinence Questionnaire Short Form" (ICIQ-SF). Avaliaram-se os fatores de risco para prolapso em duas situações: 1) quando 0 estádio do POP-Q fosse II ou III e 2) quando 0 ponto Ba fosse maior ou igual a zero (Ba?0). Resultados: Apenas 22 mulheres (5,8%) queixavam-se de IU e a média do escore final do ICIQ-SF foi de 0,4±2,1 (0-17). De acordo com a classificação POP-Q, 15,6% das mulheres apresentaram estádio 0, 19,4% estádio I, 63,9% estádio II e 0,8 estádio III. Quando classificados por Baden e Walker, houve maior prevalência de cistocele grau I e retocele leve. 0 parto normal foi 0 maior fator de risco para a presença de prolapso quando este foi definido pela presença de estádio II e III (OR=11.26, 95% IC 5.69-22,29). Entretanto, quando 0 prolapso foi definido pelo ponto Ba?0, paridade (OR=9.40, 95% IC 2.81-31,42), idade (OR=1 ,03, 95% IC 1,01-1,05) e a presença de AFA 0 (OR=3,45, 95% IC 1,32-9,08) e AFA 1 (OR=2,22, 95% IC 1,03-4,76) foram os maiores fatores de risco. A pressão de repouso elevada mostrou-se fator protetor (OR=0.96, 95% IC 0.94-0.98). Conclusão: A IU foi incomum nas índias do PIX. Semelhante a população não índia, idade e paridade foram os principais fatores de risco para prolapso, independentemente da definição utilizada. Embora tenha ocorrido prolapso genital, a capacidade de contração dos músculos do assoalho pélvico permaneceu conservada, talvez resultante do estilo de vida desta comunidade..Item Bebendo entre amigos: um estudo antropológico sobre uso de bebidas alcoólicas na casa de apoio à saúde indígena de Roraima.(2013) Hermano, Brasilina Morais; Pellegrini, Marcos AntonioO presente trabalho é um estudo sobre o uso de bebidas alcoólicas pelos internos pacientes e acompanhantes indígenas na CASAI/RR. Assim, tem como objetivo conhecer os fatores que estão envolvidos no uso de bebidas alcoólicas e suas implicações na CASAI/RR. A base desse estudo está voltada para o Povo Yanomami. O estudo tem como metodologia a pesquisa etnográfica, que envolveu uma revisão bibliográfica sobre uso de álcool e uma leitura das principais etnografias. O referencial etnográfico utilizado de diversos estudos sobre os Yanomami entre eles Albert, Ramos, Ramirez, Smiljanic, Lizot, Pellegrini e outros. Na temática o uso de bebidas alcoólicas entre os povos indígenas, os estudos foram pautados em estudiosos como Langdon, Menendez, Oliveira, Souza, Garnelo entre outros. O trabalho de campo foi realizado a partir da observação participante e utilização de entrevistas não estruturadas, com pacientes e acompanhantes, profissionais de saúde e lideranças Yanomami. A partir destes estudos e da pesquisa de campo foi possível chegar a algumas conclusões como entender o sentido de beber para os Yanomami, os meios de aquisição da bebida alcoólica a partir do contato e hoje o consumo da bebida alcoólica na CASAI/RR. O entendimento sobre o papel da instituição CASAI/RR, na visão dos Yanomami, pode contribuir para fomentar o uso da bebida alcoólica. Além disso, outros fatores, de ordem institucional, foram identificados como preponderantes para as diversas carreiras do uso de bebidas alcoólicas e, consequentemente, desencadeadoras de situações de conflitos e violência prejudicial ao tratamento de saúde, aos quais estão submetidos, resultando inclusive em casos irreversíveis que levam a óbito.Item Campinarana e Índios Baniwa: Influências Ambientais e Culturais sobre a Comunidade de Vertebrados Terrestres no Alto Rio Negro, AM(2005) Endo, Whaldener; Rebêlo, George HenriqueApesar da grande diversidade de animais encontrada na Amazônia, poucos estudos realizados nessa região buscaram caracterizar a estrutura das comunidades de vertebrados terrestres existentes e as peculiaridades relacionadas aos diferentes tipos de fisionomias existentes. Nesse estudo analisei a estrutura da comunidade de vertebrados terrestres de médio e grande porte em uma região de campinarana, enfocando na riqueza, abundância e densidade populacional das espécies encontradas na região e utilizando, para isso, quatro diferentes métodos de amostragem. Obtive registros dos animais existentes nessa região através do censo baseado em registros diretos (sonoros e visuais), registros de rastros obtidos em parcelas de areia e registros de tocas. Informações sobre a possível ocorrência de outras espécies também foi obtida por meio de entrevistas com os índios Baniwa, habitantes da região. Os resultados obtidos apresentam a campinarana do Alto Rio Negro como um ambiente onde pode ser encontrada uma comunidade de vertebrados terrestres semelhante, em termos de riqueza, às florestas de terra firme. No entanto, em termos de abundância, as populações encontradas na campinarana apresentaram valores muito baixos, provavelmente inflenciada pelas condições de baixa produtividade da região. Apresento nesse estudo o uso da vida silvestre e a caça de subsistência praticada pelos índios Baniwa, do Alto Rio Negro, na região Amazônica. Assim como outros estudos realizados em diferentes locais nas florestas neotropicais, os índios Baniwa usam uma ampla gama de espécies para consumo proteico e por motivos culturais. Diferentes tecnologias de caça são empregadas por esses grupos, resultando em diferentes composições de caça. Apesar do curto tempo empregado para avaliar a composição da caça e a taxa de consumo de caça, os dados obtidos indicam uma baixa quantidade de presas abatidas pelos Baniwa, comparado com outros grupos indigenas, sugerindo uma baixa preferência da atividade da caça como forma de suprir as necessidades proteicas diárias em comparação com a atividade da pesca, provável reflexo da baixa abundância das espécies caçadas na região, sem, no entanto, indicar uma alta pauperização de recursos alimentares, como mostra o desprezo pelas espécies de menor tamanho e a existência de espécies tabú. Apesar de estudos realizados na Amazônia e em outras regiões demostrarem que a caça praticada por povos indígenas atuam influenciando a estrutura das comunidades de animais visados pela caça, ainda há dificuldades em se mensurar essas alterações. Apresento aqui uma análise da variação da comunidade de vertebrados ao longo de uma região na Amazônia e a relação desta com variáveis ambientais e com o tamanho das aldeias indígenas existentes na região, visto que o aumento demográfico humano, inflacionando a caça e outras atividades potencialmente deletérias ao animais, é uma das maiores preocupações atuais quando se discute conservação. A riqueza não mostrou ser significativamente influenciada pelas variáveis medidas. A abundância das espécies, no entanto, mostrou uma considerável relação com o aumento populacional na região. Os resultados indicam que, apesar de fatores ambientais serem importantes agentes influenciando a composição da comunidade de animais caçados na região, o acréscimo de poucas pessoas na área estudada já é o suficiente para também surtir efeito nessa comunidade.Item Chama os Atikum que eles desatam já: práticas terapêuticas, sabedores e poder.(2007) Silva, Georgia da; Athias, RenatoO presente estudo tem como objetivo tratar sobre relações de poder instauradas em um contexto de intermedicalidade na comunidade indígena Atikum, localizados no sertão do Pajeú, no estado de Pernambuco. Biomedicina e medicina indígena Atikum , a partir da práxis de sabedores, tanto disputam lócus de legitimidade no interior de instâncias políticas do grupo quanto negociam práticas e significados. A partir das percepções dos Atikum sobre os sistemas de conhecimento em interação e a análise de políticas e instituições indígenas em saúde, é possível vislumbrar como a experiência intermédica é vivenciada na comunidade e através de quais mecanismos relações de poder podem ser forjadas e renegociadasItem Comunicação intercultural em saúde: Subsídios para uma ação social em educação indígena(1989) Figueroa, Alba Lucy Giraldo; Santos, Yolanda Lhullier dosO estudo das representações, valores e práticas relativas aos fenômenos de saúde, doença e cura junto a um povo indígena é enfocado aqui como uma estratégia visando fundamentar propostas concretas que redundem na contenção e diminuição dos índices de sua morbi-mortalidade, no estímulo ao seu etno-desenvolvimento e na melhora dos serviços institucionais. Visamos, basicamente o campo da educação: aquela a ser promovida entre os índios ( com ênfase nos comportamentos preventivos e autogestionários) e aquela que deve compor a capacitação dos agentes institucionais. à procura de subsídios que embasem e reforcem a performance competente de ações educativas e assistenciais em andamento ou não, entre os Negarotê e demais grupos da família Nambiquara, do nordeste de Mato Grosso, este trabalho permite detectar os pontos de divergência e os de articulação possível entre a perspectiva da cultura indígena e as perspectivas geradas direta ou derivadamente das ciências da saúde. Igualmente procurar demonstrar a importância a viabilidade de uma autêntica comunicação entre o subsistema cultural indígena de saúde e serviço institucional a nível, não somente da interaçao entre seus agentes, mas também dos seus contextos, códigos, canais e mensagensItem Conhecimento indígena, atributos florísticos, estruturais e espectrais como subsídio para inventariar diferentes tipos de Florestas de Campinarana no rio Içana, Alto Rio Negro.(2005) Abraão, Marcia Barbosa; Nelson, Bruce Walker; Shepard, GlennNesta pesquisa, foram utilizados os conhecimentos e a percepção indígena dos Baniwa, os inventários de composição e estrutura da vegetação, e a reflectância nas faixas do visível e do infravermelho da imagem de satélite Landsat TM5 como subsídio para identificar as Florestas de Campinarana. Através destes três eixos buscou-se identificar e distinguir diferentes tipos de Florestas de Campinarana nas comunidades de Aracu, Jandu e Juivitera no rio Içana, Terra Indígena do Alto Rio Negro. Nessas comunidades foram entrevistadas 10 pessoas e detectados 14 tipos de Florestas de Campinarana, Hamáliani na língua Baniwa. Foram realizados 15 inventários abrangendo seis tipos de vegetação, dentro dos 14 tipos acessado nas entrevistas, em um total de 0.2 ha por inventário. As parcelas de cada inventário foram espalhadas em uma área aproximada de 200 X 200 m (aproximadamente 45 pixels do sensor Landsat). Dentro dos seis tipos de Campinarana inventariados, estão incluidos dois subtipos, alto e baixo, com os seguintes nomes Baniwa: Anerima madoape kaawa (baixa) e Anerima dzenonipe (alta), Waittirima madoape kaawa (baixa), Waittirima dzenonipe kaawa (alta), Maarolina, Heridzolima, Añholima, e Waapalima. A classificação etno-ambiental permitiu a sistematização e o registro deste conhecimento, e sua correspondência foi demonstrada com os inventários estruturais e florísticos; e com os atributos derivados da imagem, através de ordenamentos (MDS, PCA) e agrupamentos. Existe um forte gradiente que estrutura as Florestas de Campinarana nessas comunidades do Içana e que foi demonstrado em dois ordenamentos tipo MDS com eixo único. Os ordenamentos explicaram 77% e 87% da composição florística, utilizando respectivamente, densidade e área basal relativa como indicadores de cada espécie. Este forte gradiente é percebido pelos Baniwa, e é congruente com o primeiro eixo de um ordenamento PCA dos inventários utilizando as três bandas do satélite. Houve forte correlação entre o gradiente da composição florística e dois atributos estruturais das parcelas: área basal/ha e altura média das árvores. No entanto, o ordenamento em que foi usado índice de similaridade qualitativo mostrouresultados diferentes agrupando os inventários pelas três áreas de estudo. Isto pode ter ocorrido pelo uso de três informantes diferentes em cada comunidade indígena, Alberto, Custódio e Roberto; ou uma possível relação entre a distância geográfica e a composição de espécies mais raras. Um ordenamento tipo MDS também foi aplicado aos tipos de Campinarana no sistema de classificação Baniwa, utilizando, como o indicador de abundância da espécie, o número de informantes (máximo 10) que disseram que uma espécie ocorre em determinado tipo. Este ordenamento também resultou em um gradiente, mas com dois grupos distintos, que são os tipos de Campinaranas com árvores baixas e as altas. A sistematização do conhecimento indígena registra os usos e as percepções do ambiente, e permite identificar as áreas que os índios utilizam para diversas atividades de subsistência como caça, pesca, agricultura, extrativismo e artesanato. Estudos com este enfoque proporcionam informações básicas sobre os recursos existentes no ambiente, e possibilitam instrumentos de planejamento, zoneamento e manejo dos recursos, bem como diálogo com as demais instâncias da sociedade. Também contribui para um melhor entendimento da diversidade de habitats da Amazônia, oferecendo um método eficiente para caracterizar e localizar ambientes ainda pouco conhecidos.Item Cuidado e conhecimento: o enfermeiro e a Educação Permanente em Saúde, Mato Grosso (2003 – 2010)(2015) Rojas, Fagner Luiz Lemes; Ferreira, Márcia dos SantosA dissertação apresenta uma investigação no campo da História da Educação. Sua discussão teórica faz interface entre saúde e educação, a partir da ideia da Educação Permanente e Educação Popular, destacando aspectos próximos ao da Educação Permanente na Saúde (EPS). A pesquisa objetivou expressar as apropriações da EPS a partir da perspectiva dos enfermeiros de Cuiabá, Mato Grosso. As interpretações basearam-se na análise documental e em depoimentos desses profissionais de saúde para a construção da análise situacional. Os documentos coletados pertencem ao acervo da Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso e da Comissão de Integração Ensino-Serviço Estadual (CIES), e, na esfera municipal, do acervo da Secretaria Municipal de Saúde da Capital. A pesquisa historiográfica possibilitou compreender a história política em torno da Educação Permanente e as repercussões dessa modalidade educativa discutida fortemente entre as décadas de 1960-1970, quando essa concepção educativa passou a ser adotada para qualificação de trabalhadores. Nesse período, o Brasil enfrentava discussões nos campos da educação e saúde que culminaram no movimento sanitário e na Reforma Sanitária, que alcançou repercussão nacional e foi determinante à abertura da discussão e posterior aprovação na Constituição Federal de 1988. Esses movimentos incentivaram a formulação de propostas que foram discutidas durante a VIII Conferência Nacional de Saúde e culminaram na aprovação das Leis n° 8.080/1990 e 8.142/1990 com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). A Constituição Federal de 1988 estabeleceu, no artigo n° 196, que saúde é direito de todos e dever do Estado, e, no artigo n° 200, que ao SUS competia a ordenação da formação dos seus próprios recursos humanos. Ambas as concepções ainda são fortemente debatidas na atualidade e enfrentam problemas quanto à sua implementação e ampliação. Foi neste contexto que surgiu a ideia da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, aprovada pela portaria MS/GM n° 198/2004 e substituída pela MS/GM n° 1.996/2007, ambas, com o propósito de promover a interlocução entre trabalhadores de saúde, docentes e pesquisadores das instituições de ensino, da gestão do sistema de saúde e da comunidade, utilizando os espaços de saúde como lugares propícios ao fortalecimento da cogestão e do ensino-aprendizagem. O estudo revelou a proximidade da PNEPS com a concepção político-educativa freireana de Educação Popular, na perspectiva de que os sujeitos se reconheçam e utilizem seus hábitos e manifestações culturais como elementos importantes no processo de auto-formação e cogestão para o fortalecimento do SUS. Em Mato Grosso, os enfermeiros foram convidados a falar sobre suas práticas, condições de trabalho, suas atividades de educação na saúde e os movimentos de articulação com a comunidade, destacando a força política emanada dessa geometria educacionalpedagógica agregadora de sujeitos e segmentos. Portanto, o estudo historiográfico possibilitou reconhecer expressões da EPS nas ações locais realizadas pelos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família e pela população do seu entorno, de forma a destacar as inovações que surgiram nesses contextos, enquanto capazes de modificar as práticas, identidades, concepções político-educativas dos sujeitos e seu cotidiano.Item Da Cachaça a Libertação: Mudanças nos Hábitos de Beber do Povo Dâw no Alto Rio Negro(2001) Assis, Lenita de Paula SouzaItem Descarte do lixo e seu impacto no ambiente e saúde: percepção das comunidades indígenas de Mangueirinha PR(2014) Marcondes, Camila; Guimarães, Elisete; Teixeira, Edival SebastiãoA perda histórica das terras e dos recursos naturais e os constantes contatos interétnicos têm transformando pelo menos uma parte das economias indígenas dependentes da lógica econômica de mercado capitalista e alterado o padrão de consumo nas aldeias. Há certa dependência em relação aos alimentos consumidos, em sua grande maioria comprados, o que aumenta o número de embalagens e rejeitos para se desprezar. No entanto, a coleta de lixo nas aldeias é precário o que emana problemas no seu descarte. Em visita a Terra Indígena Mangueirinha observou-se a presença de lixo ao redor das casas contendo embalagens de produtos industrializados, tais como garrafas de plástico, latas de refrigerante, pacotes de salgadinho e fraldas descartáveis. Neste contexto, a pesquisa teve como objetivo principal analisar a percepção da população da Terra Indígena Mangueirinha em relação ao descarte do lixo e seu impacto na saúde e no ambiente da aldeia. Os objetivos específicos da investigação foram: traçar o perfil da cultura alimentar e sócio econômico dos entrevistados; identificar o método de descarte do lixo utilizado pela população investigada e identificar a percepção dos indígenas sobre meio ambiente e seus impactos na saúde. Para a investigação deste estudo de caso realizou-se uma pesquisa qualitativa com treze indígenas. Foi utilizado um roteiro pré-elaborado para nortear as questões referentes ao perfil do entrevistado, quais os métodos utilizados para o descarte do lixo e como percebem a relação do ambiente com a saúde. As entrevistas foram realizadas na escola Kokoj Ty Han já e em visitas domiciliares. Os resultados da pesquisa mostram que os indígenas realizam atividades culturais com o objetivo de manter vivos os costumes e aspectos tradicionais da aldeia, porém no cotidiano, diversos segmentos são afetados pela influência não indígena, tais como educação, saúde e hábitos alimentares. No que se refere à percepção sobre os problemas ambientais na área indígena ou no entorno dela, formaram-se 3 grupos diferentes, dos moradores que identificam o desmatamento como o principal problema ambiental, o segundo grupo que identifica como a poluição e o terceiro grupo que acredita não existir problema ambiental nas Terras Indígenas. Os contatos interétnicos modificaram a percepção do que consideram itens necessários ao seu bem estar. Na procura por ter acesso aos bens de consumo diversificam seus meios de vida, conciliando o trabalho assalariado a outras fontes de renda. O que tem implicado na liberação de resíduos não orgânicos no meio ambiente e sido fonte de agravos à saúde. Os moradores elencaram soluções para os problemas enfrentados, como aumentar a frequência de coleta e os pontos em que passa o caminhão de lixo, construir depósitos para o armazenamento correto e a realização de orientações à comunidade para o reaproveitamento do lixo orgânico, separação do lixo e descarte correto. Portanto, percebem a importância de preservar o meio ambiente para sua qualidade de vida, porém no cotidiano lhes faltam estrutura e disponibilidade de serviços públicos de coleta de lixo e ações educativas sobre o manejo dos resíduos sólidos.Item Dinâmica de obtenção e consumo de plantas alimentares ao longo do tempo em uma Aldeia Guarani, e sua relação com a saúde na percepção indígena, São Paulo, Brasil(2010) Vieira, Nayara Begalli Scalco; Rodrigues, ElianaA alimentação vem sofrendo uma série de modificações, tanto na forma de obtenção, quanto de preparo dos alimentos. Este processo atinge as comunidades indígenas, e traz como consequência, carências nutricionais e alterações culturais. Muitas culturas não fazem distinção entre alimento e medicamento. No Brasil, vários trabalhos focando a atividade biológica das plantas vêm sendo desenvolvidos nas últimas décadas. Este trabalho teve como objetivo registrar a alteração alimentar ao longo do tempo, relatada pelos entrevistados da aldeia Guarani Tenondé Porã, bem como observar suas percepções a respeito desta alteração e sua influência na saúde. Para tanto, foram utilizados técnicas e métodos da etnografia como diários de campo, entrevistas informais, não-estruturadas e observação participante. Foram entrevistados 15 indígenas que relataram alterações na forma de obtenção dos alimentos, o que levou a substituições e, até mesmo, ao abandono de alguns espécimes vegetais, bem como a incorporação de novos alimentos e alterações nas receitas. Algumas plantas mantiveram seu uso, principalmente aquelas utilizadas em contextos rituais. Seu uso crônico, bem como os benefícios à saúde que promovem, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças, sugerem sua equivalência aos alimentos nutracêuticos. O milho (Zea mays L. ssp.), o tabaco (Nicotiana spp. L.) e a erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.), são alguns exemplos e foram destacados no estudo pois são considerados pelos indígenas como os alimentos, tanto para o corpo quanto para a alma, mais importantes nessa aldeia. As doenças também são divididas naquelas do corpo e da alma pelos indígenas. Segundo relatos dos indígenas, ambos tipos de doenças têm aumentado a sua freqüência ao longo do tempo devido a vários fatores, sempre ligados ao abandono de certas tradições do Povo Guarani, tais como: alteração alimentar, que envolve tanto à perda quanto a inserção do uso de novos alimentos e a alteração na forma de preparo; falta de obediência a Nhanderu ( Deus dos Guarani) e finalmente, a falta de espaço adequado para as atividades diárias como o cultivo e a caça, que acabam promovendo o sedentarismo.Item Direito indígena à saúde: proteção constitucional e internacional(2009) Oliveira, Paulo Henrique de; Piovesan, FlaviaThis essay aims to examine indigenous peoples right to health, particularly its protection by Brazilian constitutional law and by international law. Since colonial times indigenous peoples health are inferior to non-indigenous. Several indigenous communities experience dire health conditions, with numerous casualties, especially within children, in virtue of the lack of medical care. Such poor conditions are worsened by ethnic transfiguration, environmental degradation and indigenous impoverishment. Notwithstanding, indigenous peoples rights and, in particular, its right to health have been gaining strength in constitutional and international human rights law. In this scenario, emerges the challenge of articulating constitutional and international regulation, in order to render indigenous peoples right to health effective. To that purpose, it is necessary to investigate how the law defines indigenous peoples; the constitutional evolution of indigenous rights; the constitutional principles of indigenous peoples right to health; the international recognition of indigenous peoples human rights and the international protection of the right to healthItem Diversidade e Sazonalidade de Anopheles sp. (Diptera: Culicidae) com ênfase na prevalência de malária em Roraima(2005) Barros, Fábio Saito M.; Vasconcelos, Simão Dias; Arruda, Mércia ElianeA malária representa grave problema mundial de saúde pública. Estima-se sua incidência em 400 milhões de casos anuais principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. Este projeto avaliou aspectos eco-epidemiológicos da malária em Roraima, onde há grande diversidade de ecossistemas naturais. Inicialmente é descrita a carta anofélica do estado, com 12 espécies identificadas e dos ecossistemas ocupados por elas. Em dois ecossistemas, floresta e savana, foram realizados testes imunológicos para determinar a prevalência de infecção em mosquitos adultos para identificar vetores locais. Uma área de estudo situa-se num projeto de assentamento na floresta tropical de alta transmissão de malária. A segunda encontra-se na beira da mata ciliar característica dos cursos hídricos da savana. Durante um ano, coletamos larvas e adultos de anofelinos, determinando e caracterizando criadouros potenciais; analisamos variações na densidade dos mosquitos, e estudamos a variação sazonal da idade das populações de mosquitos, duração do ciclo gonotrófico, capacidade de dispersão e horário de picada. Também calculamos curvas de sobrevivência e analisamos técnicas de determinação etária das espécies. Foi analisada a variação da distribuição das larvas ao longo do ano e sua resposta ao desmatamento. A prevalência de infecção em mosquitos adultos implicou An. albitarsis s.l., além de An. darlingi, como transmissor. As taxas de sobrevivência se correlacionaram bem com os registros da literatura, mesmo sendo estes discrepantes. Houve aumento da longevidade durante a estação seca na floresta, correlacionado com aumento da malária, e queda durante a época de chuvas. Houve diferenças na duração do ciclo gonotrófico de An. darlingi encontrado na floresta em comparação com o da savana. Formas imaturas de An. darlingi se agregaram próximo a residências, mas o desmatamento exerceu papel negativo sobre seus criadouros. Construções de reservas hídricas proporcionaram redutos para An. darlingi, permitindo sua sobrevivência durante a seca e transmissão de malária durante todo o ano, mas apenas nos seus arredores, devido à limitada dispersão da espécie em condições naturais. Observaram-se picos de densidade de An. darlingi e An. albitarsis s.l. no fim da estação seca, na floresta, e durante as chuvas, na savana. An. albitarsis s.l. na savana também apresentou aumento de densidade correlacionado com as chuvas. Esses dados foram correlacionados com os de densidade larvária e de paridade para criar um modelo de transmissão de malária distinto para dois locais com diferentes tipos de drenagem hídrica. Finalmente, descrevemos a ocorrência de um parasito de mosquitos sem relato prévio na América Latina, presumivelmente com efeitos deletérios sobre o desenvolvimento ovariano de fêmeas de An. darlingi
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