AN - Dissertações de Mestrado
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Item Nutrição e alocação de tempo dos Xavánte de Pimentel Barbosa, Mato Grosso: um estudo em ecologia humana e mudanças(1995-06) Gugelmin, Silvia Angela; Santos, Ricardo VenturaEsta monografia aborda questões relativas a nutrição e a alocação de tempo de um grupo indígena, visando caracterizar as mudanças ocorridas ao longo do processo de contato. Tomaram-se os Xavante da aldeia Rio das Mortes (Área Indígena Pimentel Barbosa - Mato Grosso, Brasil) como estudo de caso por apresentarem informações coletadas ao longo das ultimas cinco décadas, possibilitando um enfoque histórico e diacrônico das mudanças sociais, econômicas e biológicas. O contato permanente dos Xavante com a sociedade nacional brasileira ocorreu na década de 40 e a partir dos anos 70 intensificaram-se a interação com não-índios e o envolvimento com a economia de mercado regional. Diversas modificações ocorreram ao longo do tempo: aumento da mortalidade por doenças infecciosas e parasitarias, diminuição dos níveis de fecundidade, crescente abandono da vida semi-nômade e ênfase no sedentarismo, intensificação das praticas agrícolas em detrimento da caça, pesca e coleta. A partir da analise de dados demográficos, antropométricos, de consumo alimentar, de hemoglobina sérica e de alocação de tempo, foi possível evidenciar que as mudanças experimentadas pelos Xavante de Rio da Mortes foram complexas e multifacetadas, não seguindo necessariamente a direção trilhada por outros grupos indígenas brasileiros. Esta monografia demonstra a importância e a necessidade de incorporar uma visão diacrónica e histórica nos estudos em ecologia humana e mudanças em populações indígenasItem Hábitos alimentares e nível de hemoglobina em crianças indígenas guarani, menores de 5 anos dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro(1997) Serafim, Maria das GraçasA degradacao do ecossistema onde vivem as comunidades indigenas guarani vem produzindo importantes agravos a Saúde daquela populacao, comprometendo seriamente o estado nutricional das criancas daquelas comunidades. A prevalencia de anemia, segundo o criterio da OMS, em 178 menores de 5 anos de idade, em 14 aldeias dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro foi de 68,5%. A porcentagem de anemia (58,5%) no grupo de criancas com idades maiores de 24 meses foi, significativamente, menor do que as porcentagens observadas nos grupos com idade menor ou igual a 6 meses e idade entre 6 e 24 meses (72,7% e 81,5%, respectivamente), que nao diferiram entre si. A anemia grave (Hb<9,5g/100 ml) estava presente em 40,4% da populacao estudada, atingindo mais o grupo de 6 a 24 meses de idade. O aleitamento materno foi significativamente maior nos grupos com menos de 6 meses (95,5%) e de 6-12 meses de idade (91,3%). O leite de vaca vem substituindo o aleitamento materno no primeiro semestre de vida, em 31,8% dos casos. O numero de refeicoes diarias variou, para a maioria das criancas, entre 2 e 3 refeicoes. A dieta e quantitativamente pobre para as necessidades do organismo infantil. A prevalencia de parasitose intestinal em 90 criancas foi de 65,6%, incidindo mais nos maiores de 24 meses de idade. Infeccao multipla foi diagnosticada em 62,7% dos casos e o sexo feminino foi mais afetado do que o sexo masculino, 74,0% e 55,0%, respectivamenteItem Avaliação do estado nutricional da população Xavánte de São José, terra indígena Sangradouro - Volta Grande, Mato Grosso(1998) Leite, Maurício Soares; Santos, Ricardo VenturaItem Perfil socioeconomico e alimentar das familias indigenas Kaingang de Guarita-RS(2001) Schuch, Ilaine; Galeazzi, Maria Antonia M.Este trabalho teve como objetivo caracterizar a situação alimentar de uma amostra de famílias da reserva indígena de Guarita no estado do Rio Grande do Sul. Utilizou-se a metodologia desenvolvida por Galeazzi para inquérito de consumo familiar de alimentos. Adicionalmente, fez-se um levantamento de dados socioeconômicos, demográficos, da infra-estrutura e do saneamento básico bem como a situação quanto à utilização de políticas da área da alimentação e nutrição em uma amostra de 92 famílias. Após análise descritiva das variáveis, selecionou-se aquelas que melhor poderiam explicar as diferenças entre as famílias com menor ou maior consumo de calorias, utilizando-se para tanto o teste Pearson Chi-Square, sendo que o nível de significância determinado foi de 5%. Os resultados mostram que as famílias são numerosas, formadas majoritariamente por pessoas jovens. A maioria das pessoas ocupadas desenvolvem atividades na agricultura. A Cesta Básica de alimentos não atende as necessidades nutricionais. A atividade agrícola concentra-se nos seguintes produtos: milho, feijão, mandioca e batata-doce. A análise do consumo revelou que a média de calorias consumidas é de 2.115,55. No entanto 30,4% das famílias não atingem 80% do consumo de calorias em relação às necessidades, estando estas em situação de risco nutricional. A contribuição relativa da proteína no consumo calórico total é de 10,6%, sendo esta em maior parte de origem vegetal. Quanto ao consumo de vitaminas e sais minerais, mais de 90% das famílias pesquisadas não atingem 80% de adequação em relação as necessidades de cálcio e vitamina A, sendo também insuficientes para maioria das famílias o consumo de ferro, tiamina, riboflavina, niacina e vitamina C. O consumo de sal teve uma associação significativa com a hipertensão auto-referida (significância ao nível de 1%)Item Avaliação do estado nutricional da população indígena da comunidade Terra Preta, Novo Airão, Amazonas(2004) Lima, Regismeire Viana; Souza, Sheila Maria Ferraz Mendonça de; Santos, Ricardo VenturaOs índios Baré fazem parte do grupo indígena que estava presente por toda região do Rio Negro, à época do início da colonização portuguesa no Estado do Amazonas, e após anos de contato e lutas desiguais, eles se eseleceram ao sul da Venezuela e oeste do Estado do Amazonas. A comunidade Terra Preta possui 97 por cento de sua população composta por índios Baré e estão neste local desde 1988 advindos do município de São Gabriel da Cachoeira, neste local a comunidade se desenvolveu contando hoje com 125 pessoas. A avaliação sobre o estado nutricional desta população onde se tomou como parâmetros os aspectos antropométricos, inquéritos alimentares e socioeconômicos e ambientais. A porcentagem de déficit de estatura por idade foi de 45,4 por cento para as crianças de 0 a 9 anos e de 6,8 por cento para o índice de massa corporal para idade. Não foram encontrados déficit do índice de massa corporal por estatura o que significa que apesar de terem déficit estatural, as crianças da comunidade Terra Preta mantém a proporção do peso com a estatura. Dezesseis adultos apresentavam sobrepeso e três apresentavam obesidade, os demais estavam eutróficos. Oitenta e três por cento das mulheres podem ter risco alto ou muito alto para doenças crônicas avaliado pela razão cintura/quadril. A alimentação está baseada principalmente no consumo de peixe, farinha, açúcar, café e pimentas, as frutas são consumidas livremente de acordo com a sazonalidade. O consumo de legumes, leite, pão, carne bovina e frango é esporádico. O consumo de alimentos industrializados ricos em gordura, bem como a diminuição da atividade física podem estar colaborando com o surgimento de casos de sobrepeso e obesidade dos adultos. A ingestão de alimentos industrializados pelas crianças tem consumo raro, apenas lingüiça, salsichas, biscoitos e açúcar são consumidos com maior freqüência. A porcentagem de crianças que foram amamentadas por pelo menos seis meses foi de 85 por cento. O aleitamento materno exclusivo é prolongado, podendo chegar até dezessete meses de idade da criança, a não introdução da alimentação complementar após os seis meses poderá interferir no estado nutricional. A condição sócio-econômica é precária quando se leva em conta à baixa renda per capita, o baixo nível de escolaridade dos pais e condições domiciliares insalubres.Item Saúde e nutrição de crianças indígenas Suruí de Rondônia, Amazônia, Brasil(2005) Orellana, Jesem Douglas Yamall; Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares; Santos, Ricardo VenturaFoi realizado inquérito antropométrico e de dosagem de hemoglobina em crianças Suruí menores de 10 anos em 2005. Além disso, foi realizado levantamento dos registros de morbidade hospitalar disponíveis em hospitais na cidade de Cacoal para o período de 2000-2004. Este estudo buscou incluir o maior número de crianças possíveis com idade < 10 anos (81,6% da população total). O estado nutricional foi avaliado com base na população-referência do NCHS. A dosagem de hemoglobina foi obtida mediante - hemoglobinômetro portátil (Hemocue). A prevalências de crianças que apresentaram ESZ -2 para os índices de E/I e P/I foram de 25,4% e 8,1%, respectivamente. Não foram observadas crianças com ESZ - 2 para o índice P/E. Por outro lado, 3,9% das crianças apresentaram ESZ 2 para o índice P/E. As crianças com idades de 24 a 35 meses foram as que apresentaram as maiores concentrações de ESZ -2 para os índices de E/I (37,1%) e de P/I (22,9%). A prevalência de anemia em crianças com idades de 6 a 119 meses foi de 80,6%. As crianças com idades de 6 a 35 meses foram as que apresentaram as maiores prevalências de anemia (89,7%). Na análise comparativa com inquérito similar, conduzido em 1987, foram verificadas importantes reduções nos déficits de estatura e de peso para a idade nas crianças Suruí. Contudo, os déficits de retardo do crescimento permanecem em patamares elevados nas crianças Suruí quando comparados à população de crianças não indígenas da região nordeste do país. No levantamento dos registros de morbidade hospitalar, as principais causas de internação nas crianças < 10 anos foram atribuídas às doenças do aparelho respiratório, com destaque para as infecções respiratórias agudas e a asma, seguidas pelas doenças infecciosas e parasitárias, especialmente as diarréias e as gastroenterites. O tempo médio de permanência das crianças Suruí internadas no hospital público revelou ser bem superior ao observado entre as crianças internadas no hospital privado. Este estudo permitiu evidenciar que as condições gerais de saúde e nutrição da criança Suruí são precárias, notando-se elevadas prevalências de retardo do crescimento e anemia. Nas internações hospitalares predominaram as causas passíveis de prevenção e manejo no nível primário, indicando problemas estruturais nos serviços de atenção à saúde.Item Avaliação do estado nutricional em relação a aspectos sócio-econômicos de adultos indígenas Suruí, Rondônia, Brasil(2006) Lourenço, Ana Eliza Port; Santos, Ricardo Ventura; Coimbra Junior, Carlos Everaldo AlvaresEsta dissertação teve como objetivo avaliar o estado nutricional dos adultos com idade 20 anos pertencentes à etnia Suruí, Estado de Rondônia. Considerando o complexo panorama da saúde indígena e os aspectos atuais de transição nutricional presentes na realidade brasileira, são problematizadas questões de saúde e nutrição em área indígena, inseridas num contexto histórico de transformações culturais e sócio-econômicas. Inicialmente é feita uma contextualização da atenção à saúde indígena no Brasil e apresentada uma breve fundamentação teórica sobre avaliação nutricional. Então, são descritos aspectos históricos específicos do povo Suruí, detalhando a atividade de campo realizada nas aldeias. São então apresentados dois artigos, ainda inéditos. Através da comparação com dados antropométricos da década de 80, o primeiro artigo versa sobre a avaliação nutricional dos adultos, destacando a elevada prevalência de sobrepeso e obesidade, até então incomum em grupos indígenas na Amazônia brasileira. O segundo analisa o perfil nutricional em associação aos aspectos sócio-econômicos presentes nos aldeamentos Suruí. Este artigo chama atenção para as diferenças nas médias de massa corporal e de índice de massa corporal ao se classificar os Suruí em três distintos estratos sócio-econômicos. Finalizando a dissertação, são traçadas algumas considerações finais. Sobretudo devido às alterações nos padrões alimentares e nas atividades de subsistência ocorridas após o contato com a sociedade nacional, os Suruí enfrentam um franco e específico processo de transição nutricional. Preocupando-se com a possível emergência de doenças crônicas não transmissíveis, a alta prevalência de obesidade exige repensar as práticas de alimentação e nutrição em área indígena, visando aprimoramento dos serviços destinados a estas populações.Item Consumo Alimentar de uma População de Indígenas Potiguara no Estado da Paraíba, Brasil(2007) Gondim, Carolina de Miranda; Arruda, Ilme Kruze Grande de; Cardoso, Maria AparecidaItem Situação nutricional de crianças indígenas kaingáng da terra indígena de Mangueirinha, Paraná(2007) Kühl, Adriana Masiero; Corso, Arlete CatarinaObjetivo: Verificar a associação entre as variáveis socioeconômicas, maternas, demográficas, de morbidade e biológicas e o estado nutricional das crianças indígenas Kaingáng, menores de cinco anos de idade da Terra Indígena de Mangueirinha/ Paraná. Método: estudo transversal realizado com 141 crianças indígenas Kaingáng menores de cinco anos de idade. As informações referentes às variáveis socioeconômicas, maternas, demográficas, de morbidade e biológicas foram obtidas junto às mães ou responsáveis por meio de um questionário padronizado em visitas domiciliares. As medidas de peso e altura ou comprimento foram coletadas no posto de saúde da comunidade em dias determinados, após a realização do questionário. Para verificar a associação entre os fatores investigados (variáveis independentes) e o estado nutricional infantil (variável dependente), foram realizados os testes de associação Qui-quadrado (c2)- Teste exato de Fischer e razão de prevalências, com intervalo de confiança de 95%. As análises foram realizadas no programa Stata 8.0. Resultados: as prevalências de desnutrição segundo os índices altura para idade, peso para idade, peso para altura e índice de massa corporal para idade, foram iguais a 24,6%, 9,2%, 2,1% e 2,1%, respectivamente, de acordo com WHO (2006) e de 19,9%, 9,2% e 1,4% para déficit de altura para idade, peso para idade e peso para altura segundo as recomendações do NCHS (1986). Além dos casos de desnutrição, foi verificado que 6,4% das crianças apresentavam sobrepeso, segundo o índice de massa corporal para idade, em relação à população de referência proposta pela WHO (2006). Dentre os fatores investigados, os que apresentaram associação estatisticamente significante com o déficit de altura para a idade foi o baixo peso ao nascer, a ausência de energia elétrica nas habitações e o reduzido número de cômodos nas habitações. Dentre os fatores investigados, os que apresentaram associação estatisticamente significante com o baixo peso para a idade foi o baixo peso ao nascer e a qualidade do material usado no revestimento das paredes das habitações Conclusão: As crianças indígenas Kaingáng menores de cinco anos de idade apresentam um melhor estado nutricional do que outras crianças indígenas, especificamente, no que se refere ao déficit de altura para a idade, porém, pior que as crianças brasileiras não-indígenas, o que reforça a necessidade de uma maior atenção, por parte dos órgãos e serviços responsáveis, para com a saúde indígena.Item Consumo alimentar de uma população de indígenas Potiguara no Estado da Paraíba - Brasil(2007) Gondim, Carolina de Miranda; Arruda, Ilma Kruze Grande de; Cardoso, Maria Aparecida; Cabral, Poliana Coelho; Pessoa, Débora Catarine M. Pontes; Paiva, Adriana de AzevedoOBJETIVO: Descrever o consumo alimentar qualitativo e quantitativo dos macronutrientes, e o valor calórico total na dieta de uma população de adultos e idosos indígenas Potiguara, residentes em aldeias localizadas nos municípios de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação, verificando possíveis diferenças entre sexo, faixa etária e local de moradia; além do nível de adequação dos macronutrientes e por fim a principal fonte calórica na dieta contemporânea. METODOLOGIA: Estudo transversal, tipo série de casos, desenvolvido com uma amostra de 128 índios Potiguaras, adultos e idosos de ambos os sexos, no período de agosto a outubro de 2005. Os dados referentes ao consumo alimentar foram obtidos por inquérito dietético do tipo Recordatório de 24h. RESULTADOS: Houve predomínio do sexo feminino e da faixa etária de 30 a 59 anos de idade. Com relação ao consumo de macronutrientes e calorias observamos diferenças apenas entre a faixa etária dos menores de 30 anos com os demais, sendo evidenciado um maior consumo para todos os itens. As dietas foram classificadas segundo a maior freqüência de adequação em: hipoglicídicas, hiperproteicas e hiperlipídicas, onde os alimentos mais consumidos foram: feijões e açúcares simples com aproximadamente 86% de consumo. CONCLUSÃO: Diante das evidencias de um intenso processo de transição nutricional o desenvolvimento desta pesquisa contribuirá para uma maior compreensão dos problemas atuais de saúde e nutrição da população adulta e idosa indígena Potiguara e para o adequado planejamento de intervenções na área.Item População indígena: condição bucal e estado nutricional materno infantil(2007) Moura, Patrícia Garcia de; Moreira, Emilia Addison MachadoMinorias étnicas e raciais no Brasil vivenciam situações de marginalização socioeconômica, discriminação e iniqüidade que as colocam em posição de maior vulnerabilidade refletindo sobre o processo saúde-doença. É neste quadro que se insere a população indígena brasileira e ainda, o estudo da relação entre a condição bucal e o estado nutricional nessa população praticamente inexiste. O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre a condição bucal e o estado nutricional. O estudo transversal foi realizado com mães e crianças indígenas cobertas pelo Pólo-base Florianópolis. A amostra constituiu-se de 44 mães e 67 crianças de 18 a 71 meses de idade. A avaliação da condição bucal foi realizada por meio do índice ceo-d e CPO-D; risco de cárie e risco em tecidos moles; e risco periodontal nas mães. Os hábitos relacionados aos cuidados com a saúde bucal foram obtidos por meio de um questionário sobre freqüência de escovação dentária e uso de fio dental, visita ao dentista, freqüência de consumo de alimentos com açúcar e hábito de fumar. Para avaliação nutricional foram tomadas medidas de peso e estatura, o peso ao nascer das crianças e, somente para as mães, as medidas da prega cutânea triciptal (PCT), da circunferência de cintura (CC) e da circunferência da panturrilha (CP). O diagnóstico do estado nutricional foi realizado segundo o índice de massa corporal (IMC) para as mães e segundo índices peso para a estatura (P/E), estatura para a idade (E/I) e peso para a idade (P/I), calculados em escore Z, para as crianças. Foi verificado ainda o grau de insegurança alimentar e as práticas de aleitamento materno por meio de um questionário. Observou-se um ceo-d médio de 3,00 (apresentando aumento com a idade estatisticamente significante: r = 0,283; p = 0,020) e 40,3% de crianças livre de cáries. O CPO-D médio encontrado para as mães foi de 10,41 e apenas 4,5% foi igual a 0. Foram encontradas prevalências de desnutrição (<-2 escore Z) em 37,3% das crianças para o índice E/I e 10,4% para P/I, enquanto 50% das mães encontravam-se acima do peso adequado. As crianças que apresentaram estado nutricional insatisfatório apresentaram maiores médias para o índice de cárie. As crianças que obtiveram maior tempo de amamentação exclusiva apresentaram menor risco de desnutrição. Todas as mães apresentaram algum grau de insegurança alimentar que inclusive apresentou associação com quantidade de filhos menores de 6 anos. Houve associação significante entre a escolaridade materna e o P/I infantil. Entre as mães, houve diferença significante entre o número de dentes perdidos e o excesso de peso. Conclui-se que existe uma relação entre condição bucal e estado nutricional considerando que: crianças desnutridas apresentaram maiores valores para o índice de cárie e mulheres com maior número de dentes perdidos apresentaram sobrepeso e obesidade.Item População indígena: condição bucal e estado nutricional materno infantil(2007) Moura, Patrícia Garcia de; Moreira, Emilia Addison MachadoMinorias étnicas e raciais no Brasil vivenciam situações de marginalização socioeconômica, discriminação e iniqüidade que as colocam em posição de maior vulnerabilidade refletindo sobre o processo saúde-doença. É neste quadro que se insere a população indígena brasileira e ainda, o estudo da relação entre a condição bucal e o estado nutricional nessa população praticamente inexiste. O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre a condição bucal e o estado nutricional. O estudo transversal foi realizado com mães e crianças indígenas cobertas pelo Pólo-base Florianópolis. A amostra constituiu-se de 44 mães e 67 crianças de 18 a 71 meses de idade. A avaliação da condição bucal foi realizada por meio do índice ceo-d e CPO-D; risco de cárie e risco em tecidos moles; e risco periodontal nas mães. Os hábitos relacionados aos cuidados com a saúde bucal foram obtidos por meio de um questionário sobre freqüência de escovação dentária e uso de fio dental, visita ao dentista, freqüência de consumo de alimentos com açúcar e hábito de fumar. Para avaliação nutricional foram tomadas medidas de peso e estatura, o peso ao nascer das crianças e, somente para as mães, as medidas da prega cutânea triciptal (PCT), da circunferência de cintura (CC) e da circunferência da panturrilha (CP). O diagnóstico do estado nutricional foi realizado segundo o índice de massa corporal (IMC) para as mães e segundo índices peso para a estatura (P/E), estatura para a idade (E/I) e peso para a idade (P/I), calculados em escore Z, para as crianças. Foi verificado ainda o grau de insegurança alimentar e as práticas de aleitamento materno por meio de um questionário. Observou-se um ceo-d médio de 3,00 (apresentando aumento com a idade estatisticamente significante: r = 0,283; p = 0,020) e 40,3% de crianças livre de cáries. O CPO-D médio encontrado para as mães foi de 10,41 e apenas 4,5% foi igual a 0. Foram encontradas prevalências de desnutrição (<-2 escore Z) em 37,3% das crianças para o índice E/I e 10,4% para P/I, enquanto 50% das mães encontravam-se acima do peso adequado. As crianças que apresentaram estado nutricional insatisfatório apresentaram maiores médias para o índice de cárie. As crianças que obtiveram maior tempo de amamentação exclusiva apresentaram menor risco de desnutrição. Todas as mães apresentaram algum grau de insegurança alimentar que inclusive apresentou associação com quantidade de filhos menores de 6 anos. Houve associação significante entre a escolaridade materna e o P/I infantil. Entre as mães, houve diferença significante entre o número de dentes perdidos e o excesso de peso. Conclui-se que existe uma relação entre condição bucal e estado nutricional considerando que: crianças desnutridas apresentaram maiores valores para o índice de cárie e mulheres com maior número de dentes perdidos apresentaram sobrepeso e obesidade.Item Atividade diaria e (in)atividade fisica na sociedade indigena Terena : Aldeias Buriti e Corrego do Meio(2008) Souza, Aluisio Fernandes de; Ferreira, Maria Beatriz RochaPertencentes ao grupo étnico Guaná e à família lingüística Aruák, os Te rena foram um dos subgrupos que migraram no século 19 para as terras que atualmente correspondem ao Estado do Mato Grosso do Sul. Tiveram bom relacionamento com a sociedade urbana local até a Guerra do Paraguai, que desencadeou conflitos por terras, criando uma situação de espoliação territorial que não apenas extraiu da etnia o espaço necessá.Iio para reproduzir seus hábitos. corno também os colocou mais próximos de áreas urbanas. Em recente diagnóstico da Fundação Nacional de Saúde- FUNASA (2003) observouse aumento dos casos de Diabetes Mellitus e pressão alta entre os indígenas da região mais intensamente entre os Terena. Em 2004, outro estudo denominado Avaliação Antropométrica entre os Terena da Aldeia Limão Verde no Mw1icipio de Aquidauana (n=16J), diagnosticou sobrepeso e obesidade em 60% dos pesquisados. Sabe~se que indivíduos inativos fisicamente têm maior propensão ao desenvolvimento de agravos à saúde, advindo daí o interesse, problematizado pela questão: Qual o nível de Atividade Física (AF) presente entre os Terena do Estado do Mato Grosso do Sul? Assim, foi desenvolvido o levantamento do percurso histórico da AF na etnia Terena, por meio de uma metodologia voltada à cosmologia, que empreendeu o conhecimento de aspectos como história étnica, mitos e territorialidade, contextualizados à análise da AF, principalmente a cotidiana e de subsistência, assim como a compreensão de atividades como Jogo e Esporte na etnia. Foram campos de pesquisa as aldeias Buriti e Córrego do Meio, do Pólo-Base de Sidrolândia - MS. Os instrumentos utilizados foram questionários quali~quantitativos aplicados aos Líderes Esportivos (n=04) e Jovens Adultos Terena de ambos os sexos (n=79) e aplicação do International Physical Activity Questionnaire - IPAQ, na versão 6 - visando estimar o nível de AF entre Jovens Adultos Terena. Entrevistas InfOrmais foram utilizadas para complementar as informações dos questionários fonnais. Os dados coletados receberam tratamento estatístico pelos softwares SPSS® Versão 11 e Microsoft Excel® versão 2007. Foram obtidas as seguintes conclusões: há maior flexibilização na organização social Terena; as aldeias têm infra-estrutura de saúde e serviços básicos, com moradias similares às existentes em zonas rurais; houve redução nas atividades de extrativísmo, junto à resignificação de algumas de suas modalidades; a criação de pequenos animais junto da agricultura são as principais atividades de subsistência da etnia, com predominância da avicultura; os hábitos e preferência alimentar se mostraram similares aos do homem urbano; as mulheres evidenciaram ser o grupo de maior incidência de sobrepeso e obesidade; os jogos tradicionais conhecidos e praticados na etnia são jogos como argolinha, arco e flecha e dança; os esportes são amplamente praticados no cotidiano da etnia., particularmente o futebol e o voleibol e por fim) os níveis de AF mensurados por meio do IP AQ indicaram o grupo pesquisado como Ativos e Muito Ativos fisicamente - resultado ocasionado provavelmente pela prática freqüente de caminhada e pedalada dentro da rotina cotidiana, resultado que remete à necessidade de desenvolvimento -de outros estudos relacionados à validação do IPAQ entre os Povos Indígenas, procurando confirrp1Ú" os achados deste estudo.Item Estado nutricional de crianças indígenas no Brasil: uma revisão sistemática da literatura científica(2009) Licio, Juliana Souza Andrade; Santos, Ricardo Venturaobserva-se um progressivo aumento no número de artigos científicos relacionados ao tema nas últimas décadas. A maioria das publicações resulta de pesquisas realizadas com comunidades localizadas nas regiões Norte e Centro-Oeste. Mesmo que geograficamente circunscritas, é possível observar que as crianças indígenas apresentam um perfil de saúde e nutrição desfavorável quando comparadas às não-indígenas. Oobjetivo desta dissertação foi avaliar, de forma crítica e sistematizada, a produção científica, sob a forma de artigos, que abordam o estado nutricional de crianças indígenas no Brasil. A partir de pesquisa sistemática em bases bibliográficas SCOPUS, LILACS, ISI e MEDLINE foram localizados 31 artigos e avaliados 29, todos publicados entre os anos de 1974 e 2007. Os resultados indicaram que apesar do aumento da produção científica abordando o tema, em particular a partir de 2001 (69 por centodos artigos publicados), ainda não existe padronização suficiente envolvendo as metodologias aplicadas, o que traz alguma dificuldade para a análise comparativa dos achados. Foi possível observar que em 89,6 por cento dos artigos foram escritos por autores sediados em instituições brasileiras. Em relação ao idioma, 75,9 por cento dos artigos foram publicados em português e 24,1 por cento em inglês. Observou-se que 57,1 por cento dos estudos foram financiados por instituições nacionais. No que diz respeito à localização das etnias avaliadas nos estudos, observou-se uma significativa concentração de estudos nas regiões Centro-Oeste (48,3 por cento) e Norte (44,9 por cento). Notou-se que 24,1 por cento dos artigos avaliaram etnias do Alto Xingu. Estes resultados demonstram que apesar do progressivo aumento do número de publicações, existe pouca diversificação das etnias e da localização das pesquisas. A ampla maioria dos estudos é de natureza transversal (96,6 por cento). Em muitos estudos não foi possível identificar quais foram os procedimentos amostrais utilizados. De fato, tendo em vista que a maioria dos estudos (62 por cento) buscava incluir nas análises a totalidade das crianças nas faixas etárias de interesse, prevaleceu, em geral, o censo. Existiu uma grande diversidade de faixas etárias entre os estudos e em 82,7 por cento dos artigos, para fins de comparação dos resultados, foram utilizadas as curvas do NCHS-1977. Como as faixas utilizadas nos artigos não são correspondentes, esse estudo concluiu ser necessário que os resultados sejam interpretados com cautela. Não obstante isso, foi possível observar que a desnutrição, em algumas comunidades, atinge cerca de 50 por cento das crianças e o sobrepeso infantil também já se faz presente. Por fim, foi ainda possível verificar a ocorrência de um substancial crescimento do número de pesquisas envolvendo a situação nutricional dos povos indígenas brasileiros, passando o tema a ocupar lugar de destaque no âmbito da saúde coletiva no Brasil.Item Anemia em crianças indígenas da etnia karapotó, São Sebastião - Alagoas(2009) Pereira, Janaina Ferro; Oliveira, Maria Alice AraújoAnemia is a "agravo" that transcend in magnitude and assail in a more intense way the childish group, where it brings grave consequences to children growth, endangering the individual and the society. The purpose was describing the anemia prevalence and its relation with several associated factors in a indigenous ethnic. Using a transversal studying the studied population was formed by all children from 6 to 59 months from Karapató ethnic that were in hamlet at the moment of teh studying (n=99), Plak-ô Hamlets' (n=34) and Terra Nova's (n=65) residents, city of São Sebastião - Alagoas. The anemia evaluation was made by hemoglobine dosage "mediante" the use of a Hemocue portable "fotômetro". The food security perception was evaluated in all families in the study, using the Food Insecurity Brazilian Scale (from EBIA, in portuguese), "coproparasitológicos" exams were analyzed by the spontaneous methods (HPJ) and Cato/Kats and the nutritional state classification was made from indexes: stature/age, weight/age, weight/stature. Children's anemia prevalence was 57.5% while maternal anemia was 41.6%. Hemoglobine level of children increased in function of maternal age and education, and decreased among children with weight deficit for stature and precocious weaning. Anemia prevalence associated to a higher number of family members and lower possession of items of use, to the housing and the food (in)security. The "enteroparasitoses" and anemia prevalences were higher in Terra Nova hamlet (70.2%, 70.7%, respectively) compared with Plak-ô hamlet (62.9%, 32.3%, respectively too), presenting significant differences in the anemia prevalences per hamlet. A higher frequency of poliparasitismo , like cases of moderated and grave anemia cases were detected in Terra Nova hamlet. The food in(security) prevalence in Terra Nova and Plak-ô hamlets was 84.3% and 85.7%, respectively. "Enteroparasitoses" associated to a lower number of house rooms and a higher age range in children from Terra Nova hamlet. Between hamlets, the discovered significant differences were with regard to anemia, maternal literacy and maternal weaning. In a general way, the presented grave situation reflects the complexity of a population living in substandard conditions of life and in a search for its cultural identity, in constant confront with questions with regard to its ethnic survival, like the land possession and the survival ways that clearly ensues int the detected discrepancies between the hamlets in which the Karapotó people are distributed.Item Índice de massa corporal e valores de impedância bioelétrica de crianças e adolescentes indígenas Kaingang, Rio Grande do Sul, Brasil(2009) Barufaldi, Laura Augusta; Castro, Helena GontijoFundamentos: São necessárias avaliações do estado nutricional de povos indígenas, como forma de mensurar influências ambientais e sociais sobre as condições de vida e saúde e fornecer subsídios para intervenções. Este estudo, de base escolar, objetivou descrever o estado nutricional de crianças e adolescentes Kaingang pela antropometria e pela impedância bioelétrica (IBE) e comparar as classificações geradas pelos dois métodos. Métodos: Estudaram-se 3207 indígenas (73,6% dos matriculados) das 35 escolas de 12 Terras Indígenas Kaingang do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram mensurados peso e estatura conforme WHO (1995) e parâmetros de resistência (R) e reactância (Xc), em Ohm, mediante impedanciômetro RJL Systems Electrode Placement. O índice estatura/idade e o índice de massa corporal/idade foram calculados e classificados segundo WHO (2007). A composição corporal foi avaliada pela Análise Vetorial de Impedância Bioelétrica (BIVA) conforme Piccoli et al (1994). A comparação entre classificações da antropometria e BIVA foi realizada graficamente, com base nas elipses de tolerância do gráfico RXc. Foram considerados significantes valores de p<0,05. Resultados: A idade média da amostra foi de 10,8 anos (+2,9), sendo 56,8% adolescentes e 50,6% do sexo masculino. Encontraram-se prevalências de déficit estatural (E/I) de 15,5% e 19,9% e de excesso de peso pelo IMC/Idade de 5,7% e 6,7%, respectivamente para crianças e adolescentes. Para ambos os sexos e faixas etárias, a amostra apresentou desvio em direção ao quadrante inferior esquerdo do gráfico RXc, indicando maior proporção de gordura em relação ao tecido não gordo. Para as crianças do sexo masculino a proporção de indivíduos além da elipse de tolerância de 95% foi de 2,7% e a proporção de indivíduos com classificações discrepantes, relativas à antropometria, foi de 94,6%. As mesmas proporções alcançaram, respectivamente, 2,3% e 77,1% para os adolescentes do sexo masculino; 2,5% e 85,4% para as crianças do sexo feminino e 0,6% e 94,8% para as adolescentes do sexo feminino. Conclusão: Aponta-se a transição nutricional entre os Kaingang, caracterizada por prevalências importantes de déficit estatural e excesso de peso. As discrepâncias entre as classificações do IMC/idade e BIVA sinalizam a necessidade de estudos que procurem conciliar maior número de técnicas de avaliação nutricional, como a conciliação da antropometria com a IBE.Item Estado nutricional e fatores associados ao crescimento de crianças indígenas xavante, mato grosso(2009) Ferreira, Aline Alves; Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares; Gugelmin, Silvia ÂngelaEstudos sobre o perfil nutricional dos povos indígenas no Brasil têm apontado para elevadas prevalências de desnutrição infantil, principalmente crônica, superando os valores reportados para crianças não indígenas. O processo de transição epidemiológica que esses povos vêm atravessando está vinculado a modificações significativas no padrão de alimentação e subsistência. A investigação de fatores associados à desnutrição é um importante meio para a compreensão das transformações na saúde. Os complexos e múltiplos fatores que estão atrelados ao crescimento linear de crianças não indígenas já são reconhecidos. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi descrever o estado nutricional e analisar os fatores associados ao crescimento de crianças indígenas Xavante de Pimentel Barbosa/ Etênhiritipá (MT). Considerando o contexto de vida contemporâneo da comunidade, foram selecionadas variáveis socioeconômicas, ambientais, reprodutivas e demográficas. Realizou-se uma análise descritiva a partir da construção dos índices do estado nutricional infantil (P/I, E/I e P/E) de 225 crianças menores de dez anos. Utilizou-se as curvas de referência do National Center for Health Statistics (NCHS) e Organização Mundial de Saúde (2006). A partir da estatura (E) e idade (I) de 173 crianças menores de dez anos, foram conduzidas análises univariada e multivariada (significância = 5%), tendo o E/I como variável resposta por meio dos programas SPSS 9.0 e R 2.4.1. As variáveis independentes foram: sexo, idade, idade materna, estatura materna, IMC materno, índices socioeconômicos ( renda e riqueza , analisados separadamente), proporção de adultos e de crianças no domicílio. Os pressupostos paramétricos foram testados, assim como verificados os resíduos e a colinearidade utilizando VIF (Variance Inflation Factor), do modelo final. O baixo P/I e E/I, de acordo com o NCHS, atingem 5,6 e 14,7 por cento das crianças menores de 10 anos. Já entre as crianças menores de 5 anos, esses valores, pela OMS, chegam a 4,5 e 29,9 por cento, respectivamente. A variação do estado nutricional das crianças menores de 2 anos teve a proporção do número de adultos na habitação e a idade da criança como fatores associados, nos dois modelos com os ISE diferentes. O IMC materno explicou 11,5 por cento da variabilidade do escore z nas crianças entre 2 e 5 anos. Naquelas acima de cinco anos os índices socioeconômicos renda e riqueza e a estatura da mãe mostraram-se associados ao estado nutricional. Na verificação do melhor modelo, através do teste Anova, observou-se que a contribuição de ambas as variáveis socioeconômicas foram significativas (p=0,004 e p=0,001, respectivamente) e todos os valores de VIF foram menores que 10. Também foi descartada a possibilidade de interação entre as variáveis. É possível que outros fatores, além dos analisados, estejam associados à baixa E/I de crianças Xavante. Os achados permitem uma melhor compreensão das condições devida e dos fatores que explicam, mesmo que parcialmente, o estado nutricional das crianças indígenas. As elevadas frequências de desnutrição encontradas evidenciam importantes implicações para os serviços de saúde, com necessidade de um acompanhamento contínuo a fim de minimizar os danos provocados pelos agravos nutricionais. Assim, os resultados dessa investigação podem auxiliar na implantação de propostas que visem a melhoria do quadro de saúde e nutrição e o delineamento de ações mais específicas para o tratamento e prevenção da desnutrição.Item Epidemiologia da hipertensão arterial e níveis tensionais em adultos indígenas Suruí, Rondônia, Brasil(2010) Tavares, Felipe Guimarães; Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares; Escobar, Ana Lúcia; Welch, James RobertO objetivo desta dissertação é descrever os níveis tensionais e sua relação com condições socioeconômicas e composição corporal entre adultos indígenas Suruí com idade maior ou igual a 20 anos, residentes em Rondônia, Brasil. O surgimento das doenças e agravos não-transmissíveis (DANT) é considerado uma clara tendência no processo de transição nutricional / epidemiológica vivenciado em escala mundial. As transformações socioeconômicas sofridas pelos povos indígenas após o contato com as sociedades não-indígenas, exercem grande influência no seu perfil de saúde e doença passando a haver a mesma tendência de aumento das DANT. Inicialmente, uma revisão bibliográfica é feita, contextualizando o processo de transição epidemiológica que afeta populações de todo o mundo e seus diferentes modelos conhecidos para populações com características distintas, inclusive a transição ocorrida entre os Suruí. Logo após, aspectos epidemiológicos da hipertensão no mundo e nas populações indígenas são discutidos e então, características históricas dos Suruí são apresentadas, enfatizando as mudanças socioeconômicas e de morbidade ocorridas no período pós contato. Em seguida, um artigo inédito é apresentando, onde foram analisados os dados de pressão arterial em associação com os dados antropométricos e socioeconômicos dos adultos Suruí. Este artigo apresenta a prevalência de hipertensão arterial dos Suruí de Rondônia no ano de 2005, bem como descreve a associação entre os níveis pressóricos e estado nutricional dessa população. Ainda descreve as mudanças ocorridas nos padrões de pressão sistólica e diastólica Suruí desde o ultimo estudo, no ano de 1988. Ao final, são apresentadas algumas considerações acerca do tema estudado, no sentido de salientar aspectos realidade encontrada entre os Suruí e propor medidas que visem a melhoria do estado de saúde dos adultos Suruí.Item Políticas públicas, sustentabilidade social e povos indígenas: os Xavante da terra indígena de Parabubure em Mato Grosso(2010) Carvalho, Othília Maria Baptista de; Martins, Leila ChalubEsta pesquisa analisa as relações do Estado brasileiro com povos indígenas por meio da implementação de políticas sociais, privilegiando uma modalidade específica de programa e suas implicações na redefinição dessas relações: o programa de transferência de renda condicionada. São investigadas as implicações que esse programa social tem para os Xavante de Parabubure e como estas se manifestam nas relações desses índios com a administração pública municipal e com a economia local. A renda redefine o lugar dos índios no âmbito da municipalidade e tem influência na atuação da Funai no nível local. Destaca-se a crescente descentralização da questão indígena e o papel do Estado nesse processo. A investigação tem por base os depoimentos de servidores da administração pública federal e municipal, de comerciantes locais e dos Xavante de duas aldeias da terra indígena. Foi demonstrado como as práticas do Estado brasileiro continuam a concretizar a visão integracionista do século XIX por meio da adoção de programas de caráter universalizante para povos indígenas, sobretudo devido à utilização do conceito de pobreza, que informa o programa investigado. O componente saúde do programa de transferência de renda é estudado e são discutidos os resultados de fontes secundárias acerca da situação nutricional dos Xavante bem como o papel do Estado no desenvolvimento de ações de políticas públicas nessa área. Os Xavante demonstraram interesse na busca de informações para o entendimento acerca dos serviços a que tem direito, num movimento que os insere, em novas bases, no cenário de discussões sobre o seu próprio destino.Item Desnutrição infantil em Jordão, estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira(2010) Araújo, Thiago Santos de; Cardoso, Marly AugustoIntrodução - Apesar da melhoria do padrão nutricional infantil observada em vários países em desenvolvimento nas últimas décadas, a desnutrição infantil persiste como um problema de saúde pública no Brasil, especialmente nos municípios do interior da Amazônia. Inquéritos nutricionais de base populacional em povos Amazônicos são escassos, e em sua maioria restritos às cidades maiores e a populações indígenas residentes em áreas de reserva. Objetivo - Avaliar a prevalência e fatores associados à desnutrição infantil no município do Jordão, interior do Estado do Acre, Amazônia Ocidental Brasileira. Metodologia - Trata-se de um estudo transversal conduzido em 478 crianças menores de cinco anos da zona urbana (censo n=211) e rural (amostra n=267). As prevalências de déficits nutricionais para os indicadores altura para idade (A/I), peso para idade (P/I) e peso para altura (P/A) foram calculadas com o ponto de corte -2 escores Z e excesso de peso para altura (P/A) com o ponto de corte +2 escores Z, utilizando-se o padrão de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2006. Para a coleta de informações foram utilizados questionários estruturados, aplicados aos pais ou responsáveis pelas crianças em entrevistas domiciliares. Foram calculadas as prevalências de desnutrição geral e segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e ambientais. Para identificação de fatores associados à desnutrição (déficit de A/I) utilizou-se análise múltipla e hierarquizada de regressão de Poisson (erro-padrão robusto). Resultados - As prevalências dos déficits de A/I, P/I, P/A e excesso de peso foram de 35,8 por cento, 7,3 por cento, 0,8 por cento e 2,1 por cento, respectivamente. Déficits graves de A/I (escore Z < -3 DP) foram identificados em 11,5 por cento das crianças. Houve maior prevalência de déficit de crescimento com aumento da idade. As crianças com ascendência indígena residentes na área rural apresentaram as maiores prevalências de desnutrição (59,4 por cento; destes 20,1 por cento corresponderam a déficit grave). Após controle para sexo, idade e local de moradia (urbano/rural), os fatores associados ao déficit A/I foram: ascendência indígena (razão de prevalência [RP]: 2,10; intervalo de confiança [IC95 por cento]: 1,63- 2,71), menor terço do índice de riqueza domiciliar (RP: 1,57; IC95 por cento: 1,06; 2,33), morar em casa de madeira ou barraco (RP: 1,62; IC95 por cento: 1,09- 2,40), altura materna inferior ou igual a 146,4 cm (RP: 3,05; IC95 por cento: 1,87- 4,97), história de introdução de leite de vaca antes de 30 dias de idade (RP: 1,35; IC95 por cento: 1,03- 1,77), apresentar cartão de vacina em dia (RP: 0,66; IC95 por cento: 0,47-0,94). Conclusão - No presente estudo, a desnutrição infantil mostrou-se sério problema de saúde pública com prevalência de retardo de crescimento acima das estimativas para o Brasil em 2006 (7,0 por cento), chegando a valores próximos aos estimados pela OMS em 2007 para a África subsaariana (38,0 por cento). Intervenções para maior cobertura vacinal, promoção do aleitamento materno exclusivo e redução de iniqüidades sociais terão grande impacto na prevenção e controle da desnutrição infantil no município estudado
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