TR - Dissertações de Mestrado
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Item Kura Bakairí / Kura Karaíwa: dois mundos em confronto(1977) Barros, Edir Pina deItem Comunicação intercultural em saúde: Subsídios para uma ação social em educação indígena(1989) Figueroa, Alba Lucy Giraldo; Santos, Yolanda Lhullier dosO estudo das representações, valores e práticas relativas aos fenômenos de saúde, doença e cura junto a um povo indígena é enfocado aqui como uma estratégia visando fundamentar propostas concretas que redundem na contenção e diminuição dos índices de sua morbi-mortalidade, no estímulo ao seu etno-desenvolvimento e na melhora dos serviços institucionais. Visamos, basicamente o campo da educação: aquela a ser promovida entre os índios ( com ênfase nos comportamentos preventivos e autogestionários) e aquela que deve compor a capacitação dos agentes institucionais. à procura de subsídios que embasem e reforcem a performance competente de ações educativas e assistenciais em andamento ou não, entre os Negarotê e demais grupos da família Nambiquara, do nordeste de Mato Grosso, este trabalho permite detectar os pontos de divergência e os de articulação possível entre a perspectiva da cultura indígena e as perspectivas geradas direta ou derivadamente das ciências da saúde. Igualmente procurar demonstrar a importância a viabilidade de uma autêntica comunicação entre o subsistema cultural indígena de saúde e serviço institucional a nível, não somente da interaçao entre seus agentes, mas também dos seus contextos, códigos, canais e mensagensItem Kaingang. Um Estudo Etnobotânico: O uso das Plantas na Área Indígena Xapecó (Oeste de Santa Catarina)(1997) Haverroth, Moacir; Langdon, Esther JeanPesquisa realizada na Área Indígena Xapecó, oeste de SC, investigando o uso e os sistemas de nomenclatura e classificação das plantas pelos Kaingang, especialmente as consideradas medicinais (vcnh-kagta). Como objetivos, destacam-se a investigação do(s) principio(s) que orientam a classificação Kaingang das plantas e os critérios seguidos para isso, o registro da nomenclatura e das categorias de classificação, levantamento, identificação e catalogação das plantas usadas como medicinais, análise de possíveis relações entre a categorização das plantas e as categorias kamõ e kanhru, referentes as duas metades clànicas Kaingang. Três sistemas particulares de classificação são percebidos, de acordo com diferentes critérios: morfo^ecológie©, utilitário e simbólico. A pesquisa de campo consistiu no acompanhamento sistemático e regular do trabalho de diversos especialistas em cura Kaingang e outras pessoas da Al. Foram registradas as nomenclaturas Kaingang e comum de quase duzentas plantas e dados sobre seu uso e propriedades. A nomenclatura denota características morfológicas e ecológicas das plantas e aspectos culturais do grupo relacionados ao uso das plantas para fins diversos, além dos significados simbólicos de certas espécies. O esquema de classificação morfo-ecológico apresenta três categorias mais abrangentes, em torno de 130 categorias de nível médio e cerca de 80 categorias mais específicas. A análise, sistematização e quantificação dessas categorias baseia-se nos tipos de lexemas que rotulam as plantas. O sistema utilitário obedece a dois princípios básicos: a finalidade ou objetivo a ser alcançado e segundo o beneficiário, cada princípio gerando uma série de categorias de plantas-remédio. O sistema simbólico categoriza as plantas segundo a cosmologia dual do grupo. A partir de um panorama da situação geral da AI, algumas questões são discutidas visando uma reflexão e busca de propostas para viabilizar melhoria das condições de vida na AI.Item Da Cachaça a Libertação: Mudanças nos Hábitos de Beber do Povo Dâw no Alto Rio Negro(2001) Assis, Lenita de Paula SouzaItem Estudo da correlação mercúrio-selênico em amostras de cabelos de índios Wari(2001) Campos, Mônica Soares de; Sarkis, Jorge Eduardo de SouzaA determinação dos níveis de mercúrio no meio ambiente é importante devido à alta toxicidade apresentada, não somente pelo elemento, como por seus compostos. O mercúrio pode ser metilado, originando sua forma mais tóxica, o metilmercúrio, o qual sofre uma efetiva biomagnificação na biota. A presença do mercúrio na Região Amazônica é normalmente atribuída às atividades garimpeiras. Entretanto, recentes trabalhos realizados na Região reportaram níveis de mercúrio considerados altos em áreas distantes da influência dos garimpos. Estudos têm indicado que o selênio, um elemento essencial, pode exercer um efeito protetor contra os efeitos nocivos da contaminação por mercúrio. O principal objetivo deste trabalho é investigar a correlação entre mercúrio e selênio em amostras de cabelo de comunidades indígenas não relacionadas às atividades garimpeiras. Neste sentido, foram determinadas as concentrações de mercúrio e selênio em 22 amostras de índios Wari (Pacás Novos), residentes nas localidades de Doutor Tanajura e Deolinda, município de Guajará Mirim, estado de Rondônia. As análise foram realizadas por meio das técnicas de espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio e geração de hidretos com sistema de injeção em fluxo (FIA-CV-AAS e FIA-HG-AAS). A validação do procedimento analítico foi realizada utilizando-se o material certificado CRM 397 (Trace Elements in Human Hair), da Community Bureau of Reference (BCR), estudos de recuperação de analito adicionado, assim como avaliação das incertezas. As concentrações de mercúrio variaram entre 1,41 e 11,7 \xg g'^ (mediana de 5,43 |ig g"'). Estes valores encontram-se na mesma ordem de grandeza de estudos realizados com outras comunidades indígenas na Região, mas abaixo do valor de 50 ng g'^ associado pela Organização Mundial de Saúde (WHO) ao risco de 5% de dano neurológico em indivíduos adultos. As concentrações de selênio variaram entre 1,76 e 3,83 (xg g ' (mediana de 2,77 \ig g"^) e os valores não apresentaram grandes variações, como ocorreu com o mercúrio. Apesar de considerados normais, os valores obtidos são mais altos do que os encontrados em outras regiões. Foi observada uma correlação positiva entre a razão Hg/Se e concentração de Hg. Os valores da razão molar aproximam-se de 1 para baixas concentrações de mercúrio, fato que pode estar relacionado à formação do complexo {(Hg-Se)n}ni-Seleprotein P, o qual poderia diminuir a biodisponibilidade do mercúrio no organismo.Item Educação, saude e trabalho indígena no contexto do livro didático (Paraná, séries iniciais, 1996-1997)(2004) Andrade e Silva, Laine de; Marques, Vera Regina BeltrãoEsta é uma pesquisa qualitativa que mostra como as relações de educação, saúde e trabalho indígena são tratadas no discurso dos livros didáticos de história das séries iniciais, nos anos de 1996 e 1997, usados por duas escolas, sendo uma pública e outra privada no município de Quatro Barras/PR, região metropolitana de Curitiba. A temática deste trabalho, cujo sujeito é o índio brasileiro, tem seu objeto analisado a partir de um enfoque dialético. Como instrumentos da coleta de materiais utilizou-se a entrevista semi-estruturada e a observação livre. Para a análise dos materiais utilizou-se a análise de conteúdo (AC). A análise do material obtido foi feita levando-se sempre em conta os objetivos propostos como analisar o discurso pedagógico, não lingüístico, contido no livro didático e como este se aproximou da escola; se promove a formação de uma imagem preconceituosa em relação aos povos indígenas ou se consegue levar até a sociedade envolvente conceitos que contribuem para uma interação cultural. O estudo está estruturado em três capítulos. No primeiro discute-se como os indígenas viviam, vivem e pensam a educação, a saúde e o trabalho. No segundo capítulo analisou-se a importância do livro didático na educação brasileira, desde sua primeira aparição oficial, em 1930 até 1996, com a criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). No terceiro capítulo analisou-se o discurso do livro didático acerca das relações de educação, saúde e trabalho indígena. Discute-se como essas relações são retratadas nos referidos livros, buscando avaliar as tendências paradigmáticas predominantes, em especial relacionadas ao objeto deste estudo. Os resultados obtidos permitem concluir que a história narrada nos livros didáticos analisados apresenta-se como "verdade inconteste", escrita como história dos vencedores e que a história dos vencidos ainda vem sendo construída. A cultura indígena começa a merecer atenção, porém mantém-se a produção de livros didáticos que reforçam a idéia de que a história é feita pelos grandes, pelos dominantes, pelos que estão no poder em detrimento de uma perspectiva que possibilite ao aluno participar na construção da história.Item Doenças, dramas e narrativas entre os Geripanko: concepções de causa e representações tradicionais sobre saude e doença, presentes entre um grupo indigena situado na região do Nordeste brasileiro(2004) Farias, Ivan Soares; Santos, Jose Luiz dosEste trabalho tem por objeto uma melhor visibilidade da etnicidade de um dos grupos indígenas do sertão alagoano, através de uma interpretação de valores socioculturais presentes em um dos códigos formadores de sua tradicional idade: representações sociais sobre saúde e doença. Os Geripankó são apresentados sob aspectos históricos, etnológicos, concepções mágico-religiosas e, principalmente, através de suas próprias noções de doença e cura, conferindo especificidades simbólicas permanentemente reelaboradas como estratégias de resistência às imposições históricas da política indigenista.Item Por onde o sangue circula: os Karitiana e a intervenção biomedica(2004) Velden, Felipe Ferreira Vander; Farage, NádiaEste trabalho aborda o conflito em torno de amostras genéticas recolhidas por pesquisadores biomédicos entre os Karitiana,povo de língua Tupi-Arikém em Rondônia. Busca compreender este encontro entre duas lógicas culturais distintas, a dos Karitiana e aquela que orienta os saberes e práticas das ciências biomédicas. Em 1996, dois pesquisadores denunciaram a comercialização de amostras de DNA e células dos Karitiana na página virtual da empresa norte-americana Coriell Cel. Desde então, múltiplos atores entraram no debate em torno dos caminhos seguidos pelas amostras: pesquisadores biomédicos, a imprensa, o governo brasileiro, organizações não governamentais e os próprios Karitiana. De um lado, a pesquisa procura mapear as trajetórias dos materiais biológicos da aldeia até a internet - considerando suas diferentes posições no campo científico e as interações deste.com outros campos, como a justiça e a imprensa - a fim de esclarecer alguns dos procedimentos que tornam possível a intervenção das ciências biomédicas sobre populações politicamente minorizadas. De outro lado, explora a memória Karitiana dos eventos de coleta de seu sangue, tendo como pano de fundo a centralidade do corpo e de suas substâncias para os Karitiana, bem como para as sociedades indígenas sul-americanas em geral, sugerindo que é em termos de uma anátomo-fisiologia que os Karitiana pensam sua história, especialmente aquela do contatoItem Campinarana e Índios Baniwa: Influências Ambientais e Culturais sobre a Comunidade de Vertebrados Terrestres no Alto Rio Negro, AM(2005) Endo, Whaldener; Rebêlo, George HenriqueApesar da grande diversidade de animais encontrada na Amazônia, poucos estudos realizados nessa região buscaram caracterizar a estrutura das comunidades de vertebrados terrestres existentes e as peculiaridades relacionadas aos diferentes tipos de fisionomias existentes. Nesse estudo analisei a estrutura da comunidade de vertebrados terrestres de médio e grande porte em uma região de campinarana, enfocando na riqueza, abundância e densidade populacional das espécies encontradas na região e utilizando, para isso, quatro diferentes métodos de amostragem. Obtive registros dos animais existentes nessa região através do censo baseado em registros diretos (sonoros e visuais), registros de rastros obtidos em parcelas de areia e registros de tocas. Informações sobre a possível ocorrência de outras espécies também foi obtida por meio de entrevistas com os índios Baniwa, habitantes da região. Os resultados obtidos apresentam a campinarana do Alto Rio Negro como um ambiente onde pode ser encontrada uma comunidade de vertebrados terrestres semelhante, em termos de riqueza, às florestas de terra firme. No entanto, em termos de abundância, as populações encontradas na campinarana apresentaram valores muito baixos, provavelmente inflenciada pelas condições de baixa produtividade da região. Apresento nesse estudo o uso da vida silvestre e a caça de subsistência praticada pelos índios Baniwa, do Alto Rio Negro, na região Amazônica. Assim como outros estudos realizados em diferentes locais nas florestas neotropicais, os índios Baniwa usam uma ampla gama de espécies para consumo proteico e por motivos culturais. Diferentes tecnologias de caça são empregadas por esses grupos, resultando em diferentes composições de caça. Apesar do curto tempo empregado para avaliar a composição da caça e a taxa de consumo de caça, os dados obtidos indicam uma baixa quantidade de presas abatidas pelos Baniwa, comparado com outros grupos indigenas, sugerindo uma baixa preferência da atividade da caça como forma de suprir as necessidades proteicas diárias em comparação com a atividade da pesca, provável reflexo da baixa abundância das espécies caçadas na região, sem, no entanto, indicar uma alta pauperização de recursos alimentares, como mostra o desprezo pelas espécies de menor tamanho e a existência de espécies tabú. Apesar de estudos realizados na Amazônia e em outras regiões demostrarem que a caça praticada por povos indígenas atuam influenciando a estrutura das comunidades de animais visados pela caça, ainda há dificuldades em se mensurar essas alterações. Apresento aqui uma análise da variação da comunidade de vertebrados ao longo de uma região na Amazônia e a relação desta com variáveis ambientais e com o tamanho das aldeias indígenas existentes na região, visto que o aumento demográfico humano, inflacionando a caça e outras atividades potencialmente deletérias ao animais, é uma das maiores preocupações atuais quando se discute conservação. A riqueza não mostrou ser significativamente influenciada pelas variáveis medidas. A abundância das espécies, no entanto, mostrou uma considerável relação com o aumento populacional na região. Os resultados indicam que, apesar de fatores ambientais serem importantes agentes influenciando a composição da comunidade de animais caçados na região, o acréscimo de poucas pessoas na área estudada já é o suficiente para também surtir efeito nessa comunidade.Item Conhecimento indígena, atributos florísticos, estruturais e espectrais como subsídio para inventariar diferentes tipos de Florestas de Campinarana no rio Içana, Alto Rio Negro.(2005) Abraão, Marcia Barbosa; Nelson, Bruce Walker; Shepard, GlennNesta pesquisa, foram utilizados os conhecimentos e a percepção indígena dos Baniwa, os inventários de composição e estrutura da vegetação, e a reflectância nas faixas do visível e do infravermelho da imagem de satélite Landsat TM5 como subsídio para identificar as Florestas de Campinarana. Através destes três eixos buscou-se identificar e distinguir diferentes tipos de Florestas de Campinarana nas comunidades de Aracu, Jandu e Juivitera no rio Içana, Terra Indígena do Alto Rio Negro. Nessas comunidades foram entrevistadas 10 pessoas e detectados 14 tipos de Florestas de Campinarana, Hamáliani na língua Baniwa. Foram realizados 15 inventários abrangendo seis tipos de vegetação, dentro dos 14 tipos acessado nas entrevistas, em um total de 0.2 ha por inventário. As parcelas de cada inventário foram espalhadas em uma área aproximada de 200 X 200 m (aproximadamente 45 pixels do sensor Landsat). Dentro dos seis tipos de Campinarana inventariados, estão incluidos dois subtipos, alto e baixo, com os seguintes nomes Baniwa: Anerima madoape kaawa (baixa) e Anerima dzenonipe (alta), Waittirima madoape kaawa (baixa), Waittirima dzenonipe kaawa (alta), Maarolina, Heridzolima, Añholima, e Waapalima. A classificação etno-ambiental permitiu a sistematização e o registro deste conhecimento, e sua correspondência foi demonstrada com os inventários estruturais e florísticos; e com os atributos derivados da imagem, através de ordenamentos (MDS, PCA) e agrupamentos. Existe um forte gradiente que estrutura as Florestas de Campinarana nessas comunidades do Içana e que foi demonstrado em dois ordenamentos tipo MDS com eixo único. Os ordenamentos explicaram 77% e 87% da composição florística, utilizando respectivamente, densidade e área basal relativa como indicadores de cada espécie. Este forte gradiente é percebido pelos Baniwa, e é congruente com o primeiro eixo de um ordenamento PCA dos inventários utilizando as três bandas do satélite. Houve forte correlação entre o gradiente da composição florística e dois atributos estruturais das parcelas: área basal/ha e altura média das árvores. No entanto, o ordenamento em que foi usado índice de similaridade qualitativo mostrouresultados diferentes agrupando os inventários pelas três áreas de estudo. Isto pode ter ocorrido pelo uso de três informantes diferentes em cada comunidade indígena, Alberto, Custódio e Roberto; ou uma possível relação entre a distância geográfica e a composição de espécies mais raras. Um ordenamento tipo MDS também foi aplicado aos tipos de Campinarana no sistema de classificação Baniwa, utilizando, como o indicador de abundância da espécie, o número de informantes (máximo 10) que disseram que uma espécie ocorre em determinado tipo. Este ordenamento também resultou em um gradiente, mas com dois grupos distintos, que são os tipos de Campinaranas com árvores baixas e as altas. A sistematização do conhecimento indígena registra os usos e as percepções do ambiente, e permite identificar as áreas que os índios utilizam para diversas atividades de subsistência como caça, pesca, agricultura, extrativismo e artesanato. Estudos com este enfoque proporcionam informações básicas sobre os recursos existentes no ambiente, e possibilitam instrumentos de planejamento, zoneamento e manejo dos recursos, bem como diálogo com as demais instâncias da sociedade. Também contribui para um melhor entendimento da diversidade de habitats da Amazônia, oferecendo um método eficiente para caracterizar e localizar ambientes ainda pouco conhecidos.Item Diversidade e Sazonalidade de Anopheles sp. (Diptera: Culicidae) com ênfase na prevalência de malária em Roraima(2005) Barros, Fábio Saito M.; Vasconcelos, Simão Dias; Arruda, Mércia ElianeA malária representa grave problema mundial de saúde pública. Estima-se sua incidência em 400 milhões de casos anuais principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. Este projeto avaliou aspectos eco-epidemiológicos da malária em Roraima, onde há grande diversidade de ecossistemas naturais. Inicialmente é descrita a carta anofélica do estado, com 12 espécies identificadas e dos ecossistemas ocupados por elas. Em dois ecossistemas, floresta e savana, foram realizados testes imunológicos para determinar a prevalência de infecção em mosquitos adultos para identificar vetores locais. Uma área de estudo situa-se num projeto de assentamento na floresta tropical de alta transmissão de malária. A segunda encontra-se na beira da mata ciliar característica dos cursos hídricos da savana. Durante um ano, coletamos larvas e adultos de anofelinos, determinando e caracterizando criadouros potenciais; analisamos variações na densidade dos mosquitos, e estudamos a variação sazonal da idade das populações de mosquitos, duração do ciclo gonotrófico, capacidade de dispersão e horário de picada. Também calculamos curvas de sobrevivência e analisamos técnicas de determinação etária das espécies. Foi analisada a variação da distribuição das larvas ao longo do ano e sua resposta ao desmatamento. A prevalência de infecção em mosquitos adultos implicou An. albitarsis s.l., além de An. darlingi, como transmissor. As taxas de sobrevivência se correlacionaram bem com os registros da literatura, mesmo sendo estes discrepantes. Houve aumento da longevidade durante a estação seca na floresta, correlacionado com aumento da malária, e queda durante a época de chuvas. Houve diferenças na duração do ciclo gonotrófico de An. darlingi encontrado na floresta em comparação com o da savana. Formas imaturas de An. darlingi se agregaram próximo a residências, mas o desmatamento exerceu papel negativo sobre seus criadouros. Construções de reservas hídricas proporcionaram redutos para An. darlingi, permitindo sua sobrevivência durante a seca e transmissão de malária durante todo o ano, mas apenas nos seus arredores, devido à limitada dispersão da espécie em condições naturais. Observaram-se picos de densidade de An. darlingi e An. albitarsis s.l. no fim da estação seca, na floresta, e durante as chuvas, na savana. An. albitarsis s.l. na savana também apresentou aumento de densidade correlacionado com as chuvas. Esses dados foram correlacionados com os de densidade larvária e de paridade para criar um modelo de transmissão de malária distinto para dois locais com diferentes tipos de drenagem hídrica. Finalmente, descrevemos a ocorrência de um parasito de mosquitos sem relato prévio na América Latina, presumivelmente com efeitos deletérios sobre o desenvolvimento ovariano de fêmeas de An. darlingiItem "Projeto é como branco trabalha; as lideranças que se virem para aprender e nos ensinar" : experiências dos povos indígenas do alto rio Negro(2006) Luciano, Gersem José dos Santos; Barreto Filho, Henyo TrindadeEste trabalho é resultado de dois anos de inserção no Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília, no nível de Mestrado. É uma tentativa de organizar as principais idéias e práticas vividas dentro e fora da academia, consciente dos limites que um trabalho escrito deste gênero impõe, por sua finitude, à riqueza experimentada. Analiso as experiências das lideranças indígenas do alto rio Negro e, em particular, das lideranças baniwas, com projetos de etnodesenvolvimento denominados por eles de projetos de alternativas econômicas, que articulam diferentes campos de forças institucionais e atores sociais como índios, antropólogos, missionários, indigenistas, agências do governo brasileiro, organizações não-governamentais e agências multilaterais. Constato que os projetos, malgrado estarem orientados pelas noções reformistas de desenvolvimento desenvolvimento sustentável e etnodesenvolvimento -, estão longe de ser, aos olhos dos povos indígenas, o tipo desejado de intervenção, do ponto de vista conceitual e metodológico. Não obstante, eles representam possibilidades e oportunidades reais de recuperação de autoestima e visibilidade étnicas diante do mundo globalizado. Concluo que os projetos são uma forma de sair do confinamento cultural, econômico e político a que foram submetidos por séculos de devastadora dominação colonial, ao tempo em que representam também um processo de apropriação ativa e reativa dos instrumentos de poder do mundo globalizado em favor de seus direitos, desejos e projetos étnicos.Item Água e saúde dos povos indígenas Yanomami (região do Toototobi, Balawaú, Demini e Paapiú) e Wapishana (maloca da Malacacheta) - Brasil(2006) Souza, Arlene Oliveira; Vidal, Marcos José Salgado; Cirino, Carlos Alberto MarinhoItem Rastreamento de Infecção por HPV em mulheres do distrito sanitário especial indígena do Araguaia (DSEIA)(2007) Silva, Jairo Batista da; Jendiroba, David Barqueti; Silva Jr., Nelson Jorge daNa espécie humana, o HPV associa-se a verrugas cutâneas e a vegetações venéreas ou condilomas. É considerada a doença de transmissão sexual mais freqüente. É o principal fator de risco para o câncer de colo uterino que é a segunda neoplasia maligna mais comum entre mulheres. Tal é o caso das mulheres indígenas do DSEI Araguaia, para as quais a falta de informação é um problema grave, visto que a maioria não tem conhecimento da importância de se preservar e, portanto, facilitam a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a causada pelo HPV. Com o objetivo de rastrear a infecção por HPV na população citada, colhemos e analisamos 332 amostras cérvico-vaginais pelo método de Papanicolaou. Este trabalho mostra que a infecção por HPV está relacionada com o grau ou facilidade de contato que as índias estudadas têm com a população envolvente bem como mostra que o fator cultural inerente a cada etnia estudada determina a capacidade de se infectar pelo HPV. Estes resultados indicam a importância de se conhecer melhor a prevalência desta doença de forma global na população indígena brasileira, suscitando medidas de prevenção eficazes urgentes a nível nacional.Item Escola indígena municipal tãpinopona: Tuyuka e a construção da identidade Tuyuka(2007) Rezende, Justino Sarmento; Brand, Antonio JA pesquisa estuda as práticas educativas escolares no processo de fortalecimento da identidade tuyuka visando compreender o processo de ensino-aprendizagem e processos históricos de construção da identidade; analisar a interação: pais, professores, alunos na vivência de valores tuyuka; identificar os impactos sociais provocados pela escola nas comunidades, no entorno regional e as redefinições das identidades dentro do processo histórico. O procedimento metodológico faz: revisão bibliográfica sobre o povo tuyuka e o sistema educativo salesiano; estuda as pesquisas produzidas pelos alunos e professores tuyuka (1999 a 2005); vinte e quatro entrevistas entre alunos, professores e pais em Janeiro/2006. Alguns resultados: as práticas educativas da escola tuyuka fortalecem as identidades e diferenças étnicas, a escola é espaço de fronteira entre a cultura tuyuka e a cultura escolar, as práticas educativas desenvolvem-se numa perspectiva intercultural e a escola é projeto comunitário. Conclusões: a escola tuyuka é escola ocidental ressignificada que permite refletir e recriar as identidades; espaço de negociação de valores e práticas culturais tuyuka e de outros povos; é um dos espaços que favorece a construção de novas relações humanas, produção de novos conhecimentos e acesso a outros recursos.Item Chama os Atikum que eles desatam já: práticas terapêuticas, sabedores e poder.(2007) Silva, Georgia da; Athias, RenatoO presente estudo tem como objetivo tratar sobre relações de poder instauradas em um contexto de intermedicalidade na comunidade indígena Atikum, localizados no sertão do Pajeú, no estado de Pernambuco. Biomedicina e medicina indígena Atikum , a partir da práxis de sabedores, tanto disputam lócus de legitimidade no interior de instâncias políticas do grupo quanto negociam práticas e significados. A partir das percepções dos Atikum sobre os sistemas de conhecimento em interação e a análise de políticas e instituições indígenas em saúde, é possível vislumbrar como a experiência intermédica é vivenciada na comunidade e através de quais mecanismos relações de poder podem ser forjadas e renegociadasItem A morada dos Wapixana: Atlas toponímico da região indígena da Serra da Lua - RR(2007) Carneiro, João Paulo Jeannine Andrade; Dick, Maria Vicentina de Paula do AmaralA morada dos Wapixana (Arawak) são os campos do nordeste do estado de Roraima. Em sua porção sudeste encontramos a região indígena da Serra da Lua, composta por 17 malocas indígenas com 5.000 Wapixana. Desenvolvemos esta pesquisa por meio da análise toponímica (Dick, 1980, 1999) e etnolingüística (Potier, 1970) das malocas e das paisagens vegetais da região. Objetivamos, desta forma, detalhar a realidade toponímica em suas características denominativas, no conjunto de mapas taxionômicos, dialetológicos, além de um fitogeográfico com os termos em Wapixana. Com isso, procuramos obter a cosmovisão do grupo denominador. Para tanto, dividimos este trabalho em três partes: os fundamentos teóricos; aspectos histórico-geográficos e etnolingüísticos dos campos do Rio Branco; e por último a análise das motivações toponímicas. O resultado das análises demonstrou que os campos ora citados, são frutos da geografia mítica Wapixana, bem como as taxionomias toponímicas preponderantes são os zootopônimos e fitotopônimos. Identificamos três camadas dialetológicas na região: a mais antiga de origem Wapixana;. a segunda, também de origem ameríndia, porém exógena à área de pesquisa, são os nomes de origem Tupi, provindos da Língua Geral Amazônica; e finalmente a portuguesa.Item Avaliação clínica e funcional do assoalho pélvico em mulheres índias que residem no parque indígena Xingu, Mato Grosso, Brasil(2008) Araujo, Maíta Poli de; Sartori, Marair Gracio F.; Girão, Manoel João Batista Castello; Takano, Claudia CristinaObjetivo: Avaliar a presença de prolapso genital (avaliação clínica), a capacidade de contração dos músculos do assoalho pélvico (avaliação funcional) e a freqüência de incontinência urinária (IU), em mulheres índias, não virgens, que residem no Parque Indfgena do Xingu (PIX), Mato Grosso, Brasil. Casuística e métodos: Estudo observacional com 377 mulheres índias, com média de idade de 31 ±15 anos, média de gestações de 5±4, paridade 4±3 filhos e índice de massa corpórea de 23,3±4 Kg/m2. A avaliação clínica foi feita pela classificação de Baden e Walker e pelo "Pelvic Organ Prolapse Quantification" (POP-Q). A avaliação funcional consistiu de medida da contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP) pela manobra digital, graduada de 0 a 4, e com perineômetro digital. A freqüência de IU foi determinada pelo questionário "International Consultation Incontinence Questionnaire Short Form" (ICIQ-SF). Avaliaram-se os fatores de risco para prolapso em duas situações: 1) quando 0 estádio do POP-Q fosse II ou III e 2) quando 0 ponto Ba fosse maior ou igual a zero (Ba?0). Resultados: Apenas 22 mulheres (5,8%) queixavam-se de IU e a média do escore final do ICIQ-SF foi de 0,4±2,1 (0-17). De acordo com a classificação POP-Q, 15,6% das mulheres apresentaram estádio 0, 19,4% estádio I, 63,9% estádio II e 0,8 estádio III. Quando classificados por Baden e Walker, houve maior prevalência de cistocele grau I e retocele leve. 0 parto normal foi 0 maior fator de risco para a presença de prolapso quando este foi definido pela presença de estádio II e III (OR=11.26, 95% IC 5.69-22,29). Entretanto, quando 0 prolapso foi definido pelo ponto Ba?0, paridade (OR=9.40, 95% IC 2.81-31,42), idade (OR=1 ,03, 95% IC 1,01-1,05) e a presença de AFA 0 (OR=3,45, 95% IC 1,32-9,08) e AFA 1 (OR=2,22, 95% IC 1,03-4,76) foram os maiores fatores de risco. A pressão de repouso elevada mostrou-se fator protetor (OR=0.96, 95% IC 0.94-0.98). Conclusão: A IU foi incomum nas índias do PIX. Semelhante a população não índia, idade e paridade foram os principais fatores de risco para prolapso, independentemente da definição utilizada. Embora tenha ocorrido prolapso genital, a capacidade de contração dos músculos do assoalho pélvico permaneceu conservada, talvez resultante do estilo de vida desta comunidade..Item Agrotóxicos, saúde e ambiente na etnia Xukuru do Ororubá - Pernambuco(2008) Gonçalves, Glaciene Mary da Silva; Gurgel, Idê Gomes Dantas; Costa, André MonteiroA utilização de agrotóxicos no processo produtivo agrícola é uma prática que tem causado danos sobre o ambiente e a saúde pública. A análise do processo de exposição das populações aos agrotóxicos implica em dificuldades devido aos diversos elementos envolvidos, como o elevado número de subnotificações, pouca importância acerca dos determinantes políticos, econômicos, culturais, inadequado monitoramento da exposição, além da influência do discurso industrial. Entre os povos indígenas do Nordeste a agricultura é considerada a principal atividade econômica, esta também incorporou tecnologias e acabou se modernizando. A atividade agrícola entre os índios Xukuru da Região da Ribeira, área indígena de Pernambuco, é pautada no uso intensivo de agrotóxicos. O presente estudo buscou inicialmente compreender o processo de utilização de agrotóxicos no cultivo agrícola e sua relação com o ambiente e a saúde indígena, na etnia Xukuru. O percurso metodológico usado foi pautado num estudo de caso descritivo, com a utilização de abordagens qualitativa e quantitativa. A pesquisa foi realizada na Região sócio-ambiental da Ribeira, localizada no Município de Pesqueira-Pernambuco. O ano de 2007 foi a referência para a coleta dos dados primários de observação participante, questionários e grupos focais; os dados secundários foram referentes ao período de 2006 a 2007. Entre os resultados mais significantes destaca-se o uso intensivo de agrotóxicos no cultivo agrícola. Este é feito pelos Xukuru sem nenhum equipamento de proteção individual. Os dados acerca do significado e dos riscos do uso dos produtos químicos revelaram que os agricultores indígenas reconhecem os graves riscos sobre a saúde e o ambiente decorrentes dessa prática, inclusive risco de morte. Os Xukuru estão submetidos a um conjunto de determinantes históricos, políticos, econômicos e bio-sócio-ambientais que determinam as cargas de nocividade responsáveis por danos à saúde, entre as quais, o modelo agrícola baseado no uso de agrotóxicos. As mudanças necessárias devem incorporar a participação desses sujeitos, respeitando suas tradições culturais, resgatando e fortalecendo seus anseios por um ambiente saudável. É necessária a implementação de políticas de proteção e promoção da saúde, com ações de vigilância e atenção à saúde dessa população, e que também ofereça alternativas de práticas agrícolasambientalmente sustentáveisItem Quem são os humanos dos direitos? Sobre a criminalização do infanticídio indígena(2008) Holanda, Marianna Assunção FigueiredoO projeto de criminalização do que vinculou-se chamar “infanticídio indígena” é fruto de uma concepção hegemônica do que é vida, do que é ético e do que é humano, demarcando quem tem legitimidade para outorgar estas fronteiras. Contudo, os direitos indígenas, sobretudo o direito à diferença, só poderão ser garantidos por meio da superação do pensamento jurídico moderno e de sua ficção monista, que supõe o Estado como único produtor de juridicidade. Meu exercício etnográfico foi então de contrastar cosmologias – as ameríndias e o discurso político-jurídico do ocidente cristão – no intuito de compreender a perspectiva ameríndia deste aparente “infanticídio” e, de outro lado, elaborar como esta figura jurídica se construiu e solidificou como um crime no Estado de direito. O que está em jogo aqui é quem detém o poder de nomeação de humanidades e alteridades.
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