DIP - Teses de Doutorado
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Item Contribuição para o estudo epidemiológico da toxoplasmose: levantamento sorológico em índios do Alto Xingu, Brasil Central(1968) Baruzzi, Roberto G.A pesquisa de anticorpos ao Toxoplasma gondii em 254 índios do Alto Xingu, Brasil Central, pela técnica de imunofluorescência indireta revelou 51,6% de reações positivas de título igual ou superior a 1/16. A população indígena do Alto Xingu é avaliada em 600 índios, distribuídos por nove tribos, que vivem em relativo estado de isolamento mantendo muitos de seus hábitos e costumes primitivos. Os resultados foram comparados com os de dois outros inquéritos realizados em áreas geográficas diferentes do Brasil (no Território do Amapá e na cidade de São Paulo), nos quais os autores utilizaram técnica sorológica superponível àquela empregada por nós. Os resultados do Alto Xingu, no seu conjunto, não diferem de forma acentuada, como se poderia supor pelas condições de vida do índio, daqueles observados no Amapá e em São Paulo, em populações com graus de civilização mais avançados [AU]. • tese publicada na íntegra em 1969/1970 na Revista do Instituto Adolfo Lutz, 29-30: 105-139. • versão em inglês: R.G. Baruzzi, 1970. Contribution to the study of the toxoplasmosis epidemiology. Serologic survey among the Indians of the Upper Xingu River, Central Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 12(2): 93-104.Item Pinta. Aspectos clínico-laboratoriais e situação epidemiológica no Estado do Amazonas, Brasil(1988) Talhari, SinésioDe acordo com o reexame dos pacientes tratados e do exame parasitológico contínuo de indígenas, na capital do Estado do Amazonas, podemos concluir que: 1) Entre os índios Paumaris (Purus-Purus) e do rio Içana, parecem remotas as possibilidades de encontrar casos de pinta em atividade; 2) entre os índios Tucanos, a incidência de pinta observada nos dois últimos decênios decaiu drasticamente, admitindo-se, nessa tribo, somente a ocorrência de casos esporádicos. 3) importante foco da doença foi encontrado entre os índios Canamaris, na região do igarapé Mirim, no médio Juruá; 4) todos os índios Canamaris poderão ser encontrados entre os habitantes das margens do rio Aripuanã, particularmente na região da cachoeira de Dardalenos, ao norte de Mato Grosso; 5) a análise dos dados obtidos permite a conclusão final que a pinta não representa problema de saúde pública no Estado do Amazonas; 6) comparando as informações dos primeiros pesquisadores, comprovamos que a treponematose limitou-se no nosso país à parte ocidental da Amazônia Brasileira, principalmente no Estado do AmazonasItem Pelas fronteiras e trincheiras do indigenismo e do sanitarismo: a atenção às DST em comunidades indígenas, no contexto das políticas e práticas indigenistas e de saúde, na Pré-Amazônia(2002) Varga, István Van Deursen; Adorno, Rubens de Camargo FerreiraObjetivos: trazer subsídios para discutir as políticas e práticas de saúde e de atenção às DST, voltadas às comunidades indígenas, das instituições atuantes no Maranhão; discutir as iniciativas de organização do movimento indígena pela saúde da TI Araribóia, frente aos casos de AIDS e à endemia das DST, no contexto das políticas e práticas indigenistas e de saúde adotadas na região. Metodologia: Buscamos orientar tanto a coleta de dados (pesquisa bibliografico-documental e de campo), quanto sua análise e discussão, a partir de uma abordagem interdisciplinar, numa tentativa de articular, entre si, diversos aspectos do universo e dos problemas em foco. Resultados: Na Pré-Amazônia, como na Amazônia em geral, salvo exceções, nem os governos de municípios de população predominantemente rural dispõem de planos específicos de ações voltados à saúde de comunidades rurais e/ou indígenas e, portanto, em que pesem seus vícios funcionais, as pressões para a descentralização de suas funções e o sucateamento do órgão, a FUNASA é, atualmente, a mais importante instituição de saúde neste contexto. No que se refere ao trabalho com comunidades indígenas, as instituições envolvidas (não apenas as governamentais) têm oferecido, de modo geral, resistências à adoção de metodologias efetivamente participativas, e à consolidação das instâncias de controle social definidas pelas Conferências Nacionais de Saúde. Conclusões: No Maranhão, enquanto as instituições públicas são tradicionalmente vulneráveis às influências e manipulações das classes hegemônicas, as ONGs conduzem suas práticas em função de posições, interesses e disputas internas específicas dos campos indigenista e sanitarista, o que resulta numa cultura institucional amplamente refratária a propostas que retorcem a capacidade de mobilização e de organização autônomas das comunidades indígenas.Item O contexto cultural das doenças diarréicas entre os Wari', estado de Rondônia, Brasil. Interfaces entre antropologia e saúde pública(2004) Haverroth, Moacir; Coimbra Junior, Carlos Everaldo AlvaresA pesquisa trata sobre saúde, doença e cura entre os Wari’, família lingüística Txapakura, município de Guajará-Mirim, Rondônia, abordando as opções de recursos em saúde, enfocando as doenças diarréicas, uma das maiores causas de morbi-mortalidade entre crianças indígenas. A pesquisa de campo foi feita nas aldeias Lage Novo e Linha Dez, na Terra Indígena Igarapé Lage, entre novembro de 2002 e maio de 2003. A tese inicia com a revisão bibliográfica sobre a antropologia e o campo da saúde, de forma geral, e as doenças diarréicas. Segue o modelo teórico segundo o qual as atividades relacionadas à saúde devem ser estudadas como respostas socialmente organizadas às doenças e constituem um sistema cultural especial: o sistema de cuidados em saúde. Faz-se uma descrição geral sobre o grupo, a história regional e as Terras Indígenas atuais. O terceiro capítulo discute os setores de saúde disponíveis aos Wari’, uma discussão dos serviços oficiais de saúde indígena e o papel dos agentes indígenas de saúde e de saneamento no contexto das políticas públicas. Os setores de saúde identificados entre os Wari’ são: profissional (rede de serviços e profissionais de saúde oficiais e estabelecimentos de saúde privados), o setor folk (centralizado na figura, ora reminiscente, do xamã, ko tükü nenim) e o setor informal (constituído por todas as outras práticas, domésticas ou não, que não passam diretamente pelos outros dois). Há interseções entre os setores, que são abertos e, no conjunto, formam uma rede complexa de fluxo e contra fluxo na busca por recursos em saúde. Segue uma discussão de conceitos da cosmologia tradicional com reflexos nas concepções tradicionais de saúde e doença e nas práticas de cura. Na categorização das doenças pelos Wari’ e apresentação da etnoclassificação das doenças diarréicas, identifica-se uma categoria geral (honko’), quatro categorias paralelas no mesmo nível taxonômico e seis categorias subordinadas, caracterizando a nosologia dessas doenças ao longo de seu processo. No capítulo seguinte, são apresentados e discutidos os atendimentos realizados nos Postos de Saúde das aldeias, na Casa de Saúde do Índio de Guajará-Mirim e hospitais da região. A faixa etária mais acometida são os menores de cinco anos de idade em todos os níveis de atendimento, com cerca de metade dos casos registrados. Cerca de 28% das diarréias registradas na Casa de Saúde do Índio de Guajará-Mirim ocorreram após a internação. Segue com as modalidades terapêuticas do setor informal e os comportamentos de busca por tratamento a partir do domicílio. Verificou-se o conhecimento de algumas terapias baseadas em plantas medicinais e méis da floresta, mas, na prática, destaca-se o uso de plantas medicinais antidiarréicas domésticas, a maioria introduzida após o contato. Acrescentam sal e/ou açúcar às preparações em forma de ‘chás’, sem seguir um padrão definido. O conhecimento sobre TRO é extremamente limitado entre as mães e seu uso depende da indicação e preparação pelos Agentes de Saúde. A disponibilidade de SRO no Posto de Saúde é deficiente. A resolutividade do atendimento primário e secundário de saúde em relação às doenças diarréicas é limitada, considerando o nível de complexidade exigido. A decisão por busca de recursos para tratamento de doenças diarréicas é determinada, principalmente, por alguns sinais/sintomas, como sangue nas fezes, vômito, muco nas fezes. A febre também é determinante nessa busca. Entretanto, o tipo mais comum é caracterizado por fezes liquefeitas (honko’ ak kom na).Item Características sócio-demográficas e epidemiológicas da tuberculose: Avaliação etnobotânica e da atividade antimicobacteriana das plantas utilizadas por uma comunidade indígena.(2006) Oliveira, Décio Gomes de; Leite, Clarice Queico FujimuraItem Enfermidades infecciosas em comunidade indígena Terena de Mato Grosso do Sul(2008) Aguiar, José Ivan Albuquerque; Almeida Neto, Joaquim Caetano deAs condições de saúde da população indígena brasileira são pouco conhecidas, ocorrendo uma escassez de informações sobre a questão. Para estabelecer um entendimento dos aspectos que compõem esse panorama, foi realizado um inquérito entre os índios Terena que habitam os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Foram estudadas as prevalências de infecção por parasitos intestinais, de marcadores de infecção para as Hepatites virais A, B e C, e de anticorpos contra os vírus das enfermidades imunopreveníveis; Poliomielite 1, 2 e 3, Sarampo, Febre Amarela e Hepatite B. Os resultados foram estratificados por faixa etária e revelaram que a infecção parasitária acomete 73,5% da população estudada, com destaque para o encontro do Blastocystis Hominis, um agente pouco identificado no país. Na população acima de 10 anos, mais de 90% apresentaram reatividade para o anti-HAV total. Houve negatividade dos marcadores de infecção para as Hepatites B e C, respectivamente HBsAg e anti-HCV, e uma taxa de 16,7% (95% IC 12, 6-21, 3) para o anti-HBs.A prevalência de anticorpos neutralizantes contra o vírus do Sarampo e da Febre Amarela foi de 96,7% (95% IC 93, 9-98, 3) e 91,4% (95% IC 88-94, 7) respectivamente. Em relação à Poliomielite, 62,2% (95% IC 56, 5-67, 6) 71,7% (95% IC 66,2-76, 6) e 63,5% (95% IC 56, 5-69, 6) apresentavam anticorpos contra os Poliovírus tipo1, 2 e 3, respectivamente, demonstrando vulnerabilidade dessa população à Hepatite B, à Febre Amarela e à Poliomielite.Item Índios, jesuítas e bandeirantes: medicinas e doenças no Brasil dos séculos XVI e XVII. 2009(2009) Gurgel, Cristina Brandt Friedrich Martin; Almeida, Eros Antônio de; Lewinsohn, RachelIsolados durante milhares de anos, os indígenas não desenvolveram imunidade diante de vírus e bactérias originários de outros continentes. Apesar de seu habitat não ser destituído de uma grande variedade de moléstias (dentre elas o pian, a leishmaniose cutânea e a doença de Chagas), no contato com o colonizador, a deficiência de resposta imune Th2 para micro-organismos autóctones causou verdadeiras tragédias entre os brasilíndios, que sucumbiam por gripes, sarampo, disenterias e principalmente varíola. Médicos formados constituíam um grupo insignificante no Brasil colonial e diante do vazio profissional, jesuítas (os primeiros que se lançaram nas práticas médicas), curiosos, curandeiros, barbeiros, benzedeiras compunham um contingente expressivo. Todos praticavam uma medicina híbrida, formada inicialmente pela medicina popular européia e indígena; ambas possuíam uma noção materializada da doença que, uma vez instituída, deveria abandonar o organismo. Diante disso, a terapêutica baseava-se em sangrias, purgas e vomitórios, além de rituais, rezas e uso de amuletos para satisfazer o sobrenatural. Estas práticas médicas concomitantemente valeram-se da variada flora medicinal nativa e foram difundidas pelos bandeirantes, que desbravavam os sertões de norte a sul - por este motivo esta terapêutica foi denominada "Remédios de Paulistas" - e foi usada para diversos males como opilação (anemia), escrófulas...Item Detecção de sífilis adquirida em comunidades de difícil acesso da região Amazônia: Desafio a ser superado com a utilização dos testes rápidos Escola Nacional de Saúde Pública, 2009(2009) Benzaken, Adele Schwartz; Araújo, Adauto José Gonçalves de; Santos, Reinaldo Souza dosAs infecções de transmissão sexual, em especial a sífilis, são um dos problemas de saúde mais comuns e ainda se desconhece sua real magnitude, inclusive no Brasil. Algumas explicações podem ser descritas pela insuficiência de recursos humanos e materiais necessários ao seu diagnóstico em zonas de difícil acesso, em diversos países. Nessas circunstancias, exames de diagnóstico denominados testes rápidos têm um papel importante para a identificação da doença, e, na tentativa de demonstrar sua aplicabilidade e seu papel na gestão de políticas públicas este trabalho atuou em quatro frentes de pesquisa: Primeira - validação das características operacionais, de quatro diferentes testes rápidos treponêmicos em clínica especializada em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), em Manaus, comparado-os com o FTA-Abs como “padrão ouro” e a avaliação da aceitabilidade dos testes junto aos profissionais e clientela testada. Segundo- Validação multicêntrica com outros três países participantes do estudo. Terceira – Estudos dirigidos a subgrupos de pessoas que habitualmente não acedem, de maneira espontânea, os serviços regulares de saúde. E, por fim – Estudos junto a populações de diferentes prevalências para a sífilis. Onde somadas as quatro etapas comprovou-se as principais virtudes desta nova geração de testes, rapidez e facilidade na execução e interpretação; aceitabilidade pelos pacientes e profissionais de saúde; favorecimento da decisão do tratamento imediato; dispensar energia elétrica ou profissional especializado. As evidências levantadas por estas investigações enfatizam o papel que os testes rápidos jogarão nos próximos anos, para o controle da sífilis.Item Enteroparasitoses em comunidades indígenas brasileirass(2011) Malta, Roberto Carlos Grassi; Cavazzana Jr., Manzélio; Franco, Regina Maura BuenoAs infecções parasitárias são um dos principais problemas de saúde pública, apresentando-se de forma endêmica em diversas áreas do Brasil. Podem apresentar estreita relação com fatores sócio-demográficos e ambientais, tais como: precárias condições socioeconômicas, consumo de água contaminada, deficiente estado nutricional dos indivíduos e outros, sendo frequentemente a população infantil a mais atingida. Com o objetivo de investigar a prevalência de parasitas intestinais em populações indígenas e populações carentes e os fatores-chave envolvidos na epidemiologia de enteroparasitoses, foi realizado levantamento enteroparasitológico em moradores de 02 reservas indígenas Reserva Bororó/MS e Reserva Xingu/MT (tribos Kayabí e Juruna) -, e também em moradores de 02 cidades - Pontes e Lacerda/MT e Ibateguara/AL. A coleta de dados foi realizada de 2002 a 2009. Foram analisadas 2754 amostras de fezes pelos métodos de Faust, Hoffman, Kato-Katz, Rugai, Direto e Ziehl-Neelsen modificado. Foram obtidos dados pessoais e parâmetros socioeconômicos. Observou-se a presença de 73% de enteroparasitas na reserva indígena de Dourados, 62,77% na reserva indígena do Xingu, 52,61% no município de Pontes e Lacerda/MS e 67,42% no município de Ibateguara. As espécies de maior prevalência no sexo masculino foram Entamoeba coli (22,5%), Giardia duodenalis (11,6%), Entamoeba histolytica (13,9%) e Ascaris lumbricoides (13,6%). No sexo feminino foram Entamoeba coli (24,1%), Giardia duodenalis (8,8%), Entamoeba histolytica/díspar (13,8%) e Ascaris lumbricoides (13,3%). A prevalência de protozoários (42,6%) foi maior que de helmintos (31,1%). Para a maioria dos grupos analisados não houve diferença entre o quadro clínico de diarreia e o tipo e número de enteroparasita. O poliparasitismo foi detectado em 12,8% das amostras e o monoparasitismo em 46,5%. Os grupos etários de menor idade apresentaram predomínio de infecções por protozoáriosItem Caracterização molecular das cepas de mycobacterium tuberculosis da população indígena e não-indígena de Mato Grosso do Sul(2011) Cunha, Eunice Atsuko Totumi; Costa, Izaias Pereira daA tuberculose é uma doença infectocontagiosa com diagnóstico laboratorial conhecido há mais de 100 anos. Embora o tratamento permita cura em quase 100% dos casos, continua sendo um grande problema de saúde pública no mundo. Em Mato Grosso do Sul, sua incidência é próxima à média nacional (37,9/100 000 hab.), mas na população indígena a incidência em 2010 alcançou 199,8/100 000 hab. Este estudo avaliou, quanto à resistência a drogas antituberculose, isolados colhidos no período de 2000 a 2008 na população indígena e não-indígena de Mato Grosso do Sul. Constatou-se resistência às drogas antituberculose em 17,4% e multidrogarresistência em 3,7%, índice este maior que o estimado para o Brasil (1,4%). Considerando-se apenas a população indígena, constatou-se resistência em 4,63% e a multidrogarresistência inferior a 1%. A análise dos perfis por RFLP permitiu diferenciar transmissão recente e infecção endógena. Foram analisadas 149 amostras, sendo excluídos três isolados que apresentavam menos que seis bandas e 18 por serem repetidos. Encontraram-se clusters entre indígenas e não-indígenas envolvendo 77 isolados (59,6%). Foram considerados não-cluster 29 isolados. Os perfis únicos totalizaram 22 amostras. Foram identificadas duas famílias de isolados em cluster ao longo de 12 anos, todos do município de Amambai, cuja população indígena é de cerca de 12 000. Os resultados obtidos caracterizam transmissão recente e também infecção endógena, reforçando a importância do diagnóstico precoce e da continuidade da quimioprofilaxia.Item Estudo da Leishmaniose Tegumentar na Terra Indígena Xakriabá: o parasito, os hospedeiros e os vetores(2011) Quaresma, Patrícia Flávia; Gontijo, Célia Maria Ferreira; Brito, Cristiana Ferreira AlvesNeste trabalho foi realizado um estudo multidisciplinar sobre a leishmaniose tegumentar relacionado ao parasito, aos hospedeiros e aos vetores na Reserva Indígena Xakriabá, norte de Minas Gerais, Brasil. Uma amostra populacional das aldeias Imbaúbas I e II foi caracterizada para a identificação dos casos clínicos e assintomáticos. Os casos de LTA provenientes das outras aldeias da Reserva Xakriabá também foram identificados. Todos foram caracterizados quanto às variáveis demográficas, infecções passadas, presença de co-morbidades, características das lesões e aspectos relacionados ao tratamento. Além deste estudo com os humanos, foi desenvolvido um estudo para verificar a infecção por Leishmania em pequenos mamíferos silvestres e cães domésticos, estimando a proporção de infectados. As espécies de flebotomíneos vetores foram determinadas na área. Por fim, foi realizado um estudo sobre a variabilidade genética de Leishmania (Viannia) braziliensis proveniente de diferentes hospedeiros vertebrados. A prevalência da doença nas aldeias Imbaúbas foi estimada em 8,6%. A partir de 92 casos suspeitos foram detectados 87 casos de LTA em toda a Reserva. Destes, 72 foram confirmados por algum exame parasitológico e/ou PCR. A maioria dos pacientes (70,0%) eram portadores de lesões atípicas, somente 27,6% apresentaram úlceras típicas e 2 pacientes eram portadores tanto de úlcera típica quanto de lesões atípicas. Foram identificadas três espécies de Leishmania circulando entre os roedores, marsupiais e cães domésticos: L. braziliensis, L. infantum e L. guyanensis. Um total de 1327 espécimes de flebotomíneos foi obtido. As espécies mais capturadas foram Lutzomyia longipalpis (756 exemplares – 57%) e Lu. intermedia (297 exemplares – 22%). Cabe ressaltar que foi coletado um número considerável de fêmeas de Lu. intermedia (244), principal vetor de LTA causada por L. braziliensis em Minas Gerais. Foi verificada a presença, em número bastante reduzido (3 exemplares), de Lu. whitmani, espécie considerada vetora em importantes focos de LTA no Brasil. O estudo do polimorfismo genético de L. braziliensis mostrou que existem duas populações deste parasito circulando entre os hospedeiros vertebrados. Uma forte associação foi verificada entre as duas populações de L. braziliensis e o tipo de manifestação clínica. Os parasitos que apresentaram um perfil idêntico às cepas referência de L. braziliensis estavam relacionados a lesões do tipo úlcera típica, enquanto os parasitos que apresentaram perfil variante parecem induzir lesões atípicas. A chance de ter lesão típica é cerca de cinco vezes maior entre os pacientes portadores de parasitos com perfil idêntico a L. braziliensisItem Enteroparasitoses em comunidades indígenas brasileiras(2011) Malta, Roberto Carlos Grassi; Cavazzana Júnior, Manzélio; Franco, Regina Maura BuenoAs infecções parasitárias são um dos principais problemas de saúde pública, apresentando-se de forma endêmica em diversas áreas do Brasil. Podem apresentar estreita relação com fatores sócio-demográficos e ambientais, tais como: precárias condições socioeconômicas, consumo de água contaminada, deficiente estado nutricional dos indivíduos e outros, sendo frequentemente a população infantil a mais atingida. Com o objetivo de investigar a prevalência de parasitas intestinais em populações indígenas e populações carentes e os fatores-chave envolvidos na epidemiologia de enteroparasitoses, foi realizado levantamento enteroparasitológico em moradores de 02 reservas indígenas Reserva Bororó/MS e Reserva Xingu/MT (tribos Kayabí e Juruna) -, e também em moradores de 02 cidades - Pontes e Lacerda/MT e Ibateguara/AL. A coleta de dados foi realizada de 2002 a 2009. Foram analisadas 2754 amostras de fezes pelos métodos de Faust, Hoffman, Kato-Katz, Rugai, Direto e Ziehl-Neelsen modificado. Foram obtidos dados pessoais e parâmetros socioeconômicos. Observou-se a presença de 73% de enteroparasitas na reserva indígena de Dourados, 62,77% na reserva indígena do Xingu, 52,61% no município de Pontes e Lacerda/MS e 67,42% no município de Ibateguara. As espécies de maior prevalência no sexo masculino foram Entamoeba coli (22,5%), Giardia duodenalis (11,6%), Entamoeba histolytica (13,9%) e Ascaris lumbricoides (13,6%). No sexo feminino foram Entamoeba coli (24,1%), Giardia duodenalis (8,8%), Entamoeba histolytica/díspar (13,8%) e Ascaris lumbricoides (13,3%). A prevalência de protozoários (42,6%) foi maior que de helmintos (31,1%). Para a maioria dos grupos analisados não houve diferença entre o quadro clínico de diarreia e o tipo e número de enteroparasita. O poliparasitismo foi detectado em 12,8% das amostras e o monoparasitismo em 46,5%. Os grupos etários de menor idade apresentaram predomínio de infecções por protozoáriosItem Ocorrência de patógenos intestinais e fatores de risco associados à infecção entre os índios Tapirapé habitantes da amazônia mato-grossense, Brasil.(2012) Malheiros, Antonio Francisco; Shaw, Jeffrey JonItem Ocorrência de patógenos intestinais e fatores de risco associados à infecção entre os índios Tapirapé habitantes da Amazônia Mato-Grossense, Brasil(2012) Malheiros, Antonio Francisco; Shaw, Jeffrey JonA prevalência de patógenos intestinais foi estudada entre os índios da etnia Tapirapé, da Amazônia mato-grossense, por meio de técnicas coproparasitológicas, imunológicas e moleculares. Do total de 1526 amostras, 83,35% apresentaram ao menos um parasito intestinal e 65% tinham mais de um parasito (poliparasitismo). Entamoeba coli foi o mais prevalente (827/1526 - 54,19%). Entamoeba histolytica/dispar (581/1526 - 38,07%), Giardia intestinalis (287/1526 - 18,81%), Blastocystis spp. (257/1526 - 16,84%) e Ancylostoma spp. (293/1526 - 19,20%) também foram freqüentes. Cistos de Giardia intestinalis foram seqüenciados utilizando os genes b-Giardina e gdh. Apenas os assemblages A e B foram encontrados, sendo que o assemblage A foi o mais prevalente. Análise molecular de Blastocystis spp. demonstrou que, por meio do gene SSU-rNA, o subtipo 1 foi o mais dominante entre os Tapirapé, seguido pelos subtipos 2 e 3. Com base nisso, G. intestinalis e Blastocystis spp. são potencialmente zoonóticos. Os resultados corroboram com outros estudos realizados na Amazônia brasileira.Item Políticas públicas na saúde indígena e ocorrência de endoparasitos em uma comunidade Guarani Mbyá.(2015) Pedroso, Débora; Berne, Maria Elisabeth Aires; Villela, Marcos MarreiroHistoricamente os indígenas possuem problemas relacionados com as condições de saúde, devido, principalmente às condições sanitárias a que estão sujeitos.A falta dessas condições gera fortes impactos sobre a saúde das populações. Pesquisas de endoparasitos em índios no Brasil e na América Latina são escassas e os poucos estudos realizados apontam que as doenças parasitárias podem atingir mais de 50% da população estudada, independente de faixa etária e sexo, sendo frequente o poliparasitismo. O presente estudo teve por objetivo conhecer as políticas públicas existentes para saúde da população indígena no Brasil, como também realizar um diagnóstico epidemiológico da saúde dos indígenas da aldeia Alvorecer no município de São Miguel das Missões. A metodologia realizada e os resultados que compõem esta tese estão apresentados sob a forma de artigos. O primeiro artigo versa sobre o apanhado histórico do processo das políticas indianistas de saúde no Brasil, o segundo artigo, trata-se de um censo populacional obtido a partir do questionário epidemiológico que investigou as condições sanitárias, de moradia e saúde familiar, ainda se verificou a ocorrência de enteroparasitos. O terceiro e último artigo avalioua soroprevalência de anticorpos da classe IgG contra Toxocara canis,e a relação entre a soropositividade e o número de eosinófilos. Segundo os resultados obtidos: temseum panorama geral sobre o melhoramento das políticas de saúde para a população indígena no Brasil; a infecção por enteroparasitos está presente na população estudada de maneira relevante; a sororreatividade para Toxocaraspp. detectada, indica que as crianças estão expostas a esse nematódeo. Destaca-se que foi o primeiro trabalho realizado sobre parasitoses e condições sanitárias nessa população, servindo então como referência para estudos posteriores.