Alimentação e Nutrição (AN)
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Browsing Alimentação e Nutrição (AN) by Subject "Acre"
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Item Desnutrição infantil em Jordão, estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira(2010) Araújo, Thiago Santos de; Cardoso, Marly AugustoIntrodução - Apesar da melhoria do padrão nutricional infantil observada em vários países em desenvolvimento nas últimas décadas, a desnutrição infantil persiste como um problema de saúde pública no Brasil, especialmente nos municípios do interior da Amazônia. Inquéritos nutricionais de base populacional em povos Amazônicos são escassos, e em sua maioria restritos às cidades maiores e a populações indígenas residentes em áreas de reserva. Objetivo - Avaliar a prevalência e fatores associados à desnutrição infantil no município do Jordão, interior do Estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira. Metodologia - Trata-se de um estudo transversal conduzido em 478 crianças menores de cinco anos da zona urbana (censo n=211) e rural (amostra n=267). As prevalências de déficits nutricionais para os indicadores altura para idade (A/I), peso para idade (P/I) e peso para altura (P/A) foram calculadas com o ponto de corte -2 escores Z e excesso de peso para altura (P/A) com o ponto de corte +2 escores Z, utilizando-se o padrão de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2006. Para a coleta de informações foram utilizados questionários estruturados, aplicados aos pais ou responsáveis pelas crianças em entrevistas domiciliares. Foram calculadas as prevalências de desnutrição geral e segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e ambientais. Para identificação de fatores associados à desnutrição (déficit de A/I) utilizou-se análise múltipla e hierarquizada de regressão de Poisson (erro-padrão robusto). Resultados - As prevalências dos déficits de A/I, P/I, P/A e excesso de peso foram de 35,8 por cento, 7,3 por cento, 0,8 por cento e 2,1 por cento, respectivamente. Déficits graves de A/I (escore Z < -3 DP) foram identificados em 11,5 por cento das crianças. Houve maior prevalência de déficit de crescimento com aumento da idade. As crianças com ascendência indígena residentes na área rural apresentaram as maiores prevalências de desnutrição (59,4 por cento; destes 20,1 por cento corresponderam a déficit grave). Após controle para sexo, idade e local de moradia (urbano/rural), os fatores associados ao déficit A/I foram: ascendência indígena (razão de prevalência [RP]: 2,10; intervalo de confiança [IC95 por cento]: 1,63- 2,71), menor terço do índice de riqueza domiciliar (RP: 1,57; IC95 por cento: 1,06; 2,33), morar em casa de madeira ou barraco (RP: 1,62; IC95 por cento: 1,09- 2,40), altura materna inferior ou igual a 146,4 cm (RP: 3,05; IC95 por cento: 1,87- 4,97), história de introdução de leite de vaca antes de 30 dias de idade (RP: 1,35; IC95 por cento: 1,03- 1,77), apresentar cartão de vacina em dia (RP: 0,66; IC95 por cento: 0,47-0,94). Conclusão - No presente estudo, a desnutrição infantil mostrou-se sério problema de saúde pública com prevalência de retardo de crescimento acima das estimativas para o Brasil em 2006 (7,0 por cento), chegando a valores próximos aos estimados pela OMS em 2007 para a África subsaariana (38,0 por cento). Intervenções para maior cobertura vacinal, promoção do aleitamento materno exclusivo e redução de iniqüidades sociais terão grande impacto na prevenção e controle da desnutrição infantil no município estudadoItem Desnutrição infantil em um dos municípios de maior risco nutricional do Brasil: estudo de base populacional na Amazônia Ocidental Brasileira(Associação Brasileira de Saúde Coletiva, 2016) Araújo, Thiago Santos de; Oliveira, Cristieli Sérgio de Menezes; Muniz, Pascoal Torres; Silva-Nunes, Mônica da; Cardoso, Marly AugustoObjetivo: Estimar a prevalência de desnutrição infantil e fatores associados em um município de elevado risco nutricional do Brasil. Métodos: Estudo transversal de base populacional com amostra de 478 crianças menores de 5 anos do município de Jordão, Acre. Foram calculados os indicadores peso para idade (P/I), altura para idade (A/I) e peso para altura (P/A) utilizando como referências as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2006, que adota ponto de corte ‑2 escores z para identificação dos desnutridos. Razões de prevalência (RP) ajustadas foram obtidas por modelos múltiplos de regressão de Poisson com estimativa de erro robusta (p < 0,05). Resultados: Observou‑se elevada prevalência de déficit de A/I (35,8%). Crianças com ascendência indígena residentes na área rural do município apresentaram as maiores prevalências de desnutrição (59,4%). Após ajuste para sexo, idade e ascendência indígena, os fatores positivamente associados ao déficit de crescimento foram: residir na área rural (RP = 1,6; IC95% 1,2 – 2,1); menor terço do índice de riqueza domiciliar (RP = 1,6; IC95% 1,1 – 2,3); morar em casa de paxiúba (RP = 1,6; IC95% 1,1 – 2,4); altura materna inferior ou igual a 146,4 cm (RP = 3,1; IC95% 1,9 – 5,0) e introdução de leite de vaca antes de 30 dias de idade (RP = 1,4; IC95% 1,0 – 1,8). Apresentar cartão de vacina em dia foi inversamente associado ao déficit de crescimento (RP = 0,7; IC95% 0,5 – 0,9). Conclusão: A desnutrição infantil permanece um grave problema de saúde pública no interior da Amazônia, indicando dificuldades adicionais para o enfrentamento do problema nessa região do país.Item Desnutrição infantil no município de maior risco nutricional do Brasil: Jordão, Acre, Amazônia Ocidental (2005-2012)(2017) Araújo, Thiago Santos de; Chiaravalloti Neto, FranciscoIntrodução: As modificações econômicas, política e sociais ocorridas no Brasil, iniciadas com o movimento de redemocratização do país, favoreceram o investimento em políticas públicas com impacto marcante na nutrição infantil inclusive em municípios do interior da Amazônia. Esse movimento promoveu alterações importantes na estrutura epidemiológica da desnutrição, contudo, a modulação dessas transformações por fatores da paisagem Amazônica ainda é pouco investigada. Objetivo: Medir a prevalência da desnutrição, analisar sua evolução temporal, sua distribuição espacial, seus fatores associados e suas respectivas Frações de Impacto Potencial (PIF) em crianças pré-escolares da Amazônia. Metodologia: Os dados deste trabalho são oriundos de dois inquéritos de base populacional realizados nos anos de 2005 e 2012 com, respectivamente n=478 e n=836 crianças da zona urbana e rural de Jordão, Acre. A variável dependente do estudo foi o déficit de altura para idade (HAZItem Determinantes do crescimento linear e ganho de peso de crianças em Acrelândia, Estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira(2014) Lourenço, Bárbara Hatzlhoffer; Cardoso, Marly AugustoIntrodução: Investigações sobre o crescimento linear e o ganho de peso durante a infância em regiões de baixa e média renda são relevantes ao avanço do conhecimento científico e ao planejamento de ações para promoção da saúde no contexto de transição nutricional que afeta tais áreas. Objetivo: Investigar determinantes do crescimento linear e ganho de peso de crianças residentes no município de Acrelândia, Estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira. Métodos: O presente estudo longitudinal de base populacional foi constituído a partir de dois inquéritos transversais de base populacional conduzidos em 2003 e 2007, com dois inquéritos de seguimento realizados em 2009 e 2012. Foram realizadas entrevistas domiciliares para levantamento de informações sociodemográficas, características maternas e morbidade recente da criança, além de coleta de amostra de sangue e exame antropométrico. Os desfechos de interesse foram a variação em escores Z de altura e índice de massa corporal (IMC) para idade. Utilizaram-se modelos de regressão linear mistos para a análise dos dados longitudinais. Resultados: Os principais determinantes do crescimento linear mensurado em escores Z de altura para idade durante a infância foram o índice de riqueza domiciliar e a posse de terra, além da altura materna e de peso e comprimento da criança ao nascer. O ganho de peso verificado por escores Z de IMC para idade foi positivamente associado ao índice de riqueza domiciliar e ao IMC materno até os 10 anos de idade. Houve associação positiva entre estado inflamatório de baixo grau na linha de base do estudo (definido por maiores concentrações de proteína C-reativa até 1 mg/L) e incremento em escores Z de IMC para idade durante o seguimento entre crianças a partir de 5 anos de idade. O alelo de risco do gene associado à massa gorda e obesidade (FTO rs9939609) relacionou-se a maior ganho em escores Z de IMC para idade durante a infância, com modificação de efeito pelo estado inicial de vitamina D, com papel genético mais pronunciado entre crianças com concentrações insuficientes de vitamina D. O aumento em escores Z de IMC durante a idade escolar foi também associado à resistência à insulina nas crianças estudadas. Conclusão: Em uma área de baixa renda, confirmou-se a influência do contexto socioeconômico e de fatores intergeracionais representados por características maternas sobre o crescimento linear e o ganho de peso na infância. O incremento de peso foi influenciado também por um cenário em que deficiências de micronutrientes, elevada morbidade e interação entre fatores genéticos e nutricionais coexistem com panorama crescente de sobrepeso e obesidade.Item Estado nutricional de mulheres, mães de crianças menores de cinco anos - Jordão - Acre - Brasil(2010) Koury Filho, Hélio Cezar; Diniz, Carmen Simone GrilloIntrodução - O estado nutricional tem repercussões importantes durante as mudanças pelas quais passa o corpo da mulher no processo de ser mãe, desde a concepção, gestação, parto e puerpério, continuando após este período. Porém, o estado nutricional da mulher é muito priorizado antes, durante e até um ano após a gestação - mais em função da influência que este pode ter sobre o peso ao nascer e as condições de amamentação da criança, do que pelos benefícios potenciais para a própria mãe. Por isso, há escassez de estudos sobre o estado nutricional de mães fora do período gravídico-puerperal. Objetivo - Descrever e analisar o estado nutricional e o acesso a serviços de saúde materna das mulheres, mães de crianças menores de cinco anos, no município de Jordão, Acre - Brasil no ano de 2005. Método - Trata-se de um estudo transversal de base populacional com 267 mulheres mães de crianças menores de cinco anos participantes da pesquisa Situação Nutricional do Município do Jordão (SINJORDÃO). Foram coletadas informações sobre características demográficas, socioeconômicas, antropométricas, de morbidade e condições de saúde. O estado nutricional foi classificado de acordo com o IMC adotando como ponto de corte os sugeridos pela Organização Mundial de Saúde (1995): Baixo peso (IMC < 18,5); Eutrófico (18,5 IMC < 25); Sobrepeso ( 25 IMC < 30) e Obesidade (IMC 30). A determinação de hemoglobina sangüínea foi feita por punção digital com uso de hemoglobinômetro portátil Hemocue, adotando-se Hb <12,0 g/dL para diagnóstico de anemia. Para análise estatística utilizou-se o teste de quiquadrado, adotando-se p<0,05. Resultados - O percentual de baixo peso foi de 3,4 por cento e não houve diferença estatística para nenhuma das variáveis avaliadas, a de sobrepeso (SP) foi de 27,7 por cento e a de obesidade (OB) foi de 6 por cento. Somando estas duas últimas categorias (SP+OB), o excesso de peso foi maior entre as indígenas (41,4 por cento p = 0,011), quem recebia benefícios sociais (50 por cento p = 0,005), casadas (35,5 por cento p = 0,038), não fumantes (38,3 p = 0,056) e quem pariu acompanhada de profissional de saúde (39 por cento p = 0,05). A anemia foi encontrada em 26,1 por cento das mulheres e foi maior entre as que não fizeram pré-natal (32,9 por cento p = 0,008), tiveram internação após o parto (57,1 por cento p = 0,007) e as que amamentaram exclusivamente menos de trinta dias (29,2 por cento p = 0,038). Apenas 45,5 por cento fez pelo menos uma consulta no pré-natal, e apenas 44,2 por cento tiveram parto em instituições de saúde. Conclusão - Este trabalho mostrou que as mulheres mães de crianças com 5 anos ou menos, o acesso ao serviço de saúde é muito abaixo do esperado para a região Norte. Apesar de viverem em situação sócio-econômica precária, vivenciam a transição nutricional. Foi possível observar que entre as mulheres menores de cinco anos no Jordão, Acre, o baixo peso se apresenta de forma normal, não sinalizando como problema de Saúde Pública, ao contrário do excesso de peso e da anemia, que apesar de ainda não se configurar com a gravidade que se encontra de modo geral no Brasil, apresenta uma tendência a agravar conforme se promovem mudanças na ordem econômica